quarta-feira, 28 de abril de 2010

A experiência de ser nomeado bispo no Ano Sacerdotal

No extremo sul da América do Sul localiza-se a diocese de Alto Valle del Río Negro, com sede na cidade General Roca, onde está localizada a catedral da Virgem del Carmen. Essa diocese, que cobre a área da Patagônia argentina, conta com um novo bispo: Dom Marcelo Cuenca, de 55 anos, que assumiu a diocese dia 11 de abril, quando a Igreja celebrava o dia da Divina Misericórdia.
O Papa Bento XVI o nomeou bispo no dia 10 de fevereiro. Na solenidade da Anunciação, Dom Cuenca recebeu a ordenação episcopal.
O novo bispo, nascido na cidade de Córdoba, Argentina, é engenheiro civil pela Universidade Nacional de sua cidade natal.
Em 1977 entrou no Seminário Maior de Córdoba. Foi ordenado sacerdote dia 8 de dezembro de 1983. Em Córdoba trabalhou em diferentes paróquias, assim como no Seminário Maior.
ZENIT o entrevistou para falar de sua nova missão episcopal, assim como de sua experiência nesses 27 anos de sacerdócio.–O que significa para o senhor ter sido nomeado bispo no ano sacerdotal?
–Dom Marcelo Cuenca: Ser nomeado pelo Santo Padre na Igreja é uma graça, que consuma a vocação sacerdotal entregue: “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei ...” (Jeremias 1, 5). Que no Ano Sacerdotal me seja dada a plenitude do sacerdócio constitui um presente particular que faz do exemplo do Cura de Ars, e associado a ele o do Cura Brochero, em nossa Pátria, seja um modo de responder ao dom superabundante a mim dado.–O senhor pode nos contar brevemente como descobriu sua vocação?
–Dom Marcelo Cuenca: Eu vivi em uma família cristã, de firmes convicções e práticas habituais de fé. Participei quando criança e adolescente de grupos paroquiais da Ação Católica.
Como jovem universitário vivia um importante compromisso e formação na fé e especificamente profissional. Assim, amadurecendo a presença e resposta da vida cristã, se me apresentou a possibilidade de viver mais exclusivamente para o Senhor. Guiado na Direção Espiritual, terminei a carreira universitária e ingressei no Seminário Maior.–O senhor é engenheiro civil. Teve algo que relacionou sua carreira com o discernimento de sua vocação ao sacerdócio?
–Dom Marcelo Cuenca: Quando segui minha vocação não teve nada a ver com a engenharia, mas nos caminhos de Deus, certamente isso ocupou um lugar. Por isso é que o modo de pensar, os princípios do raciocínio, a necessidade do essencial, como trabalhar, orientar e guiar a vida e formação de uma comunidade, teve muito a ver com o profissional e esta formação físico-matemática na prática. Outro motivo pelo qual agradeço a Deus e me obriga a estar mais dependente de sua Vontade.–Quais características tem a diocese de Alto Valle del Río Negro?
–Dom Marcelo Cuenca: Como as igrejas particulares da Patagônia, tem grandes extensões, sem muitos habitantes. Tem uma grande história, mas uma recente evangelização. Em particular o Alto Valle, com dois departamentos da Província de Río Negro, totalmente distintos, em um está mais da metade dos residentes da Província, e no outro pouco mais de quatro mil pessoas em quase 25 mil quilômetros quadrados. Faz poucos dias que assumi a Diocese. Espero conhecer muito mais.–Como foi sua experiência na diocese de Córdoba? Quais as contribuições recebidas a partir dessa experiência que agora pode ajudar no seu trabalho episcopal?
–Dom Marcelo Cuenca: Não é somente experiência mas sim uma vida presenteada e desenvolvida na primeira Igreja particular do território argentino. Não vou deixar de agradecer como sempre, o que aprendi, o que Deus e as pessoas me permitiram viver, ser e fazer.
Particularmente agradeço ao cardeal Primatesta, que me ordenou sacerdote, e me modelou em experiências de muita necessidade, com nas tarefas diocesanas de grande responsabilidade, em serviços de resposta urgente e em processos pacientes de acompanhamento de pessoas.
Por isso em um amplo aspecto de trabalhos realizados hoje, posso dizer que o Senhor foi me formando para viver hoje esse novo ofício, ser sucessor dos Apóstolos para esta porção do Povo de Deus em comunhão com o Santo Padre, sabendo que horas difíceis nos ensinam a confiar mais absolutamente em quem nos salva.–Quais são os principais desafios pastorais da diocese de Alto Valle del Río Negro?
–Dom Marcelo Cuenca: Como tenho em meu escudo episcopal, acredito que o grande desafio que o Senhor nos propõe é conduzir, guiar e acompanhar as pessoas ao encontro e à entrega ao Senhor Jesus, alcançando com a luz do Espírito Santo a vida junto ao Pai. Assim se dignifica a pessoa e a convivência de pessoas em um país rico mas necessitado de conversão. Nesse caminho, com a luz do Senhor, deve-se conhecer e guiar todos à santidade.

Fonte: Zenit.

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