Existem questões éticas e morais que devem ser consideradas ao expor corpos humanos reais, afirma o bispo de Calgary (Alberta), Dom Frederick Henry.
Ele afirma em um artigo, publicado no website da diocese, sobre a exposição de fama internacional Body Worlds, que será aberta ao público na cidade canadense dia 30 de abril.
A exposição apresenta corpos humanos reais que foram submetidos a plastinação, a qual permite aos visitantes ver detalhes da anatomia humana.
Dom Henry recorda em seu artigo as críticas realizadas por alguns de seus irmãos bispos.
Quando a exposição Body Worlds chegou a Cincinnati, o arcebispo Pikarczyk afirmou: “a exibição pública de corpos plastinados, sem identificação, e expostos sem reverência é indigna e inadequada”.
Em Kansas City, o bispo Finn e o arcebispo Naumann se queixaram: “isso representa uma espécie de 'taxidermia humana' que degrada as pessoas reais que, por meio de seus corpos, uma vez viveram, amaram, oraram e morreram.
Por sua vez, Dom Henry ilustra algumas das questões morais implicadas na exposição. “A preocupação da Igreja pela dignidade humana é estendida ao corpo mesmo que a alma não esteja mais presente”, expica.
“Os corpos dos mortos merecem respeito e caridade, preservando a dignidade outorgada por Deus à pessoa humana”, conta.
“Outra questão importante é se os corpos foram obtidos de uma forma apropriada”, adverte o bispo de Calgary, e afirma que “há duas questões, de privacidade e transparência, para serem resolvidas”.
O prelado reconhece que “se pode argumentar que isso também legitima o valor educativo do uso de modelos plastinados para ensinar anatomia”.
Mas, acrescenta, quando os corpos estão expostos “brincando ou colocados em movimentos atléticos ou macabros, cruzamos a linha da educação para entrar no mundo do entretenimento, arte e amostras comerciais questionáveis”.
Nesse contexto, o bispo pergunta: “quem ganha com esse tipo de produção?”
E conclui, repetindo que a moral e a ética deveriam ser consideradas pelos possíveis visitantes da exposição Body Worlds.
“Se as crianças devem ou não visitar essa exposição é uma decisão dos pais, afirma. É apropriada para elas? Provavelmente não. Deveria estar relacionada com um tipo particular de curso ou estudo? Provavelmente, e esperamos que não só anatomia e economia”.
Fonte: Zenit.
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