quarta-feira, 14 de abril de 2010

Acusado de ser mandante da morte de Ir. Dorothy é condenado a 30 anos de prisão



O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, foi condenado no final da noite dessa segunda-feira, em Belém (Pará, norte do Brasil), a 30 anos de reclusão por ter mandado matar a missionária norte-americana naturalizada brasileira Ir. Dorothy Stang, há cinco anos.
Segundo informa a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), após mais de 14 horas de julgamento, Bida foi considerado pela maioria dos jurados autor do homicídio duplamente qualificado (por ter havido promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) com o agravante da vítima, irmã Dorothy, ser idosa.
O juiz Raimundo Moisés Flexa disse na sentença que a personalidade de Bida é "perversa e covarde" e a religiosa, por sua vez, era "uma anciã indefesa".
Os atos do fazendeiro "negam a própria racionalidade humana", afirmou o magistrado a uma plateia de apoiadores de Stang, que rezavam de mãos dadas e comemoravam de maneira comedida.
Com isso, Bida continua sendo o único mandante de crime agrário a estar preso no Pará, Estado com o histórico fundiário mais violento do país.
"A Justiça foi feita. Minha irmã estaria muito feliz. Ela acreditava no sistema judicial brasileiro", disse David Stang, irmão de Dorothy que mora nos EUA e esteve em Belém ontem para o julgamento.
No final do mês, Regivaldo Pereira Galvão, o outro acusado de ser o mandante da morte de Stang, em associação com Bida, deve ir ao júri pela primeira vez.
Morta em fevereiro de 2005, Dorothy Stang era uma das principais líderes de pequenos produtores rurais na Amazônia. Ela lutava pela reforma agrária e denunciava crimes ambientais, trabalhistas e fundiários.
Seu assassinato, um dos principais marcos no conflito agrário amazônico, gerou repercussão internacional e originou um documentário, "Mataram a Irmã Dorothy", do norte-americano Daniel Junge, que foi pré-selecionado ao Oscar do ano passado.


(Com CNBB)

Um comentário:

  1. Esta é uma maravilhosa notícia que,com certeza enche meu coração de alegria,pela justiça feita junto a essa discípula do Senhor.e por todo povo sofredor da amazonia,é uma força na luta por seus direitos e pela preservação do meio ambiente.Paz e bem a todos,e muitas felicidades padre Manoel

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