De 26 a 28 de janeiro, acontece a Conferência Internacional "Economia de Comunhão. Um novo paradigma para o desenvolvimento africano", organizada pelo Movimento dos Focolares, em parceria com a Universidade Católica da África Oriental, na Mariápolis Piero, uma cidadela dos Focolares em Kalimoni (Nairóbi).
Como explicam os organizadores, o encontro está tratando de como "o povo africano precisa urgentemente, por um lado, de uma cultura empreendedora e de desenvolvimento econômico e, por outro, de um modelo econômico que não destrua a comunidade e a comunhão, consideradas grandes valores em sua cultura".
De acordo com a centro-africana Geneviève Sanze, membro da Comissão Internacional sobre a Economia de Comunhão, "a experiência da Economia de Comunhão nos faz entender que não se pode sair da armadilha da indigência apenas com dinheiro, nem com a redistribuição das riquezas ou com a construção de bens públicos, nem tampouco com o aumento das relações comerciais entre o norte e o sul".
"Será possível sair desta armadilha - acrescenta - quando formos capazes de construir verdadeiras e profundas relações humanas entre pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo iguais; quando conseguirmos compreender que não há nenhuma pessoa no mundo tão pobre, que não possa significar um dom para outra. Nesse momento, o mundo verá florescer a fraternidade e a comunhão."
De 23 a 25 de janeiro, dias antes da conferência realizada na Universidade Católica, a Mariápolis Piero sediou a primeira Edc School, destinada a jovens aspirantes a empreendedores, que vieram de 12 países africanos, mas também da Europa, Estados Unidos e África.
"O Edc School está baseado em três pressupostos", disse Luigi Bruni, responsável mundial do projeto Edc.
"O primeiro: sem universidades de qualidade, não se pode realizar um desenvolvimento sério. A cooperação para o desenvolvimento, hoje, é feita com pessoas, em vez de transferências internacionais de dinheiro, que causaram muito dano, apesar das boas intenções."
"O segundo: o método da escola é a reciprocidade. Não haverá professores provenientes do Ocidente para lecionar aos jovens africanos. Nós nos baseamos no grande amor que temos por essa cultura; dessa forma, todos aprenderão de todos."
"O terceiro: o desenvolvimento não pode ocorrer sem uma economia de empresa que atualmente é inexistente na África. Este continente tem a necessidade de abrir-se ao mercado, protegendo suas raízes de ‘comunidade', tão arraigadas no DNA da sua cultura. Assim, a ‘Economia de Comunhão' pode ser uma oportunidade realmente importante."
Em 2011, cumpre-se o vigésimo aniversário do projeto "Economia de Comunhão", lançado por Chiara Lubich em São Paulo, em 29 de maio de 1991. Este aniversário será comemorado no Brasil, de 25 a 29 de maio deste ano, com uma semana de eventos dedicados a fazer um balanço da situação e planejar novos desenvolvimentos do projeto.
Fonte: Zenit.
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