A defesa da liberdade religiosa é um desafio prioritário para o mundo, afirmou Bento XVI hoje, solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, durante a oração do Ângelus, com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Por ocasião da celebração, também hoje, do Dia Mundial da Paz, o Papa disse que este evento representa uma "oportunidade para refletir juntos sobre os grandes desafios que a nossa época apresenta à humanidade".
Um deles, "dramaticamente urgente em nossos dias", é precisamente o desafio apresentado pela falta de liberdade religiosa, que é o tema da Mensagem deste ano, com o título "Liberdade religiosa, caminho para a paz".
O Bispo de Roma reconheceu que hoje existem "duas tendências opostas, dois extremos, ambos negativos: de um lado, o laicismo, que, de forma enganadora, marginaliza a religião, colocando-a na esfera privada; do outro lado, o fundamentalismo, que gostaria de impô-la a todos com a força".
No entanto, "onde a liberdade religiosa é reconhecida, a dignidade da pessoa humana é respeitada em sua raiz e através de uma sincera busca da verdade e do bem, fortalece-se a consciência moral e se reforçam as instituições e a convivência civil".
"Por isso, a liberdade religiosa é o caminho privilegiado para construir a paz", indicou, sublinhando que esta "não se obtém com as armas, nem com o poder econômico, político, cultural e midiático", senão que "é obra de consciências que se abrem à verdade e ao amor".
"Jesus é a nossa paz - acrescentou. Ele trouxe ao mundo a semente do amor e da paz, que é mais forte do que a semente do ódio e da violência."
Depois, durante as saudações nos diversos idiomas, sublinhou que as grandes religiões "podem constituir um importante fator de unidade e de paz para a família humana" e, neste contexto, quis recordar que em 2011 se cumpre o 25º aniversário do Dia Mundial de Oração pela Paz, que o Papa João Paulo II convocou em Assis, em 1986.
"Por isso, no próximo mês de outubro, deslocar-me-ei como peregrino à cidade de São Francisco, convidando a unirem-se a mim, neste caminho, os irmãos cristãos das diversas confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, idealmente, todos os homens de boa vontade", confessou.
O objetivo deste novo encontro é, confirmou o Papa, "fazer memória daquele gesto histórico" querido por seu predecessor, assim como "renovar solenemente o empenho dos crentes de todas as religiões a viver a própria fé religiosa como serviço à causa da paz".
"Quem caminha em direção a Deus não pode deixar de transmitir paz; quem constrói paz não pode deixar de se aproximar de Deus", concluiu, convidando todos os fiéis a acompanharem esta iniciativa desde já, com suas orações.
Fonte: Zenit.
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