A resposta aos terroristas do ataque da véspera de Ano Novo à comunidade copta no Egito é "o perdão", mas é preciso dizer de uma vez por todas: "Chega de ódio e de terrorismo, chega de derramamento de sangue!".
Durante o dia de manifestação pela solidariedade a favor dos cristãos do Egito, realizado em 9 de janeiro, na Praça da República (Roma), Dom Barnaba El Soryany, bispo copto-ortodoxo da comunidade de Turim e Roma, lança um apelo: "Liberdade religiosa para cada uma das confissões".
Na manifestação, participaram cerca de 6 mil pessoas, incluindo toda a comunidade copta de Roma, alguns políticos e também delegados do Vaticano.
Excelência, qual foi o motivo da manifestação do domingo?
Dom Barnaba El Soryany: Queremos mostrar a nossa tristeza pelo que aconteceu com a comunidade copta no Egito durante o Ano Novo. Nossos irmãos cristãos do Egito vivem com medo, com dor, com lágrimas nos olhos. Queremos mostrar ao mundo inteiro a nossa dor. Não é um protesto, é um dia de solidariedade: queremos fazer que ouçam, na Itália, as vozes dos nossos irmãos do Egito. Eles pedem a solidariedade de todo o mundo: chega de violência, de terrorismo, não só no Oriente Médio e no Líbano, mas também no Sudão, na África, em qualquer país.
A comunidade copta não quis a presença de muçulmanos na manifestação de hoje. Por quê?
Dom Barnaba El Soryany: A razão pela qual a comunidade não permite que os muçulmanos se unam a nós é para que possamos evitar problemas. Mas nós amamos os nossos irmãos muçulmanos: esperamos que eles se manifestem e, se nos convidarem, vamos participar.
Como é a relação com os muçulmanos?
Dom Barnaba El Soryany: Não há problemas, especialmente na Itália: somos irmãos dos muçulmanos. A comunidade copta vive em paz com todos. Nossos fiéis não os incomodam porque a nossa mensagem é baseada na busca da paz e da solidariedade com todos. Gostaríamos de estar todos unidos contra o terrorismo.
O que o senhor gostaria de dizer aos autores dos atentados do Ano Novo no Egito?
Dom Barnaba El Soryany: Que nós os perdoamos. Nós sempre perdoamos nestas situações. Não é a primeira vez que sofremos ataques: aconteceu há dez anos, também na noite do Ano Novo e no Egito. Também nesse caso perdoamos. Posteriormente, houve outro, em 6 de janeiro do ano passado. Também naquele caso, a nossa resposta foi o perdão, porque a nossa fé nos ensina a perdoar os outros. Nós perdoamos, mas eu também quero dizer: chega de ódio e de terrorismo, chega de derramamento de sangue!
Excelência, os cristãos têm medo de novos ataques?
Dom Barnaba El Soryany: Acho que todo mundo tem medo hoje em dia, especialmente após a ameaça no site islâmico, feita antes do Natal, com o anúncio de novos atentados.
O que o senhor espera da União Europeia e da comunidade internacional?
Dom Barnaba El Soryany: Esperamos que todos condenem o terrorismo, esperamos a solidariedade do mundo inteiro. Mas, acima de tudo, queremos que se garanta a liberdade religiosa; que possamos viver em paz em nossos países.
No mundo inteiro, são muito frequentes os casos de perseguição dos cristãos...
Dom Barnaba El Soryany: Infelizmente, é uma rede que se estende cada vez mais: perseguição dos cristãos no Iraque, Líbano, Oriente Médio, Sudão, Nigéria. Peço à comunidade internacional que faça alguma coisa pelos cristãos perseguidos.
Fonte: Zenit.
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