quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Paróquia deve ser comunidade missionária, diz cardeal




O cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, considera que é necessária a “conversão missionária” das organizações e estruturas pastorais, em particular da paróquia, com tudo o que ela significa.
Em artigo na edição desta semana do jornal arquidiocesano O São Paulo, o arcebispo afirma que a paróquia deve-se tornar mais “comunidade de comunidades, grupos, associações, movimentos e organizações de discípulos missionários, que nela vivem e se expressam”.
Dom Odilo assinala a necessidade de se tomar uma nova consciência sobre a realidade da paróquia, no sentido teológico e pastoral, superando uma visão apenas burocrática ou jurídica.
“Ela é o rosto mais visível e concreto do Mistério da Igreja, ‘sacramento de salvação’ no meio do mundo; é uma comunidade de batizados, congregados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, vivendo a fé, a esperança e a caridade.”
A paróquia “se reúne em torno de Jesus Cristo, Senhor e Pastor da Igreja, representado visivelmente pelo ministro ordenado, que está no meio dela e à sua frente para servi-la na caridade. A assembleia eucarística é a expressão mais visível e sacramental da Igreja”, afirma.
Segundo o cardeal, a paróquia é, portanto, “‘casa de Deus’ no meio das casas dos homens, templo de Deus edificado por pedras vivas, que são todos os batizados; é o ‘corpo de Cristo’, através do qual ele continua a se expressar (...); é o concreto e visível ‘povo de Deus’, que irradia no mundo a luz de Cristo”.
Na paróquia – prossegue o purpurado –, a Igreja inteira se expressa e realiza a missão recebida de Cristo: “anunciar e acolher a Palavra de Deus; testemunhar a vida nova recebida no Batismo, buscando e expressando a santidade de vida; organizar e realizar a caridade pastoral, em nome de Jesus, Bom Pastor, e a seu exemplo”.
Para o arcebispo de São Paulo, uma definição que cabe bem à paróquia é de “comunidade missionária dos fiéis em Cristo no meio do mundo”.
A paróquia “é o ícone visível daquilo que a Igreja de Jesus Cristo é na sua totalidade. Evidentemente, nenhuma paróquia se basta a si mesma, nem realiza sozinha e autonomamente a sua missão, mas o faz na comunhão da Igreja particular (a diocese) e da comunhão universal da Igreja”.
Contudo – afirma Dom Odilo –, a paróquia “é a Igreja ‘na base’; se ali a vida e a missão da Igreja acontecem, também na grande comunidade eclesial elas acontecem; do contrário, a Igreja corre o risco de ‘rodar no vazio’ e de se reduzir a uma série de instituições, sem chegar ao povo e às pessoas concretas”.


Fonte: Zenit - (Alexandre Ribeiro).

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