A Santa Sé comunicou ao governo da República Popular da China que considera ilícita e prejudicial para as relações bilaterais a ordenação episcopal do Pe. Joseph Guo Jincai, prevista para estes dias, na província de Hebei, ao norte do país.
Além disso, a suposta pressão de oficiais do governo a bispos em comunhão com o Papa para que assistam a essa ordenação constituiria uma grave violação da liberdade religiosa e de consciência, esclareceu hoje o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, SJ.
"A Santa Sé está preocupada pelas informações de Mainland China, segundo as quais diversos bispos em comunhão com o Papa estão sendo forçados por oficiais do governo a assistir a uma ordenação episcopal ilícita em Chengde, ao nordeste de Hebei, que se diz estar programada por volta do dia 20 de novembro", indica o comunicado do Pe. Lombardi.
"Se estas informações forem verdadeiras, então a Santa Sé consideraria tais ações como graves violações da liberdade religiosa e da liberdade de consciência", indica o texto.
A Santa Sé esclareceu que "uma ordenação assim seria considerada ilícita e prejudicial para as relações construtivas que foram se desenvolvendo nos últimos tempos entre a República Popular da China e a Santa Sé".
"Além disso - acrescenta o comunicado -, a Santa Sé confirma que o Pe. Joseph Guo Jincai não recebeu a aprovação do Santo Padre para ser ordenado bispo da Igreja Católica."
"A Santa Sé, interessada em desenvolver relações positivas com a China, entrou em contato com as autoridades chinesas sobre este assunto e deixou clara a sua postura", conclui o texto.
Bispos "desaparecidos"
O bispo candidato, Joseph Guo Jincai, é o vice-secretário-geral da Associação Patriótica Católica China e representante católico do Parlamento Chinês, segundo informou a agência Ucanews.
Vários bispos de Hebei em comunhão com o Papa se encontram em um paradeiro desconhecido e diversos sacerdotes mostraram sua preocupação por não poder entrar em contato com eles.
O bispo Joseph Li Liangui, de Cangzhou (Xianxian) - que em 2006 foi obrigado a assistir a uma ordenação episcopal ilícita, mas pôde escapar da igreja onde era celebrada - abandonou o bispado com oficiais do governo no último dia 12 de novembro e agora não atende seu celular.
O bispo coadjutor Francis An Shuxin, de Baoding, um antigo bispo clandestino que exercia seu ministério abertamente desde 2006, declarou há alguns dias que ele e outros bispos de Hebei se encontram em uma "situação difícil".
O prelado, de 61 anos, afirma que oficiais do governo estão lhes pressionando para que vão a Chengde, mas insiste em que nunca assistirá a uma ordenação ilícita.
Criada pela autoridade chinesa em 1955, Chengde não está reconhecida como diocese pelo Vaticano. Conta com 6 sacerdotes, 15 religiosas, 16 paróquias e 20 mil leigos.
Fonte: Zenit.
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