O Papa louvou o valor do esporte e do contato com a natureza, ao receber em audiência um grupo de representantes de “Mestres do Esqui” italianos, acompanhados do ministro de Assuntos Exteriores, Franco Frattini, nessa segunda-feira, na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano.
“A atividade esportiva está entre os meios que ajudam no desenvolvimento harmônico da pessoa e em seu aperfeiçoamento moral”, disse, citando a Declaração do Concílio Vaticano II Gravissimum educationis.
Também assinalou que o trabalho como professor de esqui “contribui para estimular algumas capacidades, por exemplo a constância em perseguir objetivos, o respeito às regras, a tenacidade ao enfrentar e superar as dificuldades”.
“Praticado com paixão e sentido ético, o esporte, além de exercitar um sadio antagonismo, converte-se em escola para aprender a aprofundar os valores humanos e cristãos” – destacou –, e “ensina a harmonizar dimensões importantes da pessoa humana, favorecendo seu desenvolvimento integral”.
Neste sentido, indicou que “mediante a atividade esportiva, a pessoa compreende melhor que seu corpo não pode ser considerado um objeto, mas que, através da corporalidade, expressa-se a si mesmo e entre em relação com os demais”.
“Deste modo – acrescentou –, o equilíbrio entre a dimensão física e a espiritual leva a não idolatrar o corpo, mas a respeitá-lo, a não fazer dele um instrumento a potenciar a todo custo, utilizando inclusive meios ilícitos”.
A respeito do entorno montanhoso em que se pratica o esqui, Bento XVI destacou que, “de modo especial, faz-nos sentir pequenos, restitui-nos a justa dimensão de nosso ser criaturas, faz-nos capazes de nos interrogar sobre o sentido da criação, de olhar para o alto, de nos abrir ao criador”.
Neste ponto, evocou os momentos que, “subindo uma montanha para depois descer esquiando”, “abrem-se panoramas que, de forma espontânea, elevam o espírito e convidam a elevar o olhar não só exterior, mas também do coração”.
Ele recordou que “a relação com o criado constitui um elemento importante para o desenvolvimento da identidade”.
E afirmou que “nem sequer o pecado do homem eliminou seu dever de ser guardião do mundo”, destacando que “também a atividade esportiva pode ser concebida e vivida como parte desta responsabilidade”.
Neste sentido, indicou que a atitude correta a se assumir a respeito da natureza “seguramente é de um profundo sentimento de gratidão e de reconhecimento, mas também de responsabilidade na hora de conservar e cultivar a obra de Deus”.
“A atividade esportiva ajuda a perseguir esses objetivo, incidindo no próprio estilo de vida, que é orientado para o ensino do equilíbrio, da autodisciplina e do respeito. Em particular para vocês, além disso, o contato com a natureza é um motivo para cultivar um profundo amor pela criação de Deus.”
Fonte: Zenit.
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