Quase 350 pessoas se reuniram diante do Parlamento britânico, na última segunda-feira, 8 de novembro, para protestar contra o massacre ocorrido na catedral católica síria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Iraque. Ao mesmo tempo, crescem os protestos da Igreja para pedir ao governo e à comunidade internacional que assegure a vida de todos os cidadãos iraquianos e, especialmente, da comunidade cristã, brutalmente perseguida atualmente.
Os manifestantes pediram ao governo britânico que condene os atentados e instaram o governo iraquiano a dar mais proteção aos cristãos iraquianos que vivem no país. O protesto se repetiu em outras vinte cidades de todo o mundo.
Os manifestantes se mostraram preocupados por uma recente chamada ao êxodo massivo de cristãos do Iraque. Para eles, isso poderia ocasionar um enorme impacto na Comunidade Européia e no Reino Unido, pelo menos. Apreciaram a compaixão e acolhida mostrada pelos ingleses, mas pediram ao governo britânico que façam mais por aqueles que querem permanecer no Iraque e não somente ofereçam hospitalidade aos que escolham migrar.
Os cristãos chamaram a atenção pelo silêncio e a quase indiferença dos meios de comunicação do Reino Unido diante da situação no Iraque. As Igrejas de comunidades iraquianas no Reino Unido celebraram um serviço funerário pelas vítimas do massacre hoje, na igreja Holy Trinity, de Londres.
A organização eclesial Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), informou na quarta-feira, dia 10 de novembro, que os atentados, possivelmente coordenados entre si, começaram na terça-feira à noite no distrito de Al Mansour, na capital iraquiana.
A violência continuou na quarta-feira pela manhã com bombas em Dora; o maior bairro cristão no sul de Bagdá, assim como em Baladiyat e num mercado freqüentado por muitos cristãos na área de Kamp Sara.
Em declarações à AIS, o arcebispo iraquiano Bashar Warda declarou: “A Al Qaeda afirmou que os cristãos e as igrejas seriam um alvo. Isto provou que falavam sério”.
Outros boletins vindos de Bagdá indicavam que um dos atentados seria contra a família de uma das vítimas do massacre do dia 31 de outubro. De acordo com o serviço de notícias cristão iraquiano Ankawa, os terroristas identificaram a família pelos sinais de luto da casa.
O arcebispo caldeu Warda, de Erbil, no norte do Iraque, afirmou ter recebido ligações de famílias e amigos das vítimas das atrocidades. Diziam: “As pessoas estão com muito medo. Estão com raiva e angustia e não sabem onde se dirigir”. “Minha única mensagem é que rezem por nós. É um momento muito difícil para nós. É um desastre”.
“Temos de pressionar o governo para que dê uma adequada proteção aos cristãos. O que estamos enfrentando não é somente uma falha na segurança pública, mas uma perseguição gratuita contra os cristãos, feitos alvos do terrorismo”.
O arcebispo Warda disse que os atentados produziram um novo êxodo de cristãos de Bagdá. Ele informou que, até 2003, havia mais de 40.000 famílias vivendo na cidade mas que esse número baixou para 50 famílias.
Até o trágico domingo do massacre, os cristãos tinham começado a voltar a Bagdá, especialmente para o distrito de Dora, cujo grande número de igrejas católicas e casas religiosas, que lhe valeram o apelido de o Vaticano do Iraque.
Os atentados contra cristãos tiveram seu ponto máximo em 2004 e depois em 2006, mas desde 2008 a calma parecia ter voltado à região.
O arcebispo católico sírio de Bagdá, Atanase Matti Shaba Matoka, declarou na última quarta-feira à agência Fides: “ O que podemos fazer ou dizer? Um profundo desânimo envolve nossa comunidade. A onda de atentados é cada vez maior”.
O arcebispo lançou um apelo: “Pedimos uma intervenção da comunidade internacional e suplicamos ao Santo Padre e à Igreja universal que nos ajudem. Hoje não podemos fazer mais que esperar e rezar, confiando nossa vida nas mãos de Deus. Os cristãos iraquianos dizem entre lágrimas: ‘In manus tuas, Domine’.
O cardeal secretário de Estado vaticano, Tarcisio Bertone, durante um congresso em Roma, expressou o desejo de que as autoridades iraquianas tomem uma séria consideração da situação dos cristãos.
Os atentados com bombas caseiras, segundo informou nessa quarta-feira a Rádio Vaticano, teriam provocado seis mortes e destruído uma igreja. Entre os feridos, estaria um bebê de quatro meses.
Fonte: Zenit.
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