A agência vaticana Fides comunica a informação e sublinha a coincidência da visita com a difícil situação civil e política provocada a partir da condenação e do posterior anúncio de insulto por parte do presidente do país, Asif Alí Zardari.
"A visita do cardeal Jean-Luis Tauran representa um grande incentivo para os cristãos do Paquistão: ele chega em um momento difícil, no qual se registram crescentes tensões sociais e religiosas, pelo caso de Asia Bibi e por outras razões", afirma Dom Lawrence Saldanha, arcebispo de Lahore e presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, em declarações a Fides.
O prelado demonstra sua preocupação "pelo clima de crescente intolerância. A tensão se elevou, acontecem manifestações constantes de grupos islâmicos radicais que querem intensificar a polarização social e religiosa".
"Esperamos que a visita do cardeal Tauran possa servir para serenar as pessoas e contribuir para a solução do caso de Asia Bibi", afirma Dom Saldanha.
A Igreja pede que, ao invés de conceder-lhe o indulto (o que supõe a admissão de culpabilidade), Asia Bibi seja julgada novamente para demonstrar sua inocência. "É a única forma de fazer que os protestos parem", explica o prelado.
Os cristãos pedem também a derrogação - ou, pelo menos, a revisão - da lei antiblasfêmia, que castiga com severíssimas penas qualquer ofensa ao Islã e que está provocando abusos e discriminações contra os cristãos. Pede-se, entre outras coisas, a exigência de provas mais concluintes para demonstrar a culpabilidade do acusado.
Está previsto que o cardeal Tauran se encontre hoje com as autoridades civis e religiosas do país, entre elas o ministro para as Minorias Religiosas, Shahbaz Bhatti, e o próprio presidente do país, Zardari.
Entre hoje e amanhã, o prelado tem vários encontros programados com as comunidades e bispos católicos do Paquistão, além de um encontro inter-religioso.
Fonte: Zenit.
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