Testemunho do bispo abade do mosteiro de Visoki Dečani no parlamento italiano
O imenso patrimônio religioso, histórico, artístico e cultural do cristianismo ortodoxo em Kosovo corre perigo se a comunidade internacional não garantir o Estado de direito, denuncia a Igreja ortodoxa da Sérvia.
O bispo Teodosije Sibalic, abade do mosteiro ortodoxo sérvio de Visoki Dečani, lançou um alerta lido no dia 17 de novembro, durante um evento na Câmara dos Deputados da Itália, do qual ele não pôde participar devido ao falecimento de Sua Beatitude Pavle, patriarca ortodoxo de Belgrado.
“A nossa região é de maioria muçulmana. Passados dez anos do fim da guerra civil, e apesar da chegada das forças de paz da OTAN, a verdadeira paz e liberdade para a comunidade cristã ortodoxa ainda não chegou, afirma.
A presença na região de um elevado número de igrejas e mosteiros faz que Kosovo tenha grande importância para a Igreja ortodoxa sérvia.
“Não é exagerado afirmar –escreve o bispo Teodosije– que para nós Kosovo representa uma segunda Terra Santa, uma espécie de Jerusalém sérvia”.
No entanto, só no recente período desde o fim da guerra, foram destruídas ou gravemente danificadas na região –pelos extremistas kosovares albaneses– 150 igrejas e mosteiros, entre eles lugares medievais de importância mundial.
"Geograficamente –afirma o abade–, Kosovo forma parte da Europa, mas é difícil imaginar um futuro europeu para esta região se continuarem as violações dos direitos religiosos, civis e humanos da comunidade ortodoxa cristã e a destruição de monumentos medievais símbolos de nossa espiritualidade e cultura”.
Ainda que seja certo que “os albaneses sofreram muito durante a guerra, permitir-lhes se vingar da comunidade cristã ortodoxa prolongará o ódio e o rancor”, disse, defendendo a presença das tropas de paz da OTAN.
“Os países europeus –assinalou Sibalic– devem insistir com maior força para que o respeito da lei e da ordem e o cumprimento dos valores democráticos representem os critérios principais de seu apoio político.”
As ajudas da comunidade internacional devem-se condicionar “ao retorno dos expulsos, à restauração das casas, à proteção dos lugares de culto”.
“A única maneira de alcançar a estabilidade política na região é conseguir um acordo entre Belgrado e Pristina baseado no respeito das convenções internacionais e no direito dos cidadãos às liberdades civis, humanas e religiosas”.
(Chiara Santomiero)
Fonte: Zenit.
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