quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dom Robert Sarah: homem é o principal lugar de missão

Fala o secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos

O principal lugar de missão é o homem, afirmou Dom Robert Sarah, arcebispo emérito de Conakry (Guiné Bissau) e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Em uma entrevista à Rádio Vaticano, o prelado explicou que “a missão ad gentes, hoje, é em todos os lugares” e que “as Igrejas jovens, os povos jovens precisam redescobrir Jesus Cristo”.
“Já não se trata de territórios, mas é o homem que temos de voltar a levar a Deus.”
“Hoje, o homem vive sem Deus, ou quer viver sem Deus – prosseguiu. E, no entanto, tem necessidade de Deus, porque sem Deus não podemos viver. Portanto, existem hoje territórios aos quais é preciso levar o Evangelho, mas acho que hoje o lugar mais importante é o homem.”
Dom Sarah indicou os temas centrais da plenária da Congregação para a Evangelização dos Povos, reunida de 16 a 18 de novembro na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, para refletir sobre o tema “São Paulo e os novos areópagos”.
“Vimos sobretudo a vida de São Paulo, que deverá ser o nosso modelo – afirmou. O primeiro sobre o que queremos insistir é o sacerdote, que deve ser, ele também, um amigo enamorado de Cristo, para poder levar esse amor aos demais. Se ele não estiver convencido, não poderá ser missionário.”
“Isso quer dizer que devem fazer de tudo para encontrar Cristo – prosseguiu; e este é o princípio essencial, porque, como diz São João em sua primeira carta, ‘o que contemplamos, o que tocamos com as mãos, isso anunciamos’.”
“Portanto, é necessário fazer a experiência pessoal de Cristo para poder levá-lo aos demais – acrescentou. Como São Paulo, que encontrou Cristo, que foi ‘aferrado’ por Cristo, de forma que não se separou mais dele.”
“Vimos também muitos lugares nos quais devemos insistir em levar a Palavra de Deus, o Evangelho: a família, os meios de comunicação, as grandes bolsas de pobreza no mundo, isto é, esses lugares onde a política deve ser evangelizada; a economia.”
Contudo, não é somente o sacerdote que tem de ser missionário, mas todo cristão: “É importante a formação nos seminários, mas também a de todo o povo de Deus”.
“Significa – explicou – dar a cada um a possibilidade de conhecer a Palavra de Deus, de conhecer a Bíblia. Não somente conhecê-la intelectualmente, mas tentando viver a Palavra de Deus em sua vida, em seu compromisso, em sua família etc.”
O prelado falou da necessidade de “uma formação mais profunda, não somente intelectual, mas espiritual, dos catequistas”, que constituem “o apoio mais importante para o missionário”, especialmente nos países de evangelização recente.
É importante também que os seminaristas sejam “não somente especialistas, mas pessoas que descobriram Cristo”.
“Não podemos fazer do sacerdócio uma profissão, mas verdadeiramente um compromisso com Cristo, que me envia a levar seu amor a outros lugares: aos homens”, concluiu.

Fonte: Zenit.

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