Denúncia do núncio apostólico e do custódio da Terra Santa
Por Jesús Colina
Vários expoentes da Igreja Católica na Terra Santa denunciaram os novos problemas que o governo de Israel está colocando na entrega de vistos para sacerdotes e religiosos.
Como confirmaram o núncio apostólico em Israel, Dom Antonio Franco, e o custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa OFM, as dificuldades chegam do Ministério do Interior, desde que passou a ser controlado por Eli Yishai, líder do partido religioso Shas.
“Há dificuldades que procuraremos superar”, explicou Dom Franco, que também é delegado apostólico para Jerusalém e Palestina, em declarações ao serviço de informação religiosa da Conferência Episcopal Italiana, SIR.
“Se antes os vistos, inclusive europeus, tinham a duração de 2 anos, agora só são válidos para 1 ano”, explica Dom Franco, reconhecendo que estas restrições poderiam causar sérios problemas para o desenvolvimento do trabalho pastoral ordinário da Igreja.
No passado, deu-se inclusive um bloqueio dos vistos, quando também o partido Shas estava à cabeça do Ministério do Interior, como agora.
“Isso é fato – afirma o núncio. Agora temos de nos perguntar por que se dão estas restrições e o que se pode fazer para voltar à prática precedente, que era mais aberta.”
O problema surgiu enquanto avançam positivamente as negociações da comissão bilateral entre a Santa Sé e Israel para a aplicação do Tratado Fundamental (Fundamental Agreement), assinado em 1993, que permitiu estabelecer relações diplomáticas entre a Santa Sé e Israel.
Os negociadores estão analisando o “acordo econômico” pelo qual se regulará o regime fiscal e as propriedades da Igreja.
O último encontro da comissão bilateral aconteceu no dia 29 de outubro e nele se agendou um encontro plenário para o dia 10 de dezembro, no Vaticano. Nessa ocasião, a delegação vaticana será guiada pelo novo subsecretário para as Relações com os Estados, Dom Ettore Balestrero.
Dom Franco esclareceu que “a atual negociação entre Israel e a Santa Sé sobre o acordo fundamental não afeta os vistos dos religiosos. Este é um assunto que temos de tentar ver como pode ser superado, mas até hoje não vemos nada”.
Um problema grave
O Pe. Pierbattista Pizzaballa também confirmou que “há problemas e são objetivos, remontam-se a antes da chegada do Shas ao ministério, mas com o Shas, tornaram-se mais evidentes”.
“É um problema antigo e se fala há muito tempo. Há mais de um ano, a duração dos vistos passou de 2 para 1 ano. É difícil falar desta situação, pois se concedem alguns vistos, mas outros ficam na lista de espera. Há confusões: não se sabe se depende de uma política do ministério ou da burocracia de alguns funcionários. Talvez seja uma ambiguidade buscada.”
O fato é que “é muito difícil para as Igrejas programar seu próprio trabalho se não se sabe com certeza se os sacerdotes e religiosos poderão vir”, explica o superior franciscano.
No caso da custódia, afirma, “neste ano recebemos vistos para religiosos procedentes dos países árabes, mas não da África. Dois irmãos do Congo não receberam o visto. No passado, acontecia o contrário. Vivemos, portanto, na incerteza. A burocracia se tornou mais complicada”.
O caráter universal da Igreja em jogo
Segundo considera o jornalista Arieh Cohen, na agência católica AsiaNews, “está em jogo o caráter internacional da presença da Igreja Católica na Terra Santa. Assim como Roma, a Terra Santa também é um lugar no qual é evidente o caráter universal da Igreja Católica”.
“Quando se impede que seminaristas, sacerdotes, religiosos do mundo inteiro trabalhem, a oração e a pastoral na Terra Santa, na prática, correm o risco de perder este caráter específico – a universalidade – da presença da Igreja na terra do Redentor.”
O sacerdote franciscano David Maria A. Jaeger, especialista nas relações entre a Igreja e o Estado de Israel, explicou a AsiaNews que “o Estado de Israel pode rejeitar a permissão de entrada a indivíduos que poderiam colocar em perigo a segurança pública; mas, por outro lado, o Estado não pode arrebatar da Igreja o juízo sobre as pessoas que ela quer colocar em Israel para as suas instituições e objetivos, sejam eles de onde forem”.
O Pe. Jaeger, como jurista, reconhece: “Acho que a solução para todos estes problemas está precisamente no Acordo Fundamental de 1993”.
Como confirmaram o núncio apostólico em Israel, Dom Antonio Franco, e o custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa OFM, as dificuldades chegam do Ministério do Interior, desde que passou a ser controlado por Eli Yishai, líder do partido religioso Shas.
“Há dificuldades que procuraremos superar”, explicou Dom Franco, que também é delegado apostólico para Jerusalém e Palestina, em declarações ao serviço de informação religiosa da Conferência Episcopal Italiana, SIR.
“Se antes os vistos, inclusive europeus, tinham a duração de 2 anos, agora só são válidos para 1 ano”, explica Dom Franco, reconhecendo que estas restrições poderiam causar sérios problemas para o desenvolvimento do trabalho pastoral ordinário da Igreja.
No passado, deu-se inclusive um bloqueio dos vistos, quando também o partido Shas estava à cabeça do Ministério do Interior, como agora.
“Isso é fato – afirma o núncio. Agora temos de nos perguntar por que se dão estas restrições e o que se pode fazer para voltar à prática precedente, que era mais aberta.”
O problema surgiu enquanto avançam positivamente as negociações da comissão bilateral entre a Santa Sé e Israel para a aplicação do Tratado Fundamental (Fundamental Agreement), assinado em 1993, que permitiu estabelecer relações diplomáticas entre a Santa Sé e Israel.
Os negociadores estão analisando o “acordo econômico” pelo qual se regulará o regime fiscal e as propriedades da Igreja.
O último encontro da comissão bilateral aconteceu no dia 29 de outubro e nele se agendou um encontro plenário para o dia 10 de dezembro, no Vaticano. Nessa ocasião, a delegação vaticana será guiada pelo novo subsecretário para as Relações com os Estados, Dom Ettore Balestrero.
Dom Franco esclareceu que “a atual negociação entre Israel e a Santa Sé sobre o acordo fundamental não afeta os vistos dos religiosos. Este é um assunto que temos de tentar ver como pode ser superado, mas até hoje não vemos nada”.
Um problema grave
O Pe. Pierbattista Pizzaballa também confirmou que “há problemas e são objetivos, remontam-se a antes da chegada do Shas ao ministério, mas com o Shas, tornaram-se mais evidentes”.
“É um problema antigo e se fala há muito tempo. Há mais de um ano, a duração dos vistos passou de 2 para 1 ano. É difícil falar desta situação, pois se concedem alguns vistos, mas outros ficam na lista de espera. Há confusões: não se sabe se depende de uma política do ministério ou da burocracia de alguns funcionários. Talvez seja uma ambiguidade buscada.”
O fato é que “é muito difícil para as Igrejas programar seu próprio trabalho se não se sabe com certeza se os sacerdotes e religiosos poderão vir”, explica o superior franciscano.
No caso da custódia, afirma, “neste ano recebemos vistos para religiosos procedentes dos países árabes, mas não da África. Dois irmãos do Congo não receberam o visto. No passado, acontecia o contrário. Vivemos, portanto, na incerteza. A burocracia se tornou mais complicada”.
O caráter universal da Igreja em jogo
Segundo considera o jornalista Arieh Cohen, na agência católica AsiaNews, “está em jogo o caráter internacional da presença da Igreja Católica na Terra Santa. Assim como Roma, a Terra Santa também é um lugar no qual é evidente o caráter universal da Igreja Católica”.
“Quando se impede que seminaristas, sacerdotes, religiosos do mundo inteiro trabalhem, a oração e a pastoral na Terra Santa, na prática, correm o risco de perder este caráter específico – a universalidade – da presença da Igreja na terra do Redentor.”
O sacerdote franciscano David Maria A. Jaeger, especialista nas relações entre a Igreja e o Estado de Israel, explicou a AsiaNews que “o Estado de Israel pode rejeitar a permissão de entrada a indivíduos que poderiam colocar em perigo a segurança pública; mas, por outro lado, o Estado não pode arrebatar da Igreja o juízo sobre as pessoas que ela quer colocar em Israel para as suas instituições e objetivos, sejam eles de onde forem”.
O Pe. Jaeger, como jurista, reconhece: “Acho que a solução para todos estes problemas está precisamente no Acordo Fundamental de 1993”.
Fonte: Zenit.
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