sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Igreja no Sudão precisa de fundos para enfrentar violência

A Igreja no Sudão precisa de fundos para enfrentar a emergência humanitária provocada pela reativação da violência no estado do Nilo Azul, fronteira com o novo país, Sudão do Sul.

Dom Daniel Adwok, bispo auxiliar de Cartum, lançou este apelo através de Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), apoio histórico da pastoral da Igreja no Sudão, beneficiada nos últimos 5 anos com mais de 4 milhões de euros.

Durante os dois primeiros dias de setembro, guerrilheiros do Sudan People's Liberation Movement (SPLM), fiéis ao governador Malik Agar, e tropas regulares do exército se enfrentaram na cidade de Damazin. Houve ataques armados, bem como a edifícios governamentais, nos quais 17 pessoas morreram. Os atos violentos alimentaram um clima de grande tensão – que afetou também o vizinho estado de Kordofan do Sul – e obrigaram o governo sudanês a declarar estado de emergência no Nilo Azul e a destituir o governador Malik Agar.

Para socorrer os milhares de deslocados, Dom Adwok colocou em marcha um plano de acolhimento, oferecendo-lhes refúgio na paróquia de Singa. Para apoiar este plano, destinou-se 15 mil euros, que serão gestionados pela Igreja para prestar ajuda nesta emergência.

“Graças a esta ajuda – declarou o prelado –, a paróquia de Singa poderá assistir as vítimas dos conflitos de Damazin, oferecendo-lhes alimento e o dinheiro necessário para irem a Cartum, Renk ou El Obeid. Essa gente teve de abandonar velozmente a cidade, sem poder levar nada consigo.”

Os deslocados, segundo as informações, têm diferentes destinos e parte deles escolheu o caminho que leva a Singa, para poder refugiar-se nas paróquias ou ser acolhidos por algumas famílias da cidade que, encontrando-se já em condições precárias, podem fazer pouco pelo acolhimento.

Neste momento, em Damazin, está atuando somente a “Meia Lua Vermelha” do Sudão, que não tem condições de enfrentar a enorme necessidade; segundo as informações da Organização de Direitos Humanos do Sudão, com base no Cairo, neste momento, quase 10 mil pessoas vivem em condições precárias nas proximidades de Damazin.

“Muitos idosos, incapazes de enfrentar a dura viagem a Singa – contou a AIS o bispo auxiliar de Cartum – pararam a 10 quilômetros de Damazin, enquanto outros continuaram rumo a Arun, Wad El Nail ou Abu Naama.” Muitos estão tentando chegar à Etiópia e, segundo informa o Alto Comissariado das Nações Unidas, cerca de 16 mil já cruzaram a fronteira.


Fonte: Zenit.

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