Neste momento de mudanças, Cuba precisa de atitudes e gestos que favoreçam o desenvolvimento sereno, destacou o arcebispado de Havana depois de as esposas de alguns presos políticos recentemente detidos terem denunciado maus tratos por parte do governo.
Sobre atos em que as pessoas podem ser ofendidas por meio de palavras ou gestos, o arcebispado reiterou ontem, através de um comunicado, que “a violência, de qualquer tipo, aplicada a pessoas indefesas, não tem nenhuma justificativa”.
O texto, assinado pelo porta-voz do arcebispado, Orlando Márquez Hidalgo, explica que “o governo cubano, diante desta situação, comunicou à Igreja que de nenhum centro de decisão nacional se deu a ordem de agredir essas pessoas”.
As Damas de Branco afirmaram ter sofrido “atos de perseguição, repúdio e repressão” durante suas tradicionais marchas reivindicativas.
Sua presidente, Laura Pollán, denunciou que neste domingo a polícia a deteve, após um confronto, bem como a vários outros membros da organização que defende a excarceração de presos políticos em Cuba, enquanto se dirigiam a várias igrejas para participar da Missa.
Em resposta aos requerimentos de algumas agências de notícias que pediam a opinião da Igreja, o arcebispo de Havana renovou ontem sua rejeição a qualquer “forma de abordar a realidade cubana que possa afetar a convivência pacífica e quebrantar o bem da nação”.
“A Igreja, neste momento da história do nosso país, como em qualquer outra circunstância, busca o bem do povo cubano, a reconciliação entre todos e a paz, por meio de atitudes e gestos que favoreçam o desenvolvimento sereno de que Cuba precisa nesta etapa de mudanças em que vivemos, e que o povo cubano espera e exige”, indica o comunicado.
Na quarta-feira passada, uma delegação das Damas de Branco teve uma reunião com o chanceler do arcebispado de Havana, Ramón Suárez Porcari, na qual se abordou este problema.
Em 1º de maio de 2010, uma reunião similar, com a presença do arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, abriu a possibilidade de um processo de mediação da Igreja entre as Damas de Branco e as autoridades cubanas.
Desde então, Dom Ortega levou a cabo um inédito diálogo, no qual defendeu as famílias dos presos políticos e que desembocou na excarceração de 126 deles.
Fonte: Zenit.
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