A organização de profissionais católicos no campo da obstetrícia MaterCare International inaugurou ontem sua 8ª Conferência Internacional em Roma, com o patrocínio da Academia Pontifícia para a Vida e a contribuição da Federação Mundial de Associações Médicas Católicas (FIAMC).
Esta organização internacional, que se reúne nestes dias no Instituto Maria SS. Bambina de Roma, tem como objetivo o serviço à cultura da vida nos contextos em que esta corre maiores riscos, nas áreas de crise, nas quais as mães e seus filhos são descuidados ou abandonados.
O simpósio trata sobre como proteger a dignidade desta profissão em um contexto em que a família humana mais fraca parece ameaçada por uma cultura que nega seu valor e uma prática obstétrica ligada a um conceito de saúde reprodutiva entendida como a afirmação de novas tecnologias.
“O objetivo da conferência – afirmou Bogdan Chazan, do hospital Santa Família de Varsóvia, professor de obstetrícia e ginecologia – é identificar os problemas e sugerir soluções.”
“Ainda que na Índia todas as religiões tenham em grande consideração a maternidade e a sua dignidade – afirmou em sua saudação Dom Thomas Dabre, bispo de Poona, no estado de Maharashtra –, as mulheres e as mães sofrem enormemente pela persistência de uma difundida discriminação de gênero.”
Registra-se “um crescente abuso das amniocenteses: os médicos usam o diagnóstico pré-natal do sexo com o objetivo de abortar fetos e embriões femininos (…). Maridos e mulheres consentem e isso explica por que, em alguns lugares da Índia, há menos meninas que meninos”.
“Na Índia – recordou o prelado –, 300 milhões de pessoas são verdadeiramente pobres. Vivem com um dólar por dia e não estou exagerando.” Como consequência, “muitas mulheres estão desnutridas e em muitos lugares não há facilidades para as mulheres grávidas, que se veem obrigadas a trabalhar”.
“A Igreja – concluiu o bispo de Poona – está comprometida em ajudá-las, mas precisa da contribuição de programas específicos.”
A MaterCare, já antes muito comprometida no Haiti, após a catástrofe humanitária causada pelo terremoto de janeiro de 2010, está levando a cabo um desses programas em Isiolo, um distrito no centro do Quênia que se estende até as fronteiras com a Etiópia e a Somália.
Lá, a associação, em colaboração com o vicariato apostólico de Isiolo, está construindo um hospital com 15 camas, para oferecer serviços obstétricos que ajudem a combater a alta taxa de mortalidade das mães e dos seus filhos.
“A de Isiolo – explicou a ZENIT o bispo local, Dom Anthony Ireri Mukobo – é uma região semiárida, onde atualmente há uma seca que provocou uma enorme carestia.”
“As mulheres – explicou Dom Mukobo – são as que mais sofrem por esta situação, porque é tarefa sua buscar a água e elas têm de ir cada vez mais longe.”
A população é em grande parte nômade e precisa de capim para alimentar o gado; a sobrevivência, se a seca continuar, “estará ligada às ajudas da Igreja, que as busca entre seus amigos e que às vezes obtém algo do governo”.
“Nossa esperança – concluiu o bispo – é que, em outubro, as chuvas voltem a a vida renasça.”
Fonte: Zenit - (Chiara Santomiero)
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