sexta-feira, 29 de julho de 2011

Anunciada descoberta da tumba de São Felipe

– Os arqueólogos asseguram que se trata da tumba do apóstolo Felipe, um dos 12 discípulos que acompanharam Jesus.

A descoberta aconteceu em Pamukkale, antiga Hierápolis, em Anatólia Ocidental (Turquia), cidade em que Felipe morreu, depois de ter pregado na Grécia e na Ásia Menor.

A descoberta foi realizada pela missão arqueológica italiana empreendida desde 1957, composta hoje por uma equipe internacional, dirigida desde o ano 2000 por Francesco D’Andria, professor da Universidade de Salento.

Um resultado importante na busca da tumba de São Felipe – recorda L'Osservatore Romano –, já tinha sido alcançado em 2008, quando a equipe encontrou a rua que os peregrinos percorriam para chegar ao sepulcro do apóstolo. Agora se chegou a esta nova meta.

“Junto ao Martyrion (edifício de culto octogonal, construído no lugar onde Felipe foi martirizado), encontramos uma basílica do século V de três naves”, explica o diretor da missão.

“Esta igreja foi construída ao redor de um túmulo romano do século I, que evidentemente gozava da máxima consideração, já que mais tarde se decidiu edificar ao seu redor uma basílica. Trata-se de uma tumba em forma de nicho, com uma câmara funerária.”

Colocando em relação esses e muitos outros elementos, “chegamos à certeza de ter encontrado a tumba do apóstolo Felipe, que era meta de peregrinação a este lugar”, afirma D'Andria.

No século IV, Eusebio de Cesareia escreveu que duas estrelas brilhavam na Ásia: João, sepultado em Éfeso, e Felipe, “que descansa em Hierápolis”.

A questão ligada à morte do apóstolo suscita controvérsia. Segundo uma antiga tradição, de fato, ele não teria morrido martirizado. Já os evangelho apócrifos contam que ele teria sofrido martírio sob os romanos.


Fonte: Zenit.

Iraque: Al-Qaeda contra tudo alheio ao Islã

A situação dos cristãos no Iraque é muito difícil. Alguns grupos extremistas querem eliminar a presença deles no país, enquanto outros aproveitam os atos violentos para se enriquecer.

Esse é o comentário do padre Amir Jaje, novo superior dos dominicanos em Bagdá, e vigário provincial de sua ordem no mundo árabe.

Falando a AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), o religioso assinala que a “Al-Qaeda quer eliminar tudo que é alheio ao Islã”.

Os cristãos se convertem frequentemente em moeda de troca entre os sunitas e xiitas, ou, como ocorre no norte, entre sunitas e curdos. Estes últimos estariam dispostos a defender os cristãos no vale do Nínive unicamente com o objetivo de dominar este território historicamente sunita.

“Se um dia se chegar a um conflito – afirmou –, seremos nós, os cristãos, a pagar o preço mais alto. Reunir os fiéis em uma área em particular é muito perigoso, porque nos arriscamos a ser completamente eliminados. Os cristãos deveriam estar espalhados por todo o Iraque; de outro modo, o país perderia uma grande riqueza.”

O sacerdote descreve um cenário iraquiano dramático, onde há uma drástica redução do número de padres. Há seis anos, havia cerca de 30. Agora, de rito caldeu, há apenas oito.

“Vivemos em contínua insegurança. Pela manhã, quando saio do convento, não sei se voltarei. Apesar do medo, devemos viver e crer no futuro”, afirmou.

Os dominicanos estão presentes no Iraque há mais de 260 anos. Padre Jaje entrou no seminário de Bagdá com 17 anos. Foi ordenado em 1995. Fez doutorado na França e tinha voltado ao Iraque no dia 22 de outubro de 2010, uma semana antes do trágico atentado contra a igreja no Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

No dia do atentado, era para o religioso estar na igreja, mas foi substituído na última hora. Quando os fiéis e os dois sacerdotes foram tomados como reféns, ele se encontrava no norte do país.

“Foi terrível – ele conta –, a Igreja estava cheia de cadáveres”. O dominicano era muito amigo dos dois sacerdotes assassinados. O mais jovem inclusive era seu primo e tinha apenas 27 anos.

“Quando soube que 58 pessoas tinham morrido, disse que não havia esperança para o Iraque, que nós deveríamos ir embora.”

Nos dias seguintes, estando ao lado dos feridos e das famílias das vítimas, ele entendeu, no entanto, a importância de sua presença. “Eu não tinha o direito de perder a esperança. Se estava vivo, era para realizar uma missão”.

Fonte: Zenit.

Evento em São Paulo discute pessoa de Jesus

Quem foi Jesus de Nazaré? O que representa para o mundo contemporâneo? Que fascínio levou e continua levando tantas pessoas a dedicarem sua vida a Cristo, chegando mesmo aos sacrifícios mais extremos?

Essas perguntas integram a pauta de um encontro no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, na noite de 11 de agosto.

Estarão presentes o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer; Dom Bernardo Bonowitz, abade do Mosteiro Trapista de Nossa Senhora do Novo Mundo, e o professor doutor Francisco Catão, do Instituto Pio XI, da Unisal e da Faculdade São Bento.

A realização do evento é do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP (http://www.pucsp.br/fecultura/index.html)

Fonte: Zenit.

Arte+Fé: mostra de artistas cristãos

A exposição Arte+Fé, da Fundação Pons em Madri, oferece obras de todos os continentes de artistas cristãos contemporâneos, que propõem a arte como caminho de fé.

A mostra se inscreve nos atos da Jornada Mundial da Juventude. São 36 obras (instalações, performances, quadros, fotografias.

“É uma exposição internacional com artistas de vanguarda e comprometidos com sua fé cristã, seja católica, ortodoxa ou protestante”, explica a curadora, María Tarruella.

Ela afirma que a mostra evidencia que “o sentido religioso não é algo de ontem, mas inerente ao ser humano, que se expressa através das linguagens artísticas de cada época”.

Deus e homem não têm de por que ser distantes. Assim pensam muitos dos artistas, como o espanhol Alejandro Mañas, que utiliza garrafas de refrigerante esmaltadas para falar de Santa Teresa, São João da Cruz e São Sebastião.

“Aparentemente parecidas, estas garrafas são como nós: nossa forma exterior é sempre a mesma, mas dependendo de como vivamos em nosso interior, vestimos o exterior”, diz o artista.

“Cada gesto cotidiano tem um significado mais profundo, que transcende seu lado mais funcional”, afirma David López a respeito de sua obra Nowa Huta, em que se vê a silhueta de Cristo crucificado com imagens cotidianas em seu interior.

Outra obra é a instalação do filipino Jason Dy, artista e sacerdote jesuíta, cuja obra está formada por recipientes de vidro com recordações dos entes queridos falecidos. Os visitantes podem encher os recipientes com recordações para seus parentes ou amigos defuntos.

A exposição Arte+Fé é uma das 300 atividades da programação cultural da JMJ. É uma das três exposições principais, junto ao itinerário no Museo do Prado e no Museu Thyssen.

A entrada é gratuita, na rua Serrano, número 138. A inauguração oficial será dia 10 de agosto.

FOnte: Zenit.

Morre o núncio nos EUA

Morreu na noite dessa quarta-feira em Baltimore o núncio apostólico nos EUA, Dom Pietro Sambi.

Ele estava internado em estado crítico no hospital Johns Hopkins. O núncio fora submetido há duas semanas a uma cirurgia longa e delicada nos pulmões, em que houve complicações pós-operatórias.

Dom Pietro Sambi tinha 73 anos. Era natural de Sogliano al Rubicone, localidade da diocese italiana de Rimini.

Ordenado sacerdote em 1964, ingressou no serviço diplomático da Santa Sé. Atuou em Camarões, Jerusalém, Cuba, Argélia, Nicarágua, Bélgica e índia.

Em outubro de 1985 fora nomeado arcebispo e pró-nuncio apostólico no Burundi. Em 1991, nomeado núncio na Indonésia. Em 1998 assumiria o cargo de representante pontifício em Chipre e Israel e delegado apostólico para Jerusalém e Palestina.

Desde 17 de dezembro de 2005 era núncio apostólico nos EUA e observador permanente junto da organização dos Estados Americanos.

Como núncio em Israel e delegado apostólico para a Palestina foi reconhecido pela intensa obra que realizou a favor dos cristãos da Terra Santa.

O funeral do arcebispo será na basílica da Imaculada Conceição, em Washington DC, no dia 6 de agosto.


Fonte: Zenit.

Morre o núncio nos EUA

Morreu na noite dessa quarta-feira em Baltimore o núncio apostólico nos EUA, Dom Pietro Sambi.

Ele estava internado em estado crítico no hospital Johns Hopkins. O núncio fora submetido há duas semanas a uma cirurgia longa e delicada nos pulmões, em que houve complicações pós-operatórias.

Dom Pietro Sambi tinha 73 anos. Era natural de Sogliano al Rubicone, localidade da diocese italiana de Rimini.

Ordenado sacerdote em 1964, ingressou no serviço diplomático da Santa Sé. Atuou em Camarões, Jerusalém, Cuba, Argélia, Nicarágua, Bélgica e índia.

Em outubro de 1985 fora nomeado arcebispo e pró-nuncio apostólico no Burundi. Em 1991, nomeado núncio na Indonésia. Em 1998 assumiria o cargo de representante pontifício em Chipre e Israel e delegado apostólico para Jerusalém e Palestina.

Desde 17 de dezembro de 2005 era núncio apostólico nos EUA e observador permanente junto da organização dos Estados Americanos.

Como núncio em Israel e delegado apostólico para a Palestina foi reconhecido pela intensa obra que realizou a favor dos cristãos da Terra Santa.

O funeral do arcebispo será na basílica da Imaculada Conceição, em Washington DC, no dia 6 de agosto.


Fonte: Zenit.

“Orador” da Constituição argentina, “quase” beato

O frei franciscano e bispo que passou à história como o “orador” da Constituição argentina de 1853, Mamerto de la Ascensión Esquiú (1826-1883), em breve pode ser beatificado, segundo revela o vice-postulador da causa de beatificação.

O frei Jorge Martínez OFM afirmou que o processo está quase concluído.

Em nota publicada na revista Nuestro Tiempo, ele diz que o que falta agora é a aprovação de um milagre.

Como franciscano, frei Mamerto dedicou-se à educação, sendo professor de crianças e no convento.

Após a Guerra Civil, no dia 9 de julho de 1853, ele pregou seu famoso Sermão da Constituição, onde pediu concórdia e união para os argentinos. Seu discurso obteve êxito nacional. Ali ele assentou bases de doutrina jurídica e sociológica para a história constitucional argentina.

Já em 1876, ele foi encarregado de reorganizar sua ordem franciscana na Argentina.

Em 1878, foi nomeado bispo de Córdoba, onde levou uma vida austera, deu um novo impulso à evangelização em sua diocese e percorreu quase todas as cidades e povoados da jurisdição.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ao encontro do Senhor

Pelo terceiro domingo consecutivo, a liturgia nos dá uma página de parábolas. Jesus usa as parábolas para facilitar a compreensão do mistério de Deus. Usando imagens conhecidas para aqueles que o escutam, o Senhor mostra sua capacidade comunicativa e a sua vontade. Necessitamos de estar sempre aprendendo a falar, com palavras simples e compreensíveis, os profundos mistérios da nossa salvação!

As parábolas nos remetem a uma opção fudamental de busca sincera do Senhor. Vamos ouvir falar de algo precioso, que muda a vida das pessoas. Um homem encontra um tesouro durante uma escavação, recobre tudo e compra o campo. Um colecionador de pérolas, o objeto mais precioso na antiguidade, encontra uma pérola extraodinária, e a compra. A ideia básica é a mesma: a vida é uma busca, e somente Deus conhece o que pode preencher os nossos corações. Somente Deus sabe o que faz o ser-humano autêntica, verdadeira e profundamente feliz. Às vezes, encontramos Deus sem procurá-lo, como aquele que encontra o tesouro escavando. Outras vezes, ao contrário, o encontro com Deus é o pouso depois de uma longa e laboriosa busca que pode durar toda a vida. O que estamos procurando? Estamos ainda procurando?

Neste final de semana, enviamos os jovens que irão para a Jornada Mundial da Juventude, em Madri, para uma experiência de busca do encontro com Cristo e peregrinação, juntamente com outros milhões de jovens. Eles o fazem justamente porque, de uma certa forma, já encontraram o grande tesouro ou pérola de suas vidas. Mas sabemos que, mesmo que tenhamos encontrado com Cristo, por isso mesmo, necessitamos de busca-lO ainda mais.

O Senhor propõe-se como aquele que preenche o nosso coração. Um fazendeiro e um comerciante encontram tesouros. Encontra o tesouro um que, por acaso, entre espinhos e pedras, em um campo não seu, foi surpreendido; encontra o tesouro um especialista que é apaixonado e sabe o que está procurando, pérolas: é possível a todos, encontrar ou ser encontrado. Encontrando o tesouro, o homem, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. Interessante que o “vender tudo que tem” a pessoa o faz com “alegria”.

A alegria é o primeiro tesouro que o tesouro oferece. Deus nos seduz ainda porque fala a linguagem da alegria, que move, apressa, faz decidir: "todo homem segue a estrada em que seu coração lhe diz que ele vai encontrar a felicidade". A alegria é um sintoma, é o sinal de que se está caminhando na estrada justa. Nós caminhamos apaixonadamente pela descoberta de tesouros (onde está o teu tesouro, para lá corre feliz o teu coração); avançamos porque estamos enamorados e é pela alegria que alcançamos aquilo que buscávamos. Vive, verdadeiramente, quem se move na direção daquilo que ama, por uma paixão, e a paixão brota de uma beleza, de ter visto a beleza de Cristo, a vida bem-aventurada do Evangelho.

Mas o dom deve ser acolhido à descoberta, deve responder o compromisso: o agricultor e o comerciante vendem tudo, mas para ganhar tudo. Deixam muito, mas para ter tudo. Não perdem nada, investem. É o apelo do Beato João Paulo II e do Papa Bento XVI, chamando-nos a acolher Cristo e a escancarar os nossos corações pra acolher aquele que não nos tira nada, mas nos dá tudo. Os cristãos possuem um tesouro de esperança, de luz, do céu, do coração, de Deus. Tesouro e pérola que devem ser Cristo para nós, e segui-lO é o que de melhor podemos empreender na vida.

Tesouro e pérolas são nomes que damos para nossos encontros com Deus. Com suas cargas de afeto e de alegria, com a energia avassaladora, com o futuro que abrem, se dirigem para nós, um pouco agricultores e um pouco comerciantes, e nos perguntam: mas Deus, para você, é um tesouro ou apenas um dever? É uma pérola ou uma obrigação?

É tesouro, porque o Evangelho não é simples mortificação, mas expansão de vida; o cristianismo não é somente sacrifício e renúncia, mas oferta de solidariedade que faz florescer incansavelmente a rosa no mundo, a rosa da alegria de viver, porque encontrou o verdadeiro tesouro a verdadeira pérola.

Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro

Santa Sé e Malásia com relações diplomáticas

A Santa Sé e a Malásia anunciaram hoje o estabelecimento de relações diplomáticas entre ambos Estados.

“A Santa Sé e a Malásia, desejosas de promover vínculos de mútua amizade, decidiram de comum acordo estabelecer relações diplomáticas com Nunciatura Apostólica de parte da Santa Sé e Embaixada da parte da Malásia”, afirma um comunicado vaticano.

O anúncio acontece apenas uma semana depois da visita do primeiro-ministro malaio, Najib Bin Abdul Razak, ao Papa Bento XVI, na residência veraneia de Castel Gandolfo, no dia 18 de junho.

Naquela ocasião, já se anunciara o acordo entre ambos Estados para estabelecer relações diplomáticas.

A Malásia é o Estado número 179 – sem conta a Comunidade Europeia e a Ordem de Malta – a estabelecer vínculos diplomáticos com a Santa Sé.

Com 28,7 milhões de habitantes, a Malásia é um país maioritariamente muçulmano: 60% da população é muçulmana, sendo o Islã considerado religião de Estado. Os cristãos malaios representam 9% da população.

A Igreja Católica chegou a este país asiático em 1511, com a chegada dos primeiros missionários portugueses à cidade de Malacca. A esta cidade chegou também São Francisco Xavier, em 1545.

A decisão de estabelecer relações diplomáticas chega em um momento importante para este país do sudeste asiático, que viveu um importante desenvolvimento econômico nas últimas décadas, mas não se viu livre de tensões inter-religiosas da região.


Fonte: Zenit.

Mundo sem armas nucleares é possível

“Um mundo sem armas nucleares não só é possível, converteu-se em algo urgente”, afirma um representante do Vaticano na ONU.

O arcebispo Francis Chullikatt fez essa afirmação há duas semanas, em Kansas City. Ele foi convidado pelo departamento diocesano de direitos humanos para dar uma visão geral da doutrina da Igreja sobre as armas nucleares.

Seu discurso formou parte do compromisso diocesano de educar o público sobre a doutrina da Igreja nessa matéria. É uma resposta contra o projeto de construção de uma planta de armas nucleares em Kansas City.

“Está-se dando uma nova atenção à matéria sem resolver o problema das 20.000 armas nucleares localizadas em 111 lugares, em 14 países”, disse o prelado.

“Mais da metade da população mundial vive em um país que tem armas nucleares. A cada ano, as nações gastam 100 bilhões de dólares para manter e modernizar seus arsenais nucleares.”

Dissuasão

Dom Chullikatt, que é indiano, recordou que os padres do Concílio Vaticano II, apesar de advogarem por uma proibição universal contra a guerra, “com a compreensão que tinham naquele momento”, disseram que “o acúmulo de armas serviriam como dissuasão ante um possível ataque inimigo”.

O Papa João Paulo II esclareceu em 1982, em um discurso à ONU, que “uma dissuasão baseada no equilíbrio, não certamente como um fim em si mas como uma etapa no caminho de um desarmamento progressivo, pode ainda ser julgada como moralmente aceitável”.

“Essa declaração deixou claro que a dissuasão nuclear durante os anos da Guerra Fria só podia ser aceitável se conduzisse a um desarmamento progressivo. O que se pretendia, portanto, não era a dissuasão nuclear como uma política única e permanente”, explica Dom Chullikatt. “Esta é a principal questão da dissuasão: a aceitação moral da Igreja esteve sempre condicionada ao avanço para sua eliminação”.

Depois da Guerra Fria

Após a Guerra Fria, a pressão internacional aumentou para deter a proliferação de armas nucleares. Os esforços da Igreja também aumentaram, centrando-se “no desafio que consideramos como a institucionalização da dissuasão”.

“A dissuasão não estava sendo considerada como uma medida provisória. Pelo contrário, os Estados com armas nucleares começaram a buscar uma vantagem nuclear, enfatizando que as armas nucleares eram fundamentais para suas doutrinas de segurança”.

Tal era a situação que em 2005, quando as nações se reuniram para revisar o Tratado de Não-Proliferação, tal tratado estava à beira do colapso. Os compromissos do desarmamento foram ignorados e o próprio conceito da eliminação foi rejeitado pelos Estados com armas nucleares.

A Santa Sé reitero sua posição de que a dissuasão nunca foi aceita como medida permanente e foi tolerada só como um passo no caminho do desarmamento nuclear progressivo.

No ano seguinte, na mensagem para o Dia Mundial da Paz, Bento XVI recordou que “em uma guerra nuclear não haveria vencedores, só vítimas”.

O Santo Padre observou também que o dinheiro gasto na manutenção e no desenvolvimento dos arsenais supera amplamente o dedicado a ajudar os povos.

O representante vaticano citou o Papa, que pediu “negociações para um desmantelamento progressivo e de mútuo acordo das armas nucleares” e, no ano passado, pediu aos delegados da Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear que “superem as cargas da história”.

“A partir dessa doutrina, a Igreja sublinha sua cada vez maior aversão às armas nucleares”, afirmou o arcebispo.

Esforço

Dom Chulikatt cobrou um maior esforço na eliminação das armas nucleares.

Ele lamentou que as negociações integrais solicitadas pelo Tribunal Internacional de Justiça não tenham começado. O tratado START, entre os EUA e a Rússia, só faz pequenas reduções e deixa intacto um amplo arsenal nuclear por ambas partes.

O prelado destacou como o secretário geral fez um apelo por uma nova convenção ou pelo fortalecimento mútuo de instrumentos para eliminar as armas nucleares, apoiado por instrumentos eficazes de verificação.

“A Santa Sé apoia este plano – disse – e advoga pela transparência, o desarmamento verificável, o desarmamento nuclear global e irreversível, e por abordar seriamente a questão das armas nucleares estratégicas, as táticas e os meios de desenvolvimento. A Igreja permanece totalmente comprometida nos esforços de ambos para deter a proliferação e avançar em um acordo internacional vinculante, ou um marco de acordos, para eliminar os arsenais existentes sob supervisão de uma efetiva verificação internacional.”

“Visto de um ponto de vista jurídico, legal, político, de segurança e, além de tudo, moral, não há nenhuma justificativa para continuar mantendo armas nucleares”, disse o arcebispo. “Este é o momento de começar a direcionar de maneira sistemática os requisitos para um mundo livre de armas nucleares”.


Fonte: Zenit.

Arquitetura para a JMJ

A três semanas do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o arquiteto dos espaços de encontro explicou seus projetos.

Ignacio Vicens, arquiteto e desenhista dos cenários da praça de Cibeles e do Aeródromo de Cuatro Vientos, apresentou em coletiva de imprensa simulações de suas criações.

“Os cenários da JMJ serão jovens, alegres e modernos. Perseguirão um objetivo chave: sublinhar a presença do Papa entre mais de um milhão de jovens esperados em Madri”, disse Vicens, do estúdio Vicens+Ramos.

“Será uma arquitetura simples. Quer dizer, que se monta e desmonta rapidamente. E também econômica, baseada em sistemas modulares.”

“No caso de Cibeles, tentamos respeitar o marco da praça, com o Palácio de Correios de fundo: No caso do Aeródromo de Cuatro Vientos, criamos um espaço singular: uma espécie de superfície de 200 metros com uma grande montanha, onde se situará o Santo Padre sob a sombra de uma árvore metálica; e com outros relevos onde se situarão os jovens ou o Coro e a Orquestra da JMJ”, explicou Vicens.

Ele também desenhou 200 confessionários, que se situarão no Parque do Retiro, que têm a forma de velas de um barco. Ali os jovens poderão receber o sacramento da confissão em mais de 30 idiomas.

Na JMJ de Madri, há um grande esforço logístico para que 4 mil jovens com necessidades especiais possam participar bem da Jornada. Mais de 500 se alojarão em centros plenamente adaptados e acessíveis. 600 voluntários estarão preparados para lhes dar suporte.

María José González, uma das responsáveis pela área de Necessidades Especiais da JMJ, explicou: “estes jovens terão lugares preferenciais e adaptados nos atos centrais da JMJ”.

Alojamentos

Os jovens que vêm à JMJ podem se inscrever solicitando alojamento. São cerca de 6.200 espaços de acolhida em paróquias, centros docentes públicos e privados, esportivos, albergues e famílias, que somam um total de 330.604 lugares para jovens que solicitaram.

Estes espaços estão sendo preparados para acolher jovens dos cinco continentes e têm toda estrutura necessária para isso.

Fonte: Zenit.

Filme sobre virtudes de São Josemaría Escrivá

Um conspirador eficaz e astuto fundou uma poderosa organização católica? Não: foi um padre profundamente humano, que fez do perdão, da compaixão e da bondade a sua missão e testemunho.

É o que se vê em “There Be Dragons”, um filme sobre o fundador do Opus Dei, com pré-estreia em 30 de julho no Fiuggi Family Festival.

Dirigido por Roland Joffé (A Missão e Os Gritos do Silêncio), o filme narra a história de São Josemaría Escrivá de Balaguer na guerra civil espanhola.

A trama parte de um jornalista espanhol, Roberto, que, pesquisando o passado do pai moribundo, Manolo, descobre não apenas que ele participou da guerra civil como soldado, mas ainda foi amigo de infância de Josemaría Escrivá.

A história é controversa, um lusco-fusco em meio a uma guerra civil na qual o amor e o ódio se banharam de sangue.

Manolo é um espião nas milícias republicanas que massacram os católicos, enquanto Josemaría defende as vítimas e promove a paz pregando o perdão.

O furioso republicano combate porque o seu amor pela revolucionária húngara Ildiko não é correspondido, enquanto o jovem padre apaixonado por Cristo pratica a caridade e funda o Opus Dei.

As histórias opostas de ambos se entrecruzam e se dividem até que, num final surpreendente, o perdão vence o ódio.

Entre os atores, Charlie Cox, de Stardust e Casanova, interpreta Josemaría. Manolo é Wes Bentley, de Beleza Americana. Rodrigo Santoro, de 300, é o revolucionário Oriol. Roberto, filho de Manolo, é Dougray Scott, de O Médico e o Monstro e Desperate Housewives.

O filme já foi exibido na Espanha em 25 de março, seguido de sessões nos Estados Unidos, Portugal e Turquia. O sucesso de público na Espanha superou os 300 mil espectadores nas primeiras três semanas.

Entrevistado por ZENIT, Bruno Mastroianni, porta-voz do Opus Dei na Itália, comentou: "O filme tem o mérito de fazer uma imagem fiel de São Josemaría, contando a sua paixão pelo bem das pessoas acima de ideologias, visões, posições. É um filme que ilustra quem era o fundador do Opus Dei: um homem muito humano e profundamente espiritual, que recorria sempre à oração e nos exortava a afogar o mal na abundância do bem".

O diretor Joffè se disse muito impactado com uma declaração de São Josemaría sobre Deus estar presente na "vida quotidiana", mesmo quando o cotidiano é a guerra civil espanhola.

"Como encontrar o divino na guerra? A mesma pergunta pode ser feita em todos os desafios fundamentais na vida: como enfrentá-los? Como responder ao ódio, à rejeição, ao desejo de vingança ou de justiça? Todos esses dilemas se acentuam nos tempos de guerra. Eles são, de certa forma, os dragões do filme, as encruzilhadas da vida, quando ficamos diante de escolhas complexas, que influenciarão o nosso futuro. There Be Dragons narra as escolhas tão diferentes que as pessoas fazem nessas horas cruciais, e fala do quanto elas são difíceis, mas necessárias, para escapar dos círculos viciosos de ódio, ressentimento e violência”.

A escritora Susanna Tamaro, autora do livro “Và dove ti porta il cuore”, traduzido em mais de 35 línguas, comentou que “There be Dragons” “faz justiça ao jovem Josemaría, mostrando com eficácia a sua natureza, desde a infância, sempre voltada ao bem, ao amor e ao perdão. Eu tenho certeza de que este filme poderá fazer um grande bem às novas gerações, órfãs de figuras que possam ser admiradas e imitadas”.


Fonte: Zenit.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O problema do mal

“Você acredita em Deus?” Com essa pergunta, a jornalista terminava uma longa entrevista com um conhecido esportista nacional. A resposta que ele lhe deu chamou minha atenção, porque expressa o que muita gente pensa a respeito do problema do mal. O drama e a angústia do esportista são a angústia e o drama de inúmeras pessoas, em situações, épocas e lugares diferentes: “É difícil dizer que acredito em Deus. Quanto mais desgraças vejo na vida, menos acredito em Deus. É uma confusão na minha cabeça; não encontro explicação para o que acontece. Por que é que meu filho nasce em berço de ouro, enquanto outro, infeliz, nasce para sofrer, morrer de doença, e há tudo isso de triste que a gente vê na vida? É uma coisa que não entendo e, como não tenho explicação, é difícil de acreditar em um Ser superior.”

O mal, o sofrimento e a doença fazem parte de nosso cotidiano. As injustiças, a fome e a dor são tão frequentes em nosso mundo que parecem ser normais e obrigatórias. Fôssemos colocar em uma biblioteca todos os livros já escritos para tentar explicar o porquê dessa realidade, ficaríamos surpresos com sua quantidade.

Para o cristão, mais do que um culpado, o mal tem uma causa: a liberdade. Fomos criados livres, com a possibilidade de escolher nossos caminhos. Podemos, pois, fazer tanto o bem quanto o mal. Se não tivéssemos inteligência e vontade, não existiria o mal no mundo; se fossemos meros robôs, também não. Por outro lado, sem liberdade não haveria o bem e nem saberíamos o que é um gesto de amor. Também não conheceríamos o sentido de palavras como gratidão, amizade, solidariedade e lealdade.

O mal nasce do abuso da liberdade ou da falta de amor. Nem sempre ele é feito consciente ou voluntariamente. Quanto sofrimento acontece por imprudência! Poderíamos recordar os motoristas que abusam da velocidade ou que dirigem embriagados, e acabam mutilando e matando pessoas inocentes. Não é da vontade de Deus que isso aconteça. Mas Ele não vai corrigir cada um de nossos erros e descuidos. Não impedirá, por exemplo, que o gás que ficou ligado na casa fechada asfixie o idoso que ali dorme. Repito: Deus não intervém a todo momento para modificar as leis da natureza ou para corrigir os erros humanos.

O que mais nos angustia, talvez pela gravidade das consequências, é o mal causado pela violência, pelo ódio e egoísmo. Os assassinatos e roubos, os sequestros e acidentes, as guerras e destruições são como que pegadas da passagem do homem pelo mundo. O mal acontece porque usamos de forma errada nossa liberdade ou não aceitamos o plano de Deus, expresso nos mandamentos. Quando nos deixamos levar pelo egoísmo e seguimos nossas próprias ideias, construímos o nosso mundo, não o mundo desejado por Deus para nós.

Outro imenso campo de sofrimento é o das injustiças. Quantos se aproveitam de sua posição e de seu poder para se enriquecer sempre mais, à custa da miséria dos fracos e do sofrimento dos indefesos! Terrível poder o nosso: podemos fechar-nos em nosso próprio mundo e contemplar, indiferentes, a desgraça dos outros.

Não se pode, também, esquecer o mal causado pela natureza, quando suas leis não são respeitadas. Com muita propriedade, o povo diz: “Deus perdoa sempre; o homem, nem sempre; a natureza, nunca!” A devastação das florestas e a contaminação das águas fluviais trazem consequências inevitáveis, permanentes e dolorosas para a vida da humanidade. Culpa de Deus?...

Diante do mal, não podemos ter uma atitude de mera resignação. Cristo nos ensina a lutar, combatendo o mal em suas causas. O bom uso da liberdade e a prática do bem nos ajudarão a construir o mundo que o Pai sonhou para nós. Descobriremos, então, que somos muito mais responsáveis por nossos atos do que imaginamos. Fugir dessa responsabilidade, procurando fora de nós a culpa de nossos erros é uma atitude cômoda, ineficiente e incoerente. Assumirmos a própria história, colocando nossas capacidades a serviço dos outros, é uma tarefa exigente, sim, mas que nos dignifica e nos realiza como seres humanos e filhos de Deus.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj, é arcebispo de São Salvador da Bahia

Jovens “enraizados em Cristo”

Aproxima-se a Jornada Mundial da Juventude da Espanha. A partir de 10 de agosto, jovens de todos os países do mundo chegarão às dioceses espanholas para participar da pré-jornada; serão acolhidos pelos jovens espanhóis e, com eles, compartilharão experiências, a alegria da mesma fé e a pertença à Igreja de Cristo; tudo, numa grande variedade de línguas, culturas e tradições, mas irmanados na mesma Família de Deus.

O Brasil estará bem representado por mais de 13 mil jovens. Boa parte deles desembarcará na Andaluzia, em cidades como Sevilha, Granada e Córdoba. Será uma experiência religiosa cultural única! A história colonial do Brasil está bem ligada também à Espanha.

Depois, a partir de 15 de agosto, centenas de milhares de jovens encherão de vida e alegria a capital, Madrid. Nos dias 17, 18 e 19, haverá catequeses, celebrações, eventos religiosos e culturais e interações entre os jovens, distribuídos em muitos grupos linguísticos. Dia 19, chegará também o papa Bento 16 e será acolhido pelos jovens. Dia 20, sábado, haverá a grande vigília dos jovens com o papa; será bonita e valerá a pena acompanhar pela TV. Dia 21, domingo, a missa com o papa e a conclusão da jornada, com o anúncio do país e da cidade que serão a sede da próxima, em 2013. Esperamos que seja o Brasil!

O tema escolhido pelo papa Bento 16 para a Jornada da Espanha é belo, profundo e muito atual: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf Cl. 2,7). Vamos refletir sobre este tema, começando pela 1ª parte. O texto é da Carta aos Colossenses e São Paulo exorta os fiéis a não se deixarem abalar na sua fé em Cristo.

O tema aponta para algo central na vida cristã: nossa referência e relação com Cristo. Ser cristão é ser discípulo de Cristo; é estar ligado a ele e dele receber um sentido novo para a vida, mediante a fé e o Batismo. Para São Paulo, isso significa “estar nele”, ser edificados sobre ele, estar enraizados nele. Sem esta referência essencial a Cristo, o cristão perde o rumo e a Igreja, o seu sentido.

“Enraizados em Cristo” – isso nos lembra a parábola do semeador. A semente que caiu em terreno pedregoso brotou logo, a plantinha até começou a crescer, mas logo secou, porque não conseguiu afundar as raízes, a terra era pouca, havia muita pedra. Planta sem raiz seca logo e não produz fruto. Árvore com raiz apenas superficial é arrancada pelo vento...

Vivemos tempos de superficialidade, de consumismo, a cultura do descartável, dos modismos passageiros, das novidades que suplantam as convicções a toda hora. Certezas duradouras estão fora de moda! E isso tende a invadir também o campo religioso e das certezas morais. Nada de novo sob o sol: já São Paulo advertia seu jovem colaborador Timóteo a se manter firme na fé e a não diluir o Evangelho, só para satisfazer ao gosto “daqueles que têm comichão no ouvido” e desviam sua atenção da verdade, para ir atrás de fábulas (cf. 2Tm 4,1-5). Isso vale ainda hoje, quando a verdade é trocada pelos sentimentos, emoções ou satisfações imediatas; ou ainda, quando a verdade, o bem e os valores são medidos pela balança do lucro e das vaidades!

“Enraizados em Cristo”: os cristãos, jovens e não-jovens, são convidados a lançar suas raízes em Cristo, para não serem como plantas arrastadas pelas correntes e tempestades, folhas secas, caniços agitados pelo vento” (cf Mt 11,7). O cristão precisa ter convicções firmes e bem fundamentadas, aprendidas do Evangelho, da fé vivida pela Igreja, do testemunho dos santos, dos mártires. A verdade não é medida por aquilo que todos dizem ou fazem: Jesus Cristo é, para nós e para o mundo, “caminho, a verdade e a vida”.

Publicado em O SÃO PAULO, edição de 26/7/2011

Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo

Arcebispo de Túnis fala da transição democrática depois de Ben Ali

“A revolução é a travessia do Mar Vermelho, a manifestação do desejo de liberdade, justiça e paz. O período pós-revolução é a travessia do deserto, um período longo e duro, caracterizado por recolher a própria história.”

Assim define a fase de transição que afeta a Tunísia Dom Maroun Lahham, arcebispo de Túnis.

Na carta pastoral “Faço novas todas as coisas”, distribuída no dia 24 de julho, Dom Lahham se detém na leitura dos recentes acontecimentos no país, do ponto de vista da Palavra de Deus.

Revolução de jasmim

No dia 14 de janeiro, a “Revolução de jasmim” – um protesto muito alimentado pelos jovens através da internet – levou ao fim o regime de Zine El Abidine Ben Ali, que durou 23 anos e se caracterizou pela corrupção e os abusos.

Desde então, iniciou no país um processo de democratização, guiado por governos de transição, que levará às primeiras eleições livres, no dia 23 de outubro, para a Assembleia constituinte, que deverá dar à Tunísia sua nova estrutura.

Um percurso não ausente de incertezas e protestos dos que cobram rapidez nas reformas, em virtude de uma fase de grande precariedade econômica do país, acentuada pelas repercussões da revolução sobre o turismo (que representa 8% do PIB) e o desemprego.

No dia 17 de julho, na cidade de Sidi Bouzid – a mesma onde o comerciante Mohamed Bouazizi tinha ateado fogo ao próprio corpo no dia 17 de dezembro, num ato que marcou o início dos protestos – morreu um jovem de 14 anos, Thabet Belkacem, atingido por um disparo de policiais durante uma manifestação.

O primeiro-ministro provisório, Beji Caid Essebsi, denunciou um plano de desestabilização por parte das forças contrárias à revolução e à redemocratização do país, assinalando aos partidos políticos confessionais e aos movimentos extremistas ligados a eles, que seriam conscientes de não poder enfrentar as eleições de outubro e estariam, assim, movendo-se para barrá-las, alimentando a violência nas ruas.

Nesse país, que busca uma nova definição, está também a comunidade católica tunisiana, pequena – 22 mil católicos em 10 milhões de habitantes –, mas viva e organizada em 11 paróquias, com 121 religiosas e 49 sacerdotes. Os católicos gerenciam 11 escolas, têm em suas salas 6 mil alunos muçulmanos e dão uma importante contribuição educativa para o futuro da Tunísia.

Nova realidade

“É necessário acolher esta realidade em sua novidade – escreve Dom Lahham – e viver com humildade a situação atual na Igreja”.

Humildade significa, entre outras coisas, “aceitar ser uma Igreja em uma sociedade muçulmana quase ao 100%” e, portanto, “viver a fé e testemunhar Jesus Cristo no seio de um povo não cristão”, além de “descobrir na vida deste povo e em suas tradições culturais e religiosas o dom que o próprio Deus lhes deu, para enriquecer nossa fé e a da nossa Igreja”.

Entre outras coisas, sobretudo nesta fase de transição democrática, oferece-se à Igreja Católica (quase em sua maioria composta de não tunisianos que em sua maioria são ocidentais) uma grande oportunidade: “além do respeito recíproco, ao diálogo da vida que é nosso pão cotidiano, temos a possibilidade, e talvez a missão, de servir de ponte entre estes dois mundos: o Magreb e o Ocidente”.

A propósito das tensões que atravessam o país, “uma coisa é a revolução – explica o bispo de Túnis – e outra é a democracia”. Uma fase constituinte, de fato, representa um gigantesco passo adiante nesta direção, mas estabelecer os valores da democracia custará gerações inteiras”.

“Durante décadas – assinala Dom Lahham – as pessoas tiveram medo das autoridades; agora são estas que temem a opinião pública. É um bem, portanto, que os jovens se manifestem”.

Se os tempos fixados para a transição democrática são ainda longos, é um tempo para sonhar com um espírito positivo e otimista, apesar das dificuldades.

É necessário que a Tunísia saiba resistir “às tentações do domínio, da posse e dos interesses pessoais”, para abrir as portas “à liberdade, ao respeito de todos em suas diferenças, ao sentido do serviço autêntico e sobretudo ao perdão dos erros do passado”.

Raízes religiosas

No que diz respeito à nova estrutura institucional, “nós somos a favor, certamente – afirma Dom Lahham –, da separação da mesquita do Estado”.

“Nós esperamos que a Tunísia possa encontrar um bom caminho para cada uma das aspirações espirituais e religiosas de seus cidadãos e de seus hóspedes”.

Espera-se também que o país saiba viver “ao mesmo tempo a transição democrática e a pertença ao mundo árabe muçulmano e que encontre o caminho para conciliar a fidelidade ao Deus único com os dons da modernidade”.

Desta modo, verdadeiramente, “a construção democrática representa a chegada à Terra prometida”.

Laboratório de democracia

Este momento histórico da Tunísia e a passagem a uma nova fase de definição institucional é o mesmo atravessado por outros países do norte da África e do Oriente Médio.

“A primavera árabe é real” – afirma Dom Lahham –. “Os países árabes estão vivendo, cada um em seu contexto particular, uma prometedora primavera”.

Esta primavera, segundo o arcebispo, floresce se estiver baseada na juventude, com suas reivindicações de liberdade, dignidade, transparência, justiça, igualdade, possibilidade de escolha pessoal.

“A Tunísia representa um laboratório de democracia para os países árabes: se o processo para a transição democrática chegar até aqui, o mesmo pode acontecer em outras partes e talvez mudar estruturas consolidadas nas relações internacionais.”

É necessário – convida o arcebispo – “ajudar a economia e erguer o turismo, que emprega 25% da população”.


Fonte: Zenit.

Índia: jejum contra discriminação dos “intocáveis”

De ontem até hoje, milhares de dalits, a casta dos “intocáveis” na Índia, fazem jejum nas ruas da capital Nova Déli como sinal de protesto contra as discriminações de que são objeto.

Os dalits, apesar da Constituição reconhecer a igualdade de direitos aos cidadãos, continuam sendo discriminados nas práticas sociais. Além disso, as dificuldades aumentam se eles forem cristãos ou muçulmanos.

O protesto, que concluirá na quinta-feira com uma grande manifestação pacífica em frente ao Parlamento, está organizado – segundo informa a agência Fides – pelo National Coordination Committee for Dalit Christians, o National Council of Dalit Christians e a Conferência Episcopal Indiana..

Em mais de um bilhão e 250 milhões de pessoas, os dalits são cerca de um quarto da sociedade indiana.

Segundo a organização internacional de defesa Dalit Freedom Network, o grupo compreende o maior número de pessoas catalogadas como vítimas da escravidão moderna.

É também o grupo humano com o mais alto risco de violência e de tráfico de seres humanos no país.

Os protestos se dirigem ao governo para que reveja a atual lei para ampliar os direitos constitucionais aos dalits cristãos e muçulmanos.

Com efeito, segundo a Constituição indiana, a lei Scheduled Castes Order prevê empréstimos econômicos, percursos educativos e sociais apenas a hindus, budistas e dalits siques, enquanto aos dalits cristãos e muçulmanos tais oportunidades são negadas.

Os bispos católicos do país acreditam que o maior obstáculo não é a constituição, mas a relutância dos líderes em estender estes direitos fundamentais aos dalits cristãos e muçulmanos.

Os bispos também expressaram a esperança de que estes protestos aumentem a pressão sobre chefes de governo e favoreçam mudanças constitucionais.

Dom Vincent Concessao, arcebispo de Déli, afirmou a UCANews: “o nosso movimento não é violento e lutaremos para obter justiça”.


Fonte: Zenit.

Santa Sé pede maior controle sobre tráfico de armas

O comércio ilegal de armas contribui para inúmeras situações de sofrimento humano. Faz-se necessária uma série de normas regulativas nesse âmbito, afirma a Santa Sé.

Em uma declaração preparada para o Terceiro Comitê Preparatório para a Conferência da ONU sobre o Tratado do Comércio de Armas (11 a 15 de julho em Nova York), a delegação da Santa Sé expressou seu apoio a parâmetros acordados internacionalmente que serão debatidos no ano que vem, na Conferência sobre o Comércio de Armas.

“Em muitas partes do mundo” – começa a declaração – “o comércio ilícito de armas e de munição tem provocado sofrimento humano, conflitos internos, distúrbios civis, violações dos direitos humanos, crises humanitárias, crime, violência e terror”.

“O comércio não regulado e não transparente e a ausência de sistemas de monitoramento efetivos do comércio de armas no âmbito internacional trazem sérias consequências humanitárias, detêm o desenvolvimento humano integral, comprometem o Estado de Direito, fazem aumentar os conflitos e a instabilidade em todo o mundo, colocam em risco os processos de paz nos diferentes países e geram uma cultura da violência e da impunidade.”

A declaração da delegação da Santa Sé na ONU afirma que as armas “não deveriam ser consideradas um tipo de mercadoria a mais à venda”.

“São necessários todos os esforços para prevenir a proliferação de todos os tipos de armas, que alentam as guerras locais e a violência e matam muitas pessoas no mundo todos os dias”, destaca a delegação.

“Daí a urgência da adoção de um instrumento legal, que a Santa Sé apoia plenamente, com medidas legais vinculantes sobre o controle do comércio de armas e munições convencionais no âmbito internacional, nacional e regional.”

Fonte: Zenit.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Motivações do terrorista de Oslo são anti-cristãs

As motivações do homem que assumiu a autoria dos atentados de Oslo, Anders Behring Breivik, não têm nada a ver com o cristianismo, nem sequer com ramos do cristianismo fundamentalista, explica o sociólogo da religião Massimo Introvigne, representante da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para a luta contra o racismo e as discriminações contra os cristãos.

Behring, segundo informa Introvigne, expôs suas reivindicações e ideologia no livro “2083 – Uma declaração de independência europeia”, assinado com o pseudônimo de Andrew Berwick, e difundido em um site codificado na internet a 22 de julho, poucas horas antes dos atentados.

“A autenticidade do texto – explica Introvigne – parece confirmada pelo fato de que inclui detalhes sobre a vida privada e familiar de Breivik e sobre a preparação do atentado, cujo objetivo, entre outras coisas, nunca é mencionado, que só o terrorista podia conhecer e é coerente com outros escritos de Breivik.”

“Este texto, de 1.500 páginas, é, numa terceira parte, uma antologia de escritos de outros autores contra o Islã e a imigração, entre os quais se encontra o blogger norueguês Fjordman, verdadeiro pai intelectual do terrorista, de quem cita um escrito, segundo o qual depois da Idade Média o cristianismo – cujos únicos aspectos eram de origem pagã – converteu-se para a Europa em ‘uma ameaça pior que o marxismo’”.

Outra terceira parte dos escritos do volume oferece material autobiográfico de Breivik, detalhes sumamente minuciosos sobre as armas, as táticas militares e explosivos, e um alucinante diário sobre a preparação do atentando.

“A parte mais interessante – afirma Introvigne – é a ideológica, que explica as motivações do atentado e as ideias de Breivik.”

O terrorista teria fundado, em 2002, em Londres, junto a outros ativistas, a ordem dos Pobres Companheiros de Cristo do Templo de Salomão, inspirado nos graus Templários da Maçonaria.

Esta suposta Ordem estaria aberta “aos cristãos, cristãos-agnósticos e ateus-cristãos”, quer dizer, a todos que reconhecem a importância das raízes culturais cristãs, “mas também “das judaicas e iluministas”, assim como “das pagãs e nórdicas”, por se oporem aos verdadeiros inimigos, o Islã e a imigração.

“Longe de ser um fundamentalista cristão – esclarece Introvigne – Breivik, batizado na Igreja Luterana da Noruega, define-se um ‘cristão cultural’, cujo apelo à herança cristã tem uma função instrumental anti-islâmica.”

As igrejas, segundo o terrorista, não estão dispostas a lutar contra o Islã. Por isso, ele propõe um Grande Congresso Cristão Europeu, do qual nasça uma nova Igreja Europeia e anti-islâmica. E ameaça diretamente o Papa Bento XVI, pois “abandonou o cristianismo e os cristãos na Europa e deve ser considerado um Papa covarde, incompetente, corrupto e ilegítimo”.

Os “justiceiros templários” de Breivik deveriam promover três fases da “guerra civil europeia”, explica o sociólogo.

“Na primeira (1999-2030), deveriam despertar a consciência adormecida dos europeus através de ‘ataques das células clandestinas’, desencadeando a ação de grupos que utilizam o terror: grupos pequenos, inclusive de uma ou duas pessoas”.

Na segunda fase (2030-2070), deve-se passar à insurreição armada e aos golpes de Estado. Na terceira (2070-2083), à verdadeira guerra contra os imigrantes muçulmanos.

Breivik é consciente de que os ataques da primeira fase transformarão os conspiradores em terroristas odiados por todos, mas esta é a forma do “martírio templário” que ele busca. Os objetivos dos ataques iniciais são os partidos políticos: o Partido Trabalhista Norueguês, em primeiro lugar, mas também aponta contra os partidos europeus que boicotariam de diferentes maneiras a guerra contra o Islã. Ele escreve ameaças contra partidos políticos italianos cúmplices desta acusação e contra Bento XVI.

Breivik reitera que não é um nazista (“se há uma figura que odeio é Adolf Hitler”), devido à ideologia político-religiosa pró-semita e pró-israelita do terrorista. Ele sonha com uma grande aliança dos povos nórdicos e dos judeus para lutar contra o inimigo pelo qual é obcecado: o Islã.

“Fica por ver se é verdade ou puro delírio – conclui Introvigne – a afirmação de que os neo-templários de Breivik não se reduzem apenas a ele, mas que abarcam outras pessoas que, segundo o texto, estariam sendo treinadas na África e em outros lugares pelos criminosos de guerra sérvios, a quem o terrorista considera heróis. Se fosse verdade, a ameaça contra a Itália e o Papa deveria ser levada a sério.”


Fonte: Zenit.

Bento XVI ensina como aproveitar as férias

Para desfrutar as férias, Bento XVI recomenda cultivar a amizade com Deus e com os demais e também exercitar a admiração pela natureza e a arte.

O padre Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, recolheu os conselhos que o Papa vem dando nos últimos domingos, no Angelus, para quem entrou em um período de férias neste verão do hemisfério norte.

Antes de tudo, o pontífice convida “a utilizar estes dias para viver de uma maneira nova as relações com os demais e com Deus. Se se pode interromper o ritmo cotidiano frenético e cansativo, é bom tomar um pouco de tempo para os demais e para o Senhor”.

Em concreto, o Papa sugere levar na mala a Palavra de Deus, em particular o Evangelho, recorda o padre Lombardi, no editorial da mais recente edição de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano.

O Papa convida ainda a contemplar a criação ao nosso redor, a admirar a beleza e estremecer-se diante da maravilha que faz pressentir a presença e a grandeza do Criador.

“É um dom magnífico, que há que observar com a atenção com a qual Jesus a observava, que sabia interpretar a linguagem e os sinais. Um dom que se deve respeitar, guardar, proteger, pelo qual somos responsáveis perante Deus, perante os demais, diante da humanidade do futuro”, afirma Lombardi.

Finalmente, o Papa convida os viajantes e peregrinos a descobrirem com curiosidade inteligente e profunda os monumentos da história cristã como testemunhos de cultura e de fé, autêntico patrimônio espiritual de laços com nossas raízes, lugares – como as catedrais ou as abadias – em que a beleza ajuda a reconhecer a presença de Deus.

Ao contemplar esses lugares de surpreendente beleza – recorda o porta-voz –, Bento XVI “convida à oração pela humanidade em caminhada no terceiro milênio”.

Nesse domingo, 24 de julho, falando em francês, o Papa deu um novo conselho. Convidou a “aproveitar o período em férias para buscar a Deus e pedir-lhe que nos liberte de tudo que nos atrapalha inutilmente”.

“Peçamos portanto um coração inteligente e sábio que saiba encontrá-lo”, concluiu o Papa.

Fonte: Zenit.

Bento XVI ensina como aproveitar as férias

Para desfrutar as férias, Bento XVI recomenda cultivar a amizade com Deus e com os demais e também exercitar a admiração pela natureza e a arte.

O padre Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, recolheu os conselhos que o Papa vem dando nos últimos domingos, no Angelus, para quem entrou em um período de férias neste verão do hemisfério norte.

Antes de tudo, o pontífice convida “a utilizar estes dias para viver de uma maneira nova as relações com os demais e com Deus. Se se pode interromper o ritmo cotidiano frenético e cansativo, é bom tomar um pouco de tempo para os demais e para o Senhor”.

Em concreto, o Papa sugere levar na mala a Palavra de Deus, em particular o Evangelho, recorda o padre Lombardi, no editorial da mais recente edição de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano.

O Papa convida ainda a contemplar a criação ao nosso redor, a admirar a beleza e estremecer-se diante da maravilha que faz pressentir a presença e a grandeza do Criador.

“É um dom magnífico, que há que observar com a atenção com a qual Jesus a observava, que sabia interpretar a linguagem e os sinais. Um dom que se deve respeitar, guardar, proteger, pelo qual somos responsáveis perante Deus, perante os demais, diante da humanidade do futuro”, afirma Lombardi.

Finalmente, o Papa convida os viajantes e peregrinos a descobrirem com curiosidade inteligente e profunda os monumentos da história cristã como testemunhos de cultura e de fé, autêntico patrimônio espiritual de laços com nossas raízes, lugares – como as catedrais ou as abadias – em que a beleza ajuda a reconhecer a presença de Deus.

Ao contemplar esses lugares de surpreendente beleza – recorda o porta-voz –, Bento XVI “convida à oração pela humanidade em caminhada no terceiro milênio”.

Nesse domingo, 24 de julho, falando em francês, o Papa deu um novo conselho. Convidou a “aproveitar o período em férias para buscar a Deus e pedir-lhe que nos liberte de tudo que nos atrapalha inutilmente”.

“Peçamos portanto um coração inteligente e sábio que saiba encontrá-lo”, concluiu o Papa.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Plano para expulsar os cristãos do Iraque e do Oriente Médio

Existe um plano para expulsar os cristãos do Iraque e do Oriente Médio, denuncia Joseph Kassab, diretor executivo da Federação Caldeia da América do Norte.

Kassab falou da situação e de como ajudá-los no programa de televisão Deus chora na Terra, da Catholic Radio and Television Network, em colaboração com Ajuda à Igreja Necessitada.

- Os cristãos estão fugindo em massa do Iraque. Como era a situação antes da invasão dos Estados Unidos?

- Kassab: O número de cristãos no Iraque antes da guerra de 2003 era um milhão e duzentos mil. Agora são menos de 300.000, e a maioria deles teve que fugir para o norte do Iraque atrás de mais segurança. Outros 300.000, 400.000, estão procurando asilo como refugiados nos países vizinhos, Jordânia, Síria, Turquia, Líbano e Egito. Alguns na Europa. Uma das razões disso é a violência cruel contra eles. As atrocidades são intoleráveis e incríveis. Os cristãos não andam armados, não têm uma milícia que os proteja, não têm tribos que os ajudem. Então viraram alvos fáceis. E os cristãos iraquianos são conhecidos como a elite, os mais educados, os acadêmicos, o mundo do pensamento iraquiano.

- Como era para os cristãos na época de Saddam Hussein?

- Kassab: Vamos explicar assim: com Saddam havia ordem, mas não havia lei; agora não há nem lei nem ordem. De certa forma, então, eles estavam melhor naquela época, porque havia um pouco de ordem, e em certo sentido havia algo que os protegia. Até que, na última década, Saddam tinha se tornado impiedoso, perseguia os cristãos de diversas formas. Ele mandou os seminaristas para a guerra contra a vontade; os obrigou a usar armas e matar gente. Nacionalizou as nossas instituições cristãs e proibiu batizar os cristãos com nomes bíblicos. Ele obrigou os cristãos a se filiar ao partido Ba’ath. Aconteciam todos esses abusos, mas, em termos de segurança, aos cristãos estavam melhor do que hoje.

- Como o senhor descreve a situação política do Iraque de hoje?

- Kassab: Depois da guerra houve muitas mudanças drásticas. Uma das mais importantes foi a formação de mais de 300 partidos políticos. Antes da guerra só havia um. Os norte-americanos marginalizaram o exército iraquiano, e agora os soldados lutam contra os americanos e contra o governo recém-criado. O desemprego aumentou 90% e as pessoas não sabem o que fazer. A situação continua caótica. Se você me perguntar se a democracia surgiu no Iraque, eu duvido muito. O princípio da democracia se baseia em dois pilares: o primeiro é o governo da maioria. O segundo, que é mais importante, é o reconhecimento e o respeito pelos direitos das minorias, e o respeito pelos direitos civis e religiosos. Isto não aconteceu no Iraque, então a democracia não germinou ainda.

- Na nova constituição iraquiana, existe um artigo que garante a liberdade de expressão religiosa. Existe liberdade religiosa?

- Kassab: A constituição reconhece a liberdade religiosa, mas a constituição é muito breve em termos de direitos das minorias religiosas como os cristãos. Há uma contradição com o artigo segundo, que diz que o islã é a religião majoritária e que não pode ser emitida nenhuma sentença contrária ao islã. Quer dizer que as pessoas que não professam o islã têm menos direitos, na prática. Eu acho necessário revisar a constituição do Iraque. Os cristãos deveriam ter mais representação no parlamento e no governo para poderem sobreviver.

- Os cristãos sofrem cada vez mais perseguição e violência. Por quê?

- Kassab: Eu acho que existe um propósito oculto. Acredito que o objetivo é expulsar os cristãos não só do Iraque, mas de todo o Oriente Médio. É o que está acontecendo, mas a comunidade internacional não fala nada. Não sabemos por que eles querem esvaziar esta região de cristãos, porque aqui é o berço do cristianismo.

- Os cristãos são o povo “indígena” da região?

Kassab: Os cristãos são os indígenas da região, sim, porque os nossos antepassados e a nossa história remontam a 5.000 anos, a 3.000 anos antes de Cristo. Eu não entendo por que isso acontece hoje. Eu acho que existe mesmo essa agenda oculta para deixar nesta região em particular uma religião só, em vez de ser uma região com diversidade de religiões.

- Do que exatamente nós estamos falando quando falamos de violência contra os cristãos?

Kassab: De muitas atrocidades e histórias não documentadas, terríveis. Por exemplo, tivemos o caso de uma mulher cristã de 24 anos, chamada Rita. Por causa das ameaças e da intimidação ela fugiu do Iraque para a Jordânia. Depois de um mês lá, ela ouviu dizer que os três irmãos dela, que tinham ficado no Iraque, tinham sido sequestrados pelos fundamentalistas. Ela teimou em voltar para ajudar a salvá-los. E foi sequestrada pelos mesmos sequestradores. Ficou cinco dias no cativeiro, apanhou e foi estuprada vezes e mais vezes! A família pagou o resgate. E aí ela pôde contar a história. Ela disse que durante aquela experiência terrível rezou para Deus e prometeu a Cristo que seria cristã até a morte.

- Os cristãos morrem por serem cristãos?

Kassab: Sim. Temos o caso de Ajad, de 14 anos. Seu trabalho era guardar o gerador elétrico de seu bairro. Assim ele ajudava sua mãe economicamente. Seu pai tinha sido assassinado pelos insurgentes. Uma noite, enquanto estava no trabalho, um fundamentalista o cercou e disse: “Que está fazendo aqui?”. Ele respondeu: “Estou guardando isto; é o meu trabalho”. Viram que ele usava uma cruz e lhe disseram: “Você é cristão?”. E ele: “Sim, sou”. Eles disseram: “Tem de se converter ao Islã, ou morre”. Respondeu: “Prefiro morrer como cristão a converter-me ao Islã”. Eles o mataram e o crucificaram. Depois, lançaram seu corpo em uma fogueira. Esse é o tipo de história que se ouve no Iraque.

- Certo número de membros da hierarquia católica, bispos, sacerdotes e diáconos, tem sido objetivos.

- Kassab: 59 igrejas no Iraque foram queimadas, atacadas a bomba, e muitos membros do clero de nossa Igreja foram sequestrados, assassinados. Tudo que é um alvo fácil, sobretudo os cristãos, converte-se em objetivo dos fundamentalistas.

- Por que os cristãos são um “objetivo fácil”?

- Kassab: A razão são suas crenças cristãs. Acreditam na paz. Não gostam de lutar. Ademais, são donos de muitas empresas e são empresários de êxito. Pagam os resgates quando são sequestrados. É também uma forma como os fundamentalistas intimidas estes grupos religiosos minoritários.

- Já ouviu relatos de muçulmanos moderados que trabalham para salvar os cristãos?

- Kassab: Sim. Há muitas histórias a contar sobre muçulmanos moderados que protegem os cristãos iraquianos. Isso é especialmente verdade entre vizinhos. Esse é um sinal positivo no Iraque, que espero que prossiga.

- Os cristãos estão se deslocando para a planície de Nínive. É uma boa ideia?

- Kassab: Sim e não. Explico: é uma boa ideia que nossa gente se dirija para áreas seguras, ao menos pelo momento, para sobreviver. Ali eles estão perto dos curdos, que, nesta situação, simpatizam com todas as minorias religiosas do Iraque que estão sofrendo. Mas, ao mesmo tempo, há muitos mal-entendidos na ideia de que, se se faz isso, tornam-se vulneráveis porque se concentram em uma área. Não é isso que estamos pedindo. O que pedimos é uma zona de administração própria, onde possam cuidar de si mesmos. Outra proposta é que deveria haver um Conselho Iraquiano de Segurança para as Minorias.

- Que podemos fazer?

- Kassab: Temos de informar, nossa palavra tem de ecoar. Tem de se tornar pública, como estamos fazendo agora. Também gostaríamos de ver as organizações humanitárias na região, para oferecer ajuda imediata às pessoas. Trata-se de um apelo importante para resgatar nosso povo, especialmente os refugiados. Eles estão passando por um momento terrível nos países em que buscaram asilo. Agora é o momento de chamar à reconciliação todas as pessoas do Iraque, para que se unam, e não se fragmentem. Quando isso ocorrer, os cristãos sem dúvida ficarão em situação melhor.

- Que seria de um Iraque sem cristãos?

- Kassab: Os cristãos, como disse, são parte integrante do Iraque. São a elite. São os com maior grau de educação e contribuíram muito para o Iraque, sem receber nada em troca, nem ter uma agenda oculta. Por isso, o Iraque sem os cristãos não será o mesmo Iraque que conhecemos durante séculos.

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Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por Catholic Radio and Television Network, (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.

Mais informação em www.aisbrasil.org.br, www.fundacao-ais.pt.

Fonte: Zenit.

Bento XVI sublinha importância da reta consciência

Bento XVI introduziu hoje a oração do Angelus, em Castel Gandolfo, com uma reflexão sobre a importância da reta consciência na vida de cada pessoa.

O Papa comentou a primeira leitura da Liturgia da Palavra de hoje, em que o jovem rei Salomão pede – e obtém – de Deus a sabedoria para governar o povo de Israel.

“Cada um de nós tem uma consciência para ser, em um certo sentido, ‘rei’, quer dizer, para exercitar a grande dignidade humana de atuar segundo a reta consciência, trabalhando pelo bem e evitando o mal”, disse o Papa.

Quando Salomão pede um “coração dócil” – explicou o Papa – referia-se a “uma consciência que sabe escutar, que é sensível à voz da verdade, e por isso é capaz de discernir o bem do mal”.

O exemplo de Salomão vale para cada homem – disse o pontífice –, em quem deve se formar uma consciência sempre aberta à verdade e sensível à justiça.

“A consciência moral pressupõe a capacidade de escutar a voz da verdade, de ser dóceis a suas indicações.”

“Uma mentalidade equivocada nos sugere pedir a Deus coisas ou condições favoráveis”, advertiu.

Na realidade – explicou o Papa –, “a verdadeira qualidade de nossa vida e da vida social depende da reta consciência de cada um, da capacidade de cada um e de todos de reconhecer o bem, separando-o do mal, e de buscar realizá-lo com paciência”.

Fonte: Zenit.

Belarus: comunicar a fé a uma geração pós-comunista

Comunicar a fé a uma geração pós-comunista é a primeira prioridade para um bispo da região oriental de Belarus.

Dom Wladyslaw Blin, bispo de Vitebsk, explicou a situação que sua diocese vive à associação caritativa católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), destacando a importância da nova evangelização em um país oprimido pelo comunismo durante mais de 70 anos.

“Hoje devemos buscar novas vias para chegar às pessoas, para que permaneçam firmes em sua própria fé”, afirmou.

“A nova evangelização – acrescentou – deve expressar o poder da fé e do Evangelho, porque as pessoas estão perdendo de vista o poder do Espírito Santo.”

Neste contexto, a diocese do prelado está comprometida com uma série de projetos para comunicar a Boa Nova, como o Festival de Música Espiritual para Jovens, as jornadas de Cultura Cristã, que incentivam o interesse nas práticas cristãs tradicionais do país.

Entre as iniciativas, está também o “Magnificat”, o festival de filmes cristãos, sob o patrocínio de Dom Blin.

“Pregar o Evangelho é um grande desafio para a Igreja Católica – disse o prelado. Antes, a fé era parte das nossas tradições, mas atualmente as pessoas estão se afastando lentamente dela.”

A Igreja não deixa de enfrentar questões éticas e morais e Dom Blin organiza conferências médicas internacionais em Belarus. Profissionais e especialistas de Roma são enviados a falar da ética cristã na profissão médica, incluída a dignidade humana.

Também são muito populares as peregrinações a lugares como Braclav e Buclav. Em 1º de julho, quase 2.500 peregrinos chegaram ao santuário nacional em Budslau, na vigília da festa de Nossa Senhora de Budslau.

Apesar dos desafios, a fé está profundamente enraizada em muitas pessoas, em parte devido à perseguição sob o comunismo.

Dom Blin, que durante o período comunista esteve exilado na Polônia, recordou que muitos “morreram pela sua fé. Quase todas as famílias têm uma vítima que deu sua vida pela sua fé em Deus”.

“O país, sobretudo nas regiões orientais, sobreviveu 70 anos sem Deus. Agora é necessário dar testemunho à próxima geração.”

Para o prelado, o papel da Igreja Católica é o de “reforçar a consciência do povo sobre o fato de que todas as pessoas têm o direito de praticar a religião que têm no coração, a fé dos seus antepassados”.

“Devemos estar lá para os fiéis – disse o bispo. Queremos mostrar-lhes que, com Deus, qualquer um pode ser feliz, porque Deus é amor. Toda pessoa infeliz perdeu Deus em sua vida.”

Em Belarus há 10 milhões de habitantes, dos quais quase 2 milhões são católicos, enquanto a maioria é ortodoxa russa.

Fonte: Zenit.

Sexualidade a partir de uma visão clara de Pessoa

Acaba de ser lançado no Brasil o livro “Sexualidade, gênero e desafios bioéticos”, organizado pela médica Elizabeth Kipman.

Trata-se de uma obra que quer contribuir para a formação de líderes no tema da sexualidade, à luz da Bioética personalista.

Em apresentação da obra enviada a ZENIT, a Dra. Elizabeth explica que os autores do livro apresentam considerações sobre a Sexualidade humana, inserida na realidade contemporânea, sob alguns aspectos que se complementam embora não sejam interdependentes, desde que se parta de uma visão clara de Pessoa.

Os capítulos apresentam conceitos fundamentais e chegam a questionamentos de ordem prática, procurando contribuir para a reflexão de um aspecto tão fundamental para a estrutura da personalidade e para a realização pessoal, como é o tema da Sexualidade e a da afetividade.

A finalidade dos autores é examinar alguns dos aspectos ligados a este complexo tema e sensibilizar a opinião de todos quantos lerem para uma dupla pergunta: Realmente, o que é e o que representa a Sexualidade humana? Quais as perspectivas de realização pessoal e social na cultura contemporânea?

O I Capítulo apresenta uma breve visão da Bioética e dos modelos principais de marcada influência atual fundamentando a escolha dos autores por um destes modelos, a bioética personalista.

O II Capítulo, ao expor as origens biológicas da determinação sexual e ao apresentar a discussão de casos, expõe a provocação para refletir sobre a importância da integração da Sexualidade para preservar a totalidade da Pessoa humana.

O III Capítulo discorre sobre a Sexualidade propriamente dita como um convite a viver a plenitude de uma realização interpessoal. Apresenta a definição, influência da Psicanálise e a opinião de alguns autores em um alcance político mais amplo.

No IV Capítulo, encontra-se a apresentação de pilares para a educação sexual em geral. Analisam-se os programas atualmente propostos às escolas enumerando seus problemas e possíveis consequências.

O V Capítulo, ao enfocar a questão do Gênero, leva a um passeio pela história do feminismo, identificando as 3 fases principais. Detém-se na análise do feminismo contemporâneo e apresenta um desafio construtivo da identidade feminina e masculina.

Mais informações em: http://comunidadesenhordavida.org.br/

Fonte: Zenit.

Grã-Bretanha: nova eugenia de bebês com deficiências

O governo britânico acaba de tornar pública uma inquietante série de informações sobre abortos tardios e eliminação de bebês com deficiências: na Inglaterra e em Gales, são abortados até bebês com palato fendido, pé torto e síndrome de Down.

Segundo a BBC (4 de julho), conseguir essas estatísticas não foi fácil. Em 2003, o Departamento de Saúde decidiu suspender a publicação de informação sobre abortos tardios, depois de protestos generalizados contra os abortos de bebês com palato fendido.

Com base na legislação sobre a liberdade de informação, a ProLife Alliance solicitou detalhes sobre esse tipo de aborto. O Departamento de Saúde negou-se a dar informações, e só com ordem do Tribunal Supremo tornou os dados finalmente públicos.

O site do Departamento de Saúde revela abortos realizados por causa de defeitos genéticos ou deficiências e abortos feitos em meninas com menos de 16 anos.

Em nota à imprensa (4 de julho), a ProLife Alliance se disse satisfeita com a publicação dos dados, que havia solicitado em fevereiro de 2005.

A satisfação não é compartilhada por Ann Furedi, diretora executiva do British Pregnancy Advisory Service, que faz os abortos. “A publicação dessas estatísticas depois de uma campanha do lobby anti-aborto é mais um passo no desejo deles de vingança”, afirmou à BBC.

Discriminação dos deficientes

Em 2010, 482 bebês com síndrome de Down foram abortados. Dez com mais de 24 semanas. Outros 181 foram abortados devido ao histórico familiar de doenças hereditárias. Em total, houve 2.290 abortos em 2010 por problemas genéticos ou deficiências. Destes, 147 depois da 24ª semana de gestação.

Em declaração pública, a Sociedade para a Proteção das Crianças Não Nascidas (SPUC) manifestou preocupação com os dados sobre os abortos.

Anthony Ozimic, diretor de comunicação do SPUC, comenta: “Entre 2001 e 2010, o número de abortos por deficiências aumentou um terço, 10 vezes mais que os abortos em geral. É claro que o aborto legal é um sistema que discrimina, de modo fatal, os deficientes”.

A Inglaterra e Gales não são os únicos lugares em que ocorre a eliminação seletiva. Cerca de 6.000 crianças com síndrome de Down nascem por ano nos Estados Unidos. O número se reduziu desde a generalização do diagnóstico pré-natal.

Houve uma queda de 11% entre 1989 e 2006, período em que se esperava aumento, segundo reportagem da Associated Press (12 de junho) sobre o diagnóstico pré-natal.

Houve ainda um importante número de abortos em meninas menores de idade na Inglaterra e em Gales. Em 2010, foram 3.718 abortos em menores de 16 anos. Os números mostram 2.676 abortos em idades de 14 a 15 anos, 906 de 13 a 14 anos, 134 de 12 a 13 anos, e dois em menores de 12 anos. No período 2002-2010 houve em total 35.262 abortos em menores de 16 anos.

As últimas informações não são a única causa de preocupação sobre o aborto na Inglaterra e em Gales. O número de abortos aumentou 8% na última década. Em comunicado no dia 24 de maio, o Departamento de Saúde afirmou que o número total de abortos em 2010 foi de 189.574, 8% a mais que em 2000 (175.542).

O índice de abortos ficou acima de 33 por 1.000 mulheres entre 19 e 20 anos. As mulheres solteiras representam 81% de todos os abortos. Em geral, 91% dos abortos foram feitos antes da 13ª semana de gestação, com 77% antes da 10ª semana.

Os abortos médicos, ou seja, feitos com o uso de medicamentos, somam 43% do total, notável aumento em comparação com 2000, quando eram 12%.

Micaela Aston, da organização Life, expressa preocupação com a tendência das mulheres a fazer a abortos tão cedo: “É vital dar tempo às mulheres para pensar nas opções. Dados de outros países sugerem que períodos de ‘esfriamento’ antes do aborto podem reduzir essa prática, já que as mulheres e as famílias têm mais tempo para considerar as opções” (Telegraph, 24 de maio).

Reincidências

O relatório do Departamento de Saúde aponta aumento na quantidade de mulheres que reincidem no aborto. Em 2010, 34% das mulheres que abortaram já tinham abortado antes. É uma porcentagem 30% maior que a de 2000.

Estudo recente sublinha os perigos de um alto número de abortos em idade jovem, ou de ter abortos múltiplos. Pesquisas com um milhão de gravidezes na Escócia durante 26 anos mostraram que as mulheres que abortaram têm mais probabilidades de um parto prematuro e outras complicações.

Segundo reportagem do Times (5 de julho) sobre estas pesquisas, as mulheres que abortaram têm 34% a mais de probabilidades de um filho com nascimento prematuro do que as grávidas pela primeira vez.

O número sobe para 73% nas mulheres que têm o segundo filho, quando normalmente elas deveriam ter risco menor de parto prematuro.

Sohinee Bhattacharya, da Universidade de Aberdeen, dirigiu a pesquisa, ainda em etapa preliminar e não publicada.

O risco de dar à luz antes do tempo aumenta notavelmente se uma mulher tiver tido mais de dois abortos. Uma em cada cinco mulheres que tiveram quatro abortos dará à luz antes das 37 semanas, em comparação com menos de uma em cada 10 mulheres que tiveram um só.

Bhattacharya explica que o risco de um nascimento prematuro é de cerca de 6%, enquanto que em mulheres que tiveram um aborto eleva-se a 10%.

Apesar de que o número de mulheres que se verão afetadas por isso é relativamente pequeno, Josephine Quintavalle, da ProLife Alliance, declarou ao Times que isso traz evidências sólidas do impacto do aborto na saúde.

“Independentemente da postura de alguém quanto à moralidade do aborto, é mais que evidente que deveria ser uma parte essencial dos protocolos de consentimento informado alertar as pacientes sobre os riscos muito reais de sofrer abortos não desejados no futuro”, assinala.

Consciência moral

No dia 26 de fevereiro, Bento XVI se dirigiu aos membros da Pontifícia Academia para a Vida, que tinham se reunido para seu encontro anual. Um dos temas tratados foi o trauma sofrido pelas mulheres que tiveram um aborto.

O Papa assinalou que a dor psicológica vivida pelas mulheres que abortaram “revela a voz insuprimível da consciência moral e a ferida gravíssima que ela padece cada vez que a ação humana atraiçoa a vocação inata ao bem do ser humano, que ela testemunha”.

Ele também criticou os pais que deixam sós as mulheres grávidas. Segundo Bento XVI, estamos em um momento cultural em que houve um eclipse do sentido da vida, que debilitou a percepção da gravidade do aborto. Não há melhores evidências disso que os últimos dados da Grã-Bretanha.

Fonte: Zenit.

Papa volta a demonstrar sua dor pela tragédia na Noruega

Bento XVI voltou a demonstrar sua dor pelos atentados que tiraram a vida de mais de 90 pessoas nessa sexta-feira, na Noruega.

Ao concluir a oração do Angelus com os peregrinos em Castel Gandolfo, o Papa disse: “mais uma vez, infelizmente, chegam notícias de morte e de violência”. Ele disse que reza pelas vítimas, pelos feridos e pelos entes queridos.

“Quero repetir a todos o vivo apelo a abandonar para sempre o caminho do ódio e fugir das lógicas do mal”, afirmou o Papa.

Bento XVI reiterou assim a exortação a “evitar o ódio” que tinha feito chegar ontem, na mensagem firmada pelo cardeal Tarcisio Bertone, a Harald V, rei da Noruega, após tomar conhecimento da tragédia.

Fonte: Zenit.

Fátima: oração pelas vítimas do atentado na Noruega

Esta manhã, durante a eucaristia dominical celebrada às 11h no Recinto de Oração do Santuário de Fátima, no momento da oração dos fiéis, foram lembradas as vítimas do atentado perpetrado em Oslo e na ilha de Utøyana, na Noruega, na sexta-feira.

Rezou-se em especial para que, neste momento de sofrimento, os familiares das vítimas e os sobreviventes obtenham “a consolação que vem da fé e da esperança cristã”.

Neste domingo, o número de vítimas fatais no duplo atentado na Noruega subiu para 93, após a morte de mais um ferido.

São 86 as vítimas no tiroteio do acampamento de verão na ilha de Utoeya. Outras sete pessoas foram mortas, cerca de duas horas antes, na explosão de uma bomba nos arredores da sede do governo, em Oslo.

Fonte: Zenit.

sábado, 23 de julho de 2011

Cristãos são ponte de paz na Terra Santa

Os cristãos podem ser uma ponte de paz na complicada situação da Terra Santa, afirmou o representante de Bento XVI na Conferência Internacional sobre os Cristãos da Terra Santa.

O cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, participou do encontro no palácio de Lambeth, em 18 e 19 de julho, por iniciativa do arcebispo de Canterbury e primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams, e do arcebispo católico de Westminster, Dom Vincent Nichols.

Para o cardeal, os cristãos podem ser uma ponte entre judeus e muçulmanos, e são anunciadores de esperança, em memória de Abraão, pai das três religiões monoteístas, porque “a religião ensina que só existe um futuro: o futuro compartilhado”.

“Mas também são um dom para a sociedade”, completou o purpurado, “porque trazem abertura cultural e senso de dignidade humana, de forma especial as mulheres; uma concepção da liberdade que harmoniza direitos e privilégios e uma ideia da sociedade política que pode levar à democracia”.

Testemunhos vivos, não arqueologia

Daí o chamamento do purpurado para que a Terra Santa não seja só um cenário arqueológico, um museu a céu aberto: “Para os cristãos, os santos lugares são testemunhos vivos, são a terra da revelação de Deus, o lugar onde Jesus viveu, morreu e ressuscitou”.

O cardeal Tauran lembrou que os cristãos da Terra Santa e, em geral, do Oriente Médio, são árabes, descendentes diretos da fé apostólica, e que chegaram à região muito antes que os muçulmanos.

Eles não solicitam asilo, portanto, “porque já estão em casa”: eles permaneceram na Terra Santa durante séculos.

Uma solução para Jerusalém

O purpurado considerou primordial a procura de uma solução para o status jurídico de Jerusalém. Em consonância com a Santa Sé, expressou o anseio de que a região mais significativa da cidade, onde estão os principais lugares sagrados das três religiões monoteístas, obtenha status especial garantido internacionalmente.

“Desta forma, ficariam garantidos direitos fundamentais como a liberdade de consciência, de religião, de circulação, educação e saúde, para cristãos, judeus e muçulmanos”, ressaltou o purpurado francês.

Fonte: Zenit.

Landel destaca papel dos cristãos na “primavera árabe”

A “primavera árabe” que numerosos países estão vivendo pode ser também uma oportunidade para os cristãos de “dar razão da esperança” que há neles e de fazer germinar ao seu redor as sementes de paz, justiça e reconciliação, segundo o arcebispo de Rabat, Dom Vincent Landel.

Em um editorial publicado na revista da diocese de Rabat, Ensemble, Dom Landel, SCJ, convida os cristãos, inclusive os que estão de passagem – como é o caso de muitos deles em Marrocos –, a interessar-se por esta primavera árabe.

“Não podemos permanecer como espectadores de tudo o que se transforma”, escreve.

“Saberemos, diante das pessoas com quem nos encontramos, dar testemunho de que esta primavera da Igreja é algo maravilhoso?”, pergunta-se.

Dom Landel está convencido de que esta primavera “pode mostrar seu esplendor no coração deste mundo muçulmano”, de que se trata de uma “verdadeira primavera, porque a nossa fé está obrigada a crescer”.

“Teremos a audácia de dizer por todos os continentes que podemos viver uma fé viva e vivificante no coração do mundo do Islã?”, interroga-se. E conclui: “As palavras liberdade, justiça, dignidade, participação, honestidade, responsabilidade... não estão vazias de sentido para nós, os batizados!”.


Fonte: Zenit.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Igreja deve aprender linguagem dos jovens

Para evangelizar os jovens, a Igreja precisa compreender sua cultura, na qual a liberdade e a ciência são valores dominantes, considera o arcebispo Rino Fisichella.

Segundo o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, não se pode falar de Cristo aos jovens “sem falar da liberdade, pois o jovem de hoje a colocou em sua cultura, mas a liberdade tem de estar sempre em relação com a verdade, pois é a Verdade que produz a liberdade”.

Ao mesmo tempo, acrescenta, “não se pode falar de Deus aos jovens sem conhecer a cultura dos jovens de hoje, que é a científica. A cultura de hoje, seu conteúdo, está repleto de axiomas de ciência”.

O prelado italiano compartilhou sua análise da evangelização dos jovens ao participar, em 20 de julho, do curso de verão “Os jovens e a Igreja Católica”, organizado pela Universidade Rei João Carlos.

Esclareceu que a Igreja está “a favor da ciência, mas esta tem de estar a favor da humanidade e nunca contra ela”.

“Chegará o momento em que a própria ciência pedirá ajuda à teologia para conhecer mais amplamente os âmbitos da realidade e poder dar resposta à dor, à traição, à morte”, em definitiva, “às grandes perguntas, as perguntas de sentido”, afirmou Dom Fisichella, em uma conferência intitulada “Os jovens e Deus, os jovens e Jesus Cristo, os jovens e a vida eterna”.

O prelado destacou que “a interação ciência-vida pessoal-ética é necessária, não se pode viver sem ela”.

Como exemplo, Fisichella contou o caso do diretor do Projeto Genoma, Francis S. Collins, que se adentrou na linguagem de Deus, porque “a verdadeira ciência nos coloca às portas do transcendente”.

E concluiu afirmando que “se pode ser católico e cientista ao mesmo tempo. Viver o conhecimento científico não implica em ser ateu. O cientista tem seus limites, não pode afirmar a não-existência de Deus”.

Fonte: Zenit.

CNBB premia comunicação

A cerimônia de entrega dos Prêmios de Comunicação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) aconteceu na noite dessa quarta-feira, no 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que acontece na PUC do Rio de Janeiro.

As boas-vindas foram dadas pelo presidente da Comissão da CNBB para a Comunicação. “Os prêmios dados pela CNBB são um reconhecimento pela Igreja daqueles que trabalham na comunicação a serviço do bem, ajudando a construir a civilização do amor”, disse, segundo informa a Sala de Imprensa do organismo episcopal.

Impresso

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João tempesta, fez a entrega do Prêmio Dom Helder de Imprensa.

A jornalista Letícia Aline Paris, da Mensageiro de Santo Antônio, recebeu a estatueta pela reportagem “Adolfo Guidi, dedicação e luta pela vida de um filho”.

Os jornalistas do Jornal Santuário de Aparecida, Daniele Simões, Paulo Eduardo de Gois e Felipe Chicarino da Silva, também foram premiados pela reportagem “Força de Vontade”.

O último troféu Dom Helder de Imprensa foi para Alexandre Lyrio, Jorge Gauthier e Victor Uchoa, do jornal Correio, da Bahia, autores da série especial “Além do hábito”, sobre a vida de Irmã Dulce.

Os premiados foram unânimes em exaltar a iniciativa da CNBB de premiar reportagens pautadas em valores que ressaltam a dignidade da pessoa humana.

“Nosso trabalho tentou e conseguiu trazer outra face da Irma Dulce e seu exemplo de bondade e de fé”, disse Alexandre Lyrio sobre a reportagem “Além do hábito”.

Rádio

O prêmio de rádio Microfone de Prata considerou as categorias Religioso, Jornalismo e Entretenimento e foi entregue pelos diretores da Signis Brasil e Rede Católica de Rádio (RCR), organizadores do Prêmio com a CNBB.

Na categoria Religioso venceu o programa “A caminho do Reino”, da Rádio 9 de julho, da arquidiocese de São Paulo, apresentado pelo padre José Renato. Já na categoria jornalismo, foi premiado o “Jornal da Manhã”, da Rádio Educadora AM, de Coronel Fabriciano (MG), apresentado por Roberto Siqueira. A vencedora da categoria entretenimento, Joelma Viana e Anderleia Oliveira, veio de Santarém, no Pará, com o programa “Caminhos da Amazônia”.

TV

Para entregar a estatueta Clara de Assis, que premia trabalhos de televisão, foi convidado o padre Fábio de Melo. Receberam o prêmio Laerte José Cerqueira da Silva, da TV Cabo Branco (afiliada da Rede Globo na Paraíba), com a matéria “Caravana – JPB – Paraíba”.

Na categoria documentário, o prêmio foi para o Núcleo de TV da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), com o filme “Paternidade ausente, histórias incompletas”, que relata a dificuldade e desafios enfrentados pelo reconhecimento paterno, a investigação de paternidade e a relação entre pais e filhos.

Nesta mesma categoria, foi premiado também o jornalista Pedro Luiz Monteiro Teixeira, da Rede Canção Nova, com o filme “Irmã Dulce”, um especial sobre a vida e obra da irmã baiana, beatifica no dia 22 de maio deste ano.

Cinema

Prêmio mais antigo e mais concorrido da CNBB, o Margarida de Prata agracia os produtores de cinema desde a década de 1960. Nesta edição foi premiado o longa “Esse homem vai morrer – Um Faroeste Caboclo”, de Emílio Gallo, como documentário investigativo.

Outro premiado foi o Milagre de Aparecida, de Tizuka Yamasaki. O filme narra uma história de transformação, superação e reencontro de um homem e sua família através da fé em Nossa Senhora Aparecida.

Na categoria documentário de longa-metragem o ganhador foi “Família Braz – Dois Tempos”, de Dorrit Harazim e Arthur Fontes Nesta mesma categoria, foi premiado também “Augusto Boal e o teatro do oprimido”, de Zelito Viana.

Fonte: Zenit.

Primeiro escocês ordenado para o ordinariato

O Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham deu as boas-vindas ao primeiro sacerdote escocês.

O Pe. Len Black, de 61 anos, foi ordenado no último domingo, na igreja de Santa Maria de Greenock. Dom Philip Tartaglia, de Paisley, foi o bispo ordenante.

O Pe. Black foi ministro episcopaliano durante 30 anos. Foi também o decano de Forward in Faith, um grupo de anglicanos que tinha o desejo de aderir ao ensinamento tradicional da Comunhão.

Doze fiéis estão esperando para unir-se ao ordinariato com ele, informou o Scotsman.

Falando sobre a cerimônia, ele disse: “O presente da ordenação é um grande privilégio e uma honra, e para mim também é a culminação de uma longa viagem rumo à comunhão total com a Igreja Católica, graças à generosidade do Papa Bento XVI”.

De acordo com o Scotsman, Dom Tartaglia, que está supervisionando os assuntos relacionados ao ordinariato na Escócia, considerou a ordenação como um sinal de progresso ecumênico.

“Apesar de o grupo da Escócia ser muito pequeno, quando considerado com os grupos mais fortes da Inglaterra e País de Gales – e os próximos acordos que acontecerão em breve nos Estados Unidos e possivelmente depois na Austrália –, isso começa a parecer um novo e visionário modo de recriar a unidade da cristandade, depois de muitos anos de estancamento ecumênico”, disse.

“Tudo isso está marcado pela surpreendente originalidade, simplicidade e generosidade da iniciativa do Papa Bento XVI”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Jovens inserem Fátima no roteiro de viagem da JMJ

Vários grupos de jovens de diferentes nacionalidades que vão à Jornada Mundial da Juventude de Madri – 16 a 21 de agosto – inseriram no seu roteiro de viagem uma peregrinação ao Santuário de Fátima.

Segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário, alguns grupos prevêem passar por Fátima antes da JMJ, outros marcaram a vinda a Portugal para após este grande encontro.

“Até este momento, fizeram-se anunciar 64 grupos de jovens, que indicam participar também nas JMJ. Destes, 45 vêm antes das jornadas e 19 vêm depois”, revela Natalina Ferreira, diretora do Serviço de Peregrinos (SEPE) do Santuário de Fátima.

Dos grupos já inscritos, 42 têm até 100 peregrinos, 17 têm entre 100 e 500 peregrinos. Três grupos dos mais numerosos vêm do Brasil: um com 615 jovens, outro com 1000 e outro com 1500. De Lisboa irá ao santuário um grupo de 2.000 jovens. O maior dos grupos trará a Fátima 2.500 jovens.

“Este maior grupo, de 2.500 pessoas, inclui peregrinos de língua espanhola de diferentes países, sobretudo da América do Sul. São jovens que, antes das jornadas, se vão juntar na diocese de Coria-Cácares, em Espanha, e que aproveitam para vir a Fátima em peregrinação. A organização é da Delegación de Infancia e Juventud de Coria-Cáceres”, sublinha esta responsável em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.

As nacionalidades que estarão representadas em Fátima são diversas e expressivas da grandeza e do impacto da JMJ.

Irão a Portugal: do Brasil 13 grupos, dos Estados Unidos 11, do Canadá 4, do Equador outros 4 e de França 3. Polônia, Argentina, Nova Caledônia e Vietnã trarão, cada país, dois grupos ao Santuário de Fátima.

Índia, Rússia, Porto Rico, Chile, Holanda, Iraque, Filipinas, Taiwan (CN), México, Timor Leste – cada um destes países trará um grupo.

Também em Portugal, os jovens que se organizam para a JMJ incluem o Santuário de Fátima no trajeto.

“O Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa é disso um bom exemplo, com um grupo de 2000 jovens e outro de 350”, destaca Natalina Ferreira.

Segundo a responsável, o Santuário de Fátima pretende acolher os grupos peregrinos da melhor forma possível, como uma boa oportunidade de aprofundamento da fé e de interiorização da mensagem de Fátima.

“Em relação ao alojamento, em algumas datas não temos mais disponibilidade; quanto às refeições, há dias em que estamos no limite máximo, nas casas do Santuário. No que respeita às celebrações, para os grupos mais numerosos disponibilizamos a própria Igreja da Santíssima Trindade. Quando é possível, reservamos uma capela para cada grupo ou propomos que participem nas celebrações oficiais, uma vez que, para além das missas em português, temos a missa oficial em italiano, inglês e em espanhol”, explica Natalina Ferreira.

Duas outras propostas estão a ser bem acolhidas pelas organizações que prepararam a peregrinações. A primeira passa pelo convite à participação no Rosário oficial, em que os mistérios são recitados nos diferentes idiomas, e, a segunda, pela possibilidade de grupos de jovens levarem o andor de Nossa Senhora na durante a procissão.

A Casa do Jovem, aberta habitualmente só aos fins-de-semana de julho e agosto, alargará o período de funcionamento para prestar um melhor acolhimento: estará aberta nos dias 11, 12, 15, 16, 22, 23, 24 e 25 de Agosto, jornadas com maior número de grupos de peregrinos jovens inscritos.

“Os acolhedores estarão à disposição para apresentar a mensagem de Fátima, passar um filme, falar sobre a espiritualidade do lugar, para ouvir os jovens, para conversar. É também um local propício à oração, uma vez que a Casa do Jovem tem capela própria”, sublinha Natalina Ferreira.


Fonte: Zenit.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Paróquias como lugares de esperança

Cada vez mais, as paróquias na Europa estão enfrentando o mesmo desafio: a indiferença religiosa, segundo observou Josep Taberner Vilar, catalão, um dos dois copresidentes da Conferência Europeia das Paróquias (CEP), que celebra a sua vigésima edição em Nyíregyháza, Hungria.

O encontro, dedicado este ano ao tema "As paróquias, lugares de esperança. Sempre dispostos a responder a quem vos pedir razão da vossa esperança", está considerando uma nova pastoral, caracterizada pela modéstia e doçura, mas sem complexos.

O encontro reuniu 200 pessoas, de 17 países do Velho Continente, durante cinco dias, até sexta-feira, para ouvir testemunhos, aprofundar na vocação da paróquia, visitar igrejas locais e viver encontros ecumênicos.

Vilar revelou que o encontro está recolhendo "todas as contribuições em um texto útil para as igrejas e a sociedade do continente".

O avanço da secularização

As paróquias podem se tornar lugares de esperança na realidade europeia, fragmentada e secularizada? Esta pergunta foi respondida com algo de humor, mas com convicção – "Yes, we can" – pelo Pe. Hubert Windisch, sacerdote e professor de teologia pastoral na Universidade de Freiburg, na Alemanha, em um discurso em que resumiu a situação das paróquias na Alemanha.

Especialmente no norte e centro da Europa, disse, "somos ‘estrangeiros’, como os cristãos das origens", e "devemos perguntar-nos qual é a nossa tarefa" e como "demonstrar nossa pertença a Cristo".

O sacerdote sublinhou que os cristãos europeus "muitas vezes se sentem oprimidos, inseguros, angustiados e expostos a um ambiente agressivo".

Falando da Alemanha, descobriu que "temos 82 milhões de habitantes e apenas 30% deles são católicos; e os protestantes são menos ainda. Em uma escola de um bairro da minha cidade, 60% das crianças não são batizadas e alguns estudos recentes falam da ‘extinção’ do cristianismo em alguns países ocidentais".

Em suma, experimentamos "um processo muito rápido de declínio, tanto em termos quantitativos como qualitativos, do cristianismo", que "de ser objetivo tornou-se subjetivo".

Ao mesmo tempo, passou-se de "uma compreensão bíblica da fé, pessoal e histórica, a uma imagem de Deus impessoal e sem tempo, de natureza esotérica".

Uma nova pastoral

Neste contexto, as paróquias e os cristãos que participam ativamente delas podem "dar razão da sua esperança", ao se transformarem em uma espécie de “custódia” ou ostensório da Eucaristia, isto é, se adotarem um estilo de "transparência espiritual".

No futuro da Igreja no Ocidente, é preciso desenvolver, portanto, uma "nova pastoral", feita com "modéstia, doçura e respeito", mas também "sem temores" ou complexos de inferioridade, propôs o Pe. Windisch.

Fonte: Zenit.

Padres devem se concentrar no essencial do ministério

Ao proceder à recolocação de mais de 50 padres na arquidiocese de Braga, Dom Jorge Ortiga afirmou que “não é fácil harmonizar os reais interesses das paróquias e dos sacerdotes” com as possibilidades de que a Igreja dispõe neste território.

“Não podemos continuar a exigir multiplicações de eucaristias. As comunidades devem estar disponíveis para sacrifícios onde a alteração de horários e lugares de culto assim o exigirem”, afirma o arcebispo, no documento em que se anuncia o “movimento eclesiástico” de 2011, publicado esta semana, segundo informa Agência Ecclesia.

Braga dispõe de 410 padres para mais de 500 paróquias. A média etária dos sacerdotes residentes é de 62,4 anos.

Na sua mensagem, Dom Jorge Ortiga admite que “a reorganização territorial da arquidiocese tem concentrado muitas energias”, numa aposta “na formação sólida capaz de garantir a variedade ministerial na transmissão, celebração e vivência da fé cristã. Isto não é tarefa de alguns ou sempre dos mesmos”.

“Aos sacerdotes pede-se que se concentrem no essencial e específico do seu ministério, criando e preparando espaços de corresponsabilidade laical em ordem a uma confiança plena. Aos leigos pede-se que sintam a Igreja como espaço de comunhão e de participação ministerial sem qualquer espírito de protagonismo”, escreve.

O arcebispo de Braga reforça a intenção de criar “Unidades Pastorais”, agrupando várias comunidades. Ele afirma a necessidade de descobrir “ministérios que não servem exclusivamente o âmbito restrito da paróquia, mas que estão ao serviço de uma determinada zona pastoral”.

“Diante de nós temos um desafio que deve comprometer sacerdotes e leigos: tomar consciência de um novo modo de ser Igreja para crescermos na comunhão corresponsável”, afirma.

Fonte: Zenit.

Um livro de Georg Ratzinger: "Meu irmão, o Papa"

Detalhes inéditos da vocação de Joseph Ratzinger são revelados no livro "Meu irmão, o Papa" (“Mein Bruder, der Papst”), entrevista concedida pelo Pe. Georg Ratzinger ao jornalista e escritor alemão Michael Hesemann.

O trabalho consta de 256 páginas, que recolhem uma série de conversas tidas no final da primavera deste ano, em Ratisbona, durante as quais o irmão mais velho de Bento XVI relatou a seu interlocutor memórias de toda uma vida.

O volume, publicado em Munique por Herbig e acompanhado por cerca de 40 fotografias, estará nas livrarias em 12 de setembro, às vésperas da visita que o Papa fará à Alemanha.

O livro foi escrito para comemorar o sexagésimo aniversário da ordenação sacerdotal de Georg e Joseph Ratzinger (em Freising, em 29 de junho de 1951), que os dois irmãos comemoraram juntos na Basílica de São Pedro, na solenidade dos santos Pedro e Paulo.

O testemunho do Pe. Georg Ratzinger, que é a pessoa mais próxima a Bento XVI, começa com a infância e conta, entre outras coisas, como nasceu e amadureceu, no seio da família, a decisão do jovem Joseph de servir a Igreja no sacerdócio, até chegar aos anos do pontificado.

Fonte: Zenit.

Morre D. Cesare Mazzolari, defensor do Sudão do Sul

Dom Cesare Mazzolari, bispo de Rumbek, Sudão do Sul, faleceu por volta de 8 da manhã do último sábado, 16 de julho, no hospital estatal da cidade, que é capital do estado de Lagos.

Dom Mazzolari, dos padres combonianos (MCCJ ou Missionários Combonianos do Coração de Jesus), concelebrava a missa quando, no início da consagração, passou mal e se agachou sobre uma cadeira, levando uma mão ao peito. Com ajuda de padres, freiras e fiéis, foi levado à sacristia e depois para o seu quarto, onde foi visitado por um médico, e em seguida para o hospital de Rumbek, mas não resistiu.

A morte do bispo, de 74 anos, aconteceu apenas uma semana após a solene cerimônia de proclamação da independência do Sudão do Sul, pela qual Dom Mazzolari tinha trabalhado ativamente.

Nascido em 9 de fevereiro de 1937 em Brescia, Itália, Cesare Mazzolari entrou ainda menor de idade no seminário dos combonianos, porque desejava intensamente ser missionário.

Ordenado em 17 de março de 1962, foi enviado para Cincinnati, Estados Unidos, onde trabalhou na pastoral com os mineiros de origem mexicana e africana. Quase vinte anos depois, em 1981, foi enviado ao Sudão, primeiro à diocese de Tombura-Yambio e depois à arquidiocese de Juba, atual capital do novo país. Em 1990 foi nomeado administrador apostólico de Rumbek, onde permaneceu até a morte.

Dom Mazzolari experimentou na própria pele as consequências da segunda fase da longa e dramática guerra civil sudanesa (1983-2005), que terminou em 9 de janeiro de 2005 na capital do Quênia, Nairóbi, com o Acordo Compreensivo de Paz (CPA).

Depois de reabrir em 1991 a missão de Yirol, "a primeira de uma longa série”, o então administrador apostólico foi capturado e mantido refém durante 24 horas pelos rebeldes do movimento independentista do Exército Sudanês de Libertação Popular (SPLA).

Em 6 de janeiro de 1999, recebeu a ordenação episcopal do papa João Paulo II. Como lema, o novo bispo cunhou a frase "Per reconciliationem et crucem ad unitatem et pacem" (Pela reconciliação e pela cruz, à paz e à unidade).

Com a morte do bispo de Rumbek, a Igreja católica africana perde uma das suas figuras mais relevantes. “Um homem de fronteira”, testemunha o padre Albanese, da diocese. "Ele tinha uma empatia enorme com as pessoas, conseguia captar os problemas delas, os anseios. Ele deu voz a quem não tinha voz e se consumiu até o fim”, afirmou o padre para a Rádio Vaticano.

"Ele já era como uma vela que pouco a pouco ia se consumindo, mas se entregou totalmente e esperou que o seu Sudão, o Sudão do Sul, chegasse a ficar independente. Ele esperou que os anseios de democracia, de participação desta sociedade civil, fossem respeitados de verdade".

O último grande projeto lançado por Dom Mazzolari, que lutou para melhorar a situação do seu povo e denunciou as atrocidades cometidas pelo regime sudanês durante a guerra, foi a construção do primeiro centro de formação para professores do Sudão do Sul, cuja primeira fase será inaugurada no próximo 10 de outubro.

"Agora precisamos formar a classe dirigente do futuro, para que a autodeterminação do povo sul-sudanês seja plena e madura, cheia de esperança, e recupere fundamentalmente a identidade", declarara em 30 de maio passado, na apresentação de uma biografia escrita pelo jornalista Lorenzo Fazzini e publicada com o título Um Evangelho para a África. Cesare Mazzolari, bispo de uma Igreja crucificada.

"Como Igreja”, prosseguiu o bispo, “nós temos ainda hoje uma grande responsabilidade na construção do novo Estado. Temos que ensinar a arte paciente do diálogo, da comunicação e da reconciliação para alicerçar uma nação nova".

Conhecido também por ter libertado 150 escravos, Dom Mazzolari "tinha a capacidade de ler a realidade com muito realismo", destacou o padre Albanese para a Rádio Vaticano.

Homem de esperança

Em junho deste ano, Dom Mazzolari concedeu entrevista a ZENIT, falando de suas esperanças quanto ao Sudão do Sul. Esperanças que animaram durante anos o seu próprio trabalho na região.

“Prevejo uma época de cristandade que se aprofundará cada vez mais. Este símbolo de liberdade à africana, de liberdade genuína, fortemente desejada, é visível também no Norte de África, com as revoluções que vêm acontecendo nos últimos meses”, afirmou o bispo.

“O Sul do Sudão”, escreveu em carta pastoral, dias antes da proclamação da independência, “está orgulhoso de ser uma nova nação e está preparado para conquistar a sua própria identidade no mundo”.

“A Igreja perseverou na oração e na difusão da fé em Deus, animando o compromisso com a reconciliação numa região que sangra com os conflitos, as divisões e os problemas tribais”.

O Sudão “precisa se entregar a um Deus que ama o povo sudanês, enquanto a Igreja tem que guiar as iniciativas de solidariedade para com o Sul do Sudão, permitindo que o povo se sinta parte da família global mediante sinais de comunhão”.


Fonte: Zenit.