Bento XVI na Havana, provavelmente, anunciará que o patriota e sacerdote cubano Felix Varela é um novo Venerável da Igreja.
Tudo vai depender do parecer emitido no dia 06 de março pela comissão teológica, composta de cerca de vinte prelados entre cardeais e bispos, pertencentes à Congregação para a Causa dos Santos.
ZENIT, tomando conhecimento do fato, de uma fonte não oficial, perguntou ao postulador geral da causa, o lassalista Rodolfo Meoli, se era verdade. Meoli apenas confirmou que a Congregação para a Causa dos Santos se reunirá no 6 de março para discutir sobre o servo de Deus Félix Varela com base em documentos apresentados na 'positio'.
Ao contrário da canonização ou beatificação, a proclamação de Venerável não requer uma cerimônia. Ou seja, o Papa poderia, no meio de uma homilia ou discurso na Havana, indicar que Felix Varela é venerável.
A figura de Felix Varela como venerável poderia despertar muito entusiasmo na ilha, o que contribuiria para o fervor que surgiu no ano passado, com a peregrinação da Virgem do Cobre, padroeira de Cuba.
A figura do Padre Varela é bem conhecida e popular em Cuba. Se alguém perguntar a qualquer cubano quem é este herói, a resposta mais comum é: "Varela é aquele que nos ensinou a pensar." Uma frase que resume este escritor, filósofo, educador e sacerdote.
Na história da cultura cubana o padre Felix Varela ocupa um lugar de prioridade absoluta pela sua contribuição para o desenvolvimento da cultura nacional, pelo seu marcado patriotismo e sua virtude ilustre.
Sua figura nobre foi fonte de inspiração para as gerações cubanas do início do século XIX até hoje. Nascido na etapa crucial de dois séculos, interiorizou os questionamentos da razão preservando a essência da cultura cristã e ao mesmo tempo abrindo às novas exigências do pensamento.
Foi professor, educador e modelo de piedade para seus discípulos. Em 1821 foi eleito e enviado como representante de Cuba às Cortes de Madri.
Os três projetos de lei que fez durante sua estada na Espanha foram: de um Governo para as províncias ultramarinas; a independência e a abolição da escravatura.
Não conseguiu fazer passar nenhuma dessas propostas e após a restauração do absolutismo real em 1823 teve que deixar a Espanha; não podendo voltar a Cuba foi forçada a se exilar nos Estados Unidos, em Nova Iorque, onde continuou sua batalha.
Ao mesmo tempo foi um sacerdote exemplar, realizando escolas, construiu igrejas e evangelizou os imigrantes e pobres, ajudando-os a se integrar.
Uma vez que o servo de Deus torna-se venerável, será necessário um primeiro milagre para a beatificação e um segundo milagre para a canonização.
H. Sergio Mora
Fonte: Zenit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário