Generosidade, mansidão e humildade: são virtudes que o sacerdote de hoje nunca deve esquecer. Recordou esta manhã o Papa Bento XVI, durante o tradicional encontro com os párocos da Diocese de Roma, no início da Quaresma.
Recebendo os párocos na Sala Paulo VI, o Papa realizou sua lectio divina, meditando sobre uma passagem da Epístola de São Paulo aos Efésios (Ef 4,1-16).
"Devo ser capaz de aceitar a minha pequena posição na Igreja", disse Bento XVI, usando a primeira pessoa para dirigir-se ao clero romano. O Santo Padre recomendou aos párocos de resguardarem-se da "vanglória"; não aceitar este exercício de humildade e utilizar a Igreja como um meio para suas próprias ambições, “não faz feliz”, disse o Papa.
É preciso não cair na tentação de "aparecer", mas, pelo contrário, é necessário "fazer o que Deus pensou de mim e para mim", que "faz parte do realismo cristão", acrescentou o Bispo de Roma. Se falta humildade, é ameaçada a "unidade da Igreja”.
"Aceitar-me, aceitar uns aos outros - continuou Bento XVI - são coisas que caminham juntas, esta é a grande harmonia da Igreja e da Criação: somos diferentes uns dos outros. Sendo humilde tenho a liberdade de estar em contraste com qualquer parente” em nome “da liberdade e da verdade”.
Párocos e sacerdotes em geral, são esperados para anunciar Cristo e enfrentar o "analfabetismo religioso". Um dos objetivos do próximo Ano da Fé que será “uma "renovação catequética, para que a fé seja conhecida e cresça a unidade na verdade", explicou o Santo Padre.
Se no mundo é difundida a "infantilidade da fé", é preciso uma "fé adulta", que, disse o Pontífice, para evitar mal-entendidos, não signifique qualquer forma de independência do Magistério, que quase sempre tem como resultado, "a dependência das ondas do mundo, da ditadura dos meios de comunicação".
"Devemos reapropriarmo-nos dos conteúdos da fé – prosseguiu o Papa - como riqueza para a unidade, não como um "pacote de dogmas"; para que Cristo seja conhecido, a verdade seja conhecida, e cresça a unidade na verdade. Sem a verdade não é possível ordenar os valores, somos cegos no mundo, e da verdade nasce a caridade”.
O Bispo de Roma exortou também os seus párocos a se comportarem "de maneira digna à vocação recebida", recordando que "o grande sofrimento da Igreja na Europa e no Ocidente, é a falta de vocações sacerdotais", para estimular tais é necessário "ouvir o Senhor."
O Santo Padre, em seguida, entregou aos párocos romanos o livro Escolhido por Deus para os homens (Edições Paulinas 2012). A publicação, realizada pelas mãos de vários bispos e sacerdotes da Diocese de Roma, visa dar "uma regra de vida, visto mais como um ideal do que como um conjunto de preceitos. Melhor, um traço de orientação espiritual, um guia para o bem-estar nosso, os sacerdotes", escreveu o Cardeal Vigário de Roma, Agostino Vallini, no prefácio.
"Fruto do Ano Sacerdotal 2010, incentivado pelo Santo Padre e por ele enriquecido com uma dedicação especial - diz o comunicado divulgado pelo Vicariato de Roma - o texto foi desenvolvido no Conselho presbiterial diocesano".
Além disso, o volume será "uma ferramenta que atinge as fontes da Escritura e as riquezas do Magistério e da reflexão teológico-espiritual sobre o ministério sacerdotal, bem como o testemunho das vidas de santos sacerdotes romanos. Foi oferecido a todos os sacerdotes romanos para que eles possam crescer na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio”.
Luca Marcolivio
Fonte: Zenit.
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