O respeito pela dignidade das pessoas não conhece fronteiras, não leva em consideração a cor da pele, não depende da existência ou não de documentos válidos de identificação. E, acima de tudo, não pode ser suspenso dentro dos presídios. Estas afirmações foram feitas pelo arcebispo de San Francisco, nos Estados Unidos, George Hugh Niederauer, no último dia 28 de janeiro, durante um encontro inter-religioso na catedral de Santa Maria, do qual participaram centenas de imigrantes, a maioria de origem hispano-americana.
O discurso recebeu o apoio do jornal vaticano L'Osservatore Romano.
O arcebispo de San Francisco questionou energicamente o programa federal de combate à imigração ilegal, em particular quando as medidas (que incluem a expulsão do território dos Estados Unidos) são cumpridas estritamente no âmbito da população carcerária, provocando sofrimento e profundas divisões entre as numerosas famílias de imigrantes presentes na arquidiocese californiana.
"Não podemos permitir a dor das famílias, nem deixar que continue nas nossas comunidades esta separação e esse medo", afirmou o arcebispo, ressaltando que "precisamos respeitar a dignidade de todos os nossos irmãos e irmãs, com documentos ou sem".
O programa federal de combate à imigração ilegal (a Califórnia é o estado com o maior número de trabalhadores imigrantes no mundo) inclui controles dentro dos presídios. As digitais dos detentos são comparadas com as de arquivos da agência de Imigração e Controle de Aduanas (ICE), e os que entraram no país ilegalmente são expulsos. A aplicação do programa, segundo os funcionários de ICE, levou à repatriação forçada de 110.000 imigrantes até agora.
Segundo o diário vaticano, os defensores dos direitos dos imigrantes denunciam que a regra é aplicada muito facilmente às pessoas condenadas por delitos ou faltas leves. Em muitos casos, a polícia continua prendendo imigrantes com base em suspeitas genéricas, sem existirem particulares motivos de interesse público. "Este programa permite que os nossos irmãos e irmãs sejam mandados para centros de detenção por simples violações de trânsito", exemplifica Moisés Agudo, da arquidiocese de San Francisco.
No mês passado, 33 bispos católicos dos Estados Unidos pediram "uma reforma na política de imigrações que seja justa, humana e eficaz", garantindo que os imigrantes sem documentos "não estão sozinhos nem esquecidos".
Fonte: Zenit.
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