Como foi combinado na ocasião do segundo encontro do Grupo de Trabalhos Conjuntos Vietnam-Santa Sé, dos dias 27 a 28 de Fevereiro realiza-se o terceiro encontro do grupo em Hà Nôi, conforme referido numa nota da Sala de imprensa Vaticana.
Da parte vietnamita está presente Bui Thanh Son, Vice-ministro dos Assuntos Exteriores, e chefiando a delegação da Santa Sé, Mons. Ettore Balestrero, Sub-Secretário para as Relações com os Estados.
A Delegação vietnamita sublinhou que o Estado do Vietnam “sempre atou e tem melhorado continuamente a política de respeito e de garantia da liberdade de credo e de religião com o povo”.
A Delegação da Santa Sé expressou o seu “apreço” pela atenção reservada pelas Autoridades civís às atividades da Igreja Católica, especialmente no ano de 2010, durante a celebração do ano jubilar, e em ocasião das visitas pastorais do enviado Especial não residente, o Arcebispo Leopoldo Girelli.
Ambas as partes estabeleceram facilitar o trabalho do Arcebispo Girelli, “para que ele possa desenvolver melhor a sua missão”.
As duas partes concordaram de encontrar-se novamente no Vaticano para o quarto encontro do grupo de trabalho conjunto Vietnam-Santa Sé. As datas do encontro serão estabelecidas trâmite canais diplomáticos.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Nova edição da Bíblia em árabe
"Um dom precioso para os cristãos da Terra Santa”. Com estas palavras, o site da Custódia Franciscana da Terra Santa anunciou a nova edição da Bíblia em árabe.
A Tipografia Franciscana em Jerusalém (Franciscan Press Printing) imprimiu duas versões "valiosas" da Sagrada Escritura em árabe. A primeira versão - diz o site - contém o Antigo e o Novo Testamento, em formato maior, e custa 100 NIS (New Israel Shekel). A segunda versão inclui apenas o Novo Testamento e está disponível ao preço de 15 NIS e de 10 NIS com a capa flexível.
Para a nova edição, a Custódia Franciscana comprou a tradução da Bíblia feita pelos jesuítas da St. Joseph University, em Beirute, no Líbano, e confiada à gráfica franciscana, que mais de 150 anos atrás, começou suas atividades imprimindo a Bíblia em árabe.
É "uma iniciativa de grande valor, que será uma resposta concreta ao apelo da Igreja Católica, que convida toda a comunidade de fiéis a redescobrir as raízes da fé cristã, o fundamento e o sentido da nossa vida de fé e a nossa missão como discípulos de Cristo", acrescenta o site.
Para a Custódia Franciscana, “a leitura e o conhecimento da Bíblia e a meditação constante de seus textos e de sua mensagem de salvação são elementos indispensáveis para a construção da identidade cristã e para a adesão mais perfeita ao projeto de Deus para o homem".
"Para aqueles que vivem e trabalham na Terra Santa, para os cristãos que formam a comunidade local - prossegue o site - a relação com a Bíblia é, certamente, enriquecida por uma experiência especial, por um contato direto com o contexto humano, geográfico, social e culturaem que Jesus viveu, e assim se torna a força motriz de uma sensibilidade e de uma intencionalidade para a proteção e preservação da Terra Santa cristã e de sua grande herança cultural e espiritual”.
Como um gesto importante, a Custódia deu a todas as paróquias da Terra Santa duas cópias da Bíblia completa e dez cópias do Novo Testamento com capa dura e flexível, “desejando aos sacerdotes de continuar o incansável trabalho pastoral, que a Custódia acolhe e apóia, e busca difundir a Palavra de Deus para que todos conheçam a obra do Senhor na história humana e a missão de Jesus, enviado pelo Pai para a salvação do mundo inteiro”.
A iniciativa, oferece "um serviço a todos os cristãos e, sobretudo, aos fiéis da Terra Santa", acrescenta "outra peça preciosa na história, que vê protagonista este extraordinário livro da Revelação de Deus", que "ainda hoje, interpela o coração do homem, abre horizontes de sentido sempre novos, convida ao diálogo com Deus ao longo de estradas originais e da reflexão, ajuda a reviver a experiência de fé na terra de Jesus”.
Fonte: Zenit.
A Tipografia Franciscana em Jerusalém (Franciscan Press Printing) imprimiu duas versões "valiosas" da Sagrada Escritura em árabe. A primeira versão - diz o site - contém o Antigo e o Novo Testamento, em formato maior, e custa 100 NIS (New Israel Shekel). A segunda versão inclui apenas o Novo Testamento e está disponível ao preço de 15 NIS e de 10 NIS com a capa flexível.
Para a nova edição, a Custódia Franciscana comprou a tradução da Bíblia feita pelos jesuítas da St. Joseph University, em Beirute, no Líbano, e confiada à gráfica franciscana, que mais de 150 anos atrás, começou suas atividades imprimindo a Bíblia em árabe.
É "uma iniciativa de grande valor, que será uma resposta concreta ao apelo da Igreja Católica, que convida toda a comunidade de fiéis a redescobrir as raízes da fé cristã, o fundamento e o sentido da nossa vida de fé e a nossa missão como discípulos de Cristo", acrescenta o site.
Para a Custódia Franciscana, “a leitura e o conhecimento da Bíblia e a meditação constante de seus textos e de sua mensagem de salvação são elementos indispensáveis para a construção da identidade cristã e para a adesão mais perfeita ao projeto de Deus para o homem".
"Para aqueles que vivem e trabalham na Terra Santa, para os cristãos que formam a comunidade local - prossegue o site - a relação com a Bíblia é, certamente, enriquecida por uma experiência especial, por um contato direto com o contexto humano, geográfico, social e culturaem que Jesus viveu, e assim se torna a força motriz de uma sensibilidade e de uma intencionalidade para a proteção e preservação da Terra Santa cristã e de sua grande herança cultural e espiritual”.
Como um gesto importante, a Custódia deu a todas as paróquias da Terra Santa duas cópias da Bíblia completa e dez cópias do Novo Testamento com capa dura e flexível, “desejando aos sacerdotes de continuar o incansável trabalho pastoral, que a Custódia acolhe e apóia, e busca difundir a Palavra de Deus para que todos conheçam a obra do Senhor na história humana e a missão de Jesus, enviado pelo Pai para a salvação do mundo inteiro”.
A iniciativa, oferece "um serviço a todos os cristãos e, sobretudo, aos fiéis da Terra Santa", acrescenta "outra peça preciosa na história, que vê protagonista este extraordinário livro da Revelação de Deus", que "ainda hoje, interpela o coração do homem, abre horizontes de sentido sempre novos, convida ao diálogo com Deus ao longo de estradas originais e da reflexão, ajuda a reviver a experiência de fé na terra de Jesus”.
Fonte: Zenit.
Separação e divórcio: a criança no centro do conflito conjugal
A separação e o divórcio crescem cada vez mais na Itália. São numerosas as causas deste fenômeno e ainda maiores as conseqüências no âmbito familiar, particularmente para filhos.
ZENIT falou com a psicóloga Valeria Giamundo, psicoterapeuta e docente junto a Escola de Psicoterapia cognitivo-comportamental, que realiza atividades de pesquisa com o fim de desenvolver tratamentos inovadores sobre a idade evolutiva.
Dra Giamundo, quais são as razões deste crescimento?
Dra Giamundo: As separações e divórcios são conseqüências de profundas transformações sociais e culturais, a partir da emancipação feminina, até a chegada da mentalidade individualista da sociedade atual, que promove o interesse pelo bem estar individual e a realização pessoal, em vez daquele familiar e da sociedade como um todo.
A instabilidade do trabalho e da economia, e conseqüentemente o stress e o sentimento de precariedade, parecem diminuir a passagem para a vida adulta e com isso as decisões de formar família, subordinada à busca por estabilidade de renda, da procura por moradia e por ai. A consequência é uma realidade familiar caracterizada por núcleos cada vez menores, com equilíbrio instável e conflitos relacionais.
As estatísticas evidenciam que, junto ao aumento das separações e dos divórcios, se registrada também uma diminuição da taxa de matrimônios, que poderia confirmar uma efetiva propensão a ruptura da ligação.
Muitas pessoas que, vivendo uma separação ou um divorcio, procuram a ajuda de um psicólogo?
Dra Giamundo: Com o aumento do fenômeno com certeza é maior a necessidade de referir-se a um profissional como nós, pois, na verdade, não é possível estar preparado para enfrentar um evento tão estressante. A difusão do fenômeno tende a uma normalidade às vezes excessiva do evento, com o risco de subestimar os resultados do processo de separação.
E quais são as conseqüências?
Dra Giamundo: Estudos demonstram que a separação conjugal está em segundo lugar entre os eventos estressantes na vida do individuo, logo após a morte de um parente próximo. No âmbito clinico, as separações são comparadas ao luto pelas suas características psicológicas e emocionais.
A divisão familiar gera inevitáveis recaídas no bem estar psico-físico de todos os membros da família, e incide significativamente na qualidade dos relacionamentos entre pais e filhos, gerando a necessidade, para todos os membros, de recorrer a um apoio psicoterápico.
Quais são as marcas mais frequentes para uma criança?
Dra Giamundo: Podem ser de diversas naturezas e dimensões: raiva, frustração, ansiedade, depressão, regressão, problemas comportamentais, distúrbios do sono entre outros.
É importante observar as reações da criança também no contexto extra-familiar; os professores, por exemplo, são uma grande fonte de informação em relação aos pequenos. Muitas vezes, são eles que sinalizam um distúrbio, evidenciando, por exemplo, um problema na atenção ou na aprendizagem.
Na criança os sinais do sofrimento não emergem sempre de maneira muito evidente; os pais descrevem crianças que aparentemente protestam, crianças que se fecham em si mesmos, mas também crianças que reagem positivamente e que parecem facilmente adaptados ao evento.
Nestes casos não deve ser negligenciado que poderia tratar-se de formas de pseudo- adaptação, como acontece com crianças que negam a separação dos pais ou inibem a expressão para não intensificar o conflito conjugal.
Quais são os efeitos das separações a longo prazo? As crianças, no decorrer do crescimento, podem ressentir o erro dos pais?
Dra Giamundo: A separação, se não for bem elaborada, pode ter efeitos ao longo do tempo na capacidade de construir e manter ligações afetivas mas, atenção, não é verdade que os filhos de pais separados correm maior risco do que filhos de pais unidos.
O clima familiar e a qualidade das relações é um elemento essencial. O maior dano é, na verdade, devido à perpetuação das condições em que a criança sente-se o objeto de disputa, nesses casos, a criança vai reagir enfatizando os laços com um dos pais, geralmente com quem tem a custódia ou a guarda.
A ligação com apenas um dos pais é quase necessária para a criança que teme posteriores abandonos, mas isso gera experiências carregadas de senso de culpa, conflitos interiores (além de relacionais) que terão inevitavelmente consequências sobre o futuro psico-afetivo.
Porque os pais não conseguem ajudar os filhos neste momento de história familiar?
Dra Giamundo: Os pais também vivem a separação como um evento traumático, muitas vezes a opção pela separação não é partilhada. Nestes casos a raiva, o medo, a sensação de falimento impedem um confronto sereno e voltado a individualizar as melhores soluções para o equilíbrio familiar.
O conflito é sem dúvidas o sintoma mais frequente e se reflete em comportamentos destrutivos não apenas em relação ao companheiro, mas também em relação aos filhos e a si mesmo. São desencadeadas verdadeiras guerras nos tribunais, onde o direito dos filhos de viver serenamente uma relação equilibrada com as duas figuras de referência é confiada à competência de um juiz ou perito.
Estas guerras podem causar a intensificação do desconforto da criança, com consequências agudas e crônicas que impedem o desenvolvimento de uma personalidade saudável e equilibrada. Os adultos de referência para a criança se tornam, ao improviso, frágeis e carentes de ajuda; em alguns casos os filhos assumem o papel de “protetores”, permanecendo atolados em relacionamentos disfuncionais, onde acabam, geralmente, protegendo o genitor considerado mais fraco.
Como deveria ser o comportamento dos pais para minimizar o sofrimento dos filhos?
Dra Giamundo: Nestes casos os pais devem ser ajudados ou apoiados, através da mediação familiar no processo de mudança, que implica uma notável reorganização do funcionamento familiar. A tarefa de um pai é manter íntegra a função parental, limitar o conflito e renovar as redes de relacionamento significativas, para que possam melhor apoiar o crescimento da criança.
Britta Doerre
Fonte: Zenit.
ZENIT falou com a psicóloga Valeria Giamundo, psicoterapeuta e docente junto a Escola de Psicoterapia cognitivo-comportamental, que realiza atividades de pesquisa com o fim de desenvolver tratamentos inovadores sobre a idade evolutiva.
Dra Giamundo, quais são as razões deste crescimento?
Dra Giamundo: As separações e divórcios são conseqüências de profundas transformações sociais e culturais, a partir da emancipação feminina, até a chegada da mentalidade individualista da sociedade atual, que promove o interesse pelo bem estar individual e a realização pessoal, em vez daquele familiar e da sociedade como um todo.
A instabilidade do trabalho e da economia, e conseqüentemente o stress e o sentimento de precariedade, parecem diminuir a passagem para a vida adulta e com isso as decisões de formar família, subordinada à busca por estabilidade de renda, da procura por moradia e por ai. A consequência é uma realidade familiar caracterizada por núcleos cada vez menores, com equilíbrio instável e conflitos relacionais.
As estatísticas evidenciam que, junto ao aumento das separações e dos divórcios, se registrada também uma diminuição da taxa de matrimônios, que poderia confirmar uma efetiva propensão a ruptura da ligação.
Muitas pessoas que, vivendo uma separação ou um divorcio, procuram a ajuda de um psicólogo?
Dra Giamundo: Com o aumento do fenômeno com certeza é maior a necessidade de referir-se a um profissional como nós, pois, na verdade, não é possível estar preparado para enfrentar um evento tão estressante. A difusão do fenômeno tende a uma normalidade às vezes excessiva do evento, com o risco de subestimar os resultados do processo de separação.
E quais são as conseqüências?
Dra Giamundo: Estudos demonstram que a separação conjugal está em segundo lugar entre os eventos estressantes na vida do individuo, logo após a morte de um parente próximo. No âmbito clinico, as separações são comparadas ao luto pelas suas características psicológicas e emocionais.
A divisão familiar gera inevitáveis recaídas no bem estar psico-físico de todos os membros da família, e incide significativamente na qualidade dos relacionamentos entre pais e filhos, gerando a necessidade, para todos os membros, de recorrer a um apoio psicoterápico.
Quais são as marcas mais frequentes para uma criança?
Dra Giamundo: Podem ser de diversas naturezas e dimensões: raiva, frustração, ansiedade, depressão, regressão, problemas comportamentais, distúrbios do sono entre outros.
É importante observar as reações da criança também no contexto extra-familiar; os professores, por exemplo, são uma grande fonte de informação em relação aos pequenos. Muitas vezes, são eles que sinalizam um distúrbio, evidenciando, por exemplo, um problema na atenção ou na aprendizagem.
Na criança os sinais do sofrimento não emergem sempre de maneira muito evidente; os pais descrevem crianças que aparentemente protestam, crianças que se fecham em si mesmos, mas também crianças que reagem positivamente e que parecem facilmente adaptados ao evento.
Nestes casos não deve ser negligenciado que poderia tratar-se de formas de pseudo- adaptação, como acontece com crianças que negam a separação dos pais ou inibem a expressão para não intensificar o conflito conjugal.
Quais são os efeitos das separações a longo prazo? As crianças, no decorrer do crescimento, podem ressentir o erro dos pais?
Dra Giamundo: A separação, se não for bem elaborada, pode ter efeitos ao longo do tempo na capacidade de construir e manter ligações afetivas mas, atenção, não é verdade que os filhos de pais separados correm maior risco do que filhos de pais unidos.
O clima familiar e a qualidade das relações é um elemento essencial. O maior dano é, na verdade, devido à perpetuação das condições em que a criança sente-se o objeto de disputa, nesses casos, a criança vai reagir enfatizando os laços com um dos pais, geralmente com quem tem a custódia ou a guarda.
A ligação com apenas um dos pais é quase necessária para a criança que teme posteriores abandonos, mas isso gera experiências carregadas de senso de culpa, conflitos interiores (além de relacionais) que terão inevitavelmente consequências sobre o futuro psico-afetivo.
Porque os pais não conseguem ajudar os filhos neste momento de história familiar?
Dra Giamundo: Os pais também vivem a separação como um evento traumático, muitas vezes a opção pela separação não é partilhada. Nestes casos a raiva, o medo, a sensação de falimento impedem um confronto sereno e voltado a individualizar as melhores soluções para o equilíbrio familiar.
O conflito é sem dúvidas o sintoma mais frequente e se reflete em comportamentos destrutivos não apenas em relação ao companheiro, mas também em relação aos filhos e a si mesmo. São desencadeadas verdadeiras guerras nos tribunais, onde o direito dos filhos de viver serenamente uma relação equilibrada com as duas figuras de referência é confiada à competência de um juiz ou perito.
Estas guerras podem causar a intensificação do desconforto da criança, com consequências agudas e crônicas que impedem o desenvolvimento de uma personalidade saudável e equilibrada. Os adultos de referência para a criança se tornam, ao improviso, frágeis e carentes de ajuda; em alguns casos os filhos assumem o papel de “protetores”, permanecendo atolados em relacionamentos disfuncionais, onde acabam, geralmente, protegendo o genitor considerado mais fraco.
Como deveria ser o comportamento dos pais para minimizar o sofrimento dos filhos?
Dra Giamundo: Nestes casos os pais devem ser ajudados ou apoiados, através da mediação familiar no processo de mudança, que implica uma notável reorganização do funcionamento familiar. A tarefa de um pai é manter íntegra a função parental, limitar o conflito e renovar as redes de relacionamento significativas, para que possam melhor apoiar o crescimento da criança.
Britta Doerre
Fonte: Zenit.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Família: lugar de transmissão da fé
O tema da XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontecerá nos dias 7 a28 de outubro de 2012, se exprime na fórmula A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.
O tema escolhido para este ano, na história dos Sínodos teve, de certa maneira, um precedente na II Assembléia Geral Ordinária celebrada do dia 27 de setembro a 26 de outubro de 1947 sobre A evangelização no mundo moderno. Recordou o Secretário Geral do Sínodo dos bispos, Mons. Nikola Eterovic, na intervenção inicial da sétima reunião do XIII Conselho Ordinário da Secretária Geral, realizado dia 16 de fevereiro.
De acordo com nota da Assessoria de Imprensa da Santa Sé, se trata “não simplesmente de uma coincidência cronológica ou temática, mas sim de um sinal de continuidade da solicitação da Igreja na predicação do Evangelho”.
Por este motivo, prossegue o comunicado, nesta encontram-se “preciosas sugestões também pela sua missão no mundo de hoje na Exortação Apostólica “Evangelii nuntiandi sucessiva à III Assembléia”. O Secretário Geral evidenciou os laços estreitos que ligam ao Concílio Vaticano e os textos conciliares presentes na forma de citação no documento pós-sinodal.
O objetivo primordial para hoje proposto ao Conselho foi o exame do esboço do Instrumentum Laboris da próxima XIII Assembléia Geral Ordinária, cujo texto foi transmitido aos Membros em suas sedes.
Tal fato permitiu que se concentrassem os trabalhos no dia 16 de fevereiro, dado que os Cardeais, Membros do Conselho Ordinário, precisaram participar do Consistório do dia 17 passado.
“Houve uma troca de reflexões antes da Assembléia Plenária, depois nos grupos em inglês e italiano, cujas respectivas conclusões foram posteriormente confrontadas na sucessiva e conclusiva discussão plenária”, prossegue a nota da Santa Sé.
Os esboços que mais chamaram a atenção foram aquelas sobre “a estrutura literária geral do texto e os complementos incluindo temas como a identidade dos destinatários da nova evangelização, a identidade do cristão na sua relação com o Evangelho e com Jesus Cristo, que é o próprio Evangelho”.
Particularmente rico foi o debate sobre a primazia da fé no presente momento histórico marcado pela crise da fé, que é também uma crise de transmissão da própria fé.
Depois, foi falado sobre a “infecundidade da evangelização atual”, também com a presença de certas influencias da cultura atual que torna particularmente difícil a transmissão da fé e representa um desafio para os cristãos e para a Igreja.
A este propósito, a indicação do Ano da Fé “será uma ocasião propicia para aprofundar o dom da fé recebido pelo Senhor para vivê-lo e transmiti-lo aos outros”, cita o comunicado.
A família foi indicada como lugar originário da transmissão da fé, “onde a fé é comunicada aos jovens que, na experiência da família aprendem tanto o conteúdo como a prática da fé cristã”.
“A obra insubstituível da família - acrescenta a nota – é prolongada pela catequese desenvolvida nas instituições eclesiais, sobretudo através da liturgia com os sacramentos e a homilia, ou mesmo dando espaço as missões paroquiais, a piedade popular, aos movimentos, as comunidades eclesiais”.
O secretário geral agradeceu os Membros do Conselho eleitos na XII Assembléia Geral Ordinária pelos trabalhos a favor da colegialidade episcopal e pela indispensável colaboração com a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista do serviço prestado ao ministério do Santo Padre Bento XVI.
A oração do Ângelus concluiu os trabalhos com a invocação da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, para que os trabalhos do próximo Sínodo se desenvolvam frutuosamente na memória do Concilio Vaticano II e na fidelidade ao Evangelho para a transmissão da fé.
Entre os membros da Cúria Romana que participaram do XIII Conselho Ordinário da Secretaria Geral, estavam: Card. Francis Arinze, Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontificio Conselho da Justiça e da Paz; Card. Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da Congregação para os Bispos; Card. Walter Kasper, Presidente emerito do Pontificio Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Card. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontificio Conselho da Cultura.
Fonte: Zenit.
O tema escolhido para este ano, na história dos Sínodos teve, de certa maneira, um precedente na II Assembléia Geral Ordinária celebrada do dia 27 de setembro a 26 de outubro de 1947 sobre A evangelização no mundo moderno. Recordou o Secretário Geral do Sínodo dos bispos, Mons. Nikola Eterovic, na intervenção inicial da sétima reunião do XIII Conselho Ordinário da Secretária Geral, realizado dia 16 de fevereiro.
De acordo com nota da Assessoria de Imprensa da Santa Sé, se trata “não simplesmente de uma coincidência cronológica ou temática, mas sim de um sinal de continuidade da solicitação da Igreja na predicação do Evangelho”.
Por este motivo, prossegue o comunicado, nesta encontram-se “preciosas sugestões também pela sua missão no mundo de hoje na Exortação Apostólica “Evangelii nuntiandi sucessiva à III Assembléia”. O Secretário Geral evidenciou os laços estreitos que ligam ao Concílio Vaticano e os textos conciliares presentes na forma de citação no documento pós-sinodal.
O objetivo primordial para hoje proposto ao Conselho foi o exame do esboço do Instrumentum Laboris da próxima XIII Assembléia Geral Ordinária, cujo texto foi transmitido aos Membros em suas sedes.
Tal fato permitiu que se concentrassem os trabalhos no dia 16 de fevereiro, dado que os Cardeais, Membros do Conselho Ordinário, precisaram participar do Consistório do dia 17 passado.
“Houve uma troca de reflexões antes da Assembléia Plenária, depois nos grupos em inglês e italiano, cujas respectivas conclusões foram posteriormente confrontadas na sucessiva e conclusiva discussão plenária”, prossegue a nota da Santa Sé.
Os esboços que mais chamaram a atenção foram aquelas sobre “a estrutura literária geral do texto e os complementos incluindo temas como a identidade dos destinatários da nova evangelização, a identidade do cristão na sua relação com o Evangelho e com Jesus Cristo, que é o próprio Evangelho”.
Particularmente rico foi o debate sobre a primazia da fé no presente momento histórico marcado pela crise da fé, que é também uma crise de transmissão da própria fé.
Depois, foi falado sobre a “infecundidade da evangelização atual”, também com a presença de certas influencias da cultura atual que torna particularmente difícil a transmissão da fé e representa um desafio para os cristãos e para a Igreja.
A este propósito, a indicação do Ano da Fé “será uma ocasião propicia para aprofundar o dom da fé recebido pelo Senhor para vivê-lo e transmiti-lo aos outros”, cita o comunicado.
A família foi indicada como lugar originário da transmissão da fé, “onde a fé é comunicada aos jovens que, na experiência da família aprendem tanto o conteúdo como a prática da fé cristã”.
“A obra insubstituível da família - acrescenta a nota – é prolongada pela catequese desenvolvida nas instituições eclesiais, sobretudo através da liturgia com os sacramentos e a homilia, ou mesmo dando espaço as missões paroquiais, a piedade popular, aos movimentos, as comunidades eclesiais”.
O secretário geral agradeceu os Membros do Conselho eleitos na XII Assembléia Geral Ordinária pelos trabalhos a favor da colegialidade episcopal e pela indispensável colaboração com a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista do serviço prestado ao ministério do Santo Padre Bento XVI.
A oração do Ângelus concluiu os trabalhos com a invocação da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, para que os trabalhos do próximo Sínodo se desenvolvam frutuosamente na memória do Concilio Vaticano II e na fidelidade ao Evangelho para a transmissão da fé.
Entre os membros da Cúria Romana que participaram do XIII Conselho Ordinário da Secretaria Geral, estavam: Card. Francis Arinze, Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontificio Conselho da Justiça e da Paz; Card. Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da Congregação para os Bispos; Card. Walter Kasper, Presidente emerito do Pontificio Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Card. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontificio Conselho da Cultura.
Fonte: Zenit.
Família: lugar de transmissão da fé
O tema da XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontecerá nos dias 7 a28 de outubro de 2012, se exprime na fórmula A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.
O tema escolhido para este ano, na história dos Sínodos teve, de certa maneira, um precedente na II Assembléia Geral Ordinária celebrada do dia 27 de setembro a 26 de outubro de 1947 sobre A evangelização no mundo moderno. Recordou o Secretário Geral do Sínodo dos bispos, Mons. Nikola Eterovic, na intervenção inicial da sétima reunião do XIII Conselho Ordinário da Secretária Geral, realizado dia 16 de fevereiro.
De acordo com nota da Assessoria de Imprensa da Santa Sé, se trata “não simplesmente de uma coincidência cronológica ou temática, mas sim de um sinal de continuidade da solicitação da Igreja na predicação do Evangelho”.
Por este motivo, prossegue o comunicado, nesta encontram-se “preciosas sugestões também pela sua missão no mundo de hoje na Exortação Apostólica “Evangelii nuntiandi sucessiva à III Assembléia”. O Secretário Geral evidenciou os laços estreitos que ligam ao Concílio Vaticano e os textos conciliares presentes na forma de citação no documento pós-sinodal.
O objetivo primordial para hoje proposto ao Conselho foi o exame do esboço do Instrumentum Laboris da próxima XIII Assembléia Geral Ordinária, cujo texto foi transmitido aos Membros em suas sedes.
Tal fato permitiu que se concentrassem os trabalhos no dia 16 de fevereiro, dado que os Cardeais, Membros do Conselho Ordinário, precisaram participar do Consistório do dia 17 passado.
“Houve uma troca de reflexões antes da Assembléia Plenária, depois nos grupos em inglês e italiano, cujas respectivas conclusões foram posteriormente confrontadas na sucessiva e conclusiva discussão plenária”, prossegue a nota da Santa Sé.
Os esboços que mais chamaram a atenção foram aquelas sobre “a estrutura literária geral do texto e os complementos incluindo temas como a identidade dos destinatários da nova evangelização, a identidade do cristão na sua relação com o Evangelho e com Jesus Cristo, que é o próprio Evangelho”.
Particularmente rico foi o debate sobre a primazia da fé no presente momento histórico marcado pela crise da fé, que é também uma crise de transmissão da própria fé.
Depois, foi falado sobre a “infecundidade da evangelização atual”, também com a presença de certas influencias da cultura atual que torna particularmente difícil a transmissão da fé e representa um desafio para os cristãos e para a Igreja.
A este propósito, a indicação do Ano da Fé “será uma ocasião propicia para aprofundar o dom da fé recebido pelo Senhor para vivê-lo e transmiti-lo aos outros”, cita o comunicado.
A família foi indicada como lugar originário da transmissão da fé, “onde a fé é comunicada aos jovens que, na experiência da família aprendem tanto o conteúdo como a prática da fé cristã”.
“A obra insubstituível da família - acrescenta a nota – é prolongada pela catequese desenvolvida nas instituições eclesiais, sobretudo através da liturgia com os sacramentos e a homilia, ou mesmo dando espaço as missões paroquiais, a piedade popular, aos movimentos, as comunidades eclesiais”.
O secretário geral agradeceu os Membros do Conselho eleitos na XII Assembléia Geral Ordinária pelos trabalhos a favor da colegialidade episcopal e pela indispensável colaboração com a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista do serviço prestado ao ministério do Santo Padre Bento XVI.
A oração do Ângelus concluiu os trabalhos com a invocação da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, para que os trabalhos do próximo Sínodo se desenvolvam frutuosamente na memória do Concilio Vaticano II e na fidelidade ao Evangelho para a transmissão da fé.
Entre os membros da Cúria Romana que participaram do XIII Conselho Ordinário da Secretaria Geral, estavam: Card. Francis Arinze, Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontificio Conselho da Justiça e da Paz; Card. Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da Congregação para os Bispos; Card. Walter Kasper, Presidente emerito do Pontificio Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Card. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontificio Conselho da Cultura.
Fonte: Zenit.
O tema escolhido para este ano, na história dos Sínodos teve, de certa maneira, um precedente na II Assembléia Geral Ordinária celebrada do dia 27 de setembro a 26 de outubro de 1947 sobre A evangelização no mundo moderno. Recordou o Secretário Geral do Sínodo dos bispos, Mons. Nikola Eterovic, na intervenção inicial da sétima reunião do XIII Conselho Ordinário da Secretária Geral, realizado dia 16 de fevereiro.
De acordo com nota da Assessoria de Imprensa da Santa Sé, se trata “não simplesmente de uma coincidência cronológica ou temática, mas sim de um sinal de continuidade da solicitação da Igreja na predicação do Evangelho”.
Por este motivo, prossegue o comunicado, nesta encontram-se “preciosas sugestões também pela sua missão no mundo de hoje na Exortação Apostólica “Evangelii nuntiandi sucessiva à III Assembléia”. O Secretário Geral evidenciou os laços estreitos que ligam ao Concílio Vaticano e os textos conciliares presentes na forma de citação no documento pós-sinodal.
O objetivo primordial para hoje proposto ao Conselho foi o exame do esboço do Instrumentum Laboris da próxima XIII Assembléia Geral Ordinária, cujo texto foi transmitido aos Membros em suas sedes.
Tal fato permitiu que se concentrassem os trabalhos no dia 16 de fevereiro, dado que os Cardeais, Membros do Conselho Ordinário, precisaram participar do Consistório do dia 17 passado.
“Houve uma troca de reflexões antes da Assembléia Plenária, depois nos grupos em inglês e italiano, cujas respectivas conclusões foram posteriormente confrontadas na sucessiva e conclusiva discussão plenária”, prossegue a nota da Santa Sé.
Os esboços que mais chamaram a atenção foram aquelas sobre “a estrutura literária geral do texto e os complementos incluindo temas como a identidade dos destinatários da nova evangelização, a identidade do cristão na sua relação com o Evangelho e com Jesus Cristo, que é o próprio Evangelho”.
Particularmente rico foi o debate sobre a primazia da fé no presente momento histórico marcado pela crise da fé, que é também uma crise de transmissão da própria fé.
Depois, foi falado sobre a “infecundidade da evangelização atual”, também com a presença de certas influencias da cultura atual que torna particularmente difícil a transmissão da fé e representa um desafio para os cristãos e para a Igreja.
A este propósito, a indicação do Ano da Fé “será uma ocasião propicia para aprofundar o dom da fé recebido pelo Senhor para vivê-lo e transmiti-lo aos outros”, cita o comunicado.
A família foi indicada como lugar originário da transmissão da fé, “onde a fé é comunicada aos jovens que, na experiência da família aprendem tanto o conteúdo como a prática da fé cristã”.
“A obra insubstituível da família - acrescenta a nota – é prolongada pela catequese desenvolvida nas instituições eclesiais, sobretudo através da liturgia com os sacramentos e a homilia, ou mesmo dando espaço as missões paroquiais, a piedade popular, aos movimentos, as comunidades eclesiais”.
O secretário geral agradeceu os Membros do Conselho eleitos na XII Assembléia Geral Ordinária pelos trabalhos a favor da colegialidade episcopal e pela indispensável colaboração com a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista do serviço prestado ao ministério do Santo Padre Bento XVI.
A oração do Ângelus concluiu os trabalhos com a invocação da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, para que os trabalhos do próximo Sínodo se desenvolvam frutuosamente na memória do Concilio Vaticano II e na fidelidade ao Evangelho para a transmissão da fé.
Entre os membros da Cúria Romana que participaram do XIII Conselho Ordinário da Secretaria Geral, estavam: Card. Francis Arinze, Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Card. Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontificio Conselho da Justiça e da Paz; Card. Marc Ouellet, P.S.S., Prefeito da Congregação para os Bispos; Card. Walter Kasper, Presidente emerito do Pontificio Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Card. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontificio Conselho da Cultura.
Fonte: Zenit.
Jorndada Mundial da Juventude: Grande aventura da fé
Durante toda a tarde de hoje, 27 de fevereiro, os responsáveis pelos setores que compõem o Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013 estiveram reunidos com a delegação do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL).
O Comitê Organizador local e a Delegação do Pontifício Conselho para os leigos estão reunidos para apresentar o andamento dos trabalhos de preparação para a JMJ 2013.
Na chegada o Cardeal Rylko, presidente do PCL, falou que o Papa Bento XVI acompanha de perto os preparativos da JMJ e espera o engajamento de todos os jovens. “A JMJ é uma aventura da fé onde o protagonista principal é o Espírito Santo. Ele é nossa força!", afirmou ele.
Entre as atividades previstas estão um encontro com o governador do Rio, Sérgio Cabral e com o prefeito da cidade, Eduardo Paes e outro com os responsáveis por movimentos e novas comunidades.
A delegação do PCL visitará alguns locais cotados para receber as cerimônias com a presença do Papa Bento XVI durante a JMJ Rio2013, que acontecerá de23 a28 de julho de 2013.
O cardeal Rilko presidirá uma missa no dia 1° de março, data em a cidade maravilhosa comemorará seus 447 anos de fundação, no Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado. À noite haverá o Encontro da Juventude, na Igreja de Santa`Ana, no centro da cidade; infomrou a assessoria de imprensa da JMJ Rio 2013.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
O Comitê Organizador local e a Delegação do Pontifício Conselho para os leigos estão reunidos para apresentar o andamento dos trabalhos de preparação para a JMJ 2013.
Na chegada o Cardeal Rylko, presidente do PCL, falou que o Papa Bento XVI acompanha de perto os preparativos da JMJ e espera o engajamento de todos os jovens. “A JMJ é uma aventura da fé onde o protagonista principal é o Espírito Santo. Ele é nossa força!", afirmou ele.
Entre as atividades previstas estão um encontro com o governador do Rio, Sérgio Cabral e com o prefeito da cidade, Eduardo Paes e outro com os responsáveis por movimentos e novas comunidades.
A delegação do PCL visitará alguns locais cotados para receber as cerimônias com a presença do Papa Bento XVI durante a JMJ Rio2013, que acontecerá de23 a28 de julho de 2013.
O cardeal Rilko presidirá uma missa no dia 1° de março, data em a cidade maravilhosa comemorará seus 447 anos de fundação, no Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado. À noite haverá o Encontro da Juventude, na Igreja de Santa`Ana, no centro da cidade; infomrou a assessoria de imprensa da JMJ Rio 2013.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
O espaço e Deus: narração de um astronauta
Descubrir o universo, os planetas, as estrelas, as nebulosas, os buracos negros, como uma criação única de Deus e entender que também nós estamos no cosmo como parte integrante e operante. Este foi o objetivo do encontro que aconteceu na noita de quinta-feira, 23 de fevereiro, no Teatro Argentina em Roma, promovido pelo Departamento diocesano da Pastoral Universitária, pelos estudantes universitários da capital em colaboração com o Ministério da Educação da Universidade e da Pesquisa.
"O espaço - explicou para a platéia o astronauta Roberto Vittori, entre os convidados do evento - é, certamente ciência e tecnologia, mas é também imaginação e arte. Eu tive a sorte de poder fazer três vezes a experiência dos vôos, duas com os russos e uma com o último vôo do Shuttle. Todas são aventuras muito especiais. O homem faz coisas que humanamente não poderia fazer: subir a bordo de um foguete, esperar pela contagem regressiva, a ignição dos motores e entrar no espaço. Este é um privilégio incrível, o de olhar para a terra de fora. Para mim, desde a primeira vez, foi uma sensação muito forte, porque a beleza da vista da Terra pela Estação Espacial, é algo indescritível, este incrível "planeta azul" envia realmente uma forte mensagem de esperança. "
E Vittori também traçou a emoção dos preparativos para o vôo, da chegada à estação espacial, do treinamento que dura vários dias, até chegar ao fatídico dia do lançamento. "O caminho que fazemos antes de chegar na contagem regressiva, que pré-anuncia o lançamento no espaço, é realmente muito bonito e muito emocionante, que te leva, literalmente, fora do mundo. É difícil escolher uma emoção que tenha me impressionado particularmente, mas se eu tivesse que escolher uma, posso dizer que a coisa mais bela é a aterrizagem, o retorno à Terra, reencontrar os próprios entes queridos e descobrir que homens somos e homens permanecemos".
E o coronel Vittori em maio passado, foi um dos astronautas protagonistas da histórica conexão entre Bento XVI e a Estação Espacial Internacional. "O Santo Padre - disse – foi absolutamente capaz de superar a barreira do cientista e da tecnologia para entrar no interior dos nossos corações. Foi certamente um evento histórico. De fato foi a primeira vez que aconteceu uma oportunidade como esta. Para todos nós, aqueles momentos, suas palavras de encorajamento e de esperança, permanecerão para sempre nas nossas memórias como um dos momentos-fundamentais da missão espacial. "
Junto com o coronel Vittori estava também o professor Antonio Viviani, cientista renomado a nível mundial que em 1994 e 1996, conduziu dois experimentos fundamentais a bordo do Space Shuttle Columbia, no Centro de Vôo Espacial Marshall da NASA.
"Além da óbvia tensão que te acompanha até o fim do experimento – explicou particularmente emocionado aos jovens que escutavam fascinados – que no meu caso durou cerca de 7 horas, durante os breves intervalos que eu podia afastar o pensamento de comandos, telas , gravadores de vídeo, fones de ouvido, microfones e outras coisas, me voltava para o Senhor pedindo-lhe para sustentar-me até o fim e que tudo ocorresse da melhor forma, porque estavam céticos quanto ao sucesso da empreitada. Era 1996, e para mim era a primeira vez que realizava minha experiência, justo no 25 º aniversário do lançamento da Apollo 11 que levou, pela primeira vez, o homem à Lua. Talvez por isso repensava na mensagem que o Papa Paulo VI enviou aos astronautas da Apollo 11 com palavras que lembravam o trabalho humano à luz da grandeza humana e da bondade de Deus. No final do experimento onde tudo foi bem sucedido, os dois astronautas Don Thomas e Leroy Chiao na Columbia quiseram falar comigo, e enquanto ouvia as suas vozes, não podia fazer outra coisa que pensar na grandeza do criado e de Deus, bem quando eles me diziam com muito carinho: "Antonio, enjoy your lunch”, isto é, Antonio, um bom almoço."
No encontro também estava presente o cientista Antonino Zichichi, que explicou aos meninos a nova teoria da relação espaço-tempo relação em 43 dimensões. "O estudo do espaço levou-nos a entender qual é a lógica que rege o mundo: hoje, temos a certeza de que o espaço-tempo em 4 dimensões não é mais suficiente para descrever a lógica Daquele que fez o mundo. De acordo com o que conseguimos entender, na base da nossa existência material há um espaço-tempo com 43 dimensões. Portanto, se é verdadeiro o que nós pensamos, somos filhos do “super-mundo”, o que significa uma lógica rigorosa que nasce, não observando o espaço, não observando as estrelas, mas estudando as pedras que foram feitas pela mesma Pessoa que fez as estrelas. Portanto, nada é fruto do acaso, mas há um Autor supremo por acima de tudo".
O evento foi concluído por Monsenhor Lorenzo Leuzzi, eleito Bispo Auxiliar de Roma e responsável pela Pastoral Universitária, que convidou os jovens a serem cristão inteligentes, a superarem a ignorância e a conhecer a realidde por meio do estudo e da pesquisa, pois só assim será possível para eles, encontrar o verdadeiro rosto de Deus.
Marina Tomarro
Fonte: Zenit.
"O espaço - explicou para a platéia o astronauta Roberto Vittori, entre os convidados do evento - é, certamente ciência e tecnologia, mas é também imaginação e arte. Eu tive a sorte de poder fazer três vezes a experiência dos vôos, duas com os russos e uma com o último vôo do Shuttle. Todas são aventuras muito especiais. O homem faz coisas que humanamente não poderia fazer: subir a bordo de um foguete, esperar pela contagem regressiva, a ignição dos motores e entrar no espaço. Este é um privilégio incrível, o de olhar para a terra de fora. Para mim, desde a primeira vez, foi uma sensação muito forte, porque a beleza da vista da Terra pela Estação Espacial, é algo indescritível, este incrível "planeta azul" envia realmente uma forte mensagem de esperança. "
E Vittori também traçou a emoção dos preparativos para o vôo, da chegada à estação espacial, do treinamento que dura vários dias, até chegar ao fatídico dia do lançamento. "O caminho que fazemos antes de chegar na contagem regressiva, que pré-anuncia o lançamento no espaço, é realmente muito bonito e muito emocionante, que te leva, literalmente, fora do mundo. É difícil escolher uma emoção que tenha me impressionado particularmente, mas se eu tivesse que escolher uma, posso dizer que a coisa mais bela é a aterrizagem, o retorno à Terra, reencontrar os próprios entes queridos e descobrir que homens somos e homens permanecemos".
E o coronel Vittori em maio passado, foi um dos astronautas protagonistas da histórica conexão entre Bento XVI e a Estação Espacial Internacional. "O Santo Padre - disse – foi absolutamente capaz de superar a barreira do cientista e da tecnologia para entrar no interior dos nossos corações. Foi certamente um evento histórico. De fato foi a primeira vez que aconteceu uma oportunidade como esta. Para todos nós, aqueles momentos, suas palavras de encorajamento e de esperança, permanecerão para sempre nas nossas memórias como um dos momentos-fundamentais da missão espacial. "
Junto com o coronel Vittori estava também o professor Antonio Viviani, cientista renomado a nível mundial que em 1994 e 1996, conduziu dois experimentos fundamentais a bordo do Space Shuttle Columbia, no Centro de Vôo Espacial Marshall da NASA.
"Além da óbvia tensão que te acompanha até o fim do experimento – explicou particularmente emocionado aos jovens que escutavam fascinados – que no meu caso durou cerca de 7 horas, durante os breves intervalos que eu podia afastar o pensamento de comandos, telas , gravadores de vídeo, fones de ouvido, microfones e outras coisas, me voltava para o Senhor pedindo-lhe para sustentar-me até o fim e que tudo ocorresse da melhor forma, porque estavam céticos quanto ao sucesso da empreitada. Era 1996, e para mim era a primeira vez que realizava minha experiência, justo no 25 º aniversário do lançamento da Apollo 11 que levou, pela primeira vez, o homem à Lua. Talvez por isso repensava na mensagem que o Papa Paulo VI enviou aos astronautas da Apollo 11 com palavras que lembravam o trabalho humano à luz da grandeza humana e da bondade de Deus. No final do experimento onde tudo foi bem sucedido, os dois astronautas Don Thomas e Leroy Chiao na Columbia quiseram falar comigo, e enquanto ouvia as suas vozes, não podia fazer outra coisa que pensar na grandeza do criado e de Deus, bem quando eles me diziam com muito carinho: "Antonio, enjoy your lunch”, isto é, Antonio, um bom almoço."
No encontro também estava presente o cientista Antonino Zichichi, que explicou aos meninos a nova teoria da relação espaço-tempo relação em 43 dimensões. "O estudo do espaço levou-nos a entender qual é a lógica que rege o mundo: hoje, temos a certeza de que o espaço-tempo em 4 dimensões não é mais suficiente para descrever a lógica Daquele que fez o mundo. De acordo com o que conseguimos entender, na base da nossa existência material há um espaço-tempo com 43 dimensões. Portanto, se é verdadeiro o que nós pensamos, somos filhos do “super-mundo”, o que significa uma lógica rigorosa que nasce, não observando o espaço, não observando as estrelas, mas estudando as pedras que foram feitas pela mesma Pessoa que fez as estrelas. Portanto, nada é fruto do acaso, mas há um Autor supremo por acima de tudo".
O evento foi concluído por Monsenhor Lorenzo Leuzzi, eleito Bispo Auxiliar de Roma e responsável pela Pastoral Universitária, que convidou os jovens a serem cristão inteligentes, a superarem a ignorância e a conhecer a realidde por meio do estudo e da pesquisa, pois só assim será possível para eles, encontrar o verdadeiro rosto de Deus.
Marina Tomarro
Fonte: Zenit.
Os bispos Vascos pedem dissolução de ETA
Os três bispos Vascos - Mario Iceta, de Bilbao; José Ignacio Munilla, de San Sebastián; Miguel Asurmendi, de Vitoria – assinaram uma homilia conjunta sobre o fim do terrorismo, na qual convidam membros do grupo terrorista ETA a buscarem um “arrependimento verdadeiro”, que os leve a um “sincero pedido” de perdão.
Esta homilia esteve marcada por reflexões profundas sobre o mistério Pascal, morte e ressurreição de Cristo, como solução a todo conflito, terrorismo e violências.
Os bispos concluiram dizendo: “O anúncio de Eta, da conclusão definitica de toda ação violenta, foi acolhido por nós e pela sociedade com satisfação e esperança, mas nós continuamos desejando e pedindo a sua definitiva desaparição. Depois do cesse de tudo o que ameaça a integridade física ou moral dos indivíduos, os caminhos da verdade e da justiça constituem o itinerário para uma reconstrução moral e social, que garanta uma convivência pacífica, digna e respeitosa”.
Fonte: Zenit.
Esta homilia esteve marcada por reflexões profundas sobre o mistério Pascal, morte e ressurreição de Cristo, como solução a todo conflito, terrorismo e violências.
Os bispos concluiram dizendo: “O anúncio de Eta, da conclusão definitica de toda ação violenta, foi acolhido por nós e pela sociedade com satisfação e esperança, mas nós continuamos desejando e pedindo a sua definitiva desaparição. Depois do cesse de tudo o que ameaça a integridade física ou moral dos indivíduos, os caminhos da verdade e da justiça constituem o itinerário para uma reconstrução moral e social, que garanta uma convivência pacífica, digna e respeitosa”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Queda de braço
Com razão nos dizem as Escrituras que um “atleta não será coroado se não tiver lutado” (2 Tim 2,5). A vida do homem sobre a terra envolve constante tensão, permanentes opções, escolhas dolorosas. Os ideais da vida não estão prontos. As idéias que servem de coluna vertebral para construir nossa história precisam ser selecionadas. Nos últimos dois milênios a humanidade se agrupou – falando de maneira simplificada – ao redor de duas maneiras de organizar a vida.
Uma é a maneira de ver do paganismo. A outra é o ideal proposto pelo cristianismo. As idéias-força dos pagãos são estas: O mundo está cheio de forças misteriosas, que devem ser domadas pela magia. É preciso dominar o azar. Não podemos tocar em “água santa”; as classes (as castas) são intransponíveis; a vida tem um horizonte só para este mundo; as mulheres existem para gerar a vida, mas dependem da vontade masculina; a guerra é o instrumento para impor a paz; o prazer sexual é sempre lícito para os varões; a vida sexual não se expressa só entre um homem e uma mulher; a virtude só é obrigatória de dia; a monogamia é só uma possibilidade.
É claro que os pagãos produziram coisas boas, como o empenho em cumprir a palavra, o reconhecimento de que as pessoas tem direitos, o estímulo ao amor à pátria, a crença e a invocação das divindades, o folguedo nas festas...
O cristianismo deu outra visão da existência: existe vida após a morte; a família exige fidelidade conjugal perpétua; o prazer sexual se justifica só entre um casal legítimo; existirão festas para celebrar os heróis do cristianismo; o repouso dominical é obrigatório; todos os homens são filhos diletos de Deus; a guerra é só um recurso extremo; o roubo deve ser punido; os bens materiais tem um valor relativo...
O mundo impôs, mas sob influência cristã, os direitos humanos, as leis trabalhistas, a justiça social, a igualdade democrática, os direitos da mulher e das minorias. Mas também replantou do paganismo a total liberdade sexual (carnaval), as guerras como meio de paz, a família sem moralidade fixa, a semana sem dia de descanso religioso, o feminismo que olha só a mulher e não a mãe. Mas o que lhe causa ódio é a nossa visão de eternidade após a morte. Somos alvo permanente de perseguições. Mais de 80% de todas as perseguições físicas e morais existentes são contra os cristãos. Não olharemos isso sem reagir.
Autor:Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo de Uberaba, MG.
Uma é a maneira de ver do paganismo. A outra é o ideal proposto pelo cristianismo. As idéias-força dos pagãos são estas: O mundo está cheio de forças misteriosas, que devem ser domadas pela magia. É preciso dominar o azar. Não podemos tocar em “água santa”; as classes (as castas) são intransponíveis; a vida tem um horizonte só para este mundo; as mulheres existem para gerar a vida, mas dependem da vontade masculina; a guerra é o instrumento para impor a paz; o prazer sexual é sempre lícito para os varões; a vida sexual não se expressa só entre um homem e uma mulher; a virtude só é obrigatória de dia; a monogamia é só uma possibilidade.
É claro que os pagãos produziram coisas boas, como o empenho em cumprir a palavra, o reconhecimento de que as pessoas tem direitos, o estímulo ao amor à pátria, a crença e a invocação das divindades, o folguedo nas festas...
O cristianismo deu outra visão da existência: existe vida após a morte; a família exige fidelidade conjugal perpétua; o prazer sexual se justifica só entre um casal legítimo; existirão festas para celebrar os heróis do cristianismo; o repouso dominical é obrigatório; todos os homens são filhos diletos de Deus; a guerra é só um recurso extremo; o roubo deve ser punido; os bens materiais tem um valor relativo...
O mundo impôs, mas sob influência cristã, os direitos humanos, as leis trabalhistas, a justiça social, a igualdade democrática, os direitos da mulher e das minorias. Mas também replantou do paganismo a total liberdade sexual (carnaval), as guerras como meio de paz, a família sem moralidade fixa, a semana sem dia de descanso religioso, o feminismo que olha só a mulher e não a mãe. Mas o que lhe causa ódio é a nossa visão de eternidade após a morte. Somos alvo permanente de perseguições. Mais de 80% de todas as perseguições físicas e morais existentes são contra os cristãos. Não olharemos isso sem reagir.
Autor:Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo de Uberaba, MG.
Exorta párocos romanos a serem humildes e unidos
Bento XVI exorta párocos romanos a serem humildes e unidos, a não cederem às opiniões do mundo.
Cidade do Vaticano - Realizou-se na manhã desta quinta-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, o tradicional encontro quaresmal de Bento XVI com os párocos romanos. O Pontífice fez uma lectio divina centralizada no capítulo quarto da Carta de São Paulo aos Efésios. O Papa exortou os sacerdotes a serem humildes e a não cederem às opiniões do mundo.
É o Bispo de Roma que encontra os párocos de sua diocese. De fato, trata-se de um evento tradicional que se realiza todos os anos no início do período quaresmal, que sempre sabe oferecer aos sacerdotes uma ocasião de renovação na fé.
Bento XVI expressou toda a sua alegria ao ver tantos párocos reunidos, definiu-os "um forte exército de Deus" pronto para as batalhas do nosso tempo. Depois, seguindo o texto da Carta paulina, deteve-se sobre o chamado ao sacerdócio:
"O grande sofrimento da Igreja de hoje na Europa e no Ocidente é a falta de vocações sacerdotais, mas o Senhor chama sempre, falta a escuta."
Eis porque – acrescentou – "devemos estar atentos à voz do Senhor" e ser capazes de aceitar esse chamado. Em seguida, o Papa ressaltou que ser fiéis ao chamado do Senhor implica viver virtudes necessárias, em particular a humildade, a mansidão e a magnanimidade.
O Santo Padre deteve-se, sobretudo, sobre a humildade. Ser cristão significa superar a "tentação original", a soberba que é "a raiz de todos os pecados" – disse.
Foram palavras acompanhadas de uma premente exortação:
"Aceitar isso, aprender isso e assim aprender, aceitar a minha posição na Igreja, o meu pequeno serviço como grande aos olhos de Deus. E justamente essa humildade, esse realismo nos torna livres."
O Pontífice reiterou que da falta de humildade deriva também a divisão da Igreja. Se não somos humildes – advertiu – somos também divididos:
"A ausência da humildade destrói a unidade; a humildade é uma virtude fundamental da unidade e somente assim cresce a unidade do Corpo de Cristo: somente assim tornamo-nos realmente unidos e recebemos nós a riqueza e a beleza da unidade."
Outro grande problema da Igreja atual – prosseguiu – é a falta de conhecimento da fé, é "o analfabetismo religioso":
"…e com esse analfabetismo não podemos crescer, a unidade não pode crescer. Por isso devemos nós mesmos apropriar-nos novamente desse conteúdo como riqueza da unidade, e não como um pacote de dogmas e de mandamentos, mas como uma realidade única que se revela na sua profundidade e beleza."
Daí, a importância do Ano da Fé, disse o Pontífice fazendo votos de uma renovação catequética a fim de que a fé "seja conhecida", Cristo "seja conhecido". Em seguida, Bento XVI criticou aqueles teólogos segundo os quais Deus não seria onipotente porque existe o mal no mundo.
"No final – observou – a força do mal desaparece, somente Deus permanece", essa é a nossa esperança: "Que a luz vence, o amor vence". O Papa reiterou que os cristãos não são violentos e que não se pode relacionar a defesa da verdade ao recurso à violência.
Na parte conclusiva da lectio divina, o Pontífice observou que nestes últimos dez anos se recorreu à fórmula "fé adulta", para dizer "emancipada" do Magistério da Igreja:
"Mas o resultado não é uma fé adulta, o resultado é a dependência das ondas do mundo, das opiniões do mundo, da ditadura dos meios de comunicação, da opinião que todos têm e querem. Não é verdadeira emancipação."
O Santo Padre observou que a verdadeira emancipação é, ao invés, justamente libertar-se dessa "ditadura" das opiniões do mundo.
Somente "na liberdade dos Filhos de Deus que creem juntos no Corpo de Cristo" somos verdadeiramente livres e capazes de responder aos desafios do nosso tempo – concluiu.
Durante o encontro Bento XVI entregou aos párocos o texto intitulado "Escolhido por Deus para os homens", publicado pelas Edições Paulinas com uma apresentação do Cardeal Vigário do Papa para a Diocese de Roma Agostino Vallini.
Trata-se – disse o purpurado – de uma "regra de vida", fruto do Ano Sacerdotal. Um traço espiritual, um guia ideal oferecido a todos os sacerdotes romanos "a fim de que cresçam na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio".
Fonte: Rádio Vaticano
Cidade do Vaticano - Realizou-se na manhã desta quinta-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, o tradicional encontro quaresmal de Bento XVI com os párocos romanos. O Pontífice fez uma lectio divina centralizada no capítulo quarto da Carta de São Paulo aos Efésios. O Papa exortou os sacerdotes a serem humildes e a não cederem às opiniões do mundo.
É o Bispo de Roma que encontra os párocos de sua diocese. De fato, trata-se de um evento tradicional que se realiza todos os anos no início do período quaresmal, que sempre sabe oferecer aos sacerdotes uma ocasião de renovação na fé.
Bento XVI expressou toda a sua alegria ao ver tantos párocos reunidos, definiu-os "um forte exército de Deus" pronto para as batalhas do nosso tempo. Depois, seguindo o texto da Carta paulina, deteve-se sobre o chamado ao sacerdócio:
"O grande sofrimento da Igreja de hoje na Europa e no Ocidente é a falta de vocações sacerdotais, mas o Senhor chama sempre, falta a escuta."
Eis porque – acrescentou – "devemos estar atentos à voz do Senhor" e ser capazes de aceitar esse chamado. Em seguida, o Papa ressaltou que ser fiéis ao chamado do Senhor implica viver virtudes necessárias, em particular a humildade, a mansidão e a magnanimidade.
O Santo Padre deteve-se, sobretudo, sobre a humildade. Ser cristão significa superar a "tentação original", a soberba que é "a raiz de todos os pecados" – disse.
Foram palavras acompanhadas de uma premente exortação:
"Aceitar isso, aprender isso e assim aprender, aceitar a minha posição na Igreja, o meu pequeno serviço como grande aos olhos de Deus. E justamente essa humildade, esse realismo nos torna livres."
O Pontífice reiterou que da falta de humildade deriva também a divisão da Igreja. Se não somos humildes – advertiu – somos também divididos:
"A ausência da humildade destrói a unidade; a humildade é uma virtude fundamental da unidade e somente assim cresce a unidade do Corpo de Cristo: somente assim tornamo-nos realmente unidos e recebemos nós a riqueza e a beleza da unidade."
Outro grande problema da Igreja atual – prosseguiu – é a falta de conhecimento da fé, é "o analfabetismo religioso":
"…e com esse analfabetismo não podemos crescer, a unidade não pode crescer. Por isso devemos nós mesmos apropriar-nos novamente desse conteúdo como riqueza da unidade, e não como um pacote de dogmas e de mandamentos, mas como uma realidade única que se revela na sua profundidade e beleza."
Daí, a importância do Ano da Fé, disse o Pontífice fazendo votos de uma renovação catequética a fim de que a fé "seja conhecida", Cristo "seja conhecido". Em seguida, Bento XVI criticou aqueles teólogos segundo os quais Deus não seria onipotente porque existe o mal no mundo.
"No final – observou – a força do mal desaparece, somente Deus permanece", essa é a nossa esperança: "Que a luz vence, o amor vence". O Papa reiterou que os cristãos não são violentos e que não se pode relacionar a defesa da verdade ao recurso à violência.
Na parte conclusiva da lectio divina, o Pontífice observou que nestes últimos dez anos se recorreu à fórmula "fé adulta", para dizer "emancipada" do Magistério da Igreja:
"Mas o resultado não é uma fé adulta, o resultado é a dependência das ondas do mundo, das opiniões do mundo, da ditadura dos meios de comunicação, da opinião que todos têm e querem. Não é verdadeira emancipação."
O Santo Padre observou que a verdadeira emancipação é, ao invés, justamente libertar-se dessa "ditadura" das opiniões do mundo.
Somente "na liberdade dos Filhos de Deus que creem juntos no Corpo de Cristo" somos verdadeiramente livres e capazes de responder aos desafios do nosso tempo – concluiu.
Durante o encontro Bento XVI entregou aos párocos o texto intitulado "Escolhido por Deus para os homens", publicado pelas Edições Paulinas com uma apresentação do Cardeal Vigário do Papa para a Diocese de Roma Agostino Vallini.
Trata-se – disse o purpurado – de uma "regra de vida", fruto do Ano Sacerdotal. Um traço espiritual, um guia ideal oferecido a todos os sacerdotes romanos "a fim de que cresçam na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio".
Fonte: Rádio Vaticano
Basta liberdade para realizar a cidade divina?
Será que os ensinamentos do economista Luigi Einaudi, ex-Presidente da República para ajudar a resolver a crise atual?
Qual é a relação entre liberdade econômica e a doutrina social da Igreja Católica?
Qual o papel das economias familiares e do trabalho autônomo, o respeito pela divisão de poder e da superioridade de leis comuns?
Onde estão as classes dominantes moralmente elevadas? O federalismo pode ser realizado na Itália? E uma federação das nações européias?
Para responder a estas perguntas e outras sobre este assunto, Francesco Tomatis, professor titular de filosofia teórica na Universidade de Salerno escreveu o livro: "Em direção a cidade divina. O encanto da liberdadeem Louis Einaud
Com este volume o autor propõe uma interpretação do pensamento de Einaudi destacando a constante reflexão sobre a ligação essencial entre a liberdade e o referencial à tradição religiosa cristã.
Francesco Tomatis nasceu em Carrù (Cuneo) em 1964, colabora com "Avvenire", "La Rivista del Club Alpino Italiano", "Ousitanio Vivo”. Responsável pela edição das obras de Schelling, Nietzsche, Pareyson, publicou os livros: kenosis do logos (1994), Ontologia do Mal (1995), O argumento ontológico (1997), Escatologia da negação (1999), Pareyson ( 2003), Filosofia da montanha (2005), Como Ler Nietzsche (2006), Diálogo dos princípios com Jesus, Sócrates, Lao Tzu (2007), Liberdade do saber, Universidade e diálogo Intercultural (2009).
ZENIT entrevistou Francesco Tomatis para saber mais...
O que tem a ver Luigi Einaudi com a cidade divina?
Tomatis: O título do livro, Em direção a cidade divina, retoma um artigo publicado em 1920 por Luigi Einaudi, muito significativo. Toda a visão política e econômica de Einaudi é incompreensível sem a constante referência a tensão dos homens em direção a uma cidade divina, ideal, mas também realizável na história, onde a personalidade de cada um pode livremente explicar-se em harmonia com o próximo. A cidade divina é tanto o pensamento divino de Platão como aquele cristão, tal como interpretada por Santo Agostinho. Einaudi, frequentemente se refere em seus escritos à viva cidade divina, como também ao decálogo bíblico e a Jesus Cristo como referência moral imprescindível.
Quais são as três dimensões da liberdade que o senhor descreve no livro?
Tomatis: Existem duas dimensões da liberdade muito conhecida, a individual, pessoal, que chega às profundezas da consciência moral, e a social, interpessoal, pública. Normalmente, é apenas entre estas duas liberdades que ocorre a disputa teórica-política, com notáveis divisões entre individualistas e coletivistas. Apesar de reconhecer e buscar o valor de ambos, de liberal atento a realidade social dos homens, Einaudi entendeu como nenhuma delas é suficiente a si própria, ou ambas em conjunto, mas apenas no contexto de uma dimensão espiritual da liberdade, por um encanto da liberdade que atrai o homem a uma abertura transcendente, constitutiva do ser humano.
Quais são as descobertas de Einaudi que podem ser úteis hoje para compreender e superar a crise?
Tomatis: Einaudi repetiu várias vezes, especialmente durante a primeira e a segunda guerra mundial, períodos de crise política e econômica grave, onde as crises financeiras não são superadas com a emissão de papéis: os "derivados" de hoje e também os próprios títulos de estado criado em excesso. Somente o trabalho e a economia de cada cidadão estão na base da prosperidade econômica. Acontece que as leis estatais eliminam toda forma de monopólio econômico, permitindo a livre concorrência, e evitando taxar as economias e a propriedade, e mesmo suas transferências. Também é fundamental ter uma forte presença do trabalho autônomo na sociedade, do agricultor ao profissional liberal, do artesão ao empreendedor, como um verdadeiro federalismo europeu, que não esteja vinculado à soberania nacional. A crise financeira atual e a fraqueza da União Européia demonstram que o discurso de Einaudi permanece ainda hoje inédito.
Basta a liberdade econômica para realizar o desenvolvimento?
Tomatis: Não, a liberdade econômica não é suficiente. Nem mesmo a liberdade política. Ambos são necessários, no entanto, baseiam-se na liberdade espiritual, que tem nas leis morais, no decálogo bíblico e nas palavras vivas de Jesus Cristo o próprio modelo. Quase todas as "dez palavras" do velho testamento indicam ao homem o que não fazer, negando as atividades negativas. A nova lei cristã propõe o amor ao próximo. São estes os livres vínculos que permitem, deixam espaço para uma autentica liberdade pessoal, social e ao desenvolvimento para todos e para cada um.
Qual é a relação entre o Magistério da doutrina social católica e o pensamento econômico de Einaudi?
Tomatis: Einaudi elogiou particularmente as intervenções do magistério do papa Pio XII. Primeiramente, de "católico liberal" que se professava Einaudi, por ter sido indicado como a liberdade pessoal querida por Deus e, portanto, dever de cada cristão católico defendê-la. Além disso, pois o Papa Pio XII introduziu a idéia da Igreja Católica supranacional, superando o conceito míope do internacionalismo, que pressupõe a soberania das várias igrejas nacionais. Mesmo que presente no atual magistério eclesial o pensamento econômico einaudiano, pode ser inferido pela encíclica Caritas in veritate do papa Bento XVI. Nesta, é indicado que apenas na luz da verdade, a caridade – via mestra da doutrina social católica -, com as implicações econômicas e sociais da mesma, podem encontrar orientações; como demonstrado em Einaudi que somente a verdade ou a liberdade divina pode dar sentido a vida econômica - social e a liberdade pessoal, a ética católico-liberal do dever moral e do amor evangélico defendida por ele e tenazmente perseguida por toda a sua vida exemplar.
Por Antonio Gaspari
Fonte: Zenit.
Qual é a relação entre liberdade econômica e a doutrina social da Igreja Católica?
Qual o papel das economias familiares e do trabalho autônomo, o respeito pela divisão de poder e da superioridade de leis comuns?
Onde estão as classes dominantes moralmente elevadas? O federalismo pode ser realizado na Itália? E uma federação das nações européias?
Para responder a estas perguntas e outras sobre este assunto, Francesco Tomatis, professor titular de filosofia teórica na Universidade de Salerno escreveu o livro: "Em direção a cidade divina. O encanto da liberdadeem Louis Einaud
Com este volume o autor propõe uma interpretação do pensamento de Einaudi destacando a constante reflexão sobre a ligação essencial entre a liberdade e o referencial à tradição religiosa cristã.
Francesco Tomatis nasceu em Carrù (Cuneo) em 1964, colabora com "Avvenire", "La Rivista del Club Alpino Italiano", "Ousitanio Vivo”. Responsável pela edição das obras de Schelling, Nietzsche, Pareyson, publicou os livros: kenosis do logos (1994), Ontologia do Mal (1995), O argumento ontológico (1997), Escatologia da negação (1999), Pareyson ( 2003), Filosofia da montanha (2005), Como Ler Nietzsche (2006), Diálogo dos princípios com Jesus, Sócrates, Lao Tzu (2007), Liberdade do saber, Universidade e diálogo Intercultural (2009).
ZENIT entrevistou Francesco Tomatis para saber mais...
O que tem a ver Luigi Einaudi com a cidade divina?
Tomatis: O título do livro, Em direção a cidade divina, retoma um artigo publicado em 1920 por Luigi Einaudi, muito significativo. Toda a visão política e econômica de Einaudi é incompreensível sem a constante referência a tensão dos homens em direção a uma cidade divina, ideal, mas também realizável na história, onde a personalidade de cada um pode livremente explicar-se em harmonia com o próximo. A cidade divina é tanto o pensamento divino de Platão como aquele cristão, tal como interpretada por Santo Agostinho. Einaudi, frequentemente se refere em seus escritos à viva cidade divina, como também ao decálogo bíblico e a Jesus Cristo como referência moral imprescindível.
Quais são as três dimensões da liberdade que o senhor descreve no livro?
Tomatis: Existem duas dimensões da liberdade muito conhecida, a individual, pessoal, que chega às profundezas da consciência moral, e a social, interpessoal, pública. Normalmente, é apenas entre estas duas liberdades que ocorre a disputa teórica-política, com notáveis divisões entre individualistas e coletivistas. Apesar de reconhecer e buscar o valor de ambos, de liberal atento a realidade social dos homens, Einaudi entendeu como nenhuma delas é suficiente a si própria, ou ambas em conjunto, mas apenas no contexto de uma dimensão espiritual da liberdade, por um encanto da liberdade que atrai o homem a uma abertura transcendente, constitutiva do ser humano.
Quais são as descobertas de Einaudi que podem ser úteis hoje para compreender e superar a crise?
Tomatis: Einaudi repetiu várias vezes, especialmente durante a primeira e a segunda guerra mundial, períodos de crise política e econômica grave, onde as crises financeiras não são superadas com a emissão de papéis: os "derivados" de hoje e também os próprios títulos de estado criado em excesso. Somente o trabalho e a economia de cada cidadão estão na base da prosperidade econômica. Acontece que as leis estatais eliminam toda forma de monopólio econômico, permitindo a livre concorrência, e evitando taxar as economias e a propriedade, e mesmo suas transferências. Também é fundamental ter uma forte presença do trabalho autônomo na sociedade, do agricultor ao profissional liberal, do artesão ao empreendedor, como um verdadeiro federalismo europeu, que não esteja vinculado à soberania nacional. A crise financeira atual e a fraqueza da União Européia demonstram que o discurso de Einaudi permanece ainda hoje inédito.
Basta a liberdade econômica para realizar o desenvolvimento?
Tomatis: Não, a liberdade econômica não é suficiente. Nem mesmo a liberdade política. Ambos são necessários, no entanto, baseiam-se na liberdade espiritual, que tem nas leis morais, no decálogo bíblico e nas palavras vivas de Jesus Cristo o próprio modelo. Quase todas as "dez palavras" do velho testamento indicam ao homem o que não fazer, negando as atividades negativas. A nova lei cristã propõe o amor ao próximo. São estes os livres vínculos que permitem, deixam espaço para uma autentica liberdade pessoal, social e ao desenvolvimento para todos e para cada um.
Qual é a relação entre o Magistério da doutrina social católica e o pensamento econômico de Einaudi?
Tomatis: Einaudi elogiou particularmente as intervenções do magistério do papa Pio XII. Primeiramente, de "católico liberal" que se professava Einaudi, por ter sido indicado como a liberdade pessoal querida por Deus e, portanto, dever de cada cristão católico defendê-la. Além disso, pois o Papa Pio XII introduziu a idéia da Igreja Católica supranacional, superando o conceito míope do internacionalismo, que pressupõe a soberania das várias igrejas nacionais. Mesmo que presente no atual magistério eclesial o pensamento econômico einaudiano, pode ser inferido pela encíclica Caritas in veritate do papa Bento XVI. Nesta, é indicado que apenas na luz da verdade, a caridade – via mestra da doutrina social católica -, com as implicações econômicas e sociais da mesma, podem encontrar orientações; como demonstrado em Einaudi que somente a verdade ou a liberdade divina pode dar sentido a vida econômica - social e a liberdade pessoal, a ética católico-liberal do dever moral e do amor evangélico defendida por ele e tenazmente perseguida por toda a sua vida exemplar.
Por Antonio Gaspari
Fonte: Zenit.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Quaresma: o tempo do coração
Evangelho do primeiro domingo da quaresma
Gen 9,8-15
Deus disse a Noé e aos seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança covosco e com os vossos descendentes depois de vós, com todo ser vivente que está convosco, aves, gado e animais selvagens, com todos os animais que saíram da arca, com todos os animais da terra. Estabeleço a minha aliança convosco: nenhuma outra carne será destruída pelas águas do dilúvio, nem o dilúvio devastará mais a terra.
I Pd 3,18-22
Amados, Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.
Mc 1,12-15
Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto e ele ali permaneceu durante quarenta dias, tentado por satanás. Vivia em meio às feras e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho.
Movido internamente pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus, o crente batizado permanece quarenta dias no deserto com o Senhor, para se preparar para o dom da alegria pascal.
Profundamente necessitado de silêncio e de serenidade, ele anseia por uma Palavra verdadeira, que o reencaminhe rumo à harmonia consigo mesmo e com os outros e o faça amar a vida juntamente com eles, na certeza consoladora de que, para além da morte, contemplará o esplendor da face do Cristo Ressuscitado durante toda a eternidade: Ele é "o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim" (Ap 22:13). Ele é a realização pessoal da aliança que Deus fez com o homem, graças à qual toda pessoa é criada "à imagem e semelhança de Deus" (Gen 1,27).
A quaresma não é apenas um tempo do calendário, mas o tempo do coração, "o tempo completo" (Mc 1,15), como Jesus proclama hoje.
É o "kairós", o tempo pessoal e definitivo da abundância da vida (Jo 10,10), o tempo da alegria inalienável e própria de Jesus, que vem da auto-realização no amor e na obediência à vontade do Pai .
"O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15). É o anúncio de um caminho em direção à meta mais desejável que existe: a felicidade duradoura nesta vida, que se tornará bem-aventurança eterna na outra.
Que o tempo esteja completo é coisa cujo significado se assemelha ao anúncio do nascimento: nasce algo que já se trazia por dentro, e, se o acolhemos como um dom de amor a ser cuidado o tempo todo, a nossa vida não conhecerá mais a tristeza da solidão.
"A alegria é o sinal infalível da presença de Deus", afirmava Leon Bloy, querendo dizer que a sua fonte, que jorra sem parar no profundo do coração, é o encontro diário com o Senhor Jesus.
Temos aqui um testemunho importante sobre isto: um doente terminal de aids, na Casa Dom da Paz, das Missionárias da Caridade, pediu o batismo. Quando o padre pediu dele uma expressão de fé, o doente murmurou: "O que eu sei é que eu sou infeliz, e que as irmãs são muito felizes, mesmo quando eu as insulto e cuspo nelas. Ontem eu finalmente perguntei o motivo dessa felicidade. Elas me responderam: Jesus. Eu quero esse Jesus, para ser feliz também" (Cardeal Timothy Dolan, Homilia na Jornada de Oração pelo colégio cardinalício, 17 de fevereiro de 2012).
O ser humano é concebido como um ser-para-a-alegria, e isso fica provado quando vemos que todas as crianças são espontaneamente felizes diante da face da mãe. Eu poderia dizer que isso acontece por causa do fato ontológico de que elas já conhecem a face da mãe há nove meses, porque Deus Pai-Mãe, que em Cristo "os escolheu antes da criação do mundo" (Ef 1,4), olha para elas desde a concepção com o seu rosto inefável de amor radiante, e nunca voltará o olhar para nenhum outro lugar até que o vejamos diretamente "como ele é" (1 João 3:2): "alegria completa na tua presença, doçura sem fim à tua direita" (Salmo 16, 11).
Pe. Angelo del Favero
***
O pe. Angelo del Favero, cardiologista, co-fundou em 1978 um dos primeiros Centros de Ajuda à Vida nos arredores da Catedral de Trento, na Itália. Tornou-se carmelita em 1987, ordenou-se sacerdote em 1991 e foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente se dedica à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
Gen 9,8-15
Deus disse a Noé e aos seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança covosco e com os vossos descendentes depois de vós, com todo ser vivente que está convosco, aves, gado e animais selvagens, com todos os animais que saíram da arca, com todos os animais da terra. Estabeleço a minha aliança convosco: nenhuma outra carne será destruída pelas águas do dilúvio, nem o dilúvio devastará mais a terra.
I Pd 3,18-22
Amados, Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.
Mc 1,12-15
Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto e ele ali permaneceu durante quarenta dias, tentado por satanás. Vivia em meio às feras e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho.
Movido internamente pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus, o crente batizado permanece quarenta dias no deserto com o Senhor, para se preparar para o dom da alegria pascal.
Profundamente necessitado de silêncio e de serenidade, ele anseia por uma Palavra verdadeira, que o reencaminhe rumo à harmonia consigo mesmo e com os outros e o faça amar a vida juntamente com eles, na certeza consoladora de que, para além da morte, contemplará o esplendor da face do Cristo Ressuscitado durante toda a eternidade: Ele é "o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim" (Ap 22:13). Ele é a realização pessoal da aliança que Deus fez com o homem, graças à qual toda pessoa é criada "à imagem e semelhança de Deus" (Gen 1,27).
A quaresma não é apenas um tempo do calendário, mas o tempo do coração, "o tempo completo" (Mc 1,15), como Jesus proclama hoje.
É o "kairós", o tempo pessoal e definitivo da abundância da vida (Jo 10,10), o tempo da alegria inalienável e própria de Jesus, que vem da auto-realização no amor e na obediência à vontade do Pai .
"O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15). É o anúncio de um caminho em direção à meta mais desejável que existe: a felicidade duradoura nesta vida, que se tornará bem-aventurança eterna na outra.
Que o tempo esteja completo é coisa cujo significado se assemelha ao anúncio do nascimento: nasce algo que já se trazia por dentro, e, se o acolhemos como um dom de amor a ser cuidado o tempo todo, a nossa vida não conhecerá mais a tristeza da solidão.
"A alegria é o sinal infalível da presença de Deus", afirmava Leon Bloy, querendo dizer que a sua fonte, que jorra sem parar no profundo do coração, é o encontro diário com o Senhor Jesus.
Temos aqui um testemunho importante sobre isto: um doente terminal de aids, na Casa Dom da Paz, das Missionárias da Caridade, pediu o batismo. Quando o padre pediu dele uma expressão de fé, o doente murmurou: "O que eu sei é que eu sou infeliz, e que as irmãs são muito felizes, mesmo quando eu as insulto e cuspo nelas. Ontem eu finalmente perguntei o motivo dessa felicidade. Elas me responderam: Jesus. Eu quero esse Jesus, para ser feliz também" (Cardeal Timothy Dolan, Homilia na Jornada de Oração pelo colégio cardinalício, 17 de fevereiro de 2012).
O ser humano é concebido como um ser-para-a-alegria, e isso fica provado quando vemos que todas as crianças são espontaneamente felizes diante da face da mãe. Eu poderia dizer que isso acontece por causa do fato ontológico de que elas já conhecem a face da mãe há nove meses, porque Deus Pai-Mãe, que em Cristo "os escolheu antes da criação do mundo" (Ef 1,4), olha para elas desde a concepção com o seu rosto inefável de amor radiante, e nunca voltará o olhar para nenhum outro lugar até que o vejamos diretamente "como ele é" (1 João 3:2): "alegria completa na tua presença, doçura sem fim à tua direita" (Salmo 16, 11).
Pe. Angelo del Favero
***
O pe. Angelo del Favero, cardiologista, co-fundou em 1978 um dos primeiros Centros de Ajuda à Vida nos arredores da Catedral de Trento, na Itália. Tornou-se carmelita em 1987, ordenou-se sacerdote em 1991 e foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente se dedica à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Cristãos perseguidos hoje
O Bispo de Córdoba Dom Demetrio Fernandez inaugurou nesta quarta-feira a exposição de fotografia "Cristãos perseguidos hoje", apresentada no Oratório São Felipe Neri desta cidade.
É uma exposição organizada pela fundação pontifícia Ajuda a Igreja que Sofre, que tem um arquivo de imagem das viagens que a Associação tem feito para aqueles países onde a Igreja Católica está mais necessitada, ameaçada ou sofre perseguição.
A exposição visa divulgar o que acontece nesses locais, bem como sensibilizar a sociedade e incentivar a oração por todos os que sofrem por sua fé, segundo explicou Amparo Llobet, representante da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. Além disso, esta exposição destina seus benefícios a apoiar e ajudar financeiramente os projetos de ajuda pastoral.
Enquanto isso, o bispo presidiu a abertura da exposição, manifestando que esta instituição de Ajuda à Igreja que Sofre não somente ajuda aqueles que estão além da Cortina de Ferro (já extinta) ou aos cristãos da Índia, mas também nos ajuda a nós mesmos que também somos Igreja Necessitada.
Neste sentido, explicou que "somos Igreja Necessitada, porque necessitamos estar informados, conhecer que a Igreja está espalhada por toda a terra e que muitos cristãos (mais de 300 milhões) são perseguidos hoje por causa da sua condição de cristãos."
"Essa intolerância afeta mais ainda os cristãos; por isso devemos ser gratos a esta fundação que lhes ajuda a compreender isto", disse.
Depois das palavras de Monsenhor Demetrio Fernandez, os assistentes acompanharam o prelado em uma visita guiada por Amparo Llobet, pelas várias fotografias da exposição.
Fonte: Zenit.
É uma exposição organizada pela fundação pontifícia Ajuda a Igreja que Sofre, que tem um arquivo de imagem das viagens que a Associação tem feito para aqueles países onde a Igreja Católica está mais necessitada, ameaçada ou sofre perseguição.
A exposição visa divulgar o que acontece nesses locais, bem como sensibilizar a sociedade e incentivar a oração por todos os que sofrem por sua fé, segundo explicou Amparo Llobet, representante da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. Além disso, esta exposição destina seus benefícios a apoiar e ajudar financeiramente os projetos de ajuda pastoral.
Enquanto isso, o bispo presidiu a abertura da exposição, manifestando que esta instituição de Ajuda à Igreja que Sofre não somente ajuda aqueles que estão além da Cortina de Ferro (já extinta) ou aos cristãos da Índia, mas também nos ajuda a nós mesmos que também somos Igreja Necessitada.
Neste sentido, explicou que "somos Igreja Necessitada, porque necessitamos estar informados, conhecer que a Igreja está espalhada por toda a terra e que muitos cristãos (mais de 300 milhões) são perseguidos hoje por causa da sua condição de cristãos."
"Essa intolerância afeta mais ainda os cristãos; por isso devemos ser gratos a esta fundação que lhes ajuda a compreender isto", disse.
Depois das palavras de Monsenhor Demetrio Fernandez, os assistentes acompanharam o prelado em uma visita guiada por Amparo Llobet, pelas várias fotografias da exposição.
Fonte: Zenit.
Depois do pó, a ressurreição
Conforme a tradição, a quarta-feira de cinzas foi marcada pela celebração das "estações" romanas, uma procissão penitencial entre a Igreja de Santo Anselmo no Aventino e a Basílica de Santa Sabina.
Na procissão, liderada pelo papa Bento XVI, participaram os cardeais, arcebispos, bispos, os monges beneditinos de Santo Anselmo, os padres dominicanos de Santa Sabina e alguns fiéis. Bento XVI presidiu a missa com o rito da bênção e a imposição das cinzas na Basílica de Santa Sabina, depois da procissão.
O sinal litúrgico das cinzas, disse o papa durante a homilia, já estava enraizado na cultura judaica, para a qual "o costume de aspergir de cinzas a cabeça em sinal de penitência era comum, assim como vestir-se de trapos".
As cinzas na liturgia católica, ao contrário do óleo, da água, do pão e do vinho, são um sinal "não sacramental", mas ainda assim "ligado à oração e à santificação do povo cristão".
As cinzas nos levam "até o grande afresco da criação, que diz que o ser humano é uma unidade singular da matéria e do sopro divino, através da imagem do pó da terra moldado por Deus e animado pelo seu sopro, insuflado nas narinas da nova criatura".
No Gênesis, o símbolo do pó passa depois por uma "transformação negativa por causa do pecado". Ela "deixa de referir-se ao ato mais criativo de Deus, todo aberto à vida, e se torna um sinal de um destino inexorável de morte: tu és pó e ao pó retornarás (Gn 3,19)".
A terra, portanto, "compartilha o destino do homem", disse o papa, citando São João Crisóstomo, que, por sua vez, observou que tudo é imposto ao homem "de uma forma contrária ao seu estilo de vida anterior" por causa da sua desobediência.
Acontece uma "maldição do solo", que tem "função medicinal para o homem", prossegue Bento XVI. A "resistência da terra" deve ajudar as pessoas a "permanecer dentro dos seus limites e reconhecer a sua natureza".
Isto significa, explicou o papa, "que a intenção de Deus, sempre benéfica, é mais profunda do que a sua própria maldição", devida não a Deus, mas ao pecado, porque Deus "respeita a liberdade humana e as suas consequências, mesmo que negativas".
Ao anunciar ao homem que ele "é pó e ao pó retornará", Deus não só anuncia a "punição justa" aos seres humanos, mas também "uma forma de salvação, que passará por dentro da terra, através do pó, ou da carne que será assumida pelo Verbo".
O pó, as cinzas, nos recordam, portanto, a necessidade da "penitência", da "humildade", nos lembram da nossa "condição mortal", não para nos aprofondarmos no desespero, mas para reforçar em nós "a impensável proximidade de Deus", que abre caminho para a ressurreição, "o paraíso enfim recuperado".
Como Orígenes sublinha, o homem "é novamente ressuscitado da terra" por mérito do perdão do próprio Deus, que, observou Bento XVI, "quis partilhar na pessoa do seu Filho a nossa condição, mas não a corrupção do pecado".
"O Deus que expulsou nossos primeiros pais do Éden enviou seu Filho à nossa terra devastada pelo pecado, e não o poupou, para que nós, filhos pródigos, possamos voltar, arrependidos e remidos pela sua misericórdia, ao nosso lar verdadeiro", conclui o pontífice.
Fonte: Zenit.
Na procissão, liderada pelo papa Bento XVI, participaram os cardeais, arcebispos, bispos, os monges beneditinos de Santo Anselmo, os padres dominicanos de Santa Sabina e alguns fiéis. Bento XVI presidiu a missa com o rito da bênção e a imposição das cinzas na Basílica de Santa Sabina, depois da procissão.
O sinal litúrgico das cinzas, disse o papa durante a homilia, já estava enraizado na cultura judaica, para a qual "o costume de aspergir de cinzas a cabeça em sinal de penitência era comum, assim como vestir-se de trapos".
As cinzas na liturgia católica, ao contrário do óleo, da água, do pão e do vinho, são um sinal "não sacramental", mas ainda assim "ligado à oração e à santificação do povo cristão".
As cinzas nos levam "até o grande afresco da criação, que diz que o ser humano é uma unidade singular da matéria e do sopro divino, através da imagem do pó da terra moldado por Deus e animado pelo seu sopro, insuflado nas narinas da nova criatura".
No Gênesis, o símbolo do pó passa depois por uma "transformação negativa por causa do pecado". Ela "deixa de referir-se ao ato mais criativo de Deus, todo aberto à vida, e se torna um sinal de um destino inexorável de morte: tu és pó e ao pó retornarás (Gn 3,19)".
A terra, portanto, "compartilha o destino do homem", disse o papa, citando São João Crisóstomo, que, por sua vez, observou que tudo é imposto ao homem "de uma forma contrária ao seu estilo de vida anterior" por causa da sua desobediência.
Acontece uma "maldição do solo", que tem "função medicinal para o homem", prossegue Bento XVI. A "resistência da terra" deve ajudar as pessoas a "permanecer dentro dos seus limites e reconhecer a sua natureza".
Isto significa, explicou o papa, "que a intenção de Deus, sempre benéfica, é mais profunda do que a sua própria maldição", devida não a Deus, mas ao pecado, porque Deus "respeita a liberdade humana e as suas consequências, mesmo que negativas".
Ao anunciar ao homem que ele "é pó e ao pó retornará", Deus não só anuncia a "punição justa" aos seres humanos, mas também "uma forma de salvação, que passará por dentro da terra, através do pó, ou da carne que será assumida pelo Verbo".
O pó, as cinzas, nos recordam, portanto, a necessidade da "penitência", da "humildade", nos lembram da nossa "condição mortal", não para nos aprofondarmos no desespero, mas para reforçar em nós "a impensável proximidade de Deus", que abre caminho para a ressurreição, "o paraíso enfim recuperado".
Como Orígenes sublinha, o homem "é novamente ressuscitado da terra" por mérito do perdão do próprio Deus, que, observou Bento XVI, "quis partilhar na pessoa do seu Filho a nossa condição, mas não a corrupção do pecado".
"O Deus que expulsou nossos primeiros pais do Éden enviou seu Filho à nossa terra devastada pelo pecado, e não o poupou, para que nós, filhos pródigos, possamos voltar, arrependidos e remidos pela sua misericórdia, ao nosso lar verdadeiro", conclui o pontífice.
Fonte: Zenit.
Não há unidade da Igreja sem humildade
Generosidade, mansidão e humildade: são virtudes que o sacerdote de hoje nunca deve esquecer. Recordou esta manhã o Papa Bento XVI, durante o tradicional encontro com os párocos da Diocese de Roma, no início da Quaresma.
Recebendo os párocos na Sala Paulo VI, o Papa realizou sua lectio divina, meditando sobre uma passagem da Epístola de São Paulo aos Efésios (Ef 4,1-16).
"Devo ser capaz de aceitar a minha pequena posição na Igreja", disse Bento XVI, usando a primeira pessoa para dirigir-se ao clero romano. O Santo Padre recomendou aos párocos de resguardarem-se da "vanglória"; não aceitar este exercício de humildade e utilizar a Igreja como um meio para suas próprias ambições, “não faz feliz”, disse o Papa.
É preciso não cair na tentação de "aparecer", mas, pelo contrário, é necessário "fazer o que Deus pensou de mim e para mim", que "faz parte do realismo cristão", acrescentou o Bispo de Roma. Se falta humildade, é ameaçada a "unidade da Igreja”.
"Aceitar-me, aceitar uns aos outros - continuou Bento XVI - são coisas que caminham juntas, esta é a grande harmonia da Igreja e da Criação: somos diferentes uns dos outros. Sendo humilde tenho a liberdade de estar em contraste com qualquer parente” em nome “da liberdade e da verdade”.
Párocos e sacerdotes em geral, são esperados para anunciar Cristo e enfrentar o "analfabetismo religioso". Um dos objetivos do próximo Ano da Fé que será “uma "renovação catequética, para que a fé seja conhecida e cresça a unidade na verdade", explicou o Santo Padre.
Se no mundo é difundida a "infantilidade da fé", é preciso uma "fé adulta", que, disse o Pontífice, para evitar mal-entendidos, não signifique qualquer forma de independência do Magistério, que quase sempre tem como resultado, "a dependência das ondas do mundo, da ditadura dos meios de comunicação".
"Devemos reapropriarmo-nos dos conteúdos da fé – prosseguiu o Papa - como riqueza para a unidade, não como um "pacote de dogmas"; para que Cristo seja conhecido, a verdade seja conhecida, e cresça a unidade na verdade. Sem a verdade não é possível ordenar os valores, somos cegos no mundo, e da verdade nasce a caridade”.
O Bispo de Roma exortou também os seus párocos a se comportarem "de maneira digna à vocação recebida", recordando que "o grande sofrimento da Igreja na Europa e no Ocidente, é a falta de vocações sacerdotais", para estimular tais é necessário "ouvir o Senhor."
O Santo Padre, em seguida, entregou aos párocos romanos o livro Escolhido por Deus para os homens (Edições Paulinas 2012). A publicação, realizada pelas mãos de vários bispos e sacerdotes da Diocese de Roma, visa dar "uma regra de vida, visto mais como um ideal do que como um conjunto de preceitos. Melhor, um traço de orientação espiritual, um guia para o bem-estar nosso, os sacerdotes", escreveu o Cardeal Vigário de Roma, Agostino Vallini, no prefácio.
"Fruto do Ano Sacerdotal 2010, incentivado pelo Santo Padre e por ele enriquecido com uma dedicação especial - diz o comunicado divulgado pelo Vicariato de Roma - o texto foi desenvolvido no Conselho presbiterial diocesano".
Além disso, o volume será "uma ferramenta que atinge as fontes da Escritura e as riquezas do Magistério e da reflexão teológico-espiritual sobre o ministério sacerdotal, bem como o testemunho das vidas de santos sacerdotes romanos. Foi oferecido a todos os sacerdotes romanos para que eles possam crescer na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio”.
Luca Marcolivio
Fonte: Zenit.
Recebendo os párocos na Sala Paulo VI, o Papa realizou sua lectio divina, meditando sobre uma passagem da Epístola de São Paulo aos Efésios (Ef 4,1-16).
"Devo ser capaz de aceitar a minha pequena posição na Igreja", disse Bento XVI, usando a primeira pessoa para dirigir-se ao clero romano. O Santo Padre recomendou aos párocos de resguardarem-se da "vanglória"; não aceitar este exercício de humildade e utilizar a Igreja como um meio para suas próprias ambições, “não faz feliz”, disse o Papa.
É preciso não cair na tentação de "aparecer", mas, pelo contrário, é necessário "fazer o que Deus pensou de mim e para mim", que "faz parte do realismo cristão", acrescentou o Bispo de Roma. Se falta humildade, é ameaçada a "unidade da Igreja”.
"Aceitar-me, aceitar uns aos outros - continuou Bento XVI - são coisas que caminham juntas, esta é a grande harmonia da Igreja e da Criação: somos diferentes uns dos outros. Sendo humilde tenho a liberdade de estar em contraste com qualquer parente” em nome “da liberdade e da verdade”.
Párocos e sacerdotes em geral, são esperados para anunciar Cristo e enfrentar o "analfabetismo religioso". Um dos objetivos do próximo Ano da Fé que será “uma "renovação catequética, para que a fé seja conhecida e cresça a unidade na verdade", explicou o Santo Padre.
Se no mundo é difundida a "infantilidade da fé", é preciso uma "fé adulta", que, disse o Pontífice, para evitar mal-entendidos, não signifique qualquer forma de independência do Magistério, que quase sempre tem como resultado, "a dependência das ondas do mundo, da ditadura dos meios de comunicação".
"Devemos reapropriarmo-nos dos conteúdos da fé – prosseguiu o Papa - como riqueza para a unidade, não como um "pacote de dogmas"; para que Cristo seja conhecido, a verdade seja conhecida, e cresça a unidade na verdade. Sem a verdade não é possível ordenar os valores, somos cegos no mundo, e da verdade nasce a caridade”.
O Bispo de Roma exortou também os seus párocos a se comportarem "de maneira digna à vocação recebida", recordando que "o grande sofrimento da Igreja na Europa e no Ocidente, é a falta de vocações sacerdotais", para estimular tais é necessário "ouvir o Senhor."
O Santo Padre, em seguida, entregou aos párocos romanos o livro Escolhido por Deus para os homens (Edições Paulinas 2012). A publicação, realizada pelas mãos de vários bispos e sacerdotes da Diocese de Roma, visa dar "uma regra de vida, visto mais como um ideal do que como um conjunto de preceitos. Melhor, um traço de orientação espiritual, um guia para o bem-estar nosso, os sacerdotes", escreveu o Cardeal Vigário de Roma, Agostino Vallini, no prefácio.
"Fruto do Ano Sacerdotal 2010, incentivado pelo Santo Padre e por ele enriquecido com uma dedicação especial - diz o comunicado divulgado pelo Vicariato de Roma - o texto foi desenvolvido no Conselho presbiterial diocesano".
Além disso, o volume será "uma ferramenta que atinge as fontes da Escritura e as riquezas do Magistério e da reflexão teológico-espiritual sobre o ministério sacerdotal, bem como o testemunho das vidas de santos sacerdotes romanos. Foi oferecido a todos os sacerdotes romanos para que eles possam crescer na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio”.
Luca Marcolivio
Fonte: Zenit.
A CF 2012 aponta para uma das feridas sociais mais agudas de nosso país
O padre Luiz Carlos Dias pertence à diocese de São João da Boa Vista (SP) e à província de Ribeirão Preto, e chegou à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 25 de abril do ano passado.
O que é a Campanha da Fraternidade para a Igreja do Brasil?
É um grande projeto de Evangelização da Igreja no Brasil que chega à sua 49ª edição. A primeira etapa é realizada no tempo da quaresma, e a segunda, de realização de projetos de transformação da realidade proposta, no decorrer do ano. É um projeto que pretende levar a Igreja no Brasil a tarefas transformadoras na sociedade, em prol da justiça e da vida. É, portanto, um belo projeto evangelizador que empenha os católicos e pessoas de boa vontade em ações transformadoras.
Que tipo de mudanças se espera?
Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, a Campanha da Fraternidade de 2012, quer suscitar em nossas comunidades e na sociedade em geral uma sadia discussão sobre a realidade da saúde pública no Brasil, e mobilizar as nossas comunidades e a sociedade em geral em ações que resultem em melhorias no atendimento e na assistência à saúde da população. Ao final da Campanha, intentamos levar às autoridades competentes Para que a “saúde se difunda sobre a terra”, também é necessário lembrar às pessoas que a saúde é um dom a ser preservado com hábitos de vida saudável. E, por fim, queremos dar visibilidade e impulsionar as pastorais ligadas à saúde, um autêntico tesouro de nossa Igreja, que disponibiliza cerca de 500 mil voluntários de nossas comunidades na atenção às pessoas em momento de fragilidade da saúde.
Há um risco na saúde brasileira?
A CF 2012 aponta para uma das feridas sociais mais agudas de nosso país e, quer dar voz ao clamor daqueles que não têm uma estrutura de atendimento à saúde nas proximidades de onde residem, o que ainda ocorre em algumas regiões, dos que enfrentam as longas filas para o atendimento e necessários exames, hospitais lotados, dos que não têm acesso aos medicamentos. São situações que contrastam com os que podem contar com serviços de planos de saúde, os quais já respondem pelo atendimento de um quarto da população, sendo que, alguns apresentam restrições das quais os usuários se darão conta somente quando recorrem a estes serviços. Além disso, são constantes as reivindicações por melhor remuneração dos serviços e salário dos profissionais da saúde pública.
Portanto, não é exagero dizer que a saúde pública no país não vai bem. E, os problemas hoje verificados na área da saúde são reflexos do contexto mais amplo de nossa economia de mercado, hoje globalizada, que não admite a iluminação ético-moral e nem o horizonte de valores sociais, ou seja, é um sistema destituído de compromissos com o povo, com as pessoas, e com a saúde, especialmente daqueles em situação de exclusão.
Qual é a presença da Igreja na saúde brasileira, nos hospitais, na área da saúde?
A Igreja tem um papel importante na história da saúde pública no Brasil. No início da colonização tivemos as iniciativas dos jesuítas, a seguir as Santas Casas, as quais ainda representam um terço dos leitos no país. Os religiosos e as religiosas forma presença marcante e contribuíram para um atendimento humanizado.
Hoje, se somarmos os voluntários das pastorais da Saúde, da Criança, do Idoso, da Aids, chegamos a cerca de quinhentas mil pessoas. Portanto, a nossa Igreja tem uma presença significativa, e não só pelos números, sobretudo, pelo cuidado exercido a inúmeros irmãos e irmãs em momento de fragilidade e enfermidade. Em relação aos hospitais, percebemos que em muitos a tendência é dificultar a presença da Igreja no atendimento aos pacientes, dada também a diversidade de religiões. No entanto, é bom frisar que este atendimento é um direito assegurado em âmbito internacional. Precisamos vencer as barreiras para exercitarmos a samaritanidade junto a essas pessoas, o que é essencial à missão da Igreja.
Qual é a resposta que se espera de todos os católicos?
A Campanha não vem para tomar o lugar da nossa caminhada quaresmal, que é o tema fundamental: a vivência deste tempo procurando retomar a fidelidade ao discipulado e adesão cada vez mais consistente aos valores evangélicos mediante a conversão como preparação para a celebração da Páscoa, mistério central de nossa fé, é o fundamental e nada pode deve se sobrepor a este mistério. E, a Campanha da Fraternidade com suas temáticas, como a deste ano, contribui neste processo. Além disso, é preciso perceber que ações transformadoras em realidades como a saúde pública, beneficiam especialmente os mais necessitados, os pequeninos, segundo a expressão evangélica.
Mas, a satisfação de perceber uma série de sinais de movimentação e interesse nas paróquias e nas diversas dioceses por esta Campanha, a julgar pelas inúmeras formações e pela quantidade de material requisitado. Portanto, esperamos que a proposta da Campanha da Fraternidade venha contribuir para as devidas melhorias na saúde pública, para que a saúde se difunda sobre a terra.
Fonte: Zenit.
O que é a Campanha da Fraternidade para a Igreja do Brasil?
É um grande projeto de Evangelização da Igreja no Brasil que chega à sua 49ª edição. A primeira etapa é realizada no tempo da quaresma, e a segunda, de realização de projetos de transformação da realidade proposta, no decorrer do ano. É um projeto que pretende levar a Igreja no Brasil a tarefas transformadoras na sociedade, em prol da justiça e da vida. É, portanto, um belo projeto evangelizador que empenha os católicos e pessoas de boa vontade em ações transformadoras.
Que tipo de mudanças se espera?
Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, a Campanha da Fraternidade de 2012, quer suscitar em nossas comunidades e na sociedade em geral uma sadia discussão sobre a realidade da saúde pública no Brasil, e mobilizar as nossas comunidades e a sociedade em geral em ações que resultem em melhorias no atendimento e na assistência à saúde da população. Ao final da Campanha, intentamos levar às autoridades competentes Para que a “saúde se difunda sobre a terra”, também é necessário lembrar às pessoas que a saúde é um dom a ser preservado com hábitos de vida saudável. E, por fim, queremos dar visibilidade e impulsionar as pastorais ligadas à saúde, um autêntico tesouro de nossa Igreja, que disponibiliza cerca de 500 mil voluntários de nossas comunidades na atenção às pessoas em momento de fragilidade da saúde.
Há um risco na saúde brasileira?
A CF 2012 aponta para uma das feridas sociais mais agudas de nosso país e, quer dar voz ao clamor daqueles que não têm uma estrutura de atendimento à saúde nas proximidades de onde residem, o que ainda ocorre em algumas regiões, dos que enfrentam as longas filas para o atendimento e necessários exames, hospitais lotados, dos que não têm acesso aos medicamentos. São situações que contrastam com os que podem contar com serviços de planos de saúde, os quais já respondem pelo atendimento de um quarto da população, sendo que, alguns apresentam restrições das quais os usuários se darão conta somente quando recorrem a estes serviços. Além disso, são constantes as reivindicações por melhor remuneração dos serviços e salário dos profissionais da saúde pública.
Portanto, não é exagero dizer que a saúde pública no país não vai bem. E, os problemas hoje verificados na área da saúde são reflexos do contexto mais amplo de nossa economia de mercado, hoje globalizada, que não admite a iluminação ético-moral e nem o horizonte de valores sociais, ou seja, é um sistema destituído de compromissos com o povo, com as pessoas, e com a saúde, especialmente daqueles em situação de exclusão.
Qual é a presença da Igreja na saúde brasileira, nos hospitais, na área da saúde?
A Igreja tem um papel importante na história da saúde pública no Brasil. No início da colonização tivemos as iniciativas dos jesuítas, a seguir as Santas Casas, as quais ainda representam um terço dos leitos no país. Os religiosos e as religiosas forma presença marcante e contribuíram para um atendimento humanizado.
Hoje, se somarmos os voluntários das pastorais da Saúde, da Criança, do Idoso, da Aids, chegamos a cerca de quinhentas mil pessoas. Portanto, a nossa Igreja tem uma presença significativa, e não só pelos números, sobretudo, pelo cuidado exercido a inúmeros irmãos e irmãs em momento de fragilidade e enfermidade. Em relação aos hospitais, percebemos que em muitos a tendência é dificultar a presença da Igreja no atendimento aos pacientes, dada também a diversidade de religiões. No entanto, é bom frisar que este atendimento é um direito assegurado em âmbito internacional. Precisamos vencer as barreiras para exercitarmos a samaritanidade junto a essas pessoas, o que é essencial à missão da Igreja.
Qual é a resposta que se espera de todos os católicos?
A Campanha não vem para tomar o lugar da nossa caminhada quaresmal, que é o tema fundamental: a vivência deste tempo procurando retomar a fidelidade ao discipulado e adesão cada vez mais consistente aos valores evangélicos mediante a conversão como preparação para a celebração da Páscoa, mistério central de nossa fé, é o fundamental e nada pode deve se sobrepor a este mistério. E, a Campanha da Fraternidade com suas temáticas, como a deste ano, contribui neste processo. Além disso, é preciso perceber que ações transformadoras em realidades como a saúde pública, beneficiam especialmente os mais necessitados, os pequeninos, segundo a expressão evangélica.
Mas, a satisfação de perceber uma série de sinais de movimentação e interesse nas paróquias e nas diversas dioceses por esta Campanha, a julgar pelas inúmeras formações e pela quantidade de material requisitado. Portanto, esperamos que a proposta da Campanha da Fraternidade venha contribuir para as devidas melhorias na saúde pública, para que a saúde se difunda sobre a terra.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Tratar a pessoa como pessoa, tratar o ser humano como ser humano
Ao final da Apresentação da Campanha da Fraternidade, na sede da CNBB, Dom Leonardo se aproximou da roda de imprensa para responder às perguntas dos jornalistas ali presentes.
Diante da pergunta sobre a fiscalização, pela população, da prestação do serviço de saúde, Dom Leonardo afirmou que “sempre precisamos fiscalizar o dinheiro da sociedade. Faz parte da cidadania brasileira ajudar a fiscalizar. Fiscalizar é participar. Não só fiscalizar os recursos públicos, mas também acompanhar nossos políticos, é uma fiscalização para que a sociedade se mova de uma maneira ética, decente, fraterna, participativa.”
Sobre o papel dos Conselhos Municipais, muito comentado durante a apresentação da Campanha da Fraternidade, afirmou que “os Conselhos Municipais são decisivos - onde houve mais participação dos Conselhos, houve melhor aplicação de recursos, a comunidade sabe de onde os recursos vêm e para onde os recursos vão, e até mesmo consegue encontrar as prioridades para a aplicação melhor desses recursos.”
No tocante à participação da Igreja na saúde no Brasil, afirmou que é necessário “tratar a pessoa como pessoa, tratar o ser humano como ser humano. Naturalmente existem situações de sobrecarga de horário, de tarefa, de trabalho... quantas vezes nós entramos num hospital com tantos leitos colocados nas ruas... qual é a condição psíquica de uma enfermeira nessas condições? Então, naturalmente que nós devemos ajudar e incentivar para que os nossos doentes, pessoas doentes, sejam melhor atendidas, mas também creio que as pessoas da saúde esperam um suporte maior para poderem exercer bem a sua profissão”.
Com relação ao questionamento de como ser concreto na participação da Campanha da Fraternidade, D. Leonardo respondeu afirmando que o texto deve ser levado às diversas comunidades para reflexão. Temos subsídios elaborados para as via sacras, subsídios elaborados para os colégios, para as escolas, temos subsídios elaborados para pequenas comunidades e depois, também, um elemento muito importante é o gesto concreto no Domingo de Ramos, onde fazemos a coleta da solidariedade. E a Campanha da Fraternidade continua durante o próximo ano, aonde nós vamos analisando os pequenos projetos que vêm e para onde são encaminhados essa coleta feita.”
Fonte: Zenit.
Diante da pergunta sobre a fiscalização, pela população, da prestação do serviço de saúde, Dom Leonardo afirmou que “sempre precisamos fiscalizar o dinheiro da sociedade. Faz parte da cidadania brasileira ajudar a fiscalizar. Fiscalizar é participar. Não só fiscalizar os recursos públicos, mas também acompanhar nossos políticos, é uma fiscalização para que a sociedade se mova de uma maneira ética, decente, fraterna, participativa.”
Sobre o papel dos Conselhos Municipais, muito comentado durante a apresentação da Campanha da Fraternidade, afirmou que “os Conselhos Municipais são decisivos - onde houve mais participação dos Conselhos, houve melhor aplicação de recursos, a comunidade sabe de onde os recursos vêm e para onde os recursos vão, e até mesmo consegue encontrar as prioridades para a aplicação melhor desses recursos.”
No tocante à participação da Igreja na saúde no Brasil, afirmou que é necessário “tratar a pessoa como pessoa, tratar o ser humano como ser humano. Naturalmente existem situações de sobrecarga de horário, de tarefa, de trabalho... quantas vezes nós entramos num hospital com tantos leitos colocados nas ruas... qual é a condição psíquica de uma enfermeira nessas condições? Então, naturalmente que nós devemos ajudar e incentivar para que os nossos doentes, pessoas doentes, sejam melhor atendidas, mas também creio que as pessoas da saúde esperam um suporte maior para poderem exercer bem a sua profissão”.
Com relação ao questionamento de como ser concreto na participação da Campanha da Fraternidade, D. Leonardo respondeu afirmando que o texto deve ser levado às diversas comunidades para reflexão. Temos subsídios elaborados para as via sacras, subsídios elaborados para os colégios, para as escolas, temos subsídios elaborados para pequenas comunidades e depois, também, um elemento muito importante é o gesto concreto no Domingo de Ramos, onde fazemos a coleta da solidariedade. E a Campanha da Fraternidade continua durante o próximo ano, aonde nós vamos analisando os pequenos projetos que vêm e para onde são encaminhados essa coleta feita.”
Fonte: Zenit.
"A saúde por excelência é a da alma"
“Suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável”.
Este foi o escopo da mensagem de Bento XVI enviada ao arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, em ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2012, sob o lema "que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Ecio 38,8).
O Papa lembrou que para os cristãos “o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem-estar corporal”.
E citou o episódio em que Jesus, antes de curar o paralítico, “perdoa-lhes os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mi 16,26)
A mensagem fala da participação no mistério do sofrimento de Cristo para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus toma fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI, Discurso aos enfermos de Turim, 2/V/2010).
Bento XVI terminou a mensagem evocando a “intercessão de Nossa Senhora Aparecida — para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento, E, para confirmar-lhes nestes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica”.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
Este foi o escopo da mensagem de Bento XVI enviada ao arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, em ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2012, sob o lema "que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Ecio 38,8).
O Papa lembrou que para os cristãos “o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem-estar corporal”.
E citou o episódio em que Jesus, antes de curar o paralítico, “perdoa-lhes os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mi 16,26)
A mensagem fala da participação no mistério do sofrimento de Cristo para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus toma fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI, Discurso aos enfermos de Turim, 2/V/2010).
Bento XVI terminou a mensagem evocando a “intercessão de Nossa Senhora Aparecida — para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento, E, para confirmar-lhes nestes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica”.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
Meio milhão de agentes voluntários nas diversas pastorais
Na sede da CNBB em Brasília, às 14h desta quarta feira, ocorreu a abertura da Campanha da Fraternidade 2012. Participaram do evento Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília; Maria Cristina dos Anjos, diretora executiva Nacional da Cáritas Brasileira; Dr. Nelson Rodrigues, Presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (IDISA); Dr. André Luiz de Oliveira, Ex-coordenador Nacional da Pastoral da Saúde e o Ministro da Saúde Alexandre Rocha Santos Padilha e toda a imprensa católica e laica. Zenit, também, também marcou presença no evento.
Depois da saudação aos presentes, veio a prestação de contas da campanha da Fraternidade 2011, realizada por Maria Cristina dos Anjos, a qual destacou que o gesto concreto da CF é a coleta realizada no Domingo de Ramos, que é destinada ao Fundo Nacional de Solidariedade, que fomenta projetos, forma e capacita agentes. Só no ano passado, arrecadou-se pouco mais de 5 milhões de reais.
Em seguida, o padre Luis Carlos Dias – secretário executivo da Campanha da Fraternidade – procedeu à leitura da carta enviada pelo Papa Bento XVI, por ocasião da Campanha da Fraternidade, datada de 11 de Fevereiro de 2012, na qual, entre outros aspectos, o Papa destacou que a Saúde Pública é um dever do Estado, do indivíduo, da família e da sociedade como um todo.
Dom Leonardo Steiner destacou a necessidade de uma maior atenção por parte do Estado, em relação à saúde dos indígenas e dos quilombolas, como também a preocupação com “a decisão governamental de cortar cerca de 5 bilhões de reais da área da saúde” para o exercício orçamentário desse ano, frustrando, assim, um dos objetivos da Emenda Constitucional nº 29, que é uma maior destinação de recursos à saúde, agravando, dessa forma, mais ainda, o problema do subfinanciamento da Saúde Pública. Pontuou, por fim, que os problemas na área da saúde são reflexos da nossa economia de mercado que muitas vezes não conta com valores éticos, morais e sociais, ressaltando que um dos ideais da Campanha da Fraternidade são os Conselhos Municipais de Saúde, que possibilitarão a participação decisiva da sociedade no controle da saúde pública.
O Ministro da Saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, destacou que o desafio da saúde no Brasil é a extensão do nosso país. Nenhum dos países, que figuram como modelo de sistema de saúde, apresenta uma população como a do Brasil e não vemos países com mais de 100 milhões de habitantes que tenham assumido o compromisso constitucional que o Brasil assumiu. A nossa Constituição prevê que: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A Igreja católica – afirmou o ministro – sempre esteve presente na democratização do país e possibilitará, por meio das discussões nas diversas comunidades, uma reflexão séria e profunda sobre o SUS “real” da sociedade. Diversos são os desafios a serem vencidos na saúde: redução da mortalidade materna, diminuição dos acidentes de moto e carro, que ocupam de 35% a 40% dos leitos de pronto-socorros e UTIs, a epidemia do craque, bem como o envelhecimento da população em razão da urbanização. O ministro ressaltou, ainda, que algumas iniciativas legais podem ajudar a solucionar a problemática da saúde, como a criação de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, na qual sejam previstas metas a serem alcançadas e punição aos gestores caso não as cumpram. Por fim, pontuou que o tema do subfinanciamento da saúde não se encerra na EC nº 29.
Colocando em números a participação da Igreja na saúde brasileira, o Dr. André Luiz de Oliveira informou que nossa Igreja conta com meio milhão de agentes voluntários nas diversas pastorais: 230 mil na Pastoral da Criança, 100 mil na Pastoral da Saúde, 30 mil na Pastoral do Idoso, entre15 a20 mil na Pastoral da Aids, sem falar na Pastoral Familiar e, sem contar, também, toda a estrutura da Igreja Brasileira: 274 circunscrições eclesiásticas, 10 mil paróquias, 450 bispos, 17 mil padres, 33 mil religiosos e religiosas, 700 mil catequistas - todos esses números indicam que o tema da Campanha da Fraternidade será suscitado em muitos locais e rincões da nossa sociedade, provocando verdadeiras transformações.
No final das exposições, Dom Leonardo – fazendo votos de que a Campanha atinja seu objetivo – convidou a todos a rezarem, pela primeira vez, a oração oficial da Campanha da Fraternidade: Senhor Deus de amor, Pai de bondade, nós vos louvamos e agradecemos pelo dom da vida, pelo amor com que cuidais de toda a criação. Vosso Filhos Jesus Cristo, em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos e de todos os sofredores, sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. Guia a vossa Igreja, para que ela, pela conversão se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, e que a saúde se difunda sobre a terra. Amém.
Fonte: CNBB.
Depois da saudação aos presentes, veio a prestação de contas da campanha da Fraternidade 2011, realizada por Maria Cristina dos Anjos, a qual destacou que o gesto concreto da CF é a coleta realizada no Domingo de Ramos, que é destinada ao Fundo Nacional de Solidariedade, que fomenta projetos, forma e capacita agentes. Só no ano passado, arrecadou-se pouco mais de 5 milhões de reais.
Em seguida, o padre Luis Carlos Dias – secretário executivo da Campanha da Fraternidade – procedeu à leitura da carta enviada pelo Papa Bento XVI, por ocasião da Campanha da Fraternidade, datada de 11 de Fevereiro de 2012, na qual, entre outros aspectos, o Papa destacou que a Saúde Pública é um dever do Estado, do indivíduo, da família e da sociedade como um todo.
Dom Leonardo Steiner destacou a necessidade de uma maior atenção por parte do Estado, em relação à saúde dos indígenas e dos quilombolas, como também a preocupação com “a decisão governamental de cortar cerca de 5 bilhões de reais da área da saúde” para o exercício orçamentário desse ano, frustrando, assim, um dos objetivos da Emenda Constitucional nº 29, que é uma maior destinação de recursos à saúde, agravando, dessa forma, mais ainda, o problema do subfinanciamento da Saúde Pública. Pontuou, por fim, que os problemas na área da saúde são reflexos da nossa economia de mercado que muitas vezes não conta com valores éticos, morais e sociais, ressaltando que um dos ideais da Campanha da Fraternidade são os Conselhos Municipais de Saúde, que possibilitarão a participação decisiva da sociedade no controle da saúde pública.
O Ministro da Saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, destacou que o desafio da saúde no Brasil é a extensão do nosso país. Nenhum dos países, que figuram como modelo de sistema de saúde, apresenta uma população como a do Brasil e não vemos países com mais de 100 milhões de habitantes que tenham assumido o compromisso constitucional que o Brasil assumiu. A nossa Constituição prevê que: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A Igreja católica – afirmou o ministro – sempre esteve presente na democratização do país e possibilitará, por meio das discussões nas diversas comunidades, uma reflexão séria e profunda sobre o SUS “real” da sociedade. Diversos são os desafios a serem vencidos na saúde: redução da mortalidade materna, diminuição dos acidentes de moto e carro, que ocupam de 35% a 40% dos leitos de pronto-socorros e UTIs, a epidemia do craque, bem como o envelhecimento da população em razão da urbanização. O ministro ressaltou, ainda, que algumas iniciativas legais podem ajudar a solucionar a problemática da saúde, como a criação de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, na qual sejam previstas metas a serem alcançadas e punição aos gestores caso não as cumpram. Por fim, pontuou que o tema do subfinanciamento da saúde não se encerra na EC nº 29.
Colocando em números a participação da Igreja na saúde brasileira, o Dr. André Luiz de Oliveira informou que nossa Igreja conta com meio milhão de agentes voluntários nas diversas pastorais: 230 mil na Pastoral da Criança, 100 mil na Pastoral da Saúde, 30 mil na Pastoral do Idoso, entre15 a20 mil na Pastoral da Aids, sem falar na Pastoral Familiar e, sem contar, também, toda a estrutura da Igreja Brasileira: 274 circunscrições eclesiásticas, 10 mil paróquias, 450 bispos, 17 mil padres, 33 mil religiosos e religiosas, 700 mil catequistas - todos esses números indicam que o tema da Campanha da Fraternidade será suscitado em muitos locais e rincões da nossa sociedade, provocando verdadeiras transformações.
No final das exposições, Dom Leonardo – fazendo votos de que a Campanha atinja seu objetivo – convidou a todos a rezarem, pela primeira vez, a oração oficial da Campanha da Fraternidade: Senhor Deus de amor, Pai de bondade, nós vos louvamos e agradecemos pelo dom da vida, pelo amor com que cuidais de toda a criação. Vosso Filhos Jesus Cristo, em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos e de todos os sofredores, sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. Guia a vossa Igreja, para que ela, pela conversão se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, e que a saúde se difunda sobre a terra. Amém.
Fonte: CNBB.
O significado da "Quaresma" para o Papa Bento XVI
No primeiro dia da Quaresma, o Papa Bento XVI, na audiência geral das quartas feiras, fez uma análise espiritual sobre o significado quaresmal na Sagrada Escritura e na vida da Igreja.
Nos primeiros séculos de vida da Igreja, o tempo da Quaresma era o tempo em que os catecúmenos começavam seu caminho de aproximação do “Deus vivo e de uma iniciação à fé” de uma forma gradativa, “por meio de uma mudança interior daqueles que queriam entrar na Igreja por meio do batismo.
Ao longo do tempo, esse período de conversão superou os catecúmenos e passou a ser um caminho de todo cristão, pois Cristo não morreu só por alguns, mas por todos. A Quaresma se transformou, assim, num tempo de metanóia de todo batizado.
A Igreja chamou esse período, diz o Papa, com o nome de “Quaresma”, referindo-se explicitamente à Sagrada Escritura, na qual esse número significa “o tempo da espera, da purificação, do retorno ao Senhor, da consciência de que Deus é fiel às promessas”.Esse tempo indica, portanto, “uma paciente perseverança, uma longa prova, um período suficiente para ver as obras de Deus, um tempo no qual decidir a assumir as próprias responsabilidades sem deixá-las para depois”.
Bento XVI repassou alguns dos grandes momentos do Antigo Testamento, desde Noé, Moisés, os Profetas, entre outros, destacando que o significado de quarenta dias passa por duas vertentes: o tempo do primeiro amor e o tempo da tentação, o tempo da aproximação de Deus e o tempo do retorno ao paganismo.
Diante de Cristo, nas tentações no deserto, apresentaram-se esses dois caminhos: “um messianismo de poder, de sucesso, ou um messianismo de amor, de dom de si.”
Hoje, o fiel, com a experiência do deserto pode ter também a experiência desses dois caminhos. Por um lado, um caminho “confirme a própria fé, que nutra a própria esperança, que anime a caridade”; mas, por outro lado há o secularismo e a cultura materialista, que “fecha a pessoa no horizonte mundano do existir, tirando toda referência ao transcendente”.
Finalmente, o Papa nos convida a viver estes quarenta dias com nova coragem, para aceitarmos com paciência e com fé toda situação “de dificuldade, de aflição e de prova, na consciência de que das trevas o Senhor fará surgir o novo dia”.
Fonte: Zenit.
Nos primeiros séculos de vida da Igreja, o tempo da Quaresma era o tempo em que os catecúmenos começavam seu caminho de aproximação do “Deus vivo e de uma iniciação à fé” de uma forma gradativa, “por meio de uma mudança interior daqueles que queriam entrar na Igreja por meio do batismo.
Ao longo do tempo, esse período de conversão superou os catecúmenos e passou a ser um caminho de todo cristão, pois Cristo não morreu só por alguns, mas por todos. A Quaresma se transformou, assim, num tempo de metanóia de todo batizado.
A Igreja chamou esse período, diz o Papa, com o nome de “Quaresma”, referindo-se explicitamente à Sagrada Escritura, na qual esse número significa “o tempo da espera, da purificação, do retorno ao Senhor, da consciência de que Deus é fiel às promessas”.Esse tempo indica, portanto, “uma paciente perseverança, uma longa prova, um período suficiente para ver as obras de Deus, um tempo no qual decidir a assumir as próprias responsabilidades sem deixá-las para depois”.
Bento XVI repassou alguns dos grandes momentos do Antigo Testamento, desde Noé, Moisés, os Profetas, entre outros, destacando que o significado de quarenta dias passa por duas vertentes: o tempo do primeiro amor e o tempo da tentação, o tempo da aproximação de Deus e o tempo do retorno ao paganismo.
Diante de Cristo, nas tentações no deserto, apresentaram-se esses dois caminhos: “um messianismo de poder, de sucesso, ou um messianismo de amor, de dom de si.”
Hoje, o fiel, com a experiência do deserto pode ter também a experiência desses dois caminhos. Por um lado, um caminho “confirme a própria fé, que nutra a própria esperança, que anime a caridade”; mas, por outro lado há o secularismo e a cultura materialista, que “fecha a pessoa no horizonte mundano do existir, tirando toda referência ao transcendente”.
Finalmente, o Papa nos convida a viver estes quarenta dias com nova coragem, para aceitarmos com paciência e com fé toda situação “de dificuldade, de aflição e de prova, na consciência de que das trevas o Senhor fará surgir o novo dia”.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
"Fraternidade e saúde pública"
O inicio da Quaresma abre a Campanha da Fraternidade no Brasil. O tema proposto para a Campanha deste ano é “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiástico.
A Quaresma é o tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade.
O primeiro movimento regional, que foi uma espécie de embrião para a criação do atual modelo da “Campanha da Fraternidade”, foi realizado na cidade de Natal em 1962, por iniciativa do então Administrador Apostólico da cidade de Natal, dom Eugênio de Araújo Sales, Heitor de Araújo Sales e de Otto Santana. Esta campanha tinha como objetivo fazer “uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese, aos moldes de campanhas promovidas pela instituição alemã Misereor”, explicou dom Eugênio Sales, em entrevista a arquidiocese de Natal, em 2009.
Em 1963, envolvidos pelo Concílio Vaticano II, os bispos brasileiros fizeram o lançamento do Projeto da Campanha da Fraternidade para todo o Brasil. Dessa forma, na Quaresma de 1964 foi realizada a primeira Campanha em âmbito nacional.
A Campanha da Fraternidade está na sua 49ª edição, e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções; mobilizando todas as comunidades católicas do país e procurando envolver outros segmentos da sociedade no debate do tema escolhido.
O texto base da CF-2012 foi dividido em três partes: a fraternidade e a saúde pública; que a saúde se difunda sobre a terra; Indicações para a ação transformadora no mundo da saúde.
O objetivo geral, citado no texto, é refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
Dentre os objetivos específicos se destaca: o disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável; o alerta para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe, entre outros.
O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, abrirá, na quarta-feira de Cinzas, 22, às 14h, na sede da Conferência, em Brasília (DF), a Campanha da Fraternidade-2012. O ministro da saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, confirmou sua presença.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
A Quaresma é o tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade.
O primeiro movimento regional, que foi uma espécie de embrião para a criação do atual modelo da “Campanha da Fraternidade”, foi realizado na cidade de Natal em 1962, por iniciativa do então Administrador Apostólico da cidade de Natal, dom Eugênio de Araújo Sales, Heitor de Araújo Sales e de Otto Santana. Esta campanha tinha como objetivo fazer “uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese, aos moldes de campanhas promovidas pela instituição alemã Misereor”, explicou dom Eugênio Sales, em entrevista a arquidiocese de Natal, em 2009.
Em 1963, envolvidos pelo Concílio Vaticano II, os bispos brasileiros fizeram o lançamento do Projeto da Campanha da Fraternidade para todo o Brasil. Dessa forma, na Quaresma de 1964 foi realizada a primeira Campanha em âmbito nacional.
A Campanha da Fraternidade está na sua 49ª edição, e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções; mobilizando todas as comunidades católicas do país e procurando envolver outros segmentos da sociedade no debate do tema escolhido.
O texto base da CF-2012 foi dividido em três partes: a fraternidade e a saúde pública; que a saúde se difunda sobre a terra; Indicações para a ação transformadora no mundo da saúde.
O objetivo geral, citado no texto, é refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
Dentre os objetivos específicos se destaca: o disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável; o alerta para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe, entre outros.
O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, abrirá, na quarta-feira de Cinzas, 22, às 14h, na sede da Conferência, em Brasília (DF), a Campanha da Fraternidade-2012. O ministro da saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, confirmou sua presença.
Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.
Apelo diante da emergência Síria
Depois das mudanças políticas no Egito, a situação da Síria indica o quanto o panorama no Oriente Médio está se transformando. Até um ano atrás, seria impensável prever os atuais cenários.
Ao longo destes meses de grande tensão, enquanto a Síria foi dilacerada pelas lutas internas e o conflito parece cada vez mais se transformar em guerra civil, os franciscanos continuam empenhados em apoiar as necessidades da população cristã local, junto com outros poucos expoentes da Igreja latina.
A Custódia da Terra Santa está presente em várias partes do país: Damasco, Aleppo, Lattakiah e Oronte.
Os postos de atendimento médico dos conventos franciscanos, de acordo com a tradição da Custódia, se tornam locais de refúgio e de abrigo para todos, sem distinções entre os grupos étnicos dos alauítas, sunitas e cristãos, nem entre rebeldes e governo.
Nesta hora de confusão e perplexidade total, muitas empresas, especialmente de importação e exportação, vêm fechando as portas. Dos milhares de turistas que alimentavam uma indústria moderna e próspera, com centenas de postos de trabalho criados nos setores de transportes, hotelaria e serviços, não resta sequer sinal.
Os produtores agrícolas estão em sérios apuros. O embargo internacional impede qualquer possibilidade de exportação e os preços despencaram. Os sectores mais frágeis sofrem ainda a falta de energia e de água.
Nas grandes cidades, a eletricidade é interrompida durante horas a cada dia, se não durante o dia inteiro, e os combustíveis são racionados. Esta carência gera enormes dificuldades para a população, obrigada a enfrentar o inverno sem aquecimento.
Passar o tempo com as pessoas, acolher e cuidar dos necessitados, independentemente de raça, religião e nacionalidade. Assegurar, com presença confiante, o serviço religioso aos fiéis para que eles compreendam a importância de ficar no próprio país.
Este é o significado da missão franciscana, em tempos não muito diferentes daqueles em que Francisco se dirigiu aos frades instando-os a manterem firmes os valores do Evangelho. Em suas exortações singelas, Francisco refletia a graça recebida de Deus e, na experiência da vida cotidiana, testemunhava o calor da fé como o bem mais caro e precioso a ser cultivado e fortalecido.
Nós, frades, que nos sabemos ricos desse exemplo extraordinário, herdado sem qualquer mérito, temos a tarefa de imitar e transmitir os ensinamentos do nosso mestre às futuras gerações, para que elas possam continuar o caminho que ele traçou com tanto amor
e dedicação humilde.
Quem quiser ajudar com um gesto concreto os muitos cristãos sírios e as obras de caridade da Custódia da Terra Santa, pode fazê-lo online em http://www.proterrasancta.org/it/aiutaci/
A coleta será prontamente entregue aos irmãos que vivem na Síria, que irão utilizá-la com sabedoria e cuidado.
Pierbattista Pizzaballa, OFM
Fonte: Zenit.
Ao longo destes meses de grande tensão, enquanto a Síria foi dilacerada pelas lutas internas e o conflito parece cada vez mais se transformar em guerra civil, os franciscanos continuam empenhados em apoiar as necessidades da população cristã local, junto com outros poucos expoentes da Igreja latina.
A Custódia da Terra Santa está presente em várias partes do país: Damasco, Aleppo, Lattakiah e Oronte.
Os postos de atendimento médico dos conventos franciscanos, de acordo com a tradição da Custódia, se tornam locais de refúgio e de abrigo para todos, sem distinções entre os grupos étnicos dos alauítas, sunitas e cristãos, nem entre rebeldes e governo.
Nesta hora de confusão e perplexidade total, muitas empresas, especialmente de importação e exportação, vêm fechando as portas. Dos milhares de turistas que alimentavam uma indústria moderna e próspera, com centenas de postos de trabalho criados nos setores de transportes, hotelaria e serviços, não resta sequer sinal.
Os produtores agrícolas estão em sérios apuros. O embargo internacional impede qualquer possibilidade de exportação e os preços despencaram. Os sectores mais frágeis sofrem ainda a falta de energia e de água.
Nas grandes cidades, a eletricidade é interrompida durante horas a cada dia, se não durante o dia inteiro, e os combustíveis são racionados. Esta carência gera enormes dificuldades para a população, obrigada a enfrentar o inverno sem aquecimento.
Passar o tempo com as pessoas, acolher e cuidar dos necessitados, independentemente de raça, religião e nacionalidade. Assegurar, com presença confiante, o serviço religioso aos fiéis para que eles compreendam a importância de ficar no próprio país.
Este é o significado da missão franciscana, em tempos não muito diferentes daqueles em que Francisco se dirigiu aos frades instando-os a manterem firmes os valores do Evangelho. Em suas exortações singelas, Francisco refletia a graça recebida de Deus e, na experiência da vida cotidiana, testemunhava o calor da fé como o bem mais caro e precioso a ser cultivado e fortalecido.
Nós, frades, que nos sabemos ricos desse exemplo extraordinário, herdado sem qualquer mérito, temos a tarefa de imitar e transmitir os ensinamentos do nosso mestre às futuras gerações, para que elas possam continuar o caminho que ele traçou com tanto amor
e dedicação humilde.
Quem quiser ajudar com um gesto concreto os muitos cristãos sírios e as obras de caridade da Custódia da Terra Santa, pode fazê-lo online em http://www.proterrasancta.org/it/aiutaci/
A coleta será prontamente entregue aos irmãos que vivem na Síria, que irão utilizá-la com sabedoria e cuidado.
Pierbattista Pizzaballa, OFM
Fonte: Zenit.
O homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar
Dom Lúcio Andrice Muandula é Bispo de Xai-Xai e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM). Ele esteve em Roma para o encontro internacional “A cura e a renovação” e para o “II Simpósio dos Bispos da África e Europa”.
O senhor poderia falar sobre “o homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África”, tema de sua apresentação no Simpósio dos Bispos da África e da Europa?
Dom Lúcio: Tratei deste tema porque me foi pedido, mas não faz propriamente parte do meu âmbito de formação. Na verdade, todos nós temos que ser um pouco antropólogos porque somos missionários. À luz deste tema, percebi que não se poderia conhecer o destinatário do evangelho sem perceber a alma do povo africano e acho que as religiões tradicionais africanas têm algo que nos indica e nos chama a atenção para como o homem africano está em contato com o mundo, com os outros e também com Deus, de alguma maneira.
Como o homem africano está em contato com o mundo?
Dom Lúcio: Nos anos em que andei a fazer meus estudos de filosofia, percebi que a afirmação de Descartes - cogito, ergo sum - era uma afirmação importante para definir um pouco aquilo que o homem ocidental é. É um ser que pensa e nós, os africanos, não nos definimos muito como o ser que pensa; também pensamos, na consciência, na inteligência; tudo isso conta, mas nos definimos em relação aos outros, eu sou porque convivo com os outros, estou com os outros. E é ai onde a centralidade do corpo humano encontra espaço, não posso ser se não tenho corpo.
Isso tem muitas consequências, o cuidado que se tem do próprio corpo, do corpo dos outros e é daí também que muitas coisas que em outros mundos não são tabu, para nós são tabu. Certo que com a globalização, está também a entrar, penso, por exemplo, no modo como se está na praia aqui na Europa, o modo como nos vestimos; não digo que não existe em Moçambique, existe também por causa da tal globalização. Mas se vamos para o interior, ninguém sai vestido assim estando numa praia.
Tem a ver com o modo como eu olho para o meu próprio corpo, como mostro meu corpo, porque é esta parte de mim mesmo que está em relação comum com todos. Não há um fechamento, mas há um cuidar mais do corpo do quanto se cuida noutras culturas. Certo, todos nós cuidamos do corpo como aspecto da nossa saúde física, mas falo aqui também de um cuidado que tem neste elemento a parte espiritual. Porque através do corpo, mesmo aquele que é coxo ou aquele que é estropiado, enquanto tiver um corpo não se lamenta tanto do que se lamentaria por estas partes, porque tem a possibilidade do contato com o outro e com o mundo que o rodeia. Também poder dirigir-se a Deus através dos antepassados que é o mais comum entre as religiões tradicionais africanas.
Qual seria a novidade do Cristianismo para o sofrimento?
Dom Lúcio: Penso que a grande novidade é o mistério da cruz, onde temos um corpo despojado, digamos, de tudo aquilo que dignifica a veste humana, no caso de Jesus Crucificado. E não obstante isso, continua a entrar em diálogo com os seus ou com a humanidade e com Deus. Esta frase pequena de Jesus pronunciada do alto da cruz - Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem - é um momento de também dialogar com esta questão . Questão que causa esta dor ao próprio corpo e por outro lado é um voltar-se para Deus.
Jesus fala ao Pai com toda essa dimensão humana do ser que se pronuncia através do próprio corpo e que olhando para o seu corpo ferido pede, também por aqueles que causam essa dor, o perdão.
Mas também é um corpo que não deixa de comunicar-se com os outros, os dois que estão crucificados, um de um lado e outro do outro, junto à cruz de Jesus. O bom malfeitor, no fim, reconhece o mal que está a cometer e recebe o perdão para si. Pede para participar, digamos, desta vida nova que Jesus vem trazer.
Eu olho para este mal feitor, ferido também ele, um pouco como o povo africano; ferido nas suas tantas dores, pode encontrar a salvação. É a grande novidade que o Cristianismo pode levar. Justamente por isso, a evangelização não atingiu a alma de tantos dos africanos.
De manhã, vão à igreja nos domingos e a tarde vão a uma seita ou correm para uma igreja de tipo pentecostal; porque lá se reza pelos doentes, impõem-se as mãos, procuram descobrir a razão pela qual a pessoa está doente ou inventam razões pelas quais a pessoa está doente.
O que as religiões tradicionais africanas oferecem?
Dom Lúcio:Justamente porque o homem africano se centra no seu corpo, quando tem dores de cabeça que não passam, não aceita que seja uma simples hemicrania, não se contenta com os medicamentos. Vai atrás do motivo espiritual.
O que é que a nível do meu ser não esta bem? Ou a nível da minha relação com os antepassados, com a natureza que me circunda? Há alguma coisa que não esta a correr bem, daí que ele vai à religião tradicional; consultar o adivinho, o curandeiro, para saber o que não está bem e poder reparar. Recriar este equilíbrio de que eu falava na minha reflexão na conferência.
Então, o corpo é muito importante, mas o Cristianismo está acima disto, até porque há autores da antropologia africana que afirmam que Jesus pode ser visto também como um antepassado que guia o seu povo. Neste sentido, dos grandes antepassados da cultura africana, que são uma luz no modo como enfrentam os sofrimentos, no modo como enfrentam os desafios da vida, são uma luz para outros irmãos africanos e Jesus pode ser visto assim. Seria um limitar, digamos, aquilo que Jesus é na sua essência vê-lo somente como simples antepassado mais velho que nos guia, mas se pode a partir daí entrar para estes aspectos de sua divindade que provou o sofrimento da nossa humanidade; e que nos abre a porta para participarmos da vida divina, superando todas as contrariedades e vicissitudes que experimentamos neste mundo.
Um caminho para a Nova Evangelização seria reavivar os dons do Espírito Santo?
Dom Lúcio: Não iria muito por ai, a Igreja nasce do Pentecostes, e o Espírito como diz o livro do Ato dos Apóstolos, está presente em toda a ação da Igreja e se estende pelo mundo inteiro. O espírito está no centro, e o Senhor mesmo diz no Evangelho segundo São João, vou mandar-vos o Paráclito, aquele que vos há de confortar, de guiar, e vos há de ensinar o que deveis dizer e quando deveis dizer. Portanto, não é uma novidade que o Espírito tem que estar no centro.
Quando João Paulo II começou a falar muito de Nova Evangelização, acentuou dois aspectos - nova evangelização nos seus métodos e no seu vigor - e penso que estas duas características são fundamentais.
Por Maria Emília Marega
[A segunda parte da entrevista será publicada na sexta-feira, 24 de fevereiro]
Fonte: Zenit.
O senhor poderia falar sobre “o homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África”, tema de sua apresentação no Simpósio dos Bispos da África e da Europa?
Dom Lúcio: Tratei deste tema porque me foi pedido, mas não faz propriamente parte do meu âmbito de formação. Na verdade, todos nós temos que ser um pouco antropólogos porque somos missionários. À luz deste tema, percebi que não se poderia conhecer o destinatário do evangelho sem perceber a alma do povo africano e acho que as religiões tradicionais africanas têm algo que nos indica e nos chama a atenção para como o homem africano está em contato com o mundo, com os outros e também com Deus, de alguma maneira.
Como o homem africano está em contato com o mundo?
Dom Lúcio: Nos anos em que andei a fazer meus estudos de filosofia, percebi que a afirmação de Descartes - cogito, ergo sum - era uma afirmação importante para definir um pouco aquilo que o homem ocidental é. É um ser que pensa e nós, os africanos, não nos definimos muito como o ser que pensa; também pensamos, na consciência, na inteligência; tudo isso conta, mas nos definimos em relação aos outros, eu sou porque convivo com os outros, estou com os outros. E é ai onde a centralidade do corpo humano encontra espaço, não posso ser se não tenho corpo.
Isso tem muitas consequências, o cuidado que se tem do próprio corpo, do corpo dos outros e é daí também que muitas coisas que em outros mundos não são tabu, para nós são tabu. Certo que com a globalização, está também a entrar, penso, por exemplo, no modo como se está na praia aqui na Europa, o modo como nos vestimos; não digo que não existe em Moçambique, existe também por causa da tal globalização. Mas se vamos para o interior, ninguém sai vestido assim estando numa praia.
Tem a ver com o modo como eu olho para o meu próprio corpo, como mostro meu corpo, porque é esta parte de mim mesmo que está em relação comum com todos. Não há um fechamento, mas há um cuidar mais do corpo do quanto se cuida noutras culturas. Certo, todos nós cuidamos do corpo como aspecto da nossa saúde física, mas falo aqui também de um cuidado que tem neste elemento a parte espiritual. Porque através do corpo, mesmo aquele que é coxo ou aquele que é estropiado, enquanto tiver um corpo não se lamenta tanto do que se lamentaria por estas partes, porque tem a possibilidade do contato com o outro e com o mundo que o rodeia. Também poder dirigir-se a Deus através dos antepassados que é o mais comum entre as religiões tradicionais africanas.
Qual seria a novidade do Cristianismo para o sofrimento?
Dom Lúcio: Penso que a grande novidade é o mistério da cruz, onde temos um corpo despojado, digamos, de tudo aquilo que dignifica a veste humana, no caso de Jesus Crucificado. E não obstante isso, continua a entrar em diálogo com os seus ou com a humanidade e com Deus. Esta frase pequena de Jesus pronunciada do alto da cruz - Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem - é um momento de também dialogar com esta questão . Questão que causa esta dor ao próprio corpo e por outro lado é um voltar-se para Deus.
Jesus fala ao Pai com toda essa dimensão humana do ser que se pronuncia através do próprio corpo e que olhando para o seu corpo ferido pede, também por aqueles que causam essa dor, o perdão.
Mas também é um corpo que não deixa de comunicar-se com os outros, os dois que estão crucificados, um de um lado e outro do outro, junto à cruz de Jesus. O bom malfeitor, no fim, reconhece o mal que está a cometer e recebe o perdão para si. Pede para participar, digamos, desta vida nova que Jesus vem trazer.
Eu olho para este mal feitor, ferido também ele, um pouco como o povo africano; ferido nas suas tantas dores, pode encontrar a salvação. É a grande novidade que o Cristianismo pode levar. Justamente por isso, a evangelização não atingiu a alma de tantos dos africanos.
De manhã, vão à igreja nos domingos e a tarde vão a uma seita ou correm para uma igreja de tipo pentecostal; porque lá se reza pelos doentes, impõem-se as mãos, procuram descobrir a razão pela qual a pessoa está doente ou inventam razões pelas quais a pessoa está doente.
O que as religiões tradicionais africanas oferecem?
Dom Lúcio:Justamente porque o homem africano se centra no seu corpo, quando tem dores de cabeça que não passam, não aceita que seja uma simples hemicrania, não se contenta com os medicamentos. Vai atrás do motivo espiritual.
O que é que a nível do meu ser não esta bem? Ou a nível da minha relação com os antepassados, com a natureza que me circunda? Há alguma coisa que não esta a correr bem, daí que ele vai à religião tradicional; consultar o adivinho, o curandeiro, para saber o que não está bem e poder reparar. Recriar este equilíbrio de que eu falava na minha reflexão na conferência.
Então, o corpo é muito importante, mas o Cristianismo está acima disto, até porque há autores da antropologia africana que afirmam que Jesus pode ser visto também como um antepassado que guia o seu povo. Neste sentido, dos grandes antepassados da cultura africana, que são uma luz no modo como enfrentam os sofrimentos, no modo como enfrentam os desafios da vida, são uma luz para outros irmãos africanos e Jesus pode ser visto assim. Seria um limitar, digamos, aquilo que Jesus é na sua essência vê-lo somente como simples antepassado mais velho que nos guia, mas se pode a partir daí entrar para estes aspectos de sua divindade que provou o sofrimento da nossa humanidade; e que nos abre a porta para participarmos da vida divina, superando todas as contrariedades e vicissitudes que experimentamos neste mundo.
Um caminho para a Nova Evangelização seria reavivar os dons do Espírito Santo?
Dom Lúcio: Não iria muito por ai, a Igreja nasce do Pentecostes, e o Espírito como diz o livro do Ato dos Apóstolos, está presente em toda a ação da Igreja e se estende pelo mundo inteiro. O espírito está no centro, e o Senhor mesmo diz no Evangelho segundo São João, vou mandar-vos o Paráclito, aquele que vos há de confortar, de guiar, e vos há de ensinar o que deveis dizer e quando deveis dizer. Portanto, não é uma novidade que o Espírito tem que estar no centro.
Quando João Paulo II começou a falar muito de Nova Evangelização, acentuou dois aspectos - nova evangelização nos seus métodos e no seu vigor - e penso que estas duas características são fundamentais.
Por Maria Emília Marega
[A segunda parte da entrevista será publicada na sexta-feira, 24 de fevereiro]
Fonte: Zenit.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Advogado que denunciou o papa não apresenta provas e arquiva o caso
A denúncia do advogado norte-americano Jeff Anderson contra Bento XVI pretendia até mesmo que o papa fosse convocado a depor nos Estados Unidos, mas terminou com a retirada do processo por parte do próprio Anderson.
O caso "John Doe 16 contra a Santa Sé" foi apresentado em abril de 2010 e provocou grande escândalo na mídia. O papa e o Vaticano eram acusados de ter encoberto o padre Lawrence Murphy, de Wisconsin, que havia abusado sexualmente de centenas de menores entre 1950 e 1974, em uma escola para surdos em Milwaukee.
Quando os advogados da Santa Sé pediram que as provas fossem apresentadas, Jeff Anderson considerou mais prudente retirar a denúncia. No último 10 de fevereiro, ele apresentou um pedido de arquivamento da ação, que tem efeito “imediato e sem que seja necessária uma sentença da corte”, explicou o advogado da Santa Sé, Jeffry S. Lena.
O advogado da Igreja afirma que o processo pretendia que a Santa Sé e o seu líder, o papa, fossem responsabilizados por todas as ações dos quatrocentos mil sacerdotes que existem no mundo. Mesmo que a responsabilidade penal não fosse individual, esses clérigos dependem primeiramente dos próprios bispos ou superiores religiosos, e não do Vaticano
Os advogados da parte acusadora "retiraram o caso porque sabiam que iriam perder se prosseguissem", declarou Lena à agência de notícias ACI Prensa. A mesma agência informa que, em cada processo que ganhou contra a Igreja, Anderson embolsou de 25 e 40% do montante definido nos acordos.
Jeff Anderson não é novo em casos desse tipo. Ele apresentou em sua vida profissional mais de 1.500 processos contra instituições eclesiásticas.
A Rádio Vaticano recordou o enfático anúncio que Anderson fizera, avisando que tinha informações que provavam a existência de “uma ação conjunta de nível mundial” dentro da Igreja, conectada aos abusos sexuais e dirigida diretamente pelo Vaticano.
O advogado da Santa Sé considera que a teoria da acusação foi cuidadosamente montada para levantar um escândalo midiático. “Em cima de uma teoria tão velha quanto desmentida, foi criada para os meios de comunicação uma sequência de eventos que transformou um fato gravíssimo, que é a violência sexual contra um menor, num instrumento de falsidade sobre a suposta responsabilidade da Santa Sé”.
O representante vaticano lembra ainda o empenho da Igreja na luta contra os abusos: “Foi principalmente o direito canônico, e não o civil, que instituiu a obrigação da denúncia”. E considerou que o caso “não passa de mera instrumentalização”.
“Não temos que esquecer”, completa o advogado de defesa, “que, muitos anos atrás, John Doe 16, um jovem indefeso e com necessidades especiais, foi objeto de terríveis abusos. E que Bento XVI deixou claro que cada abuso, seja em uma instituição pública ou privada, cometido por qualquer pessoa, do credo ou da afiliação religiosa que for, é um pecado e um crime”.
Fonte: Zenit.
O caso "John Doe 16 contra a Santa Sé" foi apresentado em abril de 2010 e provocou grande escândalo na mídia. O papa e o Vaticano eram acusados de ter encoberto o padre Lawrence Murphy, de Wisconsin, que havia abusado sexualmente de centenas de menores entre 1950 e 1974, em uma escola para surdos em Milwaukee.
Quando os advogados da Santa Sé pediram que as provas fossem apresentadas, Jeff Anderson considerou mais prudente retirar a denúncia. No último 10 de fevereiro, ele apresentou um pedido de arquivamento da ação, que tem efeito “imediato e sem que seja necessária uma sentença da corte”, explicou o advogado da Santa Sé, Jeffry S. Lena.
O advogado da Igreja afirma que o processo pretendia que a Santa Sé e o seu líder, o papa, fossem responsabilizados por todas as ações dos quatrocentos mil sacerdotes que existem no mundo. Mesmo que a responsabilidade penal não fosse individual, esses clérigos dependem primeiramente dos próprios bispos ou superiores religiosos, e não do Vaticano
Os advogados da parte acusadora "retiraram o caso porque sabiam que iriam perder se prosseguissem", declarou Lena à agência de notícias ACI Prensa. A mesma agência informa que, em cada processo que ganhou contra a Igreja, Anderson embolsou de 25 e 40% do montante definido nos acordos.
Jeff Anderson não é novo em casos desse tipo. Ele apresentou em sua vida profissional mais de 1.500 processos contra instituições eclesiásticas.
A Rádio Vaticano recordou o enfático anúncio que Anderson fizera, avisando que tinha informações que provavam a existência de “uma ação conjunta de nível mundial” dentro da Igreja, conectada aos abusos sexuais e dirigida diretamente pelo Vaticano.
O advogado da Santa Sé considera que a teoria da acusação foi cuidadosamente montada para levantar um escândalo midiático. “Em cima de uma teoria tão velha quanto desmentida, foi criada para os meios de comunicação uma sequência de eventos que transformou um fato gravíssimo, que é a violência sexual contra um menor, num instrumento de falsidade sobre a suposta responsabilidade da Santa Sé”.
O representante vaticano lembra ainda o empenho da Igreja na luta contra os abusos: “Foi principalmente o direito canônico, e não o civil, que instituiu a obrigação da denúncia”. E considerou que o caso “não passa de mera instrumentalização”.
“Não temos que esquecer”, completa o advogado de defesa, “que, muitos anos atrás, John Doe 16, um jovem indefeso e com necessidades especiais, foi objeto de terríveis abusos. E que Bento XVI deixou claro que cada abuso, seja em uma instituição pública ou privada, cometido por qualquer pessoa, do credo ou da afiliação religiosa que for, é um pecado e um crime”.
Fonte: Zenit.
RIIBRA: a rede que conectará toda a Igreja do Brasil
Quinze anos depois da criação da Rede Informática da Igreja na América Latina (RIIAL), cujo sucesso é reconhecido em vários setores, o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais propôs melhorar a comunicação interna da Igreja brasileira através da criação da Rede Informática da Igreja no Brasil (RIIBRA). As atividades começarão ainda neste ano.
Com a expansão da RIIBRA, atende-se um desejo manifestado ao longo de muitos anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), e que a Santa Sé vem procurando realizar há três anos. Parte deste esforço foi concretizada na recente incorporação de uma oficial brasileira ao dicastério, com o objetivo de reforçar os assuntos de língua portuguesa e de ser um ponto de referência da RIIBRA e da RIIAL.
Na CNNB, o projeto está sendo coordenado pelo padre Clóvis Andrade de Melo, que tem longa experiência em mídia no país. Melo já trabalhou na Canção Nova, gigante dos meios de comunicação católicos, que cobre quase todo o território brasileiro.
Segundo o informativo Signis, o padre Clóvis promete que o trabalho da RIIBRA oferecerá encontros de formação em comunicação, para ajudar os sacerdotes a usarem as ferramentas já existentes e disponíveis, como as redes sociais, os sistemas interativos e a inclusão digital.
A meta, de acordo com ele, é inserir de vez a Igreja do Brasil na rede. A RIIBRA procurará, para isto, chegar a todas as paróquias, comunidades, movimentos pastorais, instituições religiosas e iniciativas de evangelização.
Fonte: Zenit.
Com a expansão da RIIBRA, atende-se um desejo manifestado ao longo de muitos anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), e que a Santa Sé vem procurando realizar há três anos. Parte deste esforço foi concretizada na recente incorporação de uma oficial brasileira ao dicastério, com o objetivo de reforçar os assuntos de língua portuguesa e de ser um ponto de referência da RIIBRA e da RIIAL.
Na CNNB, o projeto está sendo coordenado pelo padre Clóvis Andrade de Melo, que tem longa experiência em mídia no país. Melo já trabalhou na Canção Nova, gigante dos meios de comunicação católicos, que cobre quase todo o território brasileiro.
Segundo o informativo Signis, o padre Clóvis promete que o trabalho da RIIBRA oferecerá encontros de formação em comunicação, para ajudar os sacerdotes a usarem as ferramentas já existentes e disponíveis, como as redes sociais, os sistemas interativos e a inclusão digital.
A meta, de acordo com ele, é inserir de vez a Igreja do Brasil na rede. A RIIBRA procurará, para isto, chegar a todas as paróquias, comunidades, movimentos pastorais, instituições religiosas e iniciativas de evangelização.
Fonte: Zenit.
"A Unidade da Igreja é um dom divino"
As cerimônias relativas ao Consistório terminaram hoje, com a Audiência, na qual o Papa Bento XVI recebeu os 22 novos cardeais, acompanhados pelos seus familiares e pelos fiéis das suas dioceses.
"Com grande alegria me encontro convosco, parentes e amigos dos neo-Cardeais, no dia depois das solenes celebrações do Consistório, na qual esses vossos amados Pastores foram chamados à fazer parte do Colégio Cardinalício”, exortou o Santo Padre.
"Tenho assim - continuou o Pontífice- a possibilidade de oferecer de forma mais direta e mais íntima as minhas cordiais saudações a todos e, em particular, os meus parabéns e meus melhores desejos para os novos Cardeais."
O Papa esperou portanto que o evento "tão importante e sugestivo" do Consistório possa representar uma oportunidade de expressar afeto e espírito de cooperação com os novos cardeais.
"Sintam-se ainda mais perto dos seus corações e dos seus anseios apostólicos; ouçam com viva esperança as suas Palavas de Pais e Mestres. Estejam unidos a eles e entre vocês na fé e na caridade, para serem sempre mais testemunhas fervorosas e corajosas de Cristo ", disse o Santo Padre, dirigindo-se aos parentes e aos fiéis.
Em seguida, Bento XVI dirigiu sua própria saudação aos novos cardeais nas várias línguas maternas. Aos cardeias de língua portuguesa, disse: "Saúdo os novos Cardeais de língua portuguesa, com seus familiares, amigos e colaboradores, e ainda os diversos representantes da comunidade eclesial e civil, para quem redunda também a honra que acaba de ser conferida ao Cardeal João Braz de Aviz, que guia a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e ao Cardeal Manuel Monteiro de Castro, que preside à Penitenciaria Apostólica. À Virgem Mãe, confio vossas vidas devotadas ao serviço da unidade e da santidade do Povo de Deus.".
A criação dos novos cardeais foi indicada pelo Papa como uma "oportunidade para refletir sobre a missão universal da Igreja na história da humanidade." Embora os acontecimentos humanos sejam muitas vezes "tumultuados e conflituosos," a Igreja é "sempre viva e presente, trazendo Cristo, luz e esperança para toda a humanidade."
"Permanecer unidos à Igreja e à mensagem de salvação que ela transmite, significa ancorar-se à Verdade, fortalecer o sentido dos verdadeiros valores, estar calmos diante de todos os acontecimentos ", continuou Bento XVI dirigindo-se aos cardeais e a todos os presentes.
Antes de transmitir a sua bênção apostólica, e confiar à proteção de Maria os novos Cardeais e os fiéis presentes com eles, o Papa os exortou a permanecer "sempre unidos aos seus Pastores, bem como com os novos Cardeais, para estar em comunhão com a Igreja" .
"A unidade na Igreja é um dom divino que deve ser defendido e aumentado", concluiu.
Fonte: Zenit.
"Com grande alegria me encontro convosco, parentes e amigos dos neo-Cardeais, no dia depois das solenes celebrações do Consistório, na qual esses vossos amados Pastores foram chamados à fazer parte do Colégio Cardinalício”, exortou o Santo Padre.
"Tenho assim - continuou o Pontífice- a possibilidade de oferecer de forma mais direta e mais íntima as minhas cordiais saudações a todos e, em particular, os meus parabéns e meus melhores desejos para os novos Cardeais."
O Papa esperou portanto que o evento "tão importante e sugestivo" do Consistório possa representar uma oportunidade de expressar afeto e espírito de cooperação com os novos cardeais.
"Sintam-se ainda mais perto dos seus corações e dos seus anseios apostólicos; ouçam com viva esperança as suas Palavas de Pais e Mestres. Estejam unidos a eles e entre vocês na fé e na caridade, para serem sempre mais testemunhas fervorosas e corajosas de Cristo ", disse o Santo Padre, dirigindo-se aos parentes e aos fiéis.
Em seguida, Bento XVI dirigiu sua própria saudação aos novos cardeais nas várias línguas maternas. Aos cardeias de língua portuguesa, disse: "Saúdo os novos Cardeais de língua portuguesa, com seus familiares, amigos e colaboradores, e ainda os diversos representantes da comunidade eclesial e civil, para quem redunda também a honra que acaba de ser conferida ao Cardeal João Braz de Aviz, que guia a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e ao Cardeal Manuel Monteiro de Castro, que preside à Penitenciaria Apostólica. À Virgem Mãe, confio vossas vidas devotadas ao serviço da unidade e da santidade do Povo de Deus.".
A criação dos novos cardeais foi indicada pelo Papa como uma "oportunidade para refletir sobre a missão universal da Igreja na história da humanidade." Embora os acontecimentos humanos sejam muitas vezes "tumultuados e conflituosos," a Igreja é "sempre viva e presente, trazendo Cristo, luz e esperança para toda a humanidade."
"Permanecer unidos à Igreja e à mensagem de salvação que ela transmite, significa ancorar-se à Verdade, fortalecer o sentido dos verdadeiros valores, estar calmos diante de todos os acontecimentos ", continuou Bento XVI dirigindo-se aos cardeais e a todos os presentes.
Antes de transmitir a sua bênção apostólica, e confiar à proteção de Maria os novos Cardeais e os fiéis presentes com eles, o Papa os exortou a permanecer "sempre unidos aos seus Pastores, bem como com os novos Cardeais, para estar em comunhão com a Igreja" .
"A unidade na Igreja é um dom divino que deve ser defendido e aumentado", concluiu.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Carnaval e Quaresma
Estes são dias de carnaval. Ele ocupa o final de semana, mas também o início da outra. Na verdade, o calendário assinala a terça-feira como seu limite. Mas já faz tempo que o carnaval ampliou seu espaço.
A antecipação do carnaval não causa tanto problema. Mas quando ele se prolonga além da terça-feira, então sim, se cria o impasse. A razão é evidente. De quarta-feira em diante, o espaço é destinado à quaresma. E se ela é invadida pelo carnaval, ele próprio começa a se desfigurar. Pois ele nasceu para servir de alerta quando o tempo da quaresma está chegando. E se ele próprio desrespeita este tempo, acaba perdendo sua fisionomia própria.
Sempre é bom recuperar as intenções originais das tradições que se firmam em nossa cultura. Pois nelas redescobrimos o sentido verdadeiro dos eventos tradicionais.
Pois bem, a história comprova com suficiente clareza que o carnaval foi suscitado pela própria quaresma. Foi a expectativa da quaresma que despertou uma celebração secundária, que tomava sentido e recebia data a partir da quaresma.
Por isto, a contagem do carnaval é regressiva. Vamos “descontando” os dias que faltam para a quaresma.
Ao passo que a contagem da quaresma é progressiva, vamos “contando” os quarenta dias até entrarmos na Semana Santa.
Nesta perspectiva, havia uma estreita integração, entre carnaval e quaresma. A expectativa da quaresma, na medida de sua intensidade, justificava uma intensa celebração, feita em vista de entrar no tempo ansiosamente aguardado.
É fácil, então, compreender que na medida em que o carnaval foi se dissociando de sua intenção original, foi adquirindo outra identidade. Mesmo que no calendário as duas efemérides continuem próximas, elas foram se afastando progressivamente na sua índole e na sua fisionomia cultural.
Assim, o carnaval assumiu identidade própria, sem depender da quaresma. É preciso dar-se conta disto, para avaliar hoje a realidade do carnaval. Com a quaresma, ele só tem em comum a proximidade no calendário.
Mas sempre é possível reatar as referências entre as duas celebrações. Ainda mais agora, com um número mais extenso dos dias do carnaval, podemos colocar estes dias a serviço de uma boa programação, onde inclusive antecipar os apelos que a quaresma continua nos fazendo.
A recomendação da Sabedoria nos dá uma boa receita para estes dias: “É na oração e nos descanso que está a vossa força”.
Se olhamos não só a quaresma que vem chegando, mas o ano todo que temos pela frente, bendito o carnaval, se ele nos proporciona refazer nossas forças pela oração e o descanso, para enfrentar os compromissos e os desafios, que este ano de 2012 nos apresenta.
Na diocese, fizemos nossa reunião de reinício das atividades pastorais. Em nossos planos, entrou a quaresma, que vem sempre acompanhada da Campanha da Fraternidade. Mas entraram na agenda também os dias de carnaval. Garantindo que as celebrações aconteçam neste final de semana. Mas também programando estes dias para que nos proporcionem novas energias pelo descanso, pela oração e pela alegria do convívio fraterno. Nesta perspectiva, que venha o carnaval, que compareça a quaresma, e que 2012 seja de fato um “ano da graça do Senhor”!
Fonte: D Demétrio Valentini - Diocese de Jales - SP
A antecipação do carnaval não causa tanto problema. Mas quando ele se prolonga além da terça-feira, então sim, se cria o impasse. A razão é evidente. De quarta-feira em diante, o espaço é destinado à quaresma. E se ela é invadida pelo carnaval, ele próprio começa a se desfigurar. Pois ele nasceu para servir de alerta quando o tempo da quaresma está chegando. E se ele próprio desrespeita este tempo, acaba perdendo sua fisionomia própria.
Sempre é bom recuperar as intenções originais das tradições que se firmam em nossa cultura. Pois nelas redescobrimos o sentido verdadeiro dos eventos tradicionais.
Pois bem, a história comprova com suficiente clareza que o carnaval foi suscitado pela própria quaresma. Foi a expectativa da quaresma que despertou uma celebração secundária, que tomava sentido e recebia data a partir da quaresma.
Por isto, a contagem do carnaval é regressiva. Vamos “descontando” os dias que faltam para a quaresma.
Ao passo que a contagem da quaresma é progressiva, vamos “contando” os quarenta dias até entrarmos na Semana Santa.
Nesta perspectiva, havia uma estreita integração, entre carnaval e quaresma. A expectativa da quaresma, na medida de sua intensidade, justificava uma intensa celebração, feita em vista de entrar no tempo ansiosamente aguardado.
É fácil, então, compreender que na medida em que o carnaval foi se dissociando de sua intenção original, foi adquirindo outra identidade. Mesmo que no calendário as duas efemérides continuem próximas, elas foram se afastando progressivamente na sua índole e na sua fisionomia cultural.
Assim, o carnaval assumiu identidade própria, sem depender da quaresma. É preciso dar-se conta disto, para avaliar hoje a realidade do carnaval. Com a quaresma, ele só tem em comum a proximidade no calendário.
Mas sempre é possível reatar as referências entre as duas celebrações. Ainda mais agora, com um número mais extenso dos dias do carnaval, podemos colocar estes dias a serviço de uma boa programação, onde inclusive antecipar os apelos que a quaresma continua nos fazendo.
A recomendação da Sabedoria nos dá uma boa receita para estes dias: “É na oração e nos descanso que está a vossa força”.
Se olhamos não só a quaresma que vem chegando, mas o ano todo que temos pela frente, bendito o carnaval, se ele nos proporciona refazer nossas forças pela oração e o descanso, para enfrentar os compromissos e os desafios, que este ano de 2012 nos apresenta.
Na diocese, fizemos nossa reunião de reinício das atividades pastorais. Em nossos planos, entrou a quaresma, que vem sempre acompanhada da Campanha da Fraternidade. Mas entraram na agenda também os dias de carnaval. Garantindo que as celebrações aconteçam neste final de semana. Mas também programando estes dias para que nos proporcionem novas energias pelo descanso, pela oração e pela alegria do convívio fraterno. Nesta perspectiva, que venha o carnaval, que compareça a quaresma, e que 2012 seja de fato um “ano da graça do Senhor”!
Fonte: D Demétrio Valentini - Diocese de Jales - SP
Um filme excelente para as famílias cristãs
"There Be Dragons (2011)
A história é convincente. No contexto da Guerra Civil Espanhola o jovem Josemaria Escrivá, se forma, cresce e funda o Opus Dei. O diretor e os atores são de grande qualidade e profissionalismo. Indumentárias e roteiro excelentes.
O filme There Be Dragons está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
Publicamos abaixo a apreciação do filme feita por Franco Olearo, fundador e animador do site: http://www.familycinematv.it/
Robert é um jornalista responsável por escrever um artigo sobre Josemaria Escrivá, cuja beatificação está próxima. Chegando em Madri, tenta entrar em contato com seu pai Manolo que não tem visto há anos. Este, primeiro relutante, decide contar a sua história para seu filho, que estava intimamente ligada com a de Santo Escrivá: passaram uma juventude feliz juntos, mas depois, a guerra civil separou os seus destinos ...
A figura de Santo Escrivá jovem surge com as suas dificuldades humanas mas também com toda a potência da sua fé com a qual consegue afrontar o período negro da Guerra Civil Espanhola e dar serenidade e esperança àqueles que estão ao seu redor.
A habilidade do diretor Ronad Joffé consegue manter alto o interesse em toda a narração de uma história rica e densa de conteúdo. O co-protagonista Manolo, um personagem fictício, aparece pouco convincente, como uma figura mais ideal do que humana.
Roland Joffe é um autor que se faz perguntas e procura respostas. Fá-lo por meio dos protagonistas dos seus filmes mais significativos, que se encontram envolvidos em situações de conflito realmente acontecidas no passado próximo ou remoto; nesse contexto eles procuram compreender, muitas vezes de modo perturbado, o que é certo ou o que é errado fazer.
Em algumas de suas obras os personagens principais são dois, para testemunhar uma maneira diferente de reagir aos acontecimentos.
Na Missão (1986), o padre jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) e o aventureiro Rodrigo Mendoza (Robert De Niro) respondem de modo diferente à injusta imposição de remover a “sagrada experiência” realizada, feita no sinal do Evangelho, entre os índios Guarani e se Rodrigo pega as armas para lutar contra a ofensiva das tropas portuguesas, o Padre Gabriel organiza uma procissão com o Santíssimo Sacramento, seguido por mulheres e crianças.
No Grito no Silêncio (1984) que tem como cenário Camboja e as atrocidades dos Khmer Vermelhos, Sidney, um jornalista americano (Sam Waterston) decide voltar para casa, enquanto seu companheiro cambojiano Pran escolhe ficar. Sidney não tem paz por ter podido salvar a si mesmo, mas não o seu amigo e começa uma longa busca na tentativa de trazê-lo de novo à pátria.
Mais uma vez, em There Be Dragons (Encontrarás Dragões), Joffe leva o espectador para o interior de um conflito (o filme acontece principalmente durante a Guerra Civil Espanhola) e mais uma vez os protagonistas se perguntam, diante de um drama que divide as famílias e dilacera as consciências, qual é a melhor forma de se comportar?
Neste último trabalho a abordagem é diferente dos filmes anteriores: a resposta não se refere ao senso comum, à consciência do indivíduo, mas Roland Joffé encontrou as respostas que estava procurando em um contexto mais amplo: nos ensinamentos e no exemplo de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.
Ao mesmo tempo, como nos seus filmes anteriores, coloca ao lado de Josemaria um personagem de contraste, Manolo, um amigo de infância imaginário que logo escolhe caminhos diferentes: na sua alma atormentada se concentra o espírito de vingança, ciúme e cinismo daqueles que não encontram sentido na vida se não buscam lucro pessoal.
Em 1936, Josemaría tinha 34 anos e Joffre se limita somente a traçar breves quadros das peripécias deste jovem sacerdote e dos seus primeiros seguidores (a difícil vida numa Madri sob a ameaça dos ataques dos republicanos, a primeira aprovação do Opus Dei, a longa marcha através dos Pirenéus para ir para a zona nacionalista), mas ainda se considerando um agnóstico, o autor compreendeu muito bem a fé que sustentou JoseMaria naqueles anos e à medida que a história avança, cresce em profundidade até abraçar temas universais: o significado do perdão, o poder dilacerante do ódio e da vingança, o sentido do mal que atinge também os inocentes, os sinais com os quais acolher a providência divina, o diálogo entre diferentes religiões, a vocação sacerdotal, a vocação à santidade dos leigos.
O filme aborda todas essas questões sem tentar propor, como muitas vezes acontece em muitos filmes contemporâneos, uma sabedoria, humana filosofia de vida, mas coloca no centro do problema a relação entre o homem e Deus e vai buscar diretamente o senso sobrenatural com que devem ser abordados os grandes momentos da história nas pequenas escolhas diárias.
Em uma sequência dramática, diante da violência que atinge sacerdotes e pessoas inocentes na Madri de 1936, os jovens que acompanham Escrivá vêem a necessidade de reagir, armando-se e organizando-se numa espécie de cruzada. Josemaria lembra-lhes que a revolução que realiza um cristão é antes de mais nada aquela interior: não é possível existir ódio entre nós porque somos todos filhos de Deus, também os nossos inimigos; é necessário sermos pacificadores e orar por aqueles que estão errados.
Outro tema que percorre todo o filme é o do perdão: é lembrado pelo diretor do seminário, após uma briga que envolve Josemaría e Manolo: " A negação do perdão é a única coisa que não nos será perdoada". É o perdão que une no final do filme Manolo com seu filho no seu leito de morte, depois de anos de indiferença recíproca e o une idealmente também a Josemaria (que morreu anos antes), e que nunca tinha deixado de rezar por ele e de escrever-lhe regularmente.
O silêncio de Deus, o sentido incomensurável da dor que afeta também os inocentes é abordado várias vezes em circunstâncias diferentes do filme: de Josemaría criança, que após a morte da sua terceira irmãzinha, pergunta à sua mãe se ela já começou a odiar a Deus; da garota que foi violentada e que se pergunta se Deus não é um monstro, mas que depois decide responder com mais amor e mais oração. Mas é a babá de Josemaria (a simpática Geraldine Chaplin), que tenta compreender o sentido da providência divina: "A vida é como um fio de um desses bordados, que são tecidos com outros fios que permanecem juntos no espaço e no tempo. É difícil intuir a figura que Deus está bordando antes dele terminar o bordado."
Joffe pega esta, como também outras frases da rica biografia do Santo Escrivá, mas as reelabora criativamente dentro da sua construção, permitindo-se também alguma variação compreensível: o pai de Josemaria era um comerciante têxtil, mas no filme se torna proprietário de uma fábrica de chocolate: desta forma, a transformação de um grão numa preciosa barra de chocolate, graças à habilidade e ao trabalho duro dos trabalhadores, torna-se a metáfora de um caminho de santificação por meio do trabalho bem feito na vida cotidiana.
É graças ao conhecimento profundo que Joffe atingiu da figura do santo e da interpretação bem-sucedida de Carlies Cox que o personagem Josemaria chega a ser particularmente bem sucedido; não podemos dizer o mesmo de Manolo, personagem construído na imaginação, do qual esperávamos não a idealização do mal no estado puro, mas um personagem com traços mais humanos.
O filme tem duas horas de duração, mas a capacidade de Joffé de trabalhar entre passado e presente, com várias histórias paralela consegue manter alta a atenção do espectador até o fim, mesmo se o seu conteúdo seja tão denso e que seja fácil chegar a sentir a necessidade de vê-lo uma segunda vez.
O filme foi distribuído na Espanha, Estados Unidos e América Latina e está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
*
Título Original: There Be Dragons
País: Espanha, Argentina
Ano: 2011
Diretor: Roland Joffé
Roteiro: Roland Joffé
Produção: Antena 3 Films, o Monte Santa Fe
Duração: 120
Elenco: Carlies Cox, Wes Bentley, Olga Kurylenko, Geraldine Chaplin, Dougray Scott, Rodrigo Santoro
*
Para adquirir o DVD, você pode clicar no link a seguir:
http://www.amazon.com/There-Be-Dragons-Charlie-Cox/dp/B005PM1188?tag=zenilmonvisda
Fonte: Zenit.
A história é convincente. No contexto da Guerra Civil Espanhola o jovem Josemaria Escrivá, se forma, cresce e funda o Opus Dei. O diretor e os atores são de grande qualidade e profissionalismo. Indumentárias e roteiro excelentes.
O filme There Be Dragons está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
Publicamos abaixo a apreciação do filme feita por Franco Olearo, fundador e animador do site: http://www.familycinematv.it/
Robert é um jornalista responsável por escrever um artigo sobre Josemaria Escrivá, cuja beatificação está próxima. Chegando em Madri, tenta entrar em contato com seu pai Manolo que não tem visto há anos. Este, primeiro relutante, decide contar a sua história para seu filho, que estava intimamente ligada com a de Santo Escrivá: passaram uma juventude feliz juntos, mas depois, a guerra civil separou os seus destinos ...
A figura de Santo Escrivá jovem surge com as suas dificuldades humanas mas também com toda a potência da sua fé com a qual consegue afrontar o período negro da Guerra Civil Espanhola e dar serenidade e esperança àqueles que estão ao seu redor.
A habilidade do diretor Ronad Joffé consegue manter alto o interesse em toda a narração de uma história rica e densa de conteúdo. O co-protagonista Manolo, um personagem fictício, aparece pouco convincente, como uma figura mais ideal do que humana.
Roland Joffe é um autor que se faz perguntas e procura respostas. Fá-lo por meio dos protagonistas dos seus filmes mais significativos, que se encontram envolvidos em situações de conflito realmente acontecidas no passado próximo ou remoto; nesse contexto eles procuram compreender, muitas vezes de modo perturbado, o que é certo ou o que é errado fazer.
Em algumas de suas obras os personagens principais são dois, para testemunhar uma maneira diferente de reagir aos acontecimentos.
Na Missão (1986), o padre jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) e o aventureiro Rodrigo Mendoza (Robert De Niro) respondem de modo diferente à injusta imposição de remover a “sagrada experiência” realizada, feita no sinal do Evangelho, entre os índios Guarani e se Rodrigo pega as armas para lutar contra a ofensiva das tropas portuguesas, o Padre Gabriel organiza uma procissão com o Santíssimo Sacramento, seguido por mulheres e crianças.
No Grito no Silêncio (1984) que tem como cenário Camboja e as atrocidades dos Khmer Vermelhos, Sidney, um jornalista americano (Sam Waterston) decide voltar para casa, enquanto seu companheiro cambojiano Pran escolhe ficar. Sidney não tem paz por ter podido salvar a si mesmo, mas não o seu amigo e começa uma longa busca na tentativa de trazê-lo de novo à pátria.
Mais uma vez, em There Be Dragons (Encontrarás Dragões), Joffe leva o espectador para o interior de um conflito (o filme acontece principalmente durante a Guerra Civil Espanhola) e mais uma vez os protagonistas se perguntam, diante de um drama que divide as famílias e dilacera as consciências, qual é a melhor forma de se comportar?
Neste último trabalho a abordagem é diferente dos filmes anteriores: a resposta não se refere ao senso comum, à consciência do indivíduo, mas Roland Joffé encontrou as respostas que estava procurando em um contexto mais amplo: nos ensinamentos e no exemplo de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.
Ao mesmo tempo, como nos seus filmes anteriores, coloca ao lado de Josemaria um personagem de contraste, Manolo, um amigo de infância imaginário que logo escolhe caminhos diferentes: na sua alma atormentada se concentra o espírito de vingança, ciúme e cinismo daqueles que não encontram sentido na vida se não buscam lucro pessoal.
Em 1936, Josemaría tinha 34 anos e Joffre se limita somente a traçar breves quadros das peripécias deste jovem sacerdote e dos seus primeiros seguidores (a difícil vida numa Madri sob a ameaça dos ataques dos republicanos, a primeira aprovação do Opus Dei, a longa marcha através dos Pirenéus para ir para a zona nacionalista), mas ainda se considerando um agnóstico, o autor compreendeu muito bem a fé que sustentou JoseMaria naqueles anos e à medida que a história avança, cresce em profundidade até abraçar temas universais: o significado do perdão, o poder dilacerante do ódio e da vingança, o sentido do mal que atinge também os inocentes, os sinais com os quais acolher a providência divina, o diálogo entre diferentes religiões, a vocação sacerdotal, a vocação à santidade dos leigos.
O filme aborda todas essas questões sem tentar propor, como muitas vezes acontece em muitos filmes contemporâneos, uma sabedoria, humana filosofia de vida, mas coloca no centro do problema a relação entre o homem e Deus e vai buscar diretamente o senso sobrenatural com que devem ser abordados os grandes momentos da história nas pequenas escolhas diárias.
Em uma sequência dramática, diante da violência que atinge sacerdotes e pessoas inocentes na Madri de 1936, os jovens que acompanham Escrivá vêem a necessidade de reagir, armando-se e organizando-se numa espécie de cruzada. Josemaria lembra-lhes que a revolução que realiza um cristão é antes de mais nada aquela interior: não é possível existir ódio entre nós porque somos todos filhos de Deus, também os nossos inimigos; é necessário sermos pacificadores e orar por aqueles que estão errados.
Outro tema que percorre todo o filme é o do perdão: é lembrado pelo diretor do seminário, após uma briga que envolve Josemaría e Manolo: " A negação do perdão é a única coisa que não nos será perdoada". É o perdão que une no final do filme Manolo com seu filho no seu leito de morte, depois de anos de indiferença recíproca e o une idealmente também a Josemaria (que morreu anos antes), e que nunca tinha deixado de rezar por ele e de escrever-lhe regularmente.
O silêncio de Deus, o sentido incomensurável da dor que afeta também os inocentes é abordado várias vezes em circunstâncias diferentes do filme: de Josemaría criança, que após a morte da sua terceira irmãzinha, pergunta à sua mãe se ela já começou a odiar a Deus; da garota que foi violentada e que se pergunta se Deus não é um monstro, mas que depois decide responder com mais amor e mais oração. Mas é a babá de Josemaria (a simpática Geraldine Chaplin), que tenta compreender o sentido da providência divina: "A vida é como um fio de um desses bordados, que são tecidos com outros fios que permanecem juntos no espaço e no tempo. É difícil intuir a figura que Deus está bordando antes dele terminar o bordado."
Joffe pega esta, como também outras frases da rica biografia do Santo Escrivá, mas as reelabora criativamente dentro da sua construção, permitindo-se também alguma variação compreensível: o pai de Josemaria era um comerciante têxtil, mas no filme se torna proprietário de uma fábrica de chocolate: desta forma, a transformação de um grão numa preciosa barra de chocolate, graças à habilidade e ao trabalho duro dos trabalhadores, torna-se a metáfora de um caminho de santificação por meio do trabalho bem feito na vida cotidiana.
É graças ao conhecimento profundo que Joffe atingiu da figura do santo e da interpretação bem-sucedida de Carlies Cox que o personagem Josemaria chega a ser particularmente bem sucedido; não podemos dizer o mesmo de Manolo, personagem construído na imaginação, do qual esperávamos não a idealização do mal no estado puro, mas um personagem com traços mais humanos.
O filme tem duas horas de duração, mas a capacidade de Joffé de trabalhar entre passado e presente, com várias histórias paralela consegue manter alta a atenção do espectador até o fim, mesmo se o seu conteúdo seja tão denso e que seja fácil chegar a sentir a necessidade de vê-lo uma segunda vez.
O filme foi distribuído na Espanha, Estados Unidos e América Latina e está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
*
Título Original: There Be Dragons
País: Espanha, Argentina
Ano: 2011
Diretor: Roland Joffé
Roteiro: Roland Joffé
Produção: Antena 3 Films, o Monte Santa Fe
Duração: 120
Elenco: Carlies Cox, Wes Bentley, Olga Kurylenko, Geraldine Chaplin, Dougray Scott, Rodrigo Santoro
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Para adquirir o DVD, você pode clicar no link a seguir:
http://www.amazon.com/There-Be-Dragons-Charlie-Cox/dp/B005PM1188?tag=zenilmonvisda
Fonte: Zenit.
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