Ainda que a humanidade sinta o peso da maldade que existe no mundo, Deus não nos abandona. Ele nunca nos trai nem nos esquece, segundo Bento XVI.
O Papa compartilhou esta reflexão na última sexta-feira, depois de um concerto oferecido em sua homenagem pelo presidente da Hungria, Pál Schmitt. O concerto comemorava a presidência húngara do Conselho da União Europeia e o bicentenário do nascimento do músico húngaro Ferenc Liszt.
O Pontífice fez várias reflexões sobre a música, detendo-se em particular na composição do salmo 13. Disse que o fragmento interpretado durante o concerto dava “uma ideia da qualidade e profundidade da fé” do compositor.
“É um salmo no qual quem está rezando se encontra em dificuldades, o inimigo o cerca, ataca-o, e Deus parece ausente, parece ter se esquecido dele – explicou o Papa. E a oração se torna angustiante frente a esta situação de abandono: 'Até quando, Senhor?', repete o salmista umas quatro vezes.”
O Santo Padre destacou que este refrão “se repete de uma maneira quase martelante pelo tenor e o coral na parte central: é o grito do homem e da humanidade, que sente o peso do mal que existe no mundo”.
A música, disse, “nos transmite esta sensação de peso, de angústia. Mas Deus não nos abandona. O salmista sabe bem disso e também Liszt, como homem de fé”.
“Da angústia nasce uma oração cheia de confiança, que conduz à alegria: 'Meu coração exultará em tua salvação (…). Cantarei ao Senhor, que me ajudou'”, citou Bento XVI.
Destacou como a música se transforma ao fazer esta proclamação: “O tenor, o coral e a orquestra elevam um hino de confiança em Deus, quem nunca trai, nunca esquece, nunca nos deixa sozinhos”.
Citando a reflexão do compositor com relação à sua Missa Solemnis, contou que Liszt dizia que “orava” mais do que “compunha”: “Acho que podemos dizer o mesmo deste salmo: o grande músico húngaro, mais do que compô-lo, rezou-o, ou melhor, ele rezou antes de compô-lo”.
Fonte: Zenit.
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