A Conferência Eclesial da diocese de Roma, que começou em 13 de junho e terminou nessa sexta-feira, focou na iniciação cristã. O tema se baseia numa passagem dos Atos dos Apóstolos: “Todos se comoveram profundamente. A alegria de conceber na fé na Igreja de Roma”.
Foram quase 8.000 inscritos, entre trabalhadores e fiéis da diocese e seus pastores, reunidos com o bispo de Roma. Desde que foi eleito para a cátedra de Pedro, Bento XVI participou de sete conferências diocesanas.
O porta-voz do vicariato de Roma, Walter Insero, disse a ZENIT que um evento desse tipo “permite exercitar uma responsabilidade conjunta. Os leigos não são só colaboradores, mas protagonistas de pleno direito. Não só os ministros, também os leigos têm um papel decisivo nesta grande missão”.
As Conferências Diocesanas são um momento de intercâmbio em que “podemos falar ao coração e à inteligência, para amadurecer uma fé adulta”. É “uma experiência de comunhão, de encontro e de compartilhar a aventura”.
O evento foi aberto na segunda-feira, na Basílica de São João de Latrão. Bento XVI entregou o Catecismo da Igreja Católica aos presentes “para que a Igreja de Roma se comprometa com renovada alegria na educação para a fé”.
Depois do encontro com o Papa, o diretor da Catequese Diocesana, Dom Andrea Lonardo, leu um informe com as respostas a um questionário enviadas por 214 paróquias e capelanias, que serviu para fazer uma fotografia da iniciação cristã na diocese, na medida do possível, já que os números em matéria de espiritualidade são meramente orientativos.
Os párocos responderam sobre a iniciação cristã dos jovens e dos adultos, com dados sobre os adultos batizados, os casais de leigos catequistas, as pessoas que pedem o batismo vindas de outras religiões e as conversões.
Os números não são facilmente interpretáveis, mas mostram um grande desejo de falar de iniciação cristã.
Na segunda jornada, ainda na Basílica de Latrão, lotada mas sem as medidas de segurança do primeiro dia, dois casais e um vice-pároco narraram suas experiências de formadores junto a crianças, jovens, adultos e famílias.
Paolo e Francesca, da paróquia de Santa Francesca Romana, são catequistas de oito adultos de 28 a 50 anos: cinco ateus, um muçulmano, um judeu e uma evangélica não batizada.
Depois da desorientação inicial, os dois concentraram todo o trabalho “no encontro com a Palavra de Deus, com a história de amor e de salvação que Deus teceu com o povo de Israel e que se faz história para cada um de nós”.
“Muito significativa foi uma jornada de retiro com eles, dedicada inteiramente ao significado da cruz de Cristo com que eles seriam marcados durante o rito do batismo e que se tornaria o sinal deles, a 'porta' de toda oração elevada a Deus”.
“Também foi muito importante mostrar a eles como é necessário iniciar a jornada com o evangelho do dia, dedicando 5 minutos à oração feita de coração, sintonizada com o olhar paterno de Deus, nos comprometendo a ser fiéis nesse momento”.
Depois foi a vez de Sandro e Elvira Cescon, casados há 31 anos e membros há 15 anos do grupo de catequistas de batismo, nascido em 1996 na paróquia da Transfiguração.
Sandro destacou a importância da celebração do Batismo na missa dominical. “O Batismo acontece na fé da Igreja que todos professamos, e não simplesmente na fé dos padres ou dos catequistas. Sua inserção na eucaristia dominical mostra que ele não é um sacramento íntimo, que tem a ver só com os amigos e parentes, mas que é um evento litúrgico e comunitário”.
“Desde o principio surge a necessidade de educar os pais das crianças na oração. Nós propusemos aos pais que eles façam o sinal da cruz na testa da criança na hora de dar boa-noite e digam umas breves palavras de agradecimento pelo dia que está acabando”.
“Outros momentos de oração que propomos se referem a Maria, à oração do anjo da guarda, à hora de visitar uma igreja pela primeira vez...”
O padre Maurício Botta, do Oratório de São Felipe Néri, vice-pároco da Igreja Nova, lembrou que as crianças têm a capacidade de entender as coisas relacionadas com a fé inclusive quando tratadas com seriedade. “É verdade que as catequeses não são aulas, mas também é verdade que Jesus não é uma fábula. As crianças não amadurecem se banalizamos Jesus”.
Fonte: Zenit.
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