Dos seus aposentos do Palácio Apostólico, o Papa Bento XVI quis se unir, ontem, à recente beatificação de três sacerdotes alemães decapitados em 1943 pelo regime nazista.
São eles: Johannes Prassek, Eduard Müller e Hermann Lange, sacerdotes católicos executados pela sua oposição ao nazismo, junto ao pastor protestante Karl Friedrich Stellbrink, em Lübeck (Alemanha).
O Papa quis mostrar sua alegria por estas novas beatificações e pelas de outros três santos de Milão, ao concluir a oração do Ângelus: “Louvemos o Senhor por estas testemunhas luminosas do Evangelho!”, exclamou.
Depois, ao dirigir-se aos peregrinos de língua alemã, presentes na Praça de São Pedro, o Papa quis cumprimentar especialmente os fiéis da arquidiocese de Hamburgo, recordando-lhes a transcendência desse martírio.
O sofrimento compartilhado pelos três sacerdotes católicos e pelo pastor protestante Stellbrink na prisão, até sua execução, supõe “um grande testemunho ecumênico de humanidade e esperança”, sublinhou o Pontífice.
Especialmente, quis recordar uma citação de um deles, Johannes Prassek, escrita em sua cela: “Deus é tão bom que me tirou todo medo e me deu a alegria e o anseio”. “É incrível – sublinhou o Papa – como, da sua cela, ele mostra o céu”; e convidou os presentes a deixar-se contagiar por esta alegria.
A cerimônia de beatificação aconteceu no sábado em Lübeck (cidade próxima de Hamburgo), presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e cuja homilia foi pronunciada pelo cardeal Walter Kasper, segundo informa a Rádio Vaticano.
Com palavras comoventes, o cardeal Kasper quis mostrar os últimos momentos daqueles quatro homens, especialmente suas frases antes de morrer, entre elas a do luterano Stellbrink à sua esposa: “Verdadeiramente, não é difícil morrer quando nos confiamos às mãos de Deus”.
“Estes quatro homens – afirmou o cardeal Kasper – nos dizem o que significa ser um cristão: estar onde Jesus está, viver e morrer com Ele.”
“Os mártires de Lübeck – acrescentou – nos demonstram que nesse momento [do regime nazista, N. da R.] não existiam somente os que estavam cegados ou os que participavam porque eram malvados; havia também outra Alemanha; havia cristãos valentes que não inclinaram a cabeça e que não se deixaram submeter.”
Fonte: Zenit.
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