A XXXII edição do Meeting pela amizade entre os povos, que acontece em Rímini de 21 a 27 de agosto, foi apresentada no Palácio Borromeo, em Roma, na semana passada.
Para debater sobre o tema do encontro – “A existência converte-se em uma imensa certeza” – intervieram o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Franco Frattini, ministro italiano de Assuntos Exteriores, Emilia Guarnieri, presidente da Fundação Meeting pela amizade entre os povos, e Giorgio Vittadini, presidente da Fundação pela Subsidiariedade.
O cardeal Jean-Louis Tauran assinalou que, “como criaturas, feitas à imagem de Deus e chamadas a participar em sua vida, temos algo mais”, quer dizer, “a confiança que coloco em Deus (...) vem de uma convicção de que a verdade última de minha vida não provém de mim, mas de Outro que ilumina minha vida e lhe dá sentido”.
“A fé é certeza, mas não segurança”, porque “permanece ligada a mim e a minha debilidade”.
“A grande certeza que temos – explicou o purpurado – não é uma opção filosófica ou uma experiência mística, ou a conclusão de um estudo sobre a dimensão religiosa do homem. Não, nossa certeza é uma pessoa que se chama Jesus de Nazaré”.
Segundo o cardeal, algo específico dos leigos é dar um sentido religioso a suas atividades cotidianas. “O dever dos cristãos frente aos compromissos terrestres é consagrá-los”.
Uma grande novidade dos últimos anos – prosseguiu o cardeal Tauran – é que a Igreja “afirma que podemos ir a Deus através de nossas atividades cotidiandas”.
Já Emilia Guarnieri começou dizendo que “a certeza é uma palavra paradoxal nestes tempos de incerteza: tempos caracterizados, em todos os âmbitos, na política, na economia, na vida social e na condição dos homens, por um estado de verdadeira incerteza”.
A maior dessas incertezas é a que tem a ver “com a percepção de si mesmo, uma incerteza de tipo antropológico”.
E há ainda “a incerteza sobre a possibilidade de que a verdade exista e, ainda mais trágico, a incerteza sobre o fato de que o homem pode alcançar a verdade, quer dizer, que possa existir um caminho, um percurso através do qual o homem possa alcançar a verdade”.
Essa condição reflete-se sobretudo nos jovens. De fato, segundo o último relatório do CENSIS (Centro Studi Investimenti Sociali), na Itália são 2,2 milhões os jovens entre 15 e 34 anos que não estudam, não trabalham e não buscam um trabalho.
“Mas é verdade que há outras notícias”, disse. Ou seja, “existem pessoas que têm um ideal pelo qual lutar e sabem disso”.
“Aqui está a inevitável certeza, este impulso da vontade, este grito do coração, de intensidade da vida, que sempre vem para despertar do relativismo, da névoa, esta é a certeza que o Encontro pretende difundir.”
Giorgio Vittadini concluiu ilustrando a exposição “150 anos de subsidiariedade”, em que se conta de que modo o povo mudou a história da Itália, “reagiu às crises com valentia e criatividade”, ensinando o valor “de cada ser humano”.
Fonte: Zenit - (Antonio Gaspari)
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