domingo, 5 de junho de 2011

China planeja ordenação sem aval do Vaticano

A Igreja Católica da China, a Igreja Patriótica, subordinada ao Estado chinês, está organizando uma nova ordenação de bispos sem a aprovação do Vaticano, segundo informou um site católico de Hong Kong.

De acordo com a UCA News, o padre Joseph Shen Guo'an, vice-presidente provincial da Igreja Patriótica, será nomeado bispo da cidade de Wuhan (Hankou), na província de Hubei, no centro do país, em 9 de junho.

Alguns sacerdotes de outras dioceses que seguem a doutrina do Vaticano denunciaram que têm sido pressionados pelas autoridades chinesas a participarem da ordenação.

A agência asiática cita fontes que teriam afirmado que Shen também teria sido pressionado a se candidatar contra a sua vontade. Ele foi escolhido para se candidatar a essa ordenação.

Atualmente, não há bispo em nenhuma das cinco dioceses da província de Hubei. O ex-bispo da diocese de Wuhan era Bernardine Dong Guangqing, um dos primeiros dois bispos chineses a ser escolhido e ordenado sem autorização papal, em 1958, um ano após o nascimento da Igreja Patriótica. Dong foi reconhecido pelo Pontífice João Paulo II em 1984.

Caso a ordenação da próxima semana ocorra, ela contará como a segunda ordenação de bispo sem a autorização da Santa Sé em seis meses. Em 20 de novembro do ano passado, após quatro anos de ordenações coordenadas entre a Igreja Patriótica e o Vaticano, as autoridades chinesas ordenaram o bispo Giuseppe Guo Jincai, nomeado para a secretaria-geral da Conferência Episcopal Chinesa em dezembro.

Naquela ocasião, religiosos ligados ao Vaticano atestaram que foram ameaçados e obrigados a comparecerem à Assembleia Nacional que elegeu os dirigentes da Igreja sob o controle do Estado.

China e Vaticano romperam suas relações diplomáticas em 1951, dois anos após a Revolução Cultural que instaurou o governo comunista. Pequim não aceitava a ingerência da Santa Sé nas decisões de âmbito religioso no país e, naquele ano, o núncio apostólico abandonou a China e se mudou para Taiwan.

(ANSA)

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