João Paulo II foi um "grande defensor do homem", afirmou hoje o cardeal Agostino Vallini, ao dar seu testemunho durante a vigília de oração pela beatificação do Papa polonês, organizada pela diocese de Roma.
Diante de milhares de peregrinos reunidos na ampla esplanada do Circo Máximo, o cardeal Vallini afirmou que o futuro beato soube ler os "sinais dos tempos", concentrando seu esforço na dignidade da pessoa humana.
"Testemunha da época trágica das grandes ideologias, dos regimes totalitários e do seu ocaso, João Paulo II intuiu com antecedência a trabalhosa passagem, marcada por tensões e contradições, da época moderna a uma nova fase da história, mostrando uma atenção constante para que seu protagonista fosse a pessoa humana", afirmou o purpurado.
João Paulo, acrescentou, "foi defensor firme e confiável do homem perante os Estados e instituições internacionais, que o respeitavam e lhe prestavam homenagem, reconhecendo-o como mensageiro de justiça e paz".
"Com o olhar fixo em Cristo, Redentor do homem, ele acreditou no homem e lhe mostrou abertura, confiança, proximidade. Amou o homem e o impulsionou a desenvolver dentro de si o potencial da fé para viver como uma pessoa livre e cooperar na realização de uma humanidade mais justa e solidária, como operador de paz e construtor de esperança."
O cardeal Vallini quis recordar as conhecidas palavras que Karol Wojtyla pronunciou como Papa: "Não tenham medo! Abram, escancarem as portas a Cristo! (...) Cristo conhece o que há dentro do homem. Só Ele o conhece!".
Também sublinhou o amor de João Paulo II por todos os "feridos pela vida" - como chamava os pobres, doentes, os sem-nome, os excluídos a priori -, "mas com um amor muito singular amou os jovens".
"As convocatórias das Jornadas Mundiais da Juventude tinham como fim que os jovens fossem protagonistas do seu futuro, tornando-se construtores da história", acrescentou.
O Papa polonês via nos jovens "a riqueza da Igreja e da sociedade" e os convidava a "preparar-se para as grandes decisões, a olhar adiante com esperança, confiando nas próprias capacidades e seguindo Cristo e o Evangelho".
"Da sua vida aprendemos, em primeiro lugar, o testemunho da fé: uma fé enraizada e forte, livre de medos e de obrigações, coerente até o último suspiro, forjada pelas provas, pela fadiga e pela doença, cuja benéfica influência se difundiu em toda a Igreja, e mais ainda, em todo o mundo", afirmou.
A lembrança de João Paulo II, concluiu o cardeal vigário de Roma, "não deve significar para nós uma volta ao passado, mas, aproveitando seu patrimônio humano e espiritual, deve ser um impulso para olhar adiante".
Fonte: Zenit.
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