A Santa Sé reiterou a sua disponibilidade para continuar a cooperação com Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita com base no Egito, depois de o grão-imame Ahmad Al-Tayyib manifestar seu desejo de superar "as recentes dificuldades nas relações com a Santa Sé”.
A mensagem do imame de Al-Azhar foi transmitida em 18 de maio ao cardeal Jean-Louis Tauran e a Dom Pier Luigi Celata, presidente e secretário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, respectivamente, pelo ministro de Assuntos Exteriores da República Árabe do Egito, M. Nabil Al-Arabi, que se encontra em Roma.
Segundo um comunicado do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, durante o encontro, o ministro egípcio "transmitiu as saudações do xeique Al-Azhar, o professor Ahmad Al-Tayyib”, ao cardeal Tauran e a Dom Celata.
O ministro também "expressou o desejo do grão-imame de que as recentes dificuldades nas relações com a Santa Sé sejam superadas", disse o comunicado.
Por sua parte, o cardeal Tauran "reiterou o apreço de Sua Santidade o Papa Bento XVI pelo povo e pelas autoridades egípcias, e a disponibilidade da Santa Sé para continuar o caminho do diálogo inter-religioso e a cooperação com Al-Azhar, mantida regularmente desde 1998”.
Em janeiro passado, a Universidade de Al-Azhar do Cairo divulgou um comunicado anunciando a suspensão dos encontros com o Vaticano.
A decisão foi tomada após o apelo lançado por Bento XVI sobre a necessidade de proteger as minorias cristãs no Oriente.
O Papa se mostrou "comovido" pelo atentado à comunidade copta em Alexandria, no Egito, em 31 de dezembro passado, que matou 21 pessoas.
"Diante desta estratégia de violência que tem como alvo os cristãos, e tem implicações para toda a população, rezo pelas vítimas e suas famílias, e incentivo as comunidades eclesiais a perseverar na fé e no testemunho da não-violência que nos vem do Evangelho”, disse o Papa.
Estas palavras provocaram a reação do imame Ahmad Al-Tayyib, quem lamentou que o Santo Padre não mencionasse a proteção dos muçulmanos, e acusou Bento XVI de ingerência nos assuntos internos do país.
Fonte: Zenit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário