O cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga foi eleito presidente da Cáritas Internacional para um segundo mandato de quatro anos, com 75% dos votos.
Na assembleia geral da confederação de organizações caritativas, que está sendo realizada em Roma desde o dia 22 de maio e que terminará no dia 27, os 300 representantes dos organismos membros também elegeram como tesoureiroJürg Krummenacher, tesoureiro interino há um ano.
No dia 26 de maio, deverão eleger o novo secretário-geral da Cáritas Internacional.
O cardeal Maradiaga, de 68 anos e arcebispo de Tegucigalpa, dirigiu o discurso de abertura à assembleia, no domingo passado. Nele, destacou o “diálogo construtivo com a Santa Sé sobre a dupla natureza, jurídica e teológica, da Cáritas Internacional”, que está se levando a cabo.
Em 2004, a Cáritas recebeu o status de “entidade jurídica pública”, com o qual, segundo o purpurado, “a Cáritas Internacional é um instrumento do Santo Padre”.
A função da Cáritas como organização da Igreja chamou a atenção no começo deste ano, quando o Vaticano denegou a Lesley-Anne Knight a possibilidade de ser reeleita como secretária-geral para um novo mandato.
O cardeal Maradiaga mencionou as tensões derivadas desta decisão. Disse que a situação causou queixas, mas acrescentou que “o que ela conseguiu deve continuar; precisamos, mais do que nunca, de um secretariado forte e um líder forte”.
“O diálogo com a Santa Sé sobre o nosso futuro comum e a nossa maneira de ser Igreja também deve continuar”, acrescentou.
O cardeal também indicou que uma maior ênfase na identidade católica não implica em proselitismo.
Citando a encíclica Deus caritas est, disse: “O trabalho verdadeiramente caritativo como tal é convincente por si mesmo e, quando se realiza de pessoa a pessoa, não precisa de outra legitimação, como diz claramente Bento XVI”.
“Os que praticam a caridade em nome da Igreja nunca devem buscar impor a fé da Igreja aos outros – afirmou. Percebem que um amor puro e generoso é o melhor testemunho do Deus em quem cremos e que nos impulsiona a amar.”
“Um cristão sabe quando é o momento de falar de Deus e quando é melhor não dizer nada e deixar que só o amor fale – acrescentou. Sabe que Deus é amor e que a presença de Deus se sente desde o momento em que o único que fazemos é amar.”
O cardeal explicou que o Vaticano convidou a aumentar o número de bispos da Cáritas que assistem à assembleia, para que participem do encontro mais de 50 prelados.
Também confirmou que o Conselho Pontifício Cor Unun está preparando um documento para enfatizar a responsabilidade dos bispos em suas Cáritas locais ou nacionais.
O purpurado disse que desde fevereiro se realiza um “amplo diálogo” entre o secretário de Estado e a Cáritas Internacional sobre os estatutos à luz da natureza jurídica dual como confederatio sui generis e entidade pública jurídica da Igreja. Disse que os estatutos não estão prontos para votação porque algumas questões ainda estão sendo debatidas.
Explicou que o próximo comitê executivo terá a tarefa de estabelecer as diretrizes “à luz e no espírito das nossas deliberações e no já produtivo diálogo com a Santa Sé”.
O cardeal disse que o próximo comitê executivo e o Santo Padre poderão aprovar os estatutos e as regras ad experimentum na próxima assembleia geral, em 2015.
O presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, cardeal Robert Sarah, destacou, em diálogo com ZENIT no último mês de fevereiro, que Lesley-Ann Knight “fez muito para tornar a confederação mais eficaz e mais profissional”.
E acrescentou: “Hoje, a Cáritas Internacional enfrenta desafios internos que incluem a revisão dos estatutos. Estes desafios se referem também à colaboração interna, à identidade católica da confederação, à cooperação com a Santa Sé, a uma maior participação dos diversos continentes e a uma compreensão mais justa da autonomia de cada membro da confederação".
Fonte: Zenit.
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