Queridos irmãos e irmãs!
O Evangelho do domingo de hoje, Quinto de Páscoa, propõe um duplo mandamento da fé: crer em Deus e crer em Jesus. O Senhor, de fato, diz a seus discípulos: “Credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14,1). Não são dados separados, mas um único ato de fé, a plena adesão à salvação realizada por Deus Pai mediante seu Filho Unigênito. O Novo Testamento pôs fim à invisibilidade do Pai. Deus mostrou seu rosto, como confirma a resposta de Jesus ao apóstolo Felipe: “Aquele que me viu, viu também o Pai (Jo 14, 9). O Filho de Deus, com sua encarnação, morte e ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado, para nos dar a liberdade de filhos de Deus, e nos revelou o rosto de Deus, que é amor: Deus pode ser visto, é visível em Cristo. Santa Teresa d’Ávila escreve que “não devemos nos afastar do que constitui todo nosso bem e nosso remédio, quer dizer, da santíssima humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Castello interiore, 7, 6: Opere Complete, Milano 1998, 1001). Portanto, só crendo em Cristo, permanecendo unidos a Ele, os discípulos, entre os quais estamos nós, podem continuar sua ação permanente na história: “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço (Jo 14, 12).
A fé em Jesus implica segui-lo cotidianamente, nas simples ações que compõem nossa jornada. “É próprio do mistério de Deus atuar de modo oculto. Só pouco a pouco Ele constrói na grande história da humanidade sua história. Faz-se homem mas de maneira que possa ser ignorado por seus contemporâneos, pelas forças que contam na história. Sofre e morre e, como Ressuscitado, quer chegar à humanidade só através da fé dos seus, a quem se manifesta. Continuamente Ele bate às portas do nosso coração e, se abrimos, lentamente nos torna capazes de ‘ver’” (Jesus de Nazaré II, 2011). Santo Agostinho afirma: “era necessário que Jesus dissesse: ‘eu sou o caminho, a verdade e a vida’ (Jo 14, 6), porque uma vez conhecido o caminho, faltava conhecer a meta” (Tractatus in Ioh., 69, 2: CCL 36, 500), e a meta é o Pai. Para os cristãos, para cada um de nós, portanto, o Caminho para o Pai é se deixar guiar por Jesus, por sua palavra de Verdade, e acolher o dom de sua Vida. Façamos nosso o convite de São Boaventura: “Abre portanto os olhos, tende um ouvido espiritual, abre teus lábios e dispõe ter coração, para que possas em todas as criaturas ver, escutar, louvar, amar, venerar, glorificar, honrar teu Deus” (Itinerarium mentis in Deum, I, 15).
Queridos amigos, o compromisso de anunciar Jesus Cristo, “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6), constitui a tarefa principal da Igreja. Invoquemos a Virgem Maria, para que auxilie sempre os Pastores e todos que nos diversos ministérios anunciam a alegre Mensagem de salvação, para que a Palavra de Deus se difunda e o número dos discípulos se multiplique (cf. At 6, 7).
[Traduzido por ZENIT
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