Neste mês de junho, Bento XVI pede orações particularmente pelos sacerdotes, para que sejam testemunhas autênticas do amor de Deus.
Esta é a proposta que ele faz nas intenções de oração, contidas na carta pontifícia confiada ao Apostolado da Oração, iniciativa seguida por quase 50 milhões de pessoas nos cinco continentes.
A intenção geral é: “Para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor solícito e misericordioso de Deus”.
Esta petição do Papa tem lugar quando se cumpre um ano desde o encerramento do Ano Sacerdotal, período em que a Igreja se uniu de maneira particular em oração pelos seus sacerdotes, em meio a escândalos de uma pequena porcentagem deles, que, no entanto, acarretaram um grande preconceito na percepção de sua vocação por parte da opinião pública.
Por outro lado, o mês de junho é o mês que a Igreja dedica tradicionalmente ao Sagrado Coração de Jesus.
Além da intenção geral, o Papa propõe também uma intenção missionária, que é: “Para que o Espírito Santo faça ressurgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente a difundir o Reino de Deus”.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Junho: Papa pede orações pelos sacerdotes
Neste mês de junho, Bento XVI pede orações particularmente pelos sacerdotes, para que sejam testemunhas autênticas do amor de Deus.
Esta é a proposta que ele faz nas intenções de oração, contidas na carta pontifícia confiada ao Apostolado da Oração, iniciativa seguida por quase 50 milhões de pessoas nos cinco continentes.
A intenção geral é: “Para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor solícito e misericordioso de Deus”.
Esta petição do Papa tem lugar quando se cumpre um ano desde o encerramento do Ano Sacerdotal, período em que a Igreja se uniu de maneira particular em oração pelos seus sacerdotes, em meio a escândalos de uma pequena porcentagem deles, que, no entanto, acarretaram um grande preconceito na percepção de sua vocação por parte da opinião pública.
Por outro lado, o mês de junho é o mês que a Igreja dedica tradicionalmente ao Sagrado Coração de Jesus.
Além da intenção geral, o Papa propõe também uma intenção missionária, que é: “Para que o Espírito Santo faça ressurgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente a difundir o Reino de Deus”.
Fonte: Zenit.
Esta é a proposta que ele faz nas intenções de oração, contidas na carta pontifícia confiada ao Apostolado da Oração, iniciativa seguida por quase 50 milhões de pessoas nos cinco continentes.
A intenção geral é: “Para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor solícito e misericordioso de Deus”.
Esta petição do Papa tem lugar quando se cumpre um ano desde o encerramento do Ano Sacerdotal, período em que a Igreja se uniu de maneira particular em oração pelos seus sacerdotes, em meio a escândalos de uma pequena porcentagem deles, que, no entanto, acarretaram um grande preconceito na percepção de sua vocação por parte da opinião pública.
Por outro lado, o mês de junho é o mês que a Igreja dedica tradicionalmente ao Sagrado Coração de Jesus.
Além da intenção geral, o Papa propõe também uma intenção missionária, que é: “Para que o Espírito Santo faça ressurgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente a difundir o Reino de Deus”.
Fonte: Zenit.
Papa pede um projeto de nova evangelização
“Ser cristão não é um traje que se veste de forma privada”, afirma
Em uma sociedade como a de hoje, frequentemente marcada pela secularização, a Igreja tem o dever de oferecer aos homens e mulheres “um renovado anúncio de esperança”.
Foi o que disse hoje o Papa Bento XVI, ao receber em audiência os participantes da Plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. Este organismo foi instituído no ano passado para dar “um princípio operativo” à necessidade de “oferecer uma resposta particular ao momento de crise da vida cristã”.
“O termo ‘nova evangelização’ recorda a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem em um contexto, como o atual, em que os desenvolvimentos da secularização têm deixado pesadas marcas também em países de tradição cristã”, afirmou o Papa em seu discurso.
“Sublinhar que neste momento da história a Igreja está chamada a realizar uma nova evangelização quer dizer intensificar a ação missionária para corresponder plenamente ao mandato do Senhor.”
No atual contexto – reconheceu – “a crise que se vive leva consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas” e “de uma generalizada indiferença em relação à fé cristã, indo até a tentativa de marginalizá-la da vida pública”.
“Assiste-se ao drama da fragmentação, que não consente em ter uma referência de união; ademais, verifica-se frequentemente o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que são fortemente influenciadas por uma visão da vida que contrasta com a fé.”
“Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, parece ser hoje mais complexo que no passado; mas nosso dever é idêntico, como no alvorecer de nossa história”, reconheceu o Papa. “A missão não mudou, assim como não devem mudar o entusiasmo e a valentia que impulsionaram os Apóstolos e os primeiros discípulos”.
“O Espírito Santo que os alentou a abrir as portas do cenáculo, tornando-os Evangelizadores, é o mesmo Espírito que move hoje a Igreja em um renovado anúncio de esperança aos homens de nosso tempo”.
A nova evangelização – indicou – “deverá encarregar-se de encontrar os caminhos para tornar mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece em sua contradição e privada do essencial”.
“Também em quem permanece o laço com as raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de traje que se veste de forma privada ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e integral, capaz de assumir tudo que há de bom na modernidade.”
Neste contexto, o Papa pediu “um projeto que seja capaz de ajudar toda a Igreja e as diferentes Igrejas particulares em seu compromisso com a nova evangelização”, em que “a urgência por um renovado anúncio se encarregue da formação, em particular das novas gerações”, e “se conjugue com a proposta de sinais concretos para fazer evidente a resposta que a igreja pretende oferecer neste momento especial”.
Dado que “o estilo de vida dos crentes precisa de uma genuína credibilidade, tanto mais convincente quanto mais é dramática a condição daqueles aos quais se dirigem”, o Papa concluiu com palavras da exortação Evangelii nuntiandi, de Paulo VI: “Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”.
Fonte: Zenit.
Em uma sociedade como a de hoje, frequentemente marcada pela secularização, a Igreja tem o dever de oferecer aos homens e mulheres “um renovado anúncio de esperança”.
Foi o que disse hoje o Papa Bento XVI, ao receber em audiência os participantes da Plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. Este organismo foi instituído no ano passado para dar “um princípio operativo” à necessidade de “oferecer uma resposta particular ao momento de crise da vida cristã”.
“O termo ‘nova evangelização’ recorda a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem em um contexto, como o atual, em que os desenvolvimentos da secularização têm deixado pesadas marcas também em países de tradição cristã”, afirmou o Papa em seu discurso.
“Sublinhar que neste momento da história a Igreja está chamada a realizar uma nova evangelização quer dizer intensificar a ação missionária para corresponder plenamente ao mandato do Senhor.”
No atual contexto – reconheceu – “a crise que se vive leva consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas” e “de uma generalizada indiferença em relação à fé cristã, indo até a tentativa de marginalizá-la da vida pública”.
“Assiste-se ao drama da fragmentação, que não consente em ter uma referência de união; ademais, verifica-se frequentemente o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que são fortemente influenciadas por uma visão da vida que contrasta com a fé.”
“Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, parece ser hoje mais complexo que no passado; mas nosso dever é idêntico, como no alvorecer de nossa história”, reconheceu o Papa. “A missão não mudou, assim como não devem mudar o entusiasmo e a valentia que impulsionaram os Apóstolos e os primeiros discípulos”.
“O Espírito Santo que os alentou a abrir as portas do cenáculo, tornando-os Evangelizadores, é o mesmo Espírito que move hoje a Igreja em um renovado anúncio de esperança aos homens de nosso tempo”.
A nova evangelização – indicou – “deverá encarregar-se de encontrar os caminhos para tornar mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece em sua contradição e privada do essencial”.
“Também em quem permanece o laço com as raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de traje que se veste de forma privada ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e integral, capaz de assumir tudo que há de bom na modernidade.”
Neste contexto, o Papa pediu “um projeto que seja capaz de ajudar toda a Igreja e as diferentes Igrejas particulares em seu compromisso com a nova evangelização”, em que “a urgência por um renovado anúncio se encarregue da formação, em particular das novas gerações”, e “se conjugue com a proposta de sinais concretos para fazer evidente a resposta que a igreja pretende oferecer neste momento especial”.
Dado que “o estilo de vida dos crentes precisa de uma genuína credibilidade, tanto mais convincente quanto mais é dramática a condição daqueles aos quais se dirigem”, o Papa concluiu com palavras da exortação Evangelii nuntiandi, de Paulo VI: “Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”.
Fonte: Zenit.
Bento XVI vai à Croácia para enfrentar secularismo
Bento XVI realizará a 19ª viagem do seu pontificado, dessa vez à Croácia, nos dias 4 e 5 de junho, para tratar do avanço do secularismo, presente neste antigo país comunista.
Para isso, segundo explica o porta-voz da Santa Sé, o Santo Padre pretende apresentar a família como o ambiente de encontro e comunhão que toda pessoa busca, também na época do Facebook.
O Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, analisa, no último editorial de Octava Dies, o objetivo da visita ao país em que Joseph Ratzinger já havia estado três vezes como cardeal.
Como recorda o porta-voz, trata-se de um país “de profundas raízes cristãs e católicas, protegidas com fidelidade em tempos difíceis, presentes especialmente no século passado; fidelidade mais que retribuída, com sincera proximidade e solidariedade, pela Santa Sé”.
E continua: “A Croácia vive agora o desafio do secularismo: a família e a juventude são campos cruciais para enfrentá-lo. Por isso, momentos centrais da viagem são precisamente a participação do Papa no primeiro encontro com as famílias católicas croatas e o encontro com os jovens, realizado cada dois anos.
Por este motivo, escolheu-se como lema da visita “Juntos em Cristo”.
“Em um mundo no qual as formas de comunicação se multiplicam e invadem a vida, o encontro e a comunhão entre as pessoas parecem cada vez mais difíceis”, explica o Pe. Lombardi.
“A Igreja se apoia em Cristo para sustentar a união e a missão da família e para alimentar a esperança de futuro da juventude. Desse modo, a Igreja serve a comunidade humana, a comunidade nacional, que agora, superada a fase agitada da dissolução da ex-Iugoslávia, prepara-se para fazer parte mais profundamente da comunidade dos povos europeus, entrando na União Europeia”, esclarece o porta-voz.
O Papa deseja que a Croácia entre na União Europeia, acrescenta Lombardi, “oferecendo a riqueza da cultura e dos valores da grande tradição do povo croata”.
E conclui: “Junto a Cristo, com o Papa, podemos olhar para o futuro com confiança e coragem”.
Fonte: Zenit.
Para isso, segundo explica o porta-voz da Santa Sé, o Santo Padre pretende apresentar a família como o ambiente de encontro e comunhão que toda pessoa busca, também na época do Facebook.
O Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, analisa, no último editorial de Octava Dies, o objetivo da visita ao país em que Joseph Ratzinger já havia estado três vezes como cardeal.
Como recorda o porta-voz, trata-se de um país “de profundas raízes cristãs e católicas, protegidas com fidelidade em tempos difíceis, presentes especialmente no século passado; fidelidade mais que retribuída, com sincera proximidade e solidariedade, pela Santa Sé”.
E continua: “A Croácia vive agora o desafio do secularismo: a família e a juventude são campos cruciais para enfrentá-lo. Por isso, momentos centrais da viagem são precisamente a participação do Papa no primeiro encontro com as famílias católicas croatas e o encontro com os jovens, realizado cada dois anos.
Por este motivo, escolheu-se como lema da visita “Juntos em Cristo”.
“Em um mundo no qual as formas de comunicação se multiplicam e invadem a vida, o encontro e a comunhão entre as pessoas parecem cada vez mais difíceis”, explica o Pe. Lombardi.
“A Igreja se apoia em Cristo para sustentar a união e a missão da família e para alimentar a esperança de futuro da juventude. Desse modo, a Igreja serve a comunidade humana, a comunidade nacional, que agora, superada a fase agitada da dissolução da ex-Iugoslávia, prepara-se para fazer parte mais profundamente da comunidade dos povos europeus, entrando na União Europeia”, esclarece o porta-voz.
O Papa deseja que a Croácia entre na União Europeia, acrescenta Lombardi, “oferecendo a riqueza da cultura e dos valores da grande tradição do povo croata”.
E conclui: “Junto a Cristo, com o Papa, podemos olhar para o futuro com confiança e coragem”.
Fonte: Zenit.
Folclore Português peregrina a Fátima
O colorido da tradição do folclore de Portugal esteve na manhã desse domingo em Fátima, na 9ª edição da Peregrinação da Federação do Folclore Português (FFP).
Segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário, a organização anunciou a presença de 156 grupos folclóricos, representativos de todas as regiões do país. A intenção principal era pedir a Deus e a Nossa Senhora proteção para o povo português.
Como intenção particular, o grupo rezou em Fátima para que as várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo trabalhem “com entusiasmo, amor e dedicação ao próximo”.
O outro grande grupo em Fátima foi o da 28ª Peregrinação da Diocese de Portalegre-Castelo Branco: cerca de 3.500 pessoas, acompanhadas pelo bispo diocesano, D. Antonino Dias.
A Eucaristia, às 11h, no Recinto do Santuário, foi ponto alto do programa destes dois grupos e de outros 44 que se anunciaram em Fátima neste domingo.
D. Antonino Dias presidiu à missa. Concelebraram o bispo emérito de Portalegre-Castelo Branco, D. Augusto César, e vários sacerdotes.
Durante a homilia, D. Antonino Dias exortou à evangelização. “A evangelização continua a ser o primeiro serviço à Igreja e à humanidade”, disse. “Há que falar de Jesus”, porque “Ele é o centro do cosmos, da história, o filho de Deus, o salvador do mundo”.
Fonte: Zenit.
Segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário, a organização anunciou a presença de 156 grupos folclóricos, representativos de todas as regiões do país. A intenção principal era pedir a Deus e a Nossa Senhora proteção para o povo português.
Como intenção particular, o grupo rezou em Fátima para que as várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo trabalhem “com entusiasmo, amor e dedicação ao próximo”.
O outro grande grupo em Fátima foi o da 28ª Peregrinação da Diocese de Portalegre-Castelo Branco: cerca de 3.500 pessoas, acompanhadas pelo bispo diocesano, D. Antonino Dias.
A Eucaristia, às 11h, no Recinto do Santuário, foi ponto alto do programa destes dois grupos e de outros 44 que se anunciaram em Fátima neste domingo.
D. Antonino Dias presidiu à missa. Concelebraram o bispo emérito de Portalegre-Castelo Branco, D. Augusto César, e vários sacerdotes.
Durante a homilia, D. Antonino Dias exortou à evangelização. “A evangelização continua a ser o primeiro serviço à Igreja e à humanidade”, disse. “Há que falar de Jesus”, porque “Ele é o centro do cosmos, da história, o filho de Deus, o salvador do mundo”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
A Bíblia e o frei
Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
O conhecido dicionário Aurélio é muito claro quando diz que Frei é substantivo masculino, é forma suprimida de freire, é utilizado para distinguir de freira, que é um substantivo feminino, usado para designar religiosa, monja, madre, professora. A mesma clareza aparece quando diz que a Bíblia é o conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento, de importância capital, pelo qual se tem predileção incomum, interpretado há 2.000 anos por todos que pretendem desvelar o sentido mais exato de suas palavras e dos personagens nele presentes.
A Bíblia e o frei é o título que encabeça este artigo sobre os juízos humanos acerca do homossexualismo e das uniões homoafetivas, mas não tem a mínima pretensão de responder a um outro artigo de um conhecido irmão religioso que goza de certo prestígio midiático.
Essas linhas querem ser respeitosas e tão claras quanto o Aurélio, tampouco querem ser acusativas daquele que se elevou à categoria de supremo e infalível hermeneuta da Bíblia em matéria de sexualidade humana. Acontece, porém, que os homens passam, mas a Bíblia persiste e ilumina as várias gerações da humanidade, especialmente quando na sua história surgem questões tão complexas e difíceis, como são a homossexualidade e a homoafetividade, especialmente se forem consideradas dentro da visão exclusivamente hermenêutica e pluralizadora.
A pessoa homossexual ou as pessoas que procuram viver uma união afetiva não podem ficar presas só a um parecer jurídico, nem tampouco só a um processo legislativo, menos ainda só a uma problemática social de violência e discriminação. Nem sentenças de tribunais, nem projetos de lei que tramitam nos parlamentos, nem sequer a vitimização levantada a respeito dessas pessoas, entram num âmbito bíblico mais amplo e real tão próprio daquelas igrejas cristãs e da Igreja Católica quando elas defendem com amor e justiça as pessoas com essas tendências.
A Bíblia na sua mensagem essencial e transcendental revela-nos Deus no âmbito íntimo do mistério trinitário, no espaço delimitado da sua Encarnação histórica e na sua dimensão salvadora do homem concreto. Quando se parte dessa Verdade, e não das minúsculas e estreitas considerações de alguns ‘donos da verdade’, chega-se ao conhecimento profundo da pessoa humana, misteriosa na sua humanidade e encarnada no tempo e no espaço, revelando-nos em Deus o seu valor absoluto e a sua dignidade inviolável e inefável.
A Bíblia dá um enorme passo quando nos conduz ao ponto central de todas as complexas e difíceis perguntas acerca do ser humano. Quem é o homem? Para onde dirige sua vida? Por quê da sua realidade histórica-moral? Como deve ser considerado e julgada a sexualidade humana?
Todos esses questionamentos permanecem na superfície externa das culturas e das análises interpretativas de freis e freiras, de juízes e juízas, de padres e políticos, das próprias pessoas envolvidas nas decisões afetivas, quando não há a devida profundidade na revelação bíblica sobre quem é o homem, quem é a mulher, na única, fundamental e inequívoca verdade: “Deus disse: façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança (...). Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus os criou. Homem e mulher Ele os criou” (Gen. I, 25-27).
Aqui não há hermenêutica, nem singularizadora nem pluralizadora! Aqui há verdade! Aqui há imagem digna de ser reconhecida e respeitada! Aqui há identidade sublime! O que vem depois a essa revelação, isto é, os fatores biológicos, raciais, étnicos, sexuais, culturais, etc., só podem ser considerados a favor do bem das pessoas se as interpretações “politicamente corretas” forem desmascaradas e descartadas.
Em primeiro lugar, é politicamente inexato dizer que as pessoas nascem assim, pré-determinadas a uma biologia ou sujeitas necessariamente a uma definição cultural sobre a sua raça ou sobre o seu sexo. Todas as pessoas são concebidas, nascem e crescem, desenvolvem-se e escolhem novos caminhos, sempre com liberdade de quererem viver de acordo com essa intrínseca dignidade. Cabem a elas, somente a elas, e não a “pretensos hermeneutas”, darem contas a seu Criador e Redentor das suas decisões, dos seus acertos e dos seus possíveis pecados e erros na vida.
Em segundo lugar é hermeneuticamente correto dizer que a Bíblia deve ter no nosso mundo cultural e teológico o reconhecimento de seu valor divino e sagrado, bem como ser lida nos seus diversos livros, respeitando as regras hermenêuticas que permitem a autêntica interpretação literal e espiritual das suas sentenças e dos seus ensinamentos divinos.
A Bíblia é e será sempre a Palavra de Deus, palavra que revela o Criador do Céu e da Terra, a identidade divina e humana de Jesus Cristo, Redentor e, como complemento essa mesma Palavra ilumina os autênticos valores antropológicos e filosóficos que sempre, em qualquer época e cultura, influenciam positivamente a história da humanidade.
Ainda há tempo – se alguns freis, alguns ministros de tribunais, alguns políticos, alguns padres e alguns pastores permitirem –, de recuperar plenamente o sentido da Bíblia como o grande código de vida para as culturas, incluindo aqui também a cultura gay, para pensar e direcionar melhor todas as considerações sobre a homossexualidade.
Se isso, de fato, acontecer na cultura brasileira haverá mais espaço para Deus, para que sobressaia o rosto e a voz de seu Filho, Jesus Cristo e, consequentemente, haverá mais espaço para o rosto do ser humano destacar-se no meio de todas as suas maravilhas, dos seus desvios e das suas limitações.
Enquanto as ideologias existirem como um pacote que se deve aceitar e assumir em nível de militância na sua totalidade programática, o que em bom português significa “pegar ou largar” as idéias em lote, a Bíblia sempre existirá para que cada pessoa, com suas particularidades e com sua história singular, reconheça-se e valorize-se como criatura de Deus e como filha no Filho Eterno do Pai por obra do Espírito Santo, a fim de que responda à vocação do amor e da comunhão nela inscrita e aceite a própria identidade sexual e a viva na sua especificidade e na sua complementaridade.
Desde essa dignidade natural e sobrenatural compreende-se muito bem que as pessoas com tendências homossexuais chamadas à castidade pela via do autodomínio, da educação da afetividade e da liberdade interior e com o apoio de uma amizade desinteressada, além da graça sacramental, possam e devam se aproximar com confiança da perfeição cristã (cf. Catecismo da Igreja católica, n. 2359).
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
O conhecido dicionário Aurélio é muito claro quando diz que Frei é substantivo masculino, é forma suprimida de freire, é utilizado para distinguir de freira, que é um substantivo feminino, usado para designar religiosa, monja, madre, professora. A mesma clareza aparece quando diz que a Bíblia é o conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento, de importância capital, pelo qual se tem predileção incomum, interpretado há 2.000 anos por todos que pretendem desvelar o sentido mais exato de suas palavras e dos personagens nele presentes.
A Bíblia e o frei é o título que encabeça este artigo sobre os juízos humanos acerca do homossexualismo e das uniões homoafetivas, mas não tem a mínima pretensão de responder a um outro artigo de um conhecido irmão religioso que goza de certo prestígio midiático.
Essas linhas querem ser respeitosas e tão claras quanto o Aurélio, tampouco querem ser acusativas daquele que se elevou à categoria de supremo e infalível hermeneuta da Bíblia em matéria de sexualidade humana. Acontece, porém, que os homens passam, mas a Bíblia persiste e ilumina as várias gerações da humanidade, especialmente quando na sua história surgem questões tão complexas e difíceis, como são a homossexualidade e a homoafetividade, especialmente se forem consideradas dentro da visão exclusivamente hermenêutica e pluralizadora.
A pessoa homossexual ou as pessoas que procuram viver uma união afetiva não podem ficar presas só a um parecer jurídico, nem tampouco só a um processo legislativo, menos ainda só a uma problemática social de violência e discriminação. Nem sentenças de tribunais, nem projetos de lei que tramitam nos parlamentos, nem sequer a vitimização levantada a respeito dessas pessoas, entram num âmbito bíblico mais amplo e real tão próprio daquelas igrejas cristãs e da Igreja Católica quando elas defendem com amor e justiça as pessoas com essas tendências.
A Bíblia na sua mensagem essencial e transcendental revela-nos Deus no âmbito íntimo do mistério trinitário, no espaço delimitado da sua Encarnação histórica e na sua dimensão salvadora do homem concreto. Quando se parte dessa Verdade, e não das minúsculas e estreitas considerações de alguns ‘donos da verdade’, chega-se ao conhecimento profundo da pessoa humana, misteriosa na sua humanidade e encarnada no tempo e no espaço, revelando-nos em Deus o seu valor absoluto e a sua dignidade inviolável e inefável.
A Bíblia dá um enorme passo quando nos conduz ao ponto central de todas as complexas e difíceis perguntas acerca do ser humano. Quem é o homem? Para onde dirige sua vida? Por quê da sua realidade histórica-moral? Como deve ser considerado e julgada a sexualidade humana?
Todos esses questionamentos permanecem na superfície externa das culturas e das análises interpretativas de freis e freiras, de juízes e juízas, de padres e políticos, das próprias pessoas envolvidas nas decisões afetivas, quando não há a devida profundidade na revelação bíblica sobre quem é o homem, quem é a mulher, na única, fundamental e inequívoca verdade: “Deus disse: façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança (...). Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus os criou. Homem e mulher Ele os criou” (Gen. I, 25-27).
Aqui não há hermenêutica, nem singularizadora nem pluralizadora! Aqui há verdade! Aqui há imagem digna de ser reconhecida e respeitada! Aqui há identidade sublime! O que vem depois a essa revelação, isto é, os fatores biológicos, raciais, étnicos, sexuais, culturais, etc., só podem ser considerados a favor do bem das pessoas se as interpretações “politicamente corretas” forem desmascaradas e descartadas.
Em primeiro lugar, é politicamente inexato dizer que as pessoas nascem assim, pré-determinadas a uma biologia ou sujeitas necessariamente a uma definição cultural sobre a sua raça ou sobre o seu sexo. Todas as pessoas são concebidas, nascem e crescem, desenvolvem-se e escolhem novos caminhos, sempre com liberdade de quererem viver de acordo com essa intrínseca dignidade. Cabem a elas, somente a elas, e não a “pretensos hermeneutas”, darem contas a seu Criador e Redentor das suas decisões, dos seus acertos e dos seus possíveis pecados e erros na vida.
Em segundo lugar é hermeneuticamente correto dizer que a Bíblia deve ter no nosso mundo cultural e teológico o reconhecimento de seu valor divino e sagrado, bem como ser lida nos seus diversos livros, respeitando as regras hermenêuticas que permitem a autêntica interpretação literal e espiritual das suas sentenças e dos seus ensinamentos divinos.
A Bíblia é e será sempre a Palavra de Deus, palavra que revela o Criador do Céu e da Terra, a identidade divina e humana de Jesus Cristo, Redentor e, como complemento essa mesma Palavra ilumina os autênticos valores antropológicos e filosóficos que sempre, em qualquer época e cultura, influenciam positivamente a história da humanidade.
Ainda há tempo – se alguns freis, alguns ministros de tribunais, alguns políticos, alguns padres e alguns pastores permitirem –, de recuperar plenamente o sentido da Bíblia como o grande código de vida para as culturas, incluindo aqui também a cultura gay, para pensar e direcionar melhor todas as considerações sobre a homossexualidade.
Se isso, de fato, acontecer na cultura brasileira haverá mais espaço para Deus, para que sobressaia o rosto e a voz de seu Filho, Jesus Cristo e, consequentemente, haverá mais espaço para o rosto do ser humano destacar-se no meio de todas as suas maravilhas, dos seus desvios e das suas limitações.
Enquanto as ideologias existirem como um pacote que se deve aceitar e assumir em nível de militância na sua totalidade programática, o que em bom português significa “pegar ou largar” as idéias em lote, a Bíblia sempre existirá para que cada pessoa, com suas particularidades e com sua história singular, reconheça-se e valorize-se como criatura de Deus e como filha no Filho Eterno do Pai por obra do Espírito Santo, a fim de que responda à vocação do amor e da comunhão nela inscrita e aceite a própria identidade sexual e a viva na sua especificidade e na sua complementaridade.
Desde essa dignidade natural e sobrenatural compreende-se muito bem que as pessoas com tendências homossexuais chamadas à castidade pela via do autodomínio, da educação da afetividade e da liberdade interior e com o apoio de uma amizade desinteressada, além da graça sacramental, possam e devam se aproximar com confiança da perfeição cristã (cf. Catecismo da Igreja católica, n. 2359).
A ancestral Igreja na Etiópia
A Igreja na Etiópia remonta ao apóstolo Felipe, que, conforme os Atos dos Apóstolos, batizou um etíope. O país mantém até hoje a maioria cristã, embora apenas 1% do povo seja católico.
O arcebispo da capital Addis Abeba e presidente da Conferência Episcopal da Etiópia e da Eritreia, Berhneyesus Souraphiel, conversa com o programa de televisão Deus chora na Terra, da Catholic Radio and Television Network (CRTN), em colaboração com Ajuda à Igreja que Sofre.
- A Etiópia é mencionada 78 vezes na Bíblia e foi o segundo país a reconhecer oficialmente o cristianismo. A Igreja na Etiópia é uma das mais antigas do mundo. E hoje, como está a Igreja etíope?
Dom Souraphiel: A Igreja da Etiópia remonta aos tempos apostólicos, quando Felipe batizou o eunuco etíope. Ela é mencionada no capítulo oitavo dos Atos dos Apóstolos. Virou religião do estado oficialmente, no século IV. O primeiro bispo, São Frumêncio, foi ordenado por Santo Atanásio de Alexandria. Com esse primeiro bispo, que foi um sírio, a Etiópia se tornou oficialmente um país cristão. Foi o segundo país que declarou o cristianismo como religião do estado, depois da Armênia.
- E como é a vida dos fiéis de hoje?
Dom Souraphiel: É surpreendente dizer isso, mas o cristianismo é tão inculturado que não dá mais para separar a cultura e a religião na Etiópia. As pessoas vivem a religião, está no sangue, está na nossa história. Ela está na terra da Etiópia porque os monges, no século IX, construíram muitos mosteiros e traduziram muitos escritos espirituais de várias línguas para o etíope; então as pessoas compreenderam o cristianismo desde o início na sua própria língua.
- Os cristãos representam 60% da população, mas os católicos só 1%. Quais são as tradições cristãs que existem na Etiópia?
Dom Souraphiel: Os cristãos são a maioria na Etiópia. A Igreja ortodoxa tem cerca de 44%, os protestantes uns 18%, os católicos 1%. Ou seja, 62% da população é cristã. A Etiópia sempre perseverou como um país cristão, e isso é por proteção divina, como nós dizemos. Se você olhar, vários antigos países cristãos, do Egito até Marrocos, todo o norte da África, onde nós temos grandes santos como Agostinho, Tertuliano, Cipriano, eles não têm mais a maioria cristã. Como nós dizemos na Etiópia, aqui continua sendo um país de maioria cristã, graças à proteção de Deus e de Nossa Senhora.
- É interessante, porque o islã, desde o começo, procurou refúgio na Etiópia, por causa da perseguição, e a Etiópia foi o único país que acolheu os seguidores de Maomé...
Dom Souraphiel: Pois é. Quando o profeta Maomé foi perseguido em Meca e não sabia para onde mandar os seguidores dele, para salvá-los, o primeiro país que ele pensou foi a Etiópia. Ele falou para eles: “Vão para a Etiópia, lá tem um imperador cristão. Ele vai receber vocês e vocês ficam lá até as coisas melhorarem”. Eles vieram para cá e foram bem recebidos. Graças a esse acolhimento, está escrito no Hadith: “Não toqueis os etíopes. Não toqueis o país dos elefantes. Eles foram bons para conosco”. E é assim, tradicionalmente, historicamente, existe uma coexistência pacífica entre os muçulmanos e os cristãos aqui na Etiópia.
- Todo cristão na Etiópia, no batismo, recebe um mateb. O que é o mateb e o que ele significa?
Dom Souraphiel: O mateb é um cordão que se usa no pescoço. Ele é entregue no batismo, a pessoa usa sempre, é um sinal de quem é cristão. Não importa se é praticante, se vai à igreja; é cristão. E qualquer um que vê o mateb sabe que aquela pessoa é um cristão, que segue as normas cristãs, que cumpre os mandamentos da Igreja, como o jejum, etc. É um sinal externo de quem é cristão.
- É comum os etíopes tatuarem a cruz no pulso. É uma tradição só dos ortodoxos ou dos católicos também?
Dom Souraphiel: Dos ortodoxos, principalmente. Veja só, a cruz é um sinal de vitória para os cristãos, Cristo destruiu o pecado e a morte. Na Etiópia a cruz está em toda parte, em cima das igrejas, em cima das casas, nas tatuagens na testa ou na mão, na roupa das pessoas, nos escritos, manuscritos. Existem mais de duzentos desenhos da cruz etíope. Os sacerdotes seguram a cruz na mão para as pessoas beijarem e venerarem. Nós celebramos a Festa do Achado da Cruz, que nos lembra que a rainha Helena, a mãe de Constantino, achou três cruzes numa escavação em Jerusalém e descobriu a verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado, através da cura de um doente. A cruz tem um papel enorme na Etiópia, e uma parte da cruz verdadeira está num dos mosteiros da Etiópia, o Gishen Mariam.
- A Etiópia também carrega muitas cruzes. É um dos países mais pobres do mundo. Quais são os desafios concretos hoje na Etiópia?
Dom Souraphiel: O maior desafio é a pobreza material. A população aumentou. A Etiópia tem cerca de 80 milhões de pessoas, e a seca e a fome, além dos conflitos, da guerra civil, viraram as grandes cruzes da Etiópia. A Etiópia passou muita fome durante muito tempo. O problema número um na Etiópia é a pobreza, como derrotar a pobreza. É isso que o governo está tentando fazer e o que a Igreja quer vencer.
- A Igreja oferece 90% dos serviços sociais na Etiópia. Como ela pode ser tão ativa, apesar de ser minoritária?
Dom Souraphiel: Você tem razão; a Igreja católica é uma minoria, cerca de 1%, e realiza a maior parte dos serviços sociais: centros de saúde, escolas e centros sociais. A Igreja começou buscando e perguntando: que necessidades tem a Etiópia? As necessidades estão, evidentemente, relacionadas com a pobreza. Por exemplo, se uma criança de menos de cinco anos não tem acesso a água potável, morrerá, porque a água potável pra ela é fundamental. Os que superam os cinco anos normalmente têm garantido viver até os 48 ou 50 anos – que é a expectativa de vida na Etiópia. A Igreja luta pela vida. As crianças precisam de educação. Temos mais de 200 escolas na Etiópia, sobretudo nas zonas rurais.
- O governo tem confiança no trabalho.
Dom Souraphiel: Sim, porque não há discriminação. Os serviços oferecidos pela Igreja estão abertos a todos – cristãos e muçulmanos.
- Foi concedido à Igreja um maior espaço devido aos serviços que presta ao país?
Dom Souraphiel: É um desafio para os católicos: ser testemunhas da doutrina social da Igreja, ser bons vizinhos, respeitar os demais, e fazer mais, porque as expectativas da Igreja são altas. Gostaria de agradecer ao apoio da Igreja universal. Trabalhamos junto à Igreja universal e junto a todos que estão com ela, como, por exemplo, Ajuda à Igreja que Sofre. Apoiam-nos em muitos projetos que temos, em todas as dioceses, e podemos fazer esse trabalho graças a nossos benfeitores na Europa e nos Estados Unidos.
- Que contribuição a Igreja na África pode dar à Igreja universal?
Dom Souraphiel: Eu diria que seus valores. A Igreja na África tem os valores familiares. A família é muito importante. Recordo o Santo Padre em Camarões. Nós o recebemos e nos alegramos de ver tantos africanos o acolhendo no estádio. O arcebispo de Yaoundé disse-lhe: “Sabe, santidade, na África, chamados os bispos de avôs, e o senhor é nosso bisavô”. O Papa estava feliz. Temos respeitos pelos pais, pelos nossos anciãos, por nossos antepassados e por todos que nos cercam. Todo ser humano tem um valor, que não se pode medir só por coisas materiais. A África pode contribuir com esse valor para o mundo.
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Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por ‘Catholic Radio and Television Network', (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.
Mais informação em www.aisbrasil.org.br, www.fundacao-ais.pt.
O arcebispo da capital Addis Abeba e presidente da Conferência Episcopal da Etiópia e da Eritreia, Berhneyesus Souraphiel, conversa com o programa de televisão Deus chora na Terra, da Catholic Radio and Television Network (CRTN), em colaboração com Ajuda à Igreja que Sofre.
- A Etiópia é mencionada 78 vezes na Bíblia e foi o segundo país a reconhecer oficialmente o cristianismo. A Igreja na Etiópia é uma das mais antigas do mundo. E hoje, como está a Igreja etíope?
Dom Souraphiel: A Igreja da Etiópia remonta aos tempos apostólicos, quando Felipe batizou o eunuco etíope. Ela é mencionada no capítulo oitavo dos Atos dos Apóstolos. Virou religião do estado oficialmente, no século IV. O primeiro bispo, São Frumêncio, foi ordenado por Santo Atanásio de Alexandria. Com esse primeiro bispo, que foi um sírio, a Etiópia se tornou oficialmente um país cristão. Foi o segundo país que declarou o cristianismo como religião do estado, depois da Armênia.
- E como é a vida dos fiéis de hoje?
Dom Souraphiel: É surpreendente dizer isso, mas o cristianismo é tão inculturado que não dá mais para separar a cultura e a religião na Etiópia. As pessoas vivem a religião, está no sangue, está na nossa história. Ela está na terra da Etiópia porque os monges, no século IX, construíram muitos mosteiros e traduziram muitos escritos espirituais de várias línguas para o etíope; então as pessoas compreenderam o cristianismo desde o início na sua própria língua.
- Os cristãos representam 60% da população, mas os católicos só 1%. Quais são as tradições cristãs que existem na Etiópia?
Dom Souraphiel: Os cristãos são a maioria na Etiópia. A Igreja ortodoxa tem cerca de 44%, os protestantes uns 18%, os católicos 1%. Ou seja, 62% da população é cristã. A Etiópia sempre perseverou como um país cristão, e isso é por proteção divina, como nós dizemos. Se você olhar, vários antigos países cristãos, do Egito até Marrocos, todo o norte da África, onde nós temos grandes santos como Agostinho, Tertuliano, Cipriano, eles não têm mais a maioria cristã. Como nós dizemos na Etiópia, aqui continua sendo um país de maioria cristã, graças à proteção de Deus e de Nossa Senhora.
- É interessante, porque o islã, desde o começo, procurou refúgio na Etiópia, por causa da perseguição, e a Etiópia foi o único país que acolheu os seguidores de Maomé...
Dom Souraphiel: Pois é. Quando o profeta Maomé foi perseguido em Meca e não sabia para onde mandar os seguidores dele, para salvá-los, o primeiro país que ele pensou foi a Etiópia. Ele falou para eles: “Vão para a Etiópia, lá tem um imperador cristão. Ele vai receber vocês e vocês ficam lá até as coisas melhorarem”. Eles vieram para cá e foram bem recebidos. Graças a esse acolhimento, está escrito no Hadith: “Não toqueis os etíopes. Não toqueis o país dos elefantes. Eles foram bons para conosco”. E é assim, tradicionalmente, historicamente, existe uma coexistência pacífica entre os muçulmanos e os cristãos aqui na Etiópia.
- Todo cristão na Etiópia, no batismo, recebe um mateb. O que é o mateb e o que ele significa?
Dom Souraphiel: O mateb é um cordão que se usa no pescoço. Ele é entregue no batismo, a pessoa usa sempre, é um sinal de quem é cristão. Não importa se é praticante, se vai à igreja; é cristão. E qualquer um que vê o mateb sabe que aquela pessoa é um cristão, que segue as normas cristãs, que cumpre os mandamentos da Igreja, como o jejum, etc. É um sinal externo de quem é cristão.
- É comum os etíopes tatuarem a cruz no pulso. É uma tradição só dos ortodoxos ou dos católicos também?
Dom Souraphiel: Dos ortodoxos, principalmente. Veja só, a cruz é um sinal de vitória para os cristãos, Cristo destruiu o pecado e a morte. Na Etiópia a cruz está em toda parte, em cima das igrejas, em cima das casas, nas tatuagens na testa ou na mão, na roupa das pessoas, nos escritos, manuscritos. Existem mais de duzentos desenhos da cruz etíope. Os sacerdotes seguram a cruz na mão para as pessoas beijarem e venerarem. Nós celebramos a Festa do Achado da Cruz, que nos lembra que a rainha Helena, a mãe de Constantino, achou três cruzes numa escavação em Jerusalém e descobriu a verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado, através da cura de um doente. A cruz tem um papel enorme na Etiópia, e uma parte da cruz verdadeira está num dos mosteiros da Etiópia, o Gishen Mariam.
- A Etiópia também carrega muitas cruzes. É um dos países mais pobres do mundo. Quais são os desafios concretos hoje na Etiópia?
Dom Souraphiel: O maior desafio é a pobreza material. A população aumentou. A Etiópia tem cerca de 80 milhões de pessoas, e a seca e a fome, além dos conflitos, da guerra civil, viraram as grandes cruzes da Etiópia. A Etiópia passou muita fome durante muito tempo. O problema número um na Etiópia é a pobreza, como derrotar a pobreza. É isso que o governo está tentando fazer e o que a Igreja quer vencer.
- A Igreja oferece 90% dos serviços sociais na Etiópia. Como ela pode ser tão ativa, apesar de ser minoritária?
Dom Souraphiel: Você tem razão; a Igreja católica é uma minoria, cerca de 1%, e realiza a maior parte dos serviços sociais: centros de saúde, escolas e centros sociais. A Igreja começou buscando e perguntando: que necessidades tem a Etiópia? As necessidades estão, evidentemente, relacionadas com a pobreza. Por exemplo, se uma criança de menos de cinco anos não tem acesso a água potável, morrerá, porque a água potável pra ela é fundamental. Os que superam os cinco anos normalmente têm garantido viver até os 48 ou 50 anos – que é a expectativa de vida na Etiópia. A Igreja luta pela vida. As crianças precisam de educação. Temos mais de 200 escolas na Etiópia, sobretudo nas zonas rurais.
- O governo tem confiança no trabalho.
Dom Souraphiel: Sim, porque não há discriminação. Os serviços oferecidos pela Igreja estão abertos a todos – cristãos e muçulmanos.
- Foi concedido à Igreja um maior espaço devido aos serviços que presta ao país?
Dom Souraphiel: É um desafio para os católicos: ser testemunhas da doutrina social da Igreja, ser bons vizinhos, respeitar os demais, e fazer mais, porque as expectativas da Igreja são altas. Gostaria de agradecer ao apoio da Igreja universal. Trabalhamos junto à Igreja universal e junto a todos que estão com ela, como, por exemplo, Ajuda à Igreja que Sofre. Apoiam-nos em muitos projetos que temos, em todas as dioceses, e podemos fazer esse trabalho graças a nossos benfeitores na Europa e nos Estados Unidos.
- Que contribuição a Igreja na África pode dar à Igreja universal?
Dom Souraphiel: Eu diria que seus valores. A Igreja na África tem os valores familiares. A família é muito importante. Recordo o Santo Padre em Camarões. Nós o recebemos e nos alegramos de ver tantos africanos o acolhendo no estádio. O arcebispo de Yaoundé disse-lhe: “Sabe, santidade, na África, chamados os bispos de avôs, e o senhor é nosso bisavô”. O Papa estava feliz. Temos respeitos pelos pais, pelos nossos anciãos, por nossos antepassados e por todos que nos cercam. Todo ser humano tem um valor, que não se pode medir só por coisas materiais. A África pode contribuir com esse valor para o mundo.
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Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por ‘Catholic Radio and Television Network', (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.
Mais informação em www.aisbrasil.org.br, www.fundacao-ais.pt.
A remodelação da Europa começa pela Hungria?
Uma andorinha só não faz verão, mas um Estado Europeu, e não dos menores, cuja constituição é “eurocompatível” e respeita a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais e a Declaração Universal dos Direitos do Homem, é um exemplo a ser seguido.
No último 18 de abril, cumprindo-se um compromisso assumido pelo primeiro ministro Viktor Orban, que em abril de 2010 venceu esmagadoramente as eleições com 2/3 da câmara dos deputados, foi modificada a constituição húngara no espírito e na letra. O texto de 1990, adotado logo depois da queda do Muro de Berlim, era considerado liberal demais e ainda influenciado por resquícios comunistas.
O poder foi repartido entre os três partidos principais: O Fidesz, partido de centro-direita, cujos representantes no Parlamento Europeu fazem parte do Partido Popular Europeu; os Socialistas, completamente desacreditados depois da desastrosa gestão do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, que mentiu sobre as proporções do déficit das contas do Estado, o que o obrigou a pedir ao Fundo Monetário Internacional uma ajuda de 20 bilhões de euros para salvar o país da falência; e o partido Jobbik, de extrema-direita, que tem como objetivo a defesa dos valores e a identidade da Hungria.
A nova constituição proposta pelo primeiro-ministro e pelo Fidesz foi aprovada com 262 votos contra 44 e uma abstenção. O texto foi ratificado pelo Presidente da República Húngara, Pal Schmitt, no último 25 de abril, e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2012. Durante o debate, a oposição não fez nenhuma intervenção, o que não a impediu, até agora, de apoiar os opositores desta nova lei fundamental.
As mudanças da constituição:
1- A primeira tem a ver com a referência às raízes cristãs da Hungria. O preâmbulo diz que “a constituição é inscrita na continuidade da Santa Coroa” e recorda “o papel do cristianismo” na “sua história milenar”.
Surpreendem as reações negativas a esse texto, já que, na redação do Tratado Constitucional da União Europeia, todos os países membros aprovaram a referência “à nossa herança cristã”, exceto a França. O pedido europeu, promovido pela Fondation de Service Politique com algum deputado europeu, tinha obtido 1,4 milhão de assinaturas em 2004, sendo apoiado por cerca de 60 associações que representavam 50 milhões de associados. Um recorde na história europeia. Este pedido foi recebido na Comissão sobre Pedidos, mas a Comissão Europeia não lhe deu continuidade, como ocorre quando os pedidos são acolhidos.
A referência às raízes cristãs não é uma questão de opinião, mas uma verdade histórica. É necessário recordar que a nação húngara se organizou a partir do batismo de Santo Estêvão, coroado rei da Hungria. Este é o motivo de a Coroa de Santo Estêvão estar hoje no Parlamento húngaro, porque lhe dá legitimidade para fazer as leis.
2- A segunda modificação tem a ver com a união entre duas pessoas: “A Coroa protege o matrimônio, considerado como a união natural entre um homem e uma mulher e como fundamento da família”.
Esta referência retoma, em seu espírito, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, apesar das pressões para introduzir a união entre duas pessoas do mesmo sexo, é um texto de referência para todos os Estados. A nova constituição húngara não questiona a união entre duas pessoas do mesmo sexo, mas não a considera equivalente ao matrimônio.
3- A terceira modificação tem a ver com a vida de todos os seres humanos antes do nascimento: “Desde o momento da concepção, a vida merece proteção como um direito humano fundamental” e “a vida e a dignidade são invioláveis”, retomando em certo modo o primeiro artigo da Carta Europeia de Direitos Fundamentais: “A dignidade humana é inviolável. Deve ser respeitada e protegida”.
Houve pessoas indignadas com esta volta à ordem moral. Devemos deduzir que a ordem humana é uma ordem amoral? A nova constituição húngara é “euroincompatível”? Os opositores se questionam. Se não fosse, então quer dizer que todos os textos de referência são letra morta, considerando que a União Europeia se ergueu a partir do respeito aos direitos do homem, cuja universalidade é expressa na Declaração dos Direitos do Homem de 1948, reconhecida como patrimônio comum da humanidade, e não sobre direitos abstratos e subjetivos reivindicados sem referência a um patrimônio comum.
É verdade que a decisão pertence aos legisladores. Mas eles votam em nosso nome. Calar seria uma irresponsabilidade da nossa parte. As leis afetam a todos. É nosso dever reunir os nossos deputados e senadores para lhes dizer que respeitamos os nossos princípios fundamentais.
--- --- ---
Élizabeth Montfort é deputada do Parlamento Europeu e porta-voz daFondation de Service Politique(Paris), em www.libertepolitique.com
No último 18 de abril, cumprindo-se um compromisso assumido pelo primeiro ministro Viktor Orban, que em abril de 2010 venceu esmagadoramente as eleições com 2/3 da câmara dos deputados, foi modificada a constituição húngara no espírito e na letra. O texto de 1990, adotado logo depois da queda do Muro de Berlim, era considerado liberal demais e ainda influenciado por resquícios comunistas.
O poder foi repartido entre os três partidos principais: O Fidesz, partido de centro-direita, cujos representantes no Parlamento Europeu fazem parte do Partido Popular Europeu; os Socialistas, completamente desacreditados depois da desastrosa gestão do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, que mentiu sobre as proporções do déficit das contas do Estado, o que o obrigou a pedir ao Fundo Monetário Internacional uma ajuda de 20 bilhões de euros para salvar o país da falência; e o partido Jobbik, de extrema-direita, que tem como objetivo a defesa dos valores e a identidade da Hungria.
A nova constituição proposta pelo primeiro-ministro e pelo Fidesz foi aprovada com 262 votos contra 44 e uma abstenção. O texto foi ratificado pelo Presidente da República Húngara, Pal Schmitt, no último 25 de abril, e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2012. Durante o debate, a oposição não fez nenhuma intervenção, o que não a impediu, até agora, de apoiar os opositores desta nova lei fundamental.
As mudanças da constituição:
1- A primeira tem a ver com a referência às raízes cristãs da Hungria. O preâmbulo diz que “a constituição é inscrita na continuidade da Santa Coroa” e recorda “o papel do cristianismo” na “sua história milenar”.
Surpreendem as reações negativas a esse texto, já que, na redação do Tratado Constitucional da União Europeia, todos os países membros aprovaram a referência “à nossa herança cristã”, exceto a França. O pedido europeu, promovido pela Fondation de Service Politique com algum deputado europeu, tinha obtido 1,4 milhão de assinaturas em 2004, sendo apoiado por cerca de 60 associações que representavam 50 milhões de associados. Um recorde na história europeia. Este pedido foi recebido na Comissão sobre Pedidos, mas a Comissão Europeia não lhe deu continuidade, como ocorre quando os pedidos são acolhidos.
A referência às raízes cristãs não é uma questão de opinião, mas uma verdade histórica. É necessário recordar que a nação húngara se organizou a partir do batismo de Santo Estêvão, coroado rei da Hungria. Este é o motivo de a Coroa de Santo Estêvão estar hoje no Parlamento húngaro, porque lhe dá legitimidade para fazer as leis.
2- A segunda modificação tem a ver com a união entre duas pessoas: “A Coroa protege o matrimônio, considerado como a união natural entre um homem e uma mulher e como fundamento da família”.
Esta referência retoma, em seu espírito, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, apesar das pressões para introduzir a união entre duas pessoas do mesmo sexo, é um texto de referência para todos os Estados. A nova constituição húngara não questiona a união entre duas pessoas do mesmo sexo, mas não a considera equivalente ao matrimônio.
3- A terceira modificação tem a ver com a vida de todos os seres humanos antes do nascimento: “Desde o momento da concepção, a vida merece proteção como um direito humano fundamental” e “a vida e a dignidade são invioláveis”, retomando em certo modo o primeiro artigo da Carta Europeia de Direitos Fundamentais: “A dignidade humana é inviolável. Deve ser respeitada e protegida”.
Houve pessoas indignadas com esta volta à ordem moral. Devemos deduzir que a ordem humana é uma ordem amoral? A nova constituição húngara é “euroincompatível”? Os opositores se questionam. Se não fosse, então quer dizer que todos os textos de referência são letra morta, considerando que a União Europeia se ergueu a partir do respeito aos direitos do homem, cuja universalidade é expressa na Declaração dos Direitos do Homem de 1948, reconhecida como patrimônio comum da humanidade, e não sobre direitos abstratos e subjetivos reivindicados sem referência a um patrimônio comum.
É verdade que a decisão pertence aos legisladores. Mas eles votam em nosso nome. Calar seria uma irresponsabilidade da nossa parte. As leis afetam a todos. É nosso dever reunir os nossos deputados e senadores para lhes dizer que respeitamos os nossos princípios fundamentais.
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Élizabeth Montfort é deputada do Parlamento Europeu e porta-voz daFondation de Service Politique(Paris), em www.libertepolitique.com
Novas vozes de defesa da família
A família é a pedra fundamental da sociedade e o melhor instrumento para o bem-estar dos indivíduos.
Estas afirmações são comuns nas fontes católicas, baseadas na antropologia cristã. Mas não é tão comum ouvi-las no mundo laico.
Porém, um relatório recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reproduziu precisamente estas afirmações.
Em nota para a imprensa a propósito do relatório, publicada em 27 de abril, a OCDE afirma que as famílias são uma fonte essencial de apoio econômico e social para as pessoas, além de instrumento crucial de solidariedade.
“As famílias proporcionam identidade, amor, cuidado, alimento e desenvolvimento para os seus membros e formam o núcleo de muitas redes sociais”.
O relatório, intitulado “Garantir o Bem-Estar das Famílias”, reconhece ainda que a pobreza está aumentando nas famílias com filhos em quase todos os países membros da OCDE.
Os pais também têm dificuldades para combinar o trabalho com os compromissos familiares. O relatório pede que os governos adotem políticas de apoio às famílias, dando assistência e ajuda econômica mediante iniciativas como mais flexibilidade laboral para os pais. Segundo a OCDE, o gasto público médio em auxílios familiares representa pouco mais que 2,2% do PIB nesse grupo de países.
Uma das áreas em que poderia ser feito mais é a do incentivo à natalidade. Muitas famílias querem mais filhos, aponta o relatório, e em vários países as pessoas têm menos filhos do que gostariam.
As taxas de natalidade dos países da OCDE caíram significativamente nas últimas décadas, chegando hoje a 1,7 filhos por mulher.
Países com nível mais alto de fertilidade dão mais apoio aos nascimentos, tanto através de pagamentos em dinheiro quanto por meio de serviços para as famílias com filhos pequenos. As políticas de trabalho de tempo parcial para as mães também ajudam as famílias a harmonizar com mais eficácia o emprego e o cuidado dos filhos.
Apoiar as famílias não traz resultados bons somente para os pais. “O bem-estar das crianças está ligado ao da família. Quando as famílias prosperam, as crianças prosperam”.
Pesquisa no Reino Unido
Um estudo recente no Reino Unido ressalta a importância da vida familiar. Foram publicados em fevereiro os resultados de uma pesquisa de 2009, feita em 40.000 domicílios pelo Institute of Social and Economic Research da Universidade de Essex.
O estudo abrange uma gama ampla de assuntos, mas um dos capítulos se concentra na família. Entre os resultados, os seguintes destaques:
- Casar torna os casais notavelmente mais felizes do que apenas morar juntos.
- A satisfação dos jovens com sua situação familiar é claramente ligada à qualidade das relações dos seus pais. Nas famílias em que a mãe não é feliz no relacionamento, só 55% dos jovens se dizem "completamente satisfeitos" com sua situação familiar, em contraste com 73% dos jovens cujas mães são "muito felizes" no relacionamento.
- Filhos de pais solteiros são menos propensos a se considerar plenamente felizes com a própria situação familiar.
- Crianças que não discutem com nenhum dos pais mais de uma vez por semana têm um nível de felicidade maior do que aquelas que têm discussões frequentes. A pesquisa também descobriu que a felicidade das crianças melhora quando elas conversam frequentemente sobre temas importantes com os pais.
- Também é importante jantar em família. As crianças que jantam com a família pelo menos três vezes por semana são mais propensas a se considerar plenamente felizes do que aquelas que vivem essa experiência menos de três vezes por semana.
Qualidade
Outro estudo recente, feito pela organização Child Trends e publicado nos Estados Unidos em 8 de abril, examina a influência exercida nas crianças pela qualidade do relacionamento de seus pais.
Com o título “Qualidade da Relação dos Pais e Resultados dos Filhos por Subgrupos”, o estudo analisa as respostas de mais de 64.000 pais com filhos de 6 a 17 anos.
A qualidade da relação dos pais é “associada de modo contínuo e positivo a uma série de resultados da criança e da família”. Esses resultados incluem problemas de comportamento, rendimento escolar e comunicação pais-filhos.
Segundo o estudo, as pesquisas dos últimos anos sugerem que as relações de mais qualidade dos pais tendem a propiciar, nos filhos, atitudes mais positivas para com o casamento, o que torna mais provável que eles próprios venham a ter casamentos de boa qualidade.
Elizabeth Marquardt, diretora do site FamilyScholars.org e autora de um livro sobre os efeitos do divórcio nos filhos, lamenta, a respeito deste estudo, a omissão quanto à influência do estado marital nas crianças.
Marquardt afirma que o aprofundamento das tabelas e das estatísticas sobre o tipo de relação familiar proporciona uma interpretação mais adequada dos resultados. Quando detalha o tipo de família, a enquete mostra que os enteados têm o dobro de probabilidade de apresentar problemas de comportamento em comparação com as crianças que moram com seus pais casados. Os problemas aumentam para as crianças que moram com casais amasiados: eles têm quase três vezes mais probabilidade de apresentar problemas de comportamento.
As diferenças de situação marital dos pais repercutem ainda em outros parâmetros, como as relações sociais e o comportamento escolar dos filhos.
Marquardt menciona também que os resultados do estudo mostram que a qualidade da relação entre os adultos depende do fato de estarem casados ou não. A maior estabilidade e durabilidade de um casal casado são de grande ajuda para os filhos.
O casamento é bom
Mesmo não sendo nova a notícia de que o casamento é bom tanto para os casais como para os filhos, ela continua sendo confirmada pelas pesquisas. No início do ano, o doutor John Gallacher e David Gallacher, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, publicaram em artigo no BMJ Student.
Uma reportagem publicada no dia 28 de janeiro pelo jornal Independent analisava, partindo dos dados dos pesquisadores, se o casamento é bom para a saúde.
“A conclusão é que, medicamente falando, o grupo mais longevo é o dos casados”, comentou o Dr. Gallacher.
Seu trabalho fazia referência a um estudo que envolvia milhões de pessoas em sete países europeus. Mostrava que, em média, os casais casados vivem em média 10% a 15% mais.
Quando se trata das crianças, Kay S. Hymowitz, em um artigo publicado no Los Angeles Times no dia 11 de novembro, afirma que as relações instáveis são mais prejudiciais para as crianças do que a pobreza.
Hymowitz se baseava no material publicado na edição de outono da revista Future of Children. Os artigos da revista eram a conclusão de um estudo sobre 5.000 crianças nascidas em áreas urbanas, entre populações de minorias.
O estudo acompanhou crianças que nasceram no fim dos anos noventa. Ao nascer, a metade dos casais vivia junto, sem estar casado, ainda que declarasse a intenção de casar. No entanto, cinco anos depois, só 15% desses casais tinham se casado. 60% tinham rompido.
Muitas das famílias desfeitas tinham problemas econômicos, e os filhos tinham pouco contato com seu pai biológico.
O estudo mostra que as crianças com mães solteiras tinham mais problemas de comportamento do que aquelas com o pai e a mãe casados. Os problemas pioram quando há rupturas e novas relações.
Os governos responderão ao apelo da OCDE pelo aumento do apoio às famílias? O custo de não fazer isso é muito alto.
Fonte: Zenit.
Estas afirmações são comuns nas fontes católicas, baseadas na antropologia cristã. Mas não é tão comum ouvi-las no mundo laico.
Porém, um relatório recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reproduziu precisamente estas afirmações.
Em nota para a imprensa a propósito do relatório, publicada em 27 de abril, a OCDE afirma que as famílias são uma fonte essencial de apoio econômico e social para as pessoas, além de instrumento crucial de solidariedade.
“As famílias proporcionam identidade, amor, cuidado, alimento e desenvolvimento para os seus membros e formam o núcleo de muitas redes sociais”.
O relatório, intitulado “Garantir o Bem-Estar das Famílias”, reconhece ainda que a pobreza está aumentando nas famílias com filhos em quase todos os países membros da OCDE.
Os pais também têm dificuldades para combinar o trabalho com os compromissos familiares. O relatório pede que os governos adotem políticas de apoio às famílias, dando assistência e ajuda econômica mediante iniciativas como mais flexibilidade laboral para os pais. Segundo a OCDE, o gasto público médio em auxílios familiares representa pouco mais que 2,2% do PIB nesse grupo de países.
Uma das áreas em que poderia ser feito mais é a do incentivo à natalidade. Muitas famílias querem mais filhos, aponta o relatório, e em vários países as pessoas têm menos filhos do que gostariam.
As taxas de natalidade dos países da OCDE caíram significativamente nas últimas décadas, chegando hoje a 1,7 filhos por mulher.
Países com nível mais alto de fertilidade dão mais apoio aos nascimentos, tanto através de pagamentos em dinheiro quanto por meio de serviços para as famílias com filhos pequenos. As políticas de trabalho de tempo parcial para as mães também ajudam as famílias a harmonizar com mais eficácia o emprego e o cuidado dos filhos.
Apoiar as famílias não traz resultados bons somente para os pais. “O bem-estar das crianças está ligado ao da família. Quando as famílias prosperam, as crianças prosperam”.
Pesquisa no Reino Unido
Um estudo recente no Reino Unido ressalta a importância da vida familiar. Foram publicados em fevereiro os resultados de uma pesquisa de 2009, feita em 40.000 domicílios pelo Institute of Social and Economic Research da Universidade de Essex.
O estudo abrange uma gama ampla de assuntos, mas um dos capítulos se concentra na família. Entre os resultados, os seguintes destaques:
- Casar torna os casais notavelmente mais felizes do que apenas morar juntos.
- A satisfação dos jovens com sua situação familiar é claramente ligada à qualidade das relações dos seus pais. Nas famílias em que a mãe não é feliz no relacionamento, só 55% dos jovens se dizem "completamente satisfeitos" com sua situação familiar, em contraste com 73% dos jovens cujas mães são "muito felizes" no relacionamento.
- Filhos de pais solteiros são menos propensos a se considerar plenamente felizes com a própria situação familiar.
- Crianças que não discutem com nenhum dos pais mais de uma vez por semana têm um nível de felicidade maior do que aquelas que têm discussões frequentes. A pesquisa também descobriu que a felicidade das crianças melhora quando elas conversam frequentemente sobre temas importantes com os pais.
- Também é importante jantar em família. As crianças que jantam com a família pelo menos três vezes por semana são mais propensas a se considerar plenamente felizes do que aquelas que vivem essa experiência menos de três vezes por semana.
Qualidade
Outro estudo recente, feito pela organização Child Trends e publicado nos Estados Unidos em 8 de abril, examina a influência exercida nas crianças pela qualidade do relacionamento de seus pais.
Com o título “Qualidade da Relação dos Pais e Resultados dos Filhos por Subgrupos”, o estudo analisa as respostas de mais de 64.000 pais com filhos de 6 a 17 anos.
A qualidade da relação dos pais é “associada de modo contínuo e positivo a uma série de resultados da criança e da família”. Esses resultados incluem problemas de comportamento, rendimento escolar e comunicação pais-filhos.
Segundo o estudo, as pesquisas dos últimos anos sugerem que as relações de mais qualidade dos pais tendem a propiciar, nos filhos, atitudes mais positivas para com o casamento, o que torna mais provável que eles próprios venham a ter casamentos de boa qualidade.
Elizabeth Marquardt, diretora do site FamilyScholars.org e autora de um livro sobre os efeitos do divórcio nos filhos, lamenta, a respeito deste estudo, a omissão quanto à influência do estado marital nas crianças.
Marquardt afirma que o aprofundamento das tabelas e das estatísticas sobre o tipo de relação familiar proporciona uma interpretação mais adequada dos resultados. Quando detalha o tipo de família, a enquete mostra que os enteados têm o dobro de probabilidade de apresentar problemas de comportamento em comparação com as crianças que moram com seus pais casados. Os problemas aumentam para as crianças que moram com casais amasiados: eles têm quase três vezes mais probabilidade de apresentar problemas de comportamento.
As diferenças de situação marital dos pais repercutem ainda em outros parâmetros, como as relações sociais e o comportamento escolar dos filhos.
Marquardt menciona também que os resultados do estudo mostram que a qualidade da relação entre os adultos depende do fato de estarem casados ou não. A maior estabilidade e durabilidade de um casal casado são de grande ajuda para os filhos.
O casamento é bom
Mesmo não sendo nova a notícia de que o casamento é bom tanto para os casais como para os filhos, ela continua sendo confirmada pelas pesquisas. No início do ano, o doutor John Gallacher e David Gallacher, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, publicaram em artigo no BMJ Student.
Uma reportagem publicada no dia 28 de janeiro pelo jornal Independent analisava, partindo dos dados dos pesquisadores, se o casamento é bom para a saúde.
“A conclusão é que, medicamente falando, o grupo mais longevo é o dos casados”, comentou o Dr. Gallacher.
Seu trabalho fazia referência a um estudo que envolvia milhões de pessoas em sete países europeus. Mostrava que, em média, os casais casados vivem em média 10% a 15% mais.
Quando se trata das crianças, Kay S. Hymowitz, em um artigo publicado no Los Angeles Times no dia 11 de novembro, afirma que as relações instáveis são mais prejudiciais para as crianças do que a pobreza.
Hymowitz se baseava no material publicado na edição de outono da revista Future of Children. Os artigos da revista eram a conclusão de um estudo sobre 5.000 crianças nascidas em áreas urbanas, entre populações de minorias.
O estudo acompanhou crianças que nasceram no fim dos anos noventa. Ao nascer, a metade dos casais vivia junto, sem estar casado, ainda que declarasse a intenção de casar. No entanto, cinco anos depois, só 15% desses casais tinham se casado. 60% tinham rompido.
Muitas das famílias desfeitas tinham problemas econômicos, e os filhos tinham pouco contato com seu pai biológico.
O estudo mostra que as crianças com mães solteiras tinham mais problemas de comportamento do que aquelas com o pai e a mãe casados. Os problemas pioram quando há rupturas e novas relações.
Os governos responderão ao apelo da OCDE pelo aumento do apoio às famílias? O custo de não fazer isso é muito alto.
Fonte: Zenit.
domingo, 29 de maio de 2011
Você sabe o que é o Pentecostes?
No próximo dia 12 de junho, a Igreja celebra a festa de Pentecostes, dia em que os apóstolos de Jesus recebem o Espírito Santo.
Cinqüenta dias após a Páscoa do Cristo, Jerusalém viveu uma grande manifestação de Deus sobre os homens na terra. Eis que os discípulos de Jesus estavam reunidos à espera da vinda do Seu Santo Espírito como Ele próprio havia dito ao batizá-los.
“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At2 2-4)
Podemos encontrar no livro do Pe. Raniero Cantalamessa Espírito Santo – Vem e Renova a Terra/Ed. Paulinas Pág. 8: “Dizia são Basílio: o Espírito Santo está com Jesus no seu nascimento. Em seguida, no Batismo junto ao Jordão. É o seu companheiro inseparável. Jesus não faz nada sem o Espírito”.
Assim como Jesus não faz nada sem o Espírito Santo, nós também não fazemos. Ou melhor, se fazemos alguma obra é porque o próprio Deus nos permitiu que o Seu Espírito nos conduzisse com graça e poder nos dando a possibilidade de realizar ações em Seu nome.
Pentecostes não é apenas um fato histórico dentro da Igreja que devemos somente olhar e apreciar, mas sim um acontecimento diário que todo cristão deve viver. Usufruir da presença do Espírito Santo é um presente de Deus aos homens e Ele nos dá de graça.
Se você quiser fazer uma experiência com o Espírito Santo diga a Ele algumas palavras...
Senhor,
eu quero viver uma experiência
com o Teu Santo Espírito
E te peço agora:
Vem Espírito Santo,
Vem sobre mim, sobre a minha família,
Vem habitar em meu coração, na minha vida
Com teu fogo abrasador
Que desce dos Céus
Para confortar a minha alma
Cinqüenta dias após a Páscoa do Cristo, Jerusalém viveu uma grande manifestação de Deus sobre os homens na terra. Eis que os discípulos de Jesus estavam reunidos à espera da vinda do Seu Santo Espírito como Ele próprio havia dito ao batizá-los.
“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At2 2-4)
Podemos encontrar no livro do Pe. Raniero Cantalamessa Espírito Santo – Vem e Renova a Terra/Ed. Paulinas Pág. 8: “Dizia são Basílio: o Espírito Santo está com Jesus no seu nascimento. Em seguida, no Batismo junto ao Jordão. É o seu companheiro inseparável. Jesus não faz nada sem o Espírito”.
Assim como Jesus não faz nada sem o Espírito Santo, nós também não fazemos. Ou melhor, se fazemos alguma obra é porque o próprio Deus nos permitiu que o Seu Espírito nos conduzisse com graça e poder nos dando a possibilidade de realizar ações em Seu nome.
Pentecostes não é apenas um fato histórico dentro da Igreja que devemos somente olhar e apreciar, mas sim um acontecimento diário que todo cristão deve viver. Usufruir da presença do Espírito Santo é um presente de Deus aos homens e Ele nos dá de graça.
Se você quiser fazer uma experiência com o Espírito Santo diga a Ele algumas palavras...
Senhor,
eu quero viver uma experiência
com o Teu Santo Espírito
E te peço agora:
Vem Espírito Santo,
Vem sobre mim, sobre a minha família,
Vem habitar em meu coração, na minha vida
Com teu fogo abrasador
Que desce dos Céus
Para confortar a minha alma
sábado, 28 de maio de 2011
Terapias alternativas ou manipulação psicológica?
Publicamos, a seguir, o artigo de Álvaro Farías Díaz, psicólogo pela Universidade do Uruguai “Dámaso A. Larrañaga”, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES) e diretor do Serviço de Estudo e Assessoria em Seitas do Uruguai (SEAS)
* * *
Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou livros como “O alquimista”... Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem? Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, “a la carte”, que se desenvolve dentro da nossa sociedade?
Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.
Como diz Elisabeth Roudinesco, “assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média - funcionários, profissionais liberais e executivos - do que os meios populares”.
As pseudoterapias Nova Era
O termo “Nova Era” abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.
Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem “ofertas religiosas” misturadas com “ciência”: radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.
A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.
É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por “Deus”. Deus seria a “energia” que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da “Nova Era” ou da “Era de Aquário”. O Cristo interior é a “faísca” interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser “Cristo” e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.
O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.
Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.
A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses “terapeutas” acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.
Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica, tanto aqui no Uruguai como no resto do mundo.
Fonte: Zenit.
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Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou livros como “O alquimista”... Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem? Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, “a la carte”, que se desenvolve dentro da nossa sociedade?
Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.
Como diz Elisabeth Roudinesco, “assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média - funcionários, profissionais liberais e executivos - do que os meios populares”.
As pseudoterapias Nova Era
O termo “Nova Era” abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.
Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem “ofertas religiosas” misturadas com “ciência”: radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.
A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.
É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por “Deus”. Deus seria a “energia” que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da “Nova Era” ou da “Era de Aquário”. O Cristo interior é a “faísca” interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser “Cristo” e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.
O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.
Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.
A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses “terapeutas” acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.
Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica, tanto aqui no Uruguai como no resto do mundo.
Fonte: Zenit.
Já são 400 mil inscritos na Jornada Mundial da Juventude
Nesta quinta-feira, o cardeal arcebispo de Madri, Antonio María Rouco Varela, presidente do comitê organizador local da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), pronunciou a conferência “A três meses da Jornada Mundial da Juventude”, no Fórum da Nova Sociedade.
Já há 400 mil inscritos no evento, de 182 países.
“Os jovens têm 'toda uma vida adiante' e a JMJ é uma oportunidade para que se deixem iluminar por Cristo e, no fundo do seu coração e em seus sentimentos de entrega e solidariedade, podem descobrir os fundamentos da sua vida”, explicou.
“Os frutos de entrega das JMJ podem ser observados claramente: são muitas as vocações ao sacerdócio, à vida consagrada, ao matrimônio, que surgem de da JMJ. Mas também, a longo prazo, supõem uma contribuição para a sociedade atual: energia para resolver a crise e fortalecer o caminho da paz”, destacou.
“Os problemas dos jovens estão nas situações de desemprego, mas sobretudo em seu coração, e este é o único lugar em que podem ser solucionados. A democracia vive de pressupostos que ela mesma não se pode dar. Deve beber de outras fontes de humanidade”, sublinhou.
O cardeal de Madri utilizou a comparação de uma casa em chamas com a situação atual: “Se estamos nesta situação, o importante é chamar os bombeiros, mas sobretudo, o mais importante é agir para que isso não volte a ocorrer e, para isso, é preciso algo mais do que soluções técnicas”.
As JMJ “são uma iniciativa pessoal de João Paulo II, que apostou em uma nova geração de jovens de 2000. Agora, Bento XVI retoma este legado. É o Papa quem convoca e atrai os jovens. Em sua última encíclica, Caritas in Veritate, ele aborda muitos problemas da sociedade atual, mas sempre há um ponto de referência: a entrega, a solidariedade, a caridade”, recordou.
“Não podemos nos esquecer de que a escolha da Espanha não foi por acaso, mas tem a ver com a projeção de riqueza espiritual da história deste país na história da Igreja e na cultura do Ocidente. Basta ver o selo espiritual dos padroeiros da JMJ: Inácio de Loyola, Teresa de Ávila, Rosa de Lima, Francisco Xavier”, destacou.
“A imagem de Madri mudará durante os dias da JMJ, pois este acontecimento é da Igreja universal, mas também um grande encontro para a sociedade e a cidade que o acolhe”, destacou.
Na JMJ, além dos atos com o Papa, haverá todo um rico e polifacético programa de atividades culturais.
O cardeal de Madri agradeceu pelo apoio de todas as pessoas e empresas sem as quais não seria possível este acontecimento: “Agradeço às administrações públicas, que estão colaborando sem reservas, a toda a comunidade de Madri, às paróquias e movimentos, às comunidades de vida contemplativa, que nos apoiam com a sua oração, e muito especialmente aos milhares de voluntários da JMJ de todas as nacionalidades, que formam uma 'ONU' muito especial”.
Fonte: Zenit.
Já há 400 mil inscritos no evento, de 182 países.
“Os jovens têm 'toda uma vida adiante' e a JMJ é uma oportunidade para que se deixem iluminar por Cristo e, no fundo do seu coração e em seus sentimentos de entrega e solidariedade, podem descobrir os fundamentos da sua vida”, explicou.
“Os frutos de entrega das JMJ podem ser observados claramente: são muitas as vocações ao sacerdócio, à vida consagrada, ao matrimônio, que surgem de da JMJ. Mas também, a longo prazo, supõem uma contribuição para a sociedade atual: energia para resolver a crise e fortalecer o caminho da paz”, destacou.
“Os problemas dos jovens estão nas situações de desemprego, mas sobretudo em seu coração, e este é o único lugar em que podem ser solucionados. A democracia vive de pressupostos que ela mesma não se pode dar. Deve beber de outras fontes de humanidade”, sublinhou.
O cardeal de Madri utilizou a comparação de uma casa em chamas com a situação atual: “Se estamos nesta situação, o importante é chamar os bombeiros, mas sobretudo, o mais importante é agir para que isso não volte a ocorrer e, para isso, é preciso algo mais do que soluções técnicas”.
As JMJ “são uma iniciativa pessoal de João Paulo II, que apostou em uma nova geração de jovens de 2000. Agora, Bento XVI retoma este legado. É o Papa quem convoca e atrai os jovens. Em sua última encíclica, Caritas in Veritate, ele aborda muitos problemas da sociedade atual, mas sempre há um ponto de referência: a entrega, a solidariedade, a caridade”, recordou.
“Não podemos nos esquecer de que a escolha da Espanha não foi por acaso, mas tem a ver com a projeção de riqueza espiritual da história deste país na história da Igreja e na cultura do Ocidente. Basta ver o selo espiritual dos padroeiros da JMJ: Inácio de Loyola, Teresa de Ávila, Rosa de Lima, Francisco Xavier”, destacou.
“A imagem de Madri mudará durante os dias da JMJ, pois este acontecimento é da Igreja universal, mas também um grande encontro para a sociedade e a cidade que o acolhe”, destacou.
Na JMJ, além dos atos com o Papa, haverá todo um rico e polifacético programa de atividades culturais.
O cardeal de Madri agradeceu pelo apoio de todas as pessoas e empresas sem as quais não seria possível este acontecimento: “Agradeço às administrações públicas, que estão colaborando sem reservas, a toda a comunidade de Madri, às paróquias e movimentos, às comunidades de vida contemplativa, que nos apoiam com a sua oração, e muito especialmente aos milhares de voluntários da JMJ de todas as nacionalidades, que formam uma 'ONU' muito especial”.
Fonte: Zenit.
Bento XVI cita Santa Teresa em seu amor à humanidade
Bento XVI, na oração do Regina Caeli do domingo, 22 de maio, parabenizou a Instituição Teresiana na Itália, dirigindo-se a um grupo representativo que estava na Praça de São Pedro, no qual se encontrava também a diretora geral, Loreto Ballester, por ocasião do 1º centenário desta associação pontifícia internacional.
Bento XVI recordou o amor de Santa Teresa de Jesus pela humanidade de Cristo, afirmando que “podemos ver Deus” no rosto de Cristo. A teresiana é uma espiritualidade de encarnação.
Precisamente nesse fim de semana, os homens e mulheres que realizaram a missão teresiana na Itália, segundo foi projetada pelo seu fundador, São Pedro Poveda, comemoraram o 1º centenário desta obra eclesial nascida em 1911, em Covadonga (Espanha); o evento contou com uma mesa redonda, uma Eucaristia de ação de graças, a assistência ao Regina Caeli na Praça de São Pedro e uma festa de família.
Em suas palavras prévias à felicitação a esta instituição – que se inspira em Santa Teresa de Jesus, enquanto mulher de oração e ação, empreendedora e renovadora de comunidades eclesiais -, Bento XVI se referiu à espiritualidade teresiana, que se manifesta profundamente enraizada na humanidade de Jesus.
Esta é também a principal característica da espiritualidade da Instituição Teresiana, que conta com mais de seis mil membros – mulheres e homens – trabalhando em 30 países.
“O Filho de Deus, com sua encarnação, morte e ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado para doar-nos a liberdade dos filhos de Deus e nos deu a conhecer o rosto de Deus que é amor: podemos ver Deus, Ele é visível em Cristo. Santa Teresa de Ávila escreve que 'não devemos nos afastar do que constitui todo o nosso bem e nosso remédio, isto é, da santíssima humanidade do nosso Senhor Jesus Cristo'.”
“Portanto – acrescentou o Papa -, somente crendo em Cristo, permanecendo unidos a Ele, os discípulos, entre os quais estamos também nós, podemos continuar sua ação permanente na história. 'Em verdade, eu vos digo – diz o Senhor: quem crê em mim, também fará as obras que eu faço'.”
Fonte: Zenit.
Bento XVI recordou o amor de Santa Teresa de Jesus pela humanidade de Cristo, afirmando que “podemos ver Deus” no rosto de Cristo. A teresiana é uma espiritualidade de encarnação.
Precisamente nesse fim de semana, os homens e mulheres que realizaram a missão teresiana na Itália, segundo foi projetada pelo seu fundador, São Pedro Poveda, comemoraram o 1º centenário desta obra eclesial nascida em 1911, em Covadonga (Espanha); o evento contou com uma mesa redonda, uma Eucaristia de ação de graças, a assistência ao Regina Caeli na Praça de São Pedro e uma festa de família.
Em suas palavras prévias à felicitação a esta instituição – que se inspira em Santa Teresa de Jesus, enquanto mulher de oração e ação, empreendedora e renovadora de comunidades eclesiais -, Bento XVI se referiu à espiritualidade teresiana, que se manifesta profundamente enraizada na humanidade de Jesus.
Esta é também a principal característica da espiritualidade da Instituição Teresiana, que conta com mais de seis mil membros – mulheres e homens – trabalhando em 30 países.
“O Filho de Deus, com sua encarnação, morte e ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado para doar-nos a liberdade dos filhos de Deus e nos deu a conhecer o rosto de Deus que é amor: podemos ver Deus, Ele é visível em Cristo. Santa Teresa de Ávila escreve que 'não devemos nos afastar do que constitui todo o nosso bem e nosso remédio, isto é, da santíssima humanidade do nosso Senhor Jesus Cristo'.”
“Portanto – acrescentou o Papa -, somente crendo em Cristo, permanecendo unidos a Ele, os discípulos, entre os quais estamos também nós, podemos continuar sua ação permanente na história. 'Em verdade, eu vos digo – diz o Senhor: quem crê em mim, também fará as obras que eu faço'.”
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Iraque: cristãos horrorizados com assassinato "desumano"
Uma patrulha da polícia iraquiana encontrou na segunda-feira, 16 de maio, em Kirkuk, o corpo de um jovem cristão, Ashour Issa Yaqub (escrito também Jacó), de 29 anos, casado e com 3 filhos. O corpo estava terrivelmente desfigurado.
Segundo declarou à Agence France-Presse (16 de maio) o chefe de polícia da província de Kirkuk, o major-general Jamal Taher Bakr, os assassinos cortaram quase completamente a cabeça da vítima. O chefe do departamento de Saúde da província, Sadiq Omar Rasul, confirmou o fato desagradável, acrescentando que o corpo de Yacub apresentava "sinais de tortura e mordidas de cães".
Outros detalhes foram fornecidos pela Assyrian International News Agency (16 de maio). Yacub teve os olhos arrancados de suas órbitas e suas orelhas cortadas. Como se não bastasse, a pobre vítima foi encontrada com o rosto sem pele.
Yacub, que trabalhava para uma empresa de construção, foi sequestrado três dias antes, ou seja, no sábado, 14 de maio, ainda em Kirkuk, capital da homônima província de petróleo localizada em território curdo, cerca de 250 km ao norte de Bagdá.
Os sequestradores, que segundo a polícia pertencem a uma célula da rede terrorista Al Qaeda, haviam pedido à família da vítima um resgate de 100 mil dólares, mas, segundo uma fonte de AsiaNews (16 de maio), as negociações "não chegaram a bom término”. Na verdade, 100 mil dólares é um valor muito elevado para um país onde, segundo a AFP, o salário médio diário de um trabalhador de construção equivale a 21 dólares.
Conforme um pastor evangélico relatou a Compass Direct News (18 de maio), antes do sequestro, uns desconhecidos se aproximaram do dono da empresa de Yacub, intimando-o a demitir o trabalhador, “porque ele era um cristão, mas ele recusou".
Sendo um empresário rico, mas inalcançável - disse o pastor, que, por motivos de segurança, pediu para permanecer anônimo -, sequestraram e infelizmente também assassinaram Yacub.
O homicídio, considerado "bestial" e "um crime hediondo contra a nação, a religião e a humanidade" pelo secretário-geral da União dos estudantes e jovens assírio-caldeus, Kaldo Oghanna, afetou profundamente a comunidade cristã. "É uma situação muito grave, e todos os jovens se sentem sem esperança", disse o líder cristão a Compass.
Também foi dura a condenação por parte do arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako. "Nenhum homem que crê em Deus e tem um respeito pela vida pode cometer tais atos", disse ele em uma primeira reação, falando de um "ato desumano" (AsiaNews).
O arcebispo também está convencido de que o trabalhador foi sequestrado por dinheiro. "Ele foi sequestrado por dinheiro. Isso acontece, mas geralmente os sequestradores não torturam nem matam dessa forma", explicou o arcebispo Sako em uma conversa telefônica com o Compass Direct News.
"É como se fossem animais - continuou ele. Mataram-no imediatamente para assustar as pessoas de Kirkuk e enviar a mensagem de que, se eles são sequestrados, têm de pagar."
No entanto, para o deputado cristão Imad Yohanna, também de Kirkuk, Yacub foi sequestrado por causa de sua participação na comunidade cristã.
Segundo Yohanna - relata a Associated Press (14 de maio) -, os cristãos são alvos "fáceis" porque eles costumam pagar o resgate sem oposição, ao contrário dos grupos árabes, que não hesitam em recorrer às armas para libertar as pessoas.
Embora o arcebispo Sako duvide de que seja um gesto anticristão, teme que o brutal assassinato desse pai de família leve muitos cristãos a abandonar a cidade.
"Em Kirkuk, poucas famílias haviam deixado a cidade, mas isso é um choque. Acho que depois disso irão embora, porque isto é muito grave", disse o arcebispo a Compass.
O que aconteceu, portanto, corre o risco de alimentar o fluxo migratório do Iraque de cristãos ou "assírios", como também são chamados. Um novo relatório (1) elaborado pelo Assyria Council of Europe (ACE) - um organismo independente que visa a aumentar a sensibilidade dentro da União Europeia com relação à situação dos cristãos iraquianos – confirma, de fato, o declínio dramático do número de cristãos no país.
Entre 2004 e 2010, mais de 60% da comunidade assíria já deixou o Iraque por causa do clima de terror e os contínuos ataques contra alvos cristãos. Com uma população estimada de cerca de 2 milhões, os assírios - também conhecidos como caldeus e sírios – constituíam, em 2004 (ou seja, o primeiro ano após a queda de Saddam Hussein), ainda o terceiro maior grupo no Iraque. Hoje, reafirma o relatório, esse número varia entre 400-600 mil.
Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR ou UNHCR), 13% de todos os refugiados iraquianos registrados na Síria, Jordânia, Líbano, Turquia e Egito são cristãos. Por sua vez, a agência AINA estima que até 40% dos refugiados iraquianos na Síria e na Jordânia são de origem assíria. Além disso, os deslocados internos no Iraque são cerca de 2,8 milhões, dos quais 5% são cristãos.
O relatório revela também que (pelo menos) 87 assírios foram mortos no período de janeiro a dezembro do ano passado, uma dado que transforma 2010 no ano mais sangrento depois de 2004 (115 vítimas). Embora o maior número de incidentes tenha ocorrido na terceira cidade do Iraque, Mossul, a cidade com o maior número de cristãos mortos é a capital, Bagdá, por causa do ataque terrorista do último 31 de outubro, contra a catedral sírio-católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O clima de insegurança e o extremismo atingem particularmente as mulheres e crianças pertencentes a minorias diversas, que, de acordo com Minority Groups International,representam "o setor mais vulnerável da sociedade iraquiana". Não usar o véu islâmico (hijab) ou vestir-se como os ocidentais significa problema para as mulheres.
Como indica o relatório do Assyria Council of Europe, nem sequer em campos de refugiados as mulheres e os jovens cristãos estão seguros: estão muito expostos ao tráfico de seres humanos e à exploração sexual ou prostituição forçada.
"Hoje a situação no Iraque é complexa - disse Oghanna (Compass Direct News). Temos medo - continuou o secretário-geral do Chaldo-Assyrian Student and Youth Union - de que os próximos dias sejam duros para nós, cristãos."
--- --- ---
1) http://www.aina.org/reports/acehrr2010.pdf
Fonte: Zenit.
Segundo declarou à Agence France-Presse (16 de maio) o chefe de polícia da província de Kirkuk, o major-general Jamal Taher Bakr, os assassinos cortaram quase completamente a cabeça da vítima. O chefe do departamento de Saúde da província, Sadiq Omar Rasul, confirmou o fato desagradável, acrescentando que o corpo de Yacub apresentava "sinais de tortura e mordidas de cães".
Outros detalhes foram fornecidos pela Assyrian International News Agency (16 de maio). Yacub teve os olhos arrancados de suas órbitas e suas orelhas cortadas. Como se não bastasse, a pobre vítima foi encontrada com o rosto sem pele.
Yacub, que trabalhava para uma empresa de construção, foi sequestrado três dias antes, ou seja, no sábado, 14 de maio, ainda em Kirkuk, capital da homônima província de petróleo localizada em território curdo, cerca de 250 km ao norte de Bagdá.
Os sequestradores, que segundo a polícia pertencem a uma célula da rede terrorista Al Qaeda, haviam pedido à família da vítima um resgate de 100 mil dólares, mas, segundo uma fonte de AsiaNews (16 de maio), as negociações "não chegaram a bom término”. Na verdade, 100 mil dólares é um valor muito elevado para um país onde, segundo a AFP, o salário médio diário de um trabalhador de construção equivale a 21 dólares.
Conforme um pastor evangélico relatou a Compass Direct News (18 de maio), antes do sequestro, uns desconhecidos se aproximaram do dono da empresa de Yacub, intimando-o a demitir o trabalhador, “porque ele era um cristão, mas ele recusou".
Sendo um empresário rico, mas inalcançável - disse o pastor, que, por motivos de segurança, pediu para permanecer anônimo -, sequestraram e infelizmente também assassinaram Yacub.
O homicídio, considerado "bestial" e "um crime hediondo contra a nação, a religião e a humanidade" pelo secretário-geral da União dos estudantes e jovens assírio-caldeus, Kaldo Oghanna, afetou profundamente a comunidade cristã. "É uma situação muito grave, e todos os jovens se sentem sem esperança", disse o líder cristão a Compass.
Também foi dura a condenação por parte do arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako. "Nenhum homem que crê em Deus e tem um respeito pela vida pode cometer tais atos", disse ele em uma primeira reação, falando de um "ato desumano" (AsiaNews).
O arcebispo também está convencido de que o trabalhador foi sequestrado por dinheiro. "Ele foi sequestrado por dinheiro. Isso acontece, mas geralmente os sequestradores não torturam nem matam dessa forma", explicou o arcebispo Sako em uma conversa telefônica com o Compass Direct News.
"É como se fossem animais - continuou ele. Mataram-no imediatamente para assustar as pessoas de Kirkuk e enviar a mensagem de que, se eles são sequestrados, têm de pagar."
No entanto, para o deputado cristão Imad Yohanna, também de Kirkuk, Yacub foi sequestrado por causa de sua participação na comunidade cristã.
Segundo Yohanna - relata a Associated Press (14 de maio) -, os cristãos são alvos "fáceis" porque eles costumam pagar o resgate sem oposição, ao contrário dos grupos árabes, que não hesitam em recorrer às armas para libertar as pessoas.
Embora o arcebispo Sako duvide de que seja um gesto anticristão, teme que o brutal assassinato desse pai de família leve muitos cristãos a abandonar a cidade.
"Em Kirkuk, poucas famílias haviam deixado a cidade, mas isso é um choque. Acho que depois disso irão embora, porque isto é muito grave", disse o arcebispo a Compass.
O que aconteceu, portanto, corre o risco de alimentar o fluxo migratório do Iraque de cristãos ou "assírios", como também são chamados. Um novo relatório (1) elaborado pelo Assyria Council of Europe (ACE) - um organismo independente que visa a aumentar a sensibilidade dentro da União Europeia com relação à situação dos cristãos iraquianos – confirma, de fato, o declínio dramático do número de cristãos no país.
Entre 2004 e 2010, mais de 60% da comunidade assíria já deixou o Iraque por causa do clima de terror e os contínuos ataques contra alvos cristãos. Com uma população estimada de cerca de 2 milhões, os assírios - também conhecidos como caldeus e sírios – constituíam, em 2004 (ou seja, o primeiro ano após a queda de Saddam Hussein), ainda o terceiro maior grupo no Iraque. Hoje, reafirma o relatório, esse número varia entre 400-600 mil.
Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR ou UNHCR), 13% de todos os refugiados iraquianos registrados na Síria, Jordânia, Líbano, Turquia e Egito são cristãos. Por sua vez, a agência AINA estima que até 40% dos refugiados iraquianos na Síria e na Jordânia são de origem assíria. Além disso, os deslocados internos no Iraque são cerca de 2,8 milhões, dos quais 5% são cristãos.
O relatório revela também que (pelo menos) 87 assírios foram mortos no período de janeiro a dezembro do ano passado, uma dado que transforma 2010 no ano mais sangrento depois de 2004 (115 vítimas). Embora o maior número de incidentes tenha ocorrido na terceira cidade do Iraque, Mossul, a cidade com o maior número de cristãos mortos é a capital, Bagdá, por causa do ataque terrorista do último 31 de outubro, contra a catedral sírio-católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O clima de insegurança e o extremismo atingem particularmente as mulheres e crianças pertencentes a minorias diversas, que, de acordo com Minority Groups International,representam "o setor mais vulnerável da sociedade iraquiana". Não usar o véu islâmico (hijab) ou vestir-se como os ocidentais significa problema para as mulheres.
Como indica o relatório do Assyria Council of Europe, nem sequer em campos de refugiados as mulheres e os jovens cristãos estão seguros: estão muito expostos ao tráfico de seres humanos e à exploração sexual ou prostituição forçada.
"Hoje a situação no Iraque é complexa - disse Oghanna (Compass Direct News). Temos medo - continuou o secretário-geral do Chaldo-Assyrian Student and Youth Union - de que os próximos dias sejam duros para nós, cristãos."
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1) http://www.aina.org/reports/acehrr2010.pdf
Fonte: Zenit.
Sudão: conflitos ameaçam independência do sul
Novos episódios violentos atingem nestes dias a província de Abyei, a região petrolífera disputada pelo governo do Sudão do Sul e o de Cartum.
No domingo passado, o governo de Cartum enviou o exército para ocupar a cidade de Abyei, situada no limite entre o norte e o sul do Sudão, e já fugiram da província cerca de 40 mil pessoas, informa o L'Osservatore Romano.
De Abyei estão chegando “informes horríveis de incêndios e saques”, advertiu a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice.
A ocupação da cidade pelas forças armadas do norte viola o acordo de paz de 2005, razão pela qual foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Secours Catholique-Cáritas França recolheu algumas declarações que mostram os temores e esperanças dos católicos das dioceses de Cartum e Torit.
“Os problemas da cidadania, da dívida internacional e da gestão do petróleo devem ser resolvidos antes da independência oficial do Sudão do Sul, em julho”, declarou o secretário diocesano de Educação de Cartum, Pe. Jangara Modi.
O administrador da diocese de Torit, no Sudão do Sul, Pe. Hakim Dario, considera que “o conflito em Abyei não deveria comprometer o processo de independência do Sudão do Sul, já que existe uma vontade forte de que este se desenvolva em boas condições”.
Neste sentido, o Pe. Jangara Modi destacou que “os sudaneses se tornaram mais sábios” e “sabem que, se tomarem as armas, isso marcará o fim do processo de independência”.
A independência do Sudão do Sul “não mudará nada” nas atividades de ambas as dioceses. No entanto, o Pe. Dario reconheceu que lhes preocupa o futuro da Igreja no norte do Sudão, de maioria muçulmana.
“A Igreja se tornará muito minoritária e temo que as perseguições que já sofre aumentarão e que os cristãos serão expulsos”, acrescentou.
O International Crisis Group advertiu que “as ofensas largamente reprimidas ressurgiram e ameaçam a estabilidade, às vésperas da independência do sul do Sudão”.
A ONU confirmou confrontos entre grupos rebeldes e o exército, mas também diversos grupos étnicos disputam terras e gado, sem esquecer dos ataques de rebeldes ugandenses do Exército de Resistência do Senhor”.
Baseando-se em imagens de satélite, a ONG norte-americana Enough Project denunciou que em Abyei há registros de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
“A concentração de carros de combate e helicópteros, a ampliação das infraestruturas militares, a consistência das tropas e seu deslocamentos, revelados pelos satélites, demonstram que a invasão da região foi premeditada e bem planejada”, indica o jornal vaticano.
A ONU enviou a Abyei um contingente dos capacetes azuis da missão no Sudão, com o objetivo de acabar com os incêndios e saques e acompanhar a ocupação.
Fonte: Zenit.
No domingo passado, o governo de Cartum enviou o exército para ocupar a cidade de Abyei, situada no limite entre o norte e o sul do Sudão, e já fugiram da província cerca de 40 mil pessoas, informa o L'Osservatore Romano.
De Abyei estão chegando “informes horríveis de incêndios e saques”, advertiu a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice.
A ocupação da cidade pelas forças armadas do norte viola o acordo de paz de 2005, razão pela qual foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Secours Catholique-Cáritas França recolheu algumas declarações que mostram os temores e esperanças dos católicos das dioceses de Cartum e Torit.
“Os problemas da cidadania, da dívida internacional e da gestão do petróleo devem ser resolvidos antes da independência oficial do Sudão do Sul, em julho”, declarou o secretário diocesano de Educação de Cartum, Pe. Jangara Modi.
O administrador da diocese de Torit, no Sudão do Sul, Pe. Hakim Dario, considera que “o conflito em Abyei não deveria comprometer o processo de independência do Sudão do Sul, já que existe uma vontade forte de que este se desenvolva em boas condições”.
Neste sentido, o Pe. Jangara Modi destacou que “os sudaneses se tornaram mais sábios” e “sabem que, se tomarem as armas, isso marcará o fim do processo de independência”.
A independência do Sudão do Sul “não mudará nada” nas atividades de ambas as dioceses. No entanto, o Pe. Dario reconheceu que lhes preocupa o futuro da Igreja no norte do Sudão, de maioria muçulmana.
“A Igreja se tornará muito minoritária e temo que as perseguições que já sofre aumentarão e que os cristãos serão expulsos”, acrescentou.
O International Crisis Group advertiu que “as ofensas largamente reprimidas ressurgiram e ameaçam a estabilidade, às vésperas da independência do sul do Sudão”.
A ONU confirmou confrontos entre grupos rebeldes e o exército, mas também diversos grupos étnicos disputam terras e gado, sem esquecer dos ataques de rebeldes ugandenses do Exército de Resistência do Senhor”.
Baseando-se em imagens de satélite, a ONG norte-americana Enough Project denunciou que em Abyei há registros de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
“A concentração de carros de combate e helicópteros, a ampliação das infraestruturas militares, a consistência das tropas e seu deslocamentos, revelados pelos satélites, demonstram que a invasão da região foi premeditada e bem planejada”, indica o jornal vaticano.
A ONU enviou a Abyei um contingente dos capacetes azuis da missão no Sudão, com o objetivo de acabar com os incêndios e saques e acompanhar a ocupação.
Fonte: Zenit.
Terra Santa: aplicativo para visitar os Lugares Santos
A Custódia da Terra Santa lançou, no sábado 18 de maio, um novo aplicativo para iTunes chamado Terra Sancta, para dar a conhecer as iniciativas que se desenvolvem nos Lugares Santos.
O aplicativo oferece informação relativa aos Lugares Santos através de textos, vídeos, imagens das celebrações e eventos.
Disponível em quatro idiomas – espanhol, italiano, inglês e francês, e em breve em árabe e hebraico -, este aplicativo permite também acender uma vela pela Terra Santa e enviar à Custódia mensagens e orações.
Trata-se do segundo aplicativo produzido pela Custódia, depois do iBreviary, que oferece para todos os suportes móveis o Breviário e as leituras do dia em seus idiomas: espanhol, italiano, inglês, francês, alemão e romeno.
Fonte: Zenit.
O aplicativo oferece informação relativa aos Lugares Santos através de textos, vídeos, imagens das celebrações e eventos.
Disponível em quatro idiomas – espanhol, italiano, inglês e francês, e em breve em árabe e hebraico -, este aplicativo permite também acender uma vela pela Terra Santa e enviar à Custódia mensagens e orações.
Trata-se do segundo aplicativo produzido pela Custódia, depois do iBreviary, que oferece para todos os suportes móveis o Breviário e as leituras do dia em seus idiomas: espanhol, italiano, inglês, francês, alemão e romeno.
Fonte: Zenit.
Papa: católicos devem participar da vida pública
O Papa rezou na tarde desta quinta-feira o Rosário com os bispos italianos, na Basílica de Santa Maria Maior, no contexto das celebrações dos 150 anos de unidade da Itália.
Bento XVI fez um apelo a que os prelados alentem os católicos a participar da vida pública.
“A fé, de fato, não é alienação: são outras as experiências que contaminam a dignidade do homem e a qualidade da convivência social”, disse.
“Em cada época histórica, o encontro com a palavra sempre nova do Evangelho foi manancial de civilização, construiu pontes entre os povos e enriqueceu o tecido de nossas cidades, expressando-se na cultura, nas artes e, não em último lugar, nas mil formas da caridade.”
O Papa pediu aos bispos que estimulem os fiéis leigos a “vencer todo espírito de fechamento, distração e indiferença, e a participar em primeira pessoa na vida pública”, para construir uma sociedade que respeite plenamente a dignidade humana.
Bento XVI insistiu na importância das “iniciativas de formação inspiradas na doutrina social da Igreja, para que quem esteja chamado a responsabilidades políticas e administrativas não seja vítima da tentação de explorar sua posição por interesses pessoais ou por sede de poder”.
É muito importante também – sublinhou – “apoiar a vasta rede de agregações e associações que promovem obras de caráter cultural, social e caritativo”.
Ao falar sobre a Itália, o Papa destacou que o país deve se orgulhar da presença e da ação da Igreja. Esta não persegue privilégios nem pretende substituir as responsabilidades das instituições políticas; respeitosa da legítima laicidade do Estado, está atenta em apoiar os direito fundamentais do homem”.
“A Igreja – forte por uma reflexão colegial e pela experiência direta sobre o terreno – continua oferecendo sua contribuição para a construção do bem comum, recordando a cada um seu dever de promover e tutelar a vida humana em todas as suas fases e de sustentar com os fatos a família; esta continua sendo, de fato, a primeira realidade onde podem crescer pessoas livres e responsáveis, formadas nesses valores profundos que abrem à fraternidade e que permitem enfrentar também as adversidades da vida.”
Fonte: Zenit.
Bento XVI fez um apelo a que os prelados alentem os católicos a participar da vida pública.
“A fé, de fato, não é alienação: são outras as experiências que contaminam a dignidade do homem e a qualidade da convivência social”, disse.
“Em cada época histórica, o encontro com a palavra sempre nova do Evangelho foi manancial de civilização, construiu pontes entre os povos e enriqueceu o tecido de nossas cidades, expressando-se na cultura, nas artes e, não em último lugar, nas mil formas da caridade.”
O Papa pediu aos bispos que estimulem os fiéis leigos a “vencer todo espírito de fechamento, distração e indiferença, e a participar em primeira pessoa na vida pública”, para construir uma sociedade que respeite plenamente a dignidade humana.
Bento XVI insistiu na importância das “iniciativas de formação inspiradas na doutrina social da Igreja, para que quem esteja chamado a responsabilidades políticas e administrativas não seja vítima da tentação de explorar sua posição por interesses pessoais ou por sede de poder”.
É muito importante também – sublinhou – “apoiar a vasta rede de agregações e associações que promovem obras de caráter cultural, social e caritativo”.
Ao falar sobre a Itália, o Papa destacou que o país deve se orgulhar da presença e da ação da Igreja. Esta não persegue privilégios nem pretende substituir as responsabilidades das instituições políticas; respeitosa da legítima laicidade do Estado, está atenta em apoiar os direito fundamentais do homem”.
“A Igreja – forte por uma reflexão colegial e pela experiência direta sobre o terreno – continua oferecendo sua contribuição para a construção do bem comum, recordando a cada um seu dever de promover e tutelar a vida humana em todas as suas fases e de sustentar com os fatos a família; esta continua sendo, de fato, a primeira realidade onde podem crescer pessoas livres e responsáveis, formadas nesses valores profundos que abrem à fraternidade e que permitem enfrentar também as adversidades da vida.”
Fonte: Zenit.
Irlanda: número de abortos cai pelo 9º ano
Os últimos números sobre o aborto na Irlanda, divulgados anteontem pelo Departamento de Saúde britânico, mostram uma diminuição do número de mulheres irlandesas que viajam à Inglaterra para abortar.
Os números foram divulgados no Summary Abortion Statistics of the Statistical Bulletin of England and Wales: 2010.
Em 2010, 4.402 mulheres irlandesas viajaram à Bretanha para abortar, número que está abaixo de 4.422, que corresponde ao ano anterior. É o nono ano consecutivo em que os abortos irlandeses diminuem, depois de mais de uma década de tendência a subir. Esta cifra marca uma diminuição de 34% desde o máximo de abortos, cerca de 6.673, número alcançado em 2001.
Em resposta a estes números, a Dra. Ruth Cullen, de Pro-Life Campaign, disse que sua organização “acolhe com satisfação a contínua tendência à baixa no número de abortos” e rejeita a ideia de que a “redução dos abortos seja resultado de que as irlandesas viajam a outros países para abortar, e não à Inglaterra”.
“Isso é puramente hipotético e não há evidências estatísticas que apoiem estas afirmações – disse. De fato, números oficiais de países como a Holanda mostram uma clara diminuição de abortos de estrangeiras.”
Durante os últimos 9 anos, houve uma diminuição de 34% no número de abortos na Irlanda.
“É uma tendência extremamente alentadora e deveria ser acolhida com alegria pelos partidários de ambas as partes do debate do aborto”, disse Cullen. Durante anos, os partidários do aborto diziam que a tendência ao aumento dos abortos era inevitável. Estas afirmações se demonstraram falsas.
A porcentagem de abortos na Irlanda é agora de 4,4 para cada 1000 mulheres do país, com idade entre os 15 e os 44 anos, enquanto na Inglaterra é de 17,5.
Fonte: Zenit.
Os números foram divulgados no Summary Abortion Statistics of the Statistical Bulletin of England and Wales: 2010.
Em 2010, 4.402 mulheres irlandesas viajaram à Bretanha para abortar, número que está abaixo de 4.422, que corresponde ao ano anterior. É o nono ano consecutivo em que os abortos irlandeses diminuem, depois de mais de uma década de tendência a subir. Esta cifra marca uma diminuição de 34% desde o máximo de abortos, cerca de 6.673, número alcançado em 2001.
Em resposta a estes números, a Dra. Ruth Cullen, de Pro-Life Campaign, disse que sua organização “acolhe com satisfação a contínua tendência à baixa no número de abortos” e rejeita a ideia de que a “redução dos abortos seja resultado de que as irlandesas viajam a outros países para abortar, e não à Inglaterra”.
“Isso é puramente hipotético e não há evidências estatísticas que apoiem estas afirmações – disse. De fato, números oficiais de países como a Holanda mostram uma clara diminuição de abortos de estrangeiras.”
Durante os últimos 9 anos, houve uma diminuição de 34% no número de abortos na Irlanda.
“É uma tendência extremamente alentadora e deveria ser acolhida com alegria pelos partidários de ambas as partes do debate do aborto”, disse Cullen. Durante anos, os partidários do aborto diziam que a tendência ao aumento dos abortos era inevitável. Estas afirmações se demonstraram falsas.
A porcentagem de abortos na Irlanda é agora de 4,4 para cada 1000 mulheres do país, com idade entre os 15 e os 44 anos, enquanto na Inglaterra é de 17,5.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Apresentado o Encontro Mundial das Famílias 2012
Começou a contagem regressiva para o evento que transformará Milão na capital mundial da família entre 29 de maio e 3 de junho de 2012.
Ali acontecerá o Encontro Mundial das Famílias, um acontecimento desejado por João Paulo II em 1994, e que nesta edição tem como tema: “A família: o trabalho e a festa”.
A um ano do acontecimento, a Sala de Imprensa vaticana acolheu nessa terça-feira uma conferência de apresentação do documento publicado pela Libreria Editrice Vaticana que recolhe o tema do encontro e oferece as trilhas de reflexão para sua preparação.
O documento foi publicado em italiano, inglês, espanhol, francês, alemão, português e polonês. Reúne dez catequeses bíblicas, modeladas sobre a forma da lectio divina, acompanhadas por textos do magistério. O material encerra com perguntas para os casais e para os grupos familiares e as comunidades.
Tudo isso junto a obras artísticas que ilustram os principais conteúdos: da Sagrada Família de Rembrandt ao Grupo Familiar de Henry Moore, ou as Bodas de Caná de Paolo Veronese.
Os textos das catequeses, realizados pela diocese de Milão e pelo Conselho Pontifício para a Família, articulam-se em três grupos: família, trabalho e festa.
Durante a coletiva de imprensa, o cardeal Dionigi Tettamanzi, arcebispo de Milão, afirmou que este subsídio articula “o caminho de tantas dioceses no mundo e quer ser um instrumento útil não só para as iniciativas da pastoral familiar e do trabalho”.
“A questão – explicou é que o trabalho e a festa são dimensões antropológicas de todo lugar e de todo tempo e incidem sobretudo na estruturação da família. Nosso ser católicos converte-se assim em um modo singular e original – segundo a verdade do Espírito do Senhor Jesus – de viver desafios que são extamente os de cada família”.
Dom Franco Giulio Brambilla, bispo auxiliar de Milão e coordenador do grupo para a redação das catequeses preparatórias, explicou que as palavras “família, trabalho e festa formam um trinômio que parte da família para abri-la ao mundo: o trabalho e a festa são formas como a família vive o ‘espaço’ social e o ‘tempo’ humano”.
“As catequeses – explicou o bispo – tentam desfazer o nó do tema da tensão entre família e sociedade. A família tende a viver seu próprio mundo na esfera privada e a sociedade pensa-se e projeta-se como um conjunto de indivíduos”.
“À vida civil – destacou – custa levar em conta os vínculos sociais que a precedem, e empurra a família para seu regime de segregação, enquanto que a experiência familiar vive a fragilidade e é particularmente vulnerável aos processos sociais, em particular os que incidem na vida cotidiana, como o trabalho e o tempo livre. Portanto, as catequeses partem da vida cotidiana para abri-la ao mundo”.
“Assim – prosseguiu o bispo auxiliar de Milão – as atuais relações familiares, por um lado, devem-se colocar de forma realista nas formas atuais com as que o trabalho e o tempo livre influenciam na vida de casal e a educação dos filhos.”
“Por outro lado, poderão se converter em ocasião para transformar o mundo mediante o trabalho e para humanizar o tempo mediante o sentido cristão da festa, em particular do domingo.”
Por sua parte, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, destacou que no Encontro Mundial se dará um espaço especial para as crianças, de modo que passa acontecer “quase um congresso paralelo para elas”.
Ele disse que os dois últimos dias do evento contarão com a presença de Bento XVI, que presidirá às celebrações culminantes.
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Na internet: www.family2012.com
Fonte: Zenit.
Ali acontecerá o Encontro Mundial das Famílias, um acontecimento desejado por João Paulo II em 1994, e que nesta edição tem como tema: “A família: o trabalho e a festa”.
A um ano do acontecimento, a Sala de Imprensa vaticana acolheu nessa terça-feira uma conferência de apresentação do documento publicado pela Libreria Editrice Vaticana que recolhe o tema do encontro e oferece as trilhas de reflexão para sua preparação.
O documento foi publicado em italiano, inglês, espanhol, francês, alemão, português e polonês. Reúne dez catequeses bíblicas, modeladas sobre a forma da lectio divina, acompanhadas por textos do magistério. O material encerra com perguntas para os casais e para os grupos familiares e as comunidades.
Tudo isso junto a obras artísticas que ilustram os principais conteúdos: da Sagrada Família de Rembrandt ao Grupo Familiar de Henry Moore, ou as Bodas de Caná de Paolo Veronese.
Os textos das catequeses, realizados pela diocese de Milão e pelo Conselho Pontifício para a Família, articulam-se em três grupos: família, trabalho e festa.
Durante a coletiva de imprensa, o cardeal Dionigi Tettamanzi, arcebispo de Milão, afirmou que este subsídio articula “o caminho de tantas dioceses no mundo e quer ser um instrumento útil não só para as iniciativas da pastoral familiar e do trabalho”.
“A questão – explicou é que o trabalho e a festa são dimensões antropológicas de todo lugar e de todo tempo e incidem sobretudo na estruturação da família. Nosso ser católicos converte-se assim em um modo singular e original – segundo a verdade do Espírito do Senhor Jesus – de viver desafios que são extamente os de cada família”.
Dom Franco Giulio Brambilla, bispo auxiliar de Milão e coordenador do grupo para a redação das catequeses preparatórias, explicou que as palavras “família, trabalho e festa formam um trinômio que parte da família para abri-la ao mundo: o trabalho e a festa são formas como a família vive o ‘espaço’ social e o ‘tempo’ humano”.
“As catequeses – explicou o bispo – tentam desfazer o nó do tema da tensão entre família e sociedade. A família tende a viver seu próprio mundo na esfera privada e a sociedade pensa-se e projeta-se como um conjunto de indivíduos”.
“À vida civil – destacou – custa levar em conta os vínculos sociais que a precedem, e empurra a família para seu regime de segregação, enquanto que a experiência familiar vive a fragilidade e é particularmente vulnerável aos processos sociais, em particular os que incidem na vida cotidiana, como o trabalho e o tempo livre. Portanto, as catequeses partem da vida cotidiana para abri-la ao mundo”.
“Assim – prosseguiu o bispo auxiliar de Milão – as atuais relações familiares, por um lado, devem-se colocar de forma realista nas formas atuais com as que o trabalho e o tempo livre influenciam na vida de casal e a educação dos filhos.”
“Por outro lado, poderão se converter em ocasião para transformar o mundo mediante o trabalho e para humanizar o tempo mediante o sentido cristão da festa, em particular do domingo.”
Por sua parte, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, destacou que no Encontro Mundial se dará um espaço especial para as crianças, de modo que passa acontecer “quase um congresso paralelo para elas”.
Ele disse que os dois últimos dias do evento contarão com a presença de Bento XVI, que presidirá às celebrações culminantes.
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Na internet: www.family2012.com
Fonte: Zenit.
Aquele abraço de João Paulo II e do rabino
O papa do diálogo, dos jovens e da comunicação, mas também da primeira visita oficial a uma sinagoga. “Não, senhorita, Wojtyla não foi o primeiro”: o rabino chefe de Roma, Riccardo Di Segni, brinca com a apresentadora no concerto organizado em 18 de maio pela Roma Capitale para encerrar os eventos comemorativos da beatificação de João Paulo II. Di Segni subiu ao palco do Auditorium della Conciliazione para falar do “feeling” especial do papa polonês com o judaísmo.
“Para sermos precisos”, disse ele, “o primeiro pontífice a visitar uma sinagoga foi Pedro”. No meio do público, de milhares de espectadores, havia uma delegação de judeus, composta, entre outros, pelo presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Renzo Gattegna, e pelo assessor da Comunidade Judaica de Roma, Ruben Della Rocca, em representação do presidente, Riccardo Pacifici.
Alternaram-se no palco artistas famosos e testemunhas “especiais” do vínculo de Wojtyla com Di Segni durante os 27 anos do pontificado, como o ex-porta-voz vaticano Joaquín Navarro-Valls e Dom Slawomir Oder. Eles repassaram as “páginas viradas” por Wojtyla na história da relação entre ambas religiões.
Como em 13 de abril de 1986, quando João Paulo II atravessou o limiar do Templo de Roma. Di Segni, então jovem ministro do culto, se lembra assim do acontecimento: “Era a sensação de viver um momento histórico”. E tanta foi a surpresa “que não era pouca a perplexidade com os problemas protocolares a resolver. Tínhamos que criar tudo”. Não havia preparação: nunca tinha havido um precedente daquela transcendência.
Di Segni explica que era uma novidade absoluta aquele encontro entre o papa e o ex-rabino chefe de Roma, Elio Toaff, hoje com 96 anos: “Dizem que eu cantei, mas posso garantir que isso não corresponde à realidade. Aliás”, ironiza, bem ao seu estilo, dando a entender sua pouca capacidade para o canto, “não choveu naquele dia”. Inesquecível o abraço entre os dois, que sintetizava tantas palavras não ditas para desfazer outras tantas incompreensões. “Entre eles havia um feeling especial”, comenta Di Segni.
O próprio Toaff, em sua obra “Pérfidos judeus, irmãos maiores", escreve: “Entramos juntos no Templo. Passei pelo público silencioso, em pé, como num sonho, com o papa ao meu lado, e, atrás, cardeais, prelados e rabinos: uma comitiva insólita, certamente única na história da sinagoga. Subimos para a Tevá e nos voltamos para o público. E então explodiu o aplauso, irrefreável, quando o papa disse: “Sois nossos irmãos prediletos, e de certa forma, poderíamos dizer, nossos irmãos maiores”.
Não por acaso, o nome de Toaff, junto com o do então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, hoje o papa Bento XVI, e o do cardeal Stanisław Dziwisz, atual arcebispo de Cracóvia e durante quarenta anos secretário particular de Wojtyla, é um dos três publicados no testamento espiritual do pontífice polonês “como prova ulterior de um vínculo que vai além da oficialidade. Uma simpatia substancial que leva à amizade onde o perfil doutrinal pode criar problemas”.
O rabino ressalta o sentido da palavra "diálogo", que muitos observadores usaram para falar da ruptura de certas rigidezes do passado: “O diálogo entre judaísmo e cristianismo já estava bem encaminhado, mas era um diálogo principalmente entre eruditos e teólogos. Um diálogo em que faltava o aspecto humano, e Wojtyla foi capaz de captar essa necessidade”.
Em resumo, conclui Di Segni, “esse papa soube quebrar o gelo e hoje todos entendemos que o gesto dele mudou para sempre a atmosfera das nossas relações”.
Fonte: Zenit.
“Para sermos precisos”, disse ele, “o primeiro pontífice a visitar uma sinagoga foi Pedro”. No meio do público, de milhares de espectadores, havia uma delegação de judeus, composta, entre outros, pelo presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Renzo Gattegna, e pelo assessor da Comunidade Judaica de Roma, Ruben Della Rocca, em representação do presidente, Riccardo Pacifici.
Alternaram-se no palco artistas famosos e testemunhas “especiais” do vínculo de Wojtyla com Di Segni durante os 27 anos do pontificado, como o ex-porta-voz vaticano Joaquín Navarro-Valls e Dom Slawomir Oder. Eles repassaram as “páginas viradas” por Wojtyla na história da relação entre ambas religiões.
Como em 13 de abril de 1986, quando João Paulo II atravessou o limiar do Templo de Roma. Di Segni, então jovem ministro do culto, se lembra assim do acontecimento: “Era a sensação de viver um momento histórico”. E tanta foi a surpresa “que não era pouca a perplexidade com os problemas protocolares a resolver. Tínhamos que criar tudo”. Não havia preparação: nunca tinha havido um precedente daquela transcendência.
Di Segni explica que era uma novidade absoluta aquele encontro entre o papa e o ex-rabino chefe de Roma, Elio Toaff, hoje com 96 anos: “Dizem que eu cantei, mas posso garantir que isso não corresponde à realidade. Aliás”, ironiza, bem ao seu estilo, dando a entender sua pouca capacidade para o canto, “não choveu naquele dia”. Inesquecível o abraço entre os dois, que sintetizava tantas palavras não ditas para desfazer outras tantas incompreensões. “Entre eles havia um feeling especial”, comenta Di Segni.
O próprio Toaff, em sua obra “Pérfidos judeus, irmãos maiores", escreve: “Entramos juntos no Templo. Passei pelo público silencioso, em pé, como num sonho, com o papa ao meu lado, e, atrás, cardeais, prelados e rabinos: uma comitiva insólita, certamente única na história da sinagoga. Subimos para a Tevá e nos voltamos para o público. E então explodiu o aplauso, irrefreável, quando o papa disse: “Sois nossos irmãos prediletos, e de certa forma, poderíamos dizer, nossos irmãos maiores”.
Não por acaso, o nome de Toaff, junto com o do então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, hoje o papa Bento XVI, e o do cardeal Stanisław Dziwisz, atual arcebispo de Cracóvia e durante quarenta anos secretário particular de Wojtyla, é um dos três publicados no testamento espiritual do pontífice polonês “como prova ulterior de um vínculo que vai além da oficialidade. Uma simpatia substancial que leva à amizade onde o perfil doutrinal pode criar problemas”.
O rabino ressalta o sentido da palavra "diálogo", que muitos observadores usaram para falar da ruptura de certas rigidezes do passado: “O diálogo entre judaísmo e cristianismo já estava bem encaminhado, mas era um diálogo principalmente entre eruditos e teólogos. Um diálogo em que faltava o aspecto humano, e Wojtyla foi capaz de captar essa necessidade”.
Em resumo, conclui Di Segni, “esse papa soube quebrar o gelo e hoje todos entendemos que o gesto dele mudou para sempre a atmosfera das nossas relações”.
Fonte: Zenit.
Papa fala sobre noite em que o homem busca Deus
Toda a vida do homem é uma “longa noite de luta e oração”, na qual ele busca “reconhecer o rosto de Deus”, algo que só se pode receber como um dom.
Esta foi a reflexão do Papa Bento XVI hoje, em uma nova catequese, dentro do ciclo sobre a oração cristã, que está oferecendo em cada audiência geral.
Após falar da oração de intercessão de Abraão na semana passada, o Santo Padre quis refletir sobre uma passagem singular da Escritura, quando o patriarca Jacó luta com um desconhecido durante a noite, no vau de Jaboc, no capítulo 32 do Gênesis.
Nesta passagem, o conhecido patriarca que conseguiu, com enganos, roubar a primogenitura do seu irmão Esaú e que com a mesma astúcia se enriquece longe de casa, quando volta para enfrentar seu irmão, encontra-se à noite, sozinho, lutando contra um desconhecido, nesse vale de Canaã.
Finalmente, Jacó, reconhecendo no adversário o próprio Deus, entrega-se em suas mãos, pede para ser abençoado por ele e recebe o nome de Israel, que significa “Deus forte”.
Este episódio “se mostra ao crente como texto paradigmático no qual o povo de Israel fala da sua própria origem e delineia os traços de uma relação especial entre Deus e o homem”, enquanto “a tradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança”.
O texto bíblico, explicou o Papa, “nos fala da longa noite da busca de Deus, da luta para conhecer o nome e ver seu rosto; é a noite da oração que, com tenacidade e perseverança, pede a Deus a bênção e um nome novo, uma nova realidade, fruto da conversão e do perdão”.
A noite de Jacó no vau de Jaboc “se converte, assim, para o crente, em um ponto de referência para entender a relação com Deus que, na oração, encontra sua máxima expressão”.
A oração, afirmou o Papa, “exige confiança, proximidade, quase um corpo a corpo simbólico, não com um Deus adversário e inimigo, mas com um Senhor que abençoa e que permanece sempre misterioso, que aparece como inalcançável”.
“Por isso, o autor sacro utiliza o símbolo da luta, que envolve força de ânimo, perseverança, tenacidade em alcançar o que se deseja. E se o objeto do desejo é a relação com Deus, sua bênção e seu amor, então a luta só pode culminar no dom de si mesmo a Deus, no reconhecimento da própria fraqueza, que vence quando consegue abandonar-se nas mãos misericordiosas de Deus.”
Toda a vida do homem, sublinhou o Santo Padre, “é como esta longa noite de luta e de oração, de consumar no desejo e na petição de uma bênção de Deus que não pode ser arrancada ou conseguida somente com as nossas forças, mas que deve ser recebida com humildade d'Ele”.
“Aquele que se deixa abençoar por Deus, abandona-se n'Ele, deixa-se transformar por Ele, torna o mundo abençoado. Que o Senhor nos ajude a combater a boa batalha da fé e a pedir, na nossa oração, a sua bênção, para que nos renove na espera de ver seu rosto”, concluiu.
Fonte: Zenit.
Esta foi a reflexão do Papa Bento XVI hoje, em uma nova catequese, dentro do ciclo sobre a oração cristã, que está oferecendo em cada audiência geral.
Após falar da oração de intercessão de Abraão na semana passada, o Santo Padre quis refletir sobre uma passagem singular da Escritura, quando o patriarca Jacó luta com um desconhecido durante a noite, no vau de Jaboc, no capítulo 32 do Gênesis.
Nesta passagem, o conhecido patriarca que conseguiu, com enganos, roubar a primogenitura do seu irmão Esaú e que com a mesma astúcia se enriquece longe de casa, quando volta para enfrentar seu irmão, encontra-se à noite, sozinho, lutando contra um desconhecido, nesse vale de Canaã.
Finalmente, Jacó, reconhecendo no adversário o próprio Deus, entrega-se em suas mãos, pede para ser abençoado por ele e recebe o nome de Israel, que significa “Deus forte”.
Este episódio “se mostra ao crente como texto paradigmático no qual o povo de Israel fala da sua própria origem e delineia os traços de uma relação especial entre Deus e o homem”, enquanto “a tradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança”.
O texto bíblico, explicou o Papa, “nos fala da longa noite da busca de Deus, da luta para conhecer o nome e ver seu rosto; é a noite da oração que, com tenacidade e perseverança, pede a Deus a bênção e um nome novo, uma nova realidade, fruto da conversão e do perdão”.
A noite de Jacó no vau de Jaboc “se converte, assim, para o crente, em um ponto de referência para entender a relação com Deus que, na oração, encontra sua máxima expressão”.
A oração, afirmou o Papa, “exige confiança, proximidade, quase um corpo a corpo simbólico, não com um Deus adversário e inimigo, mas com um Senhor que abençoa e que permanece sempre misterioso, que aparece como inalcançável”.
“Por isso, o autor sacro utiliza o símbolo da luta, que envolve força de ânimo, perseverança, tenacidade em alcançar o que se deseja. E se o objeto do desejo é a relação com Deus, sua bênção e seu amor, então a luta só pode culminar no dom de si mesmo a Deus, no reconhecimento da própria fraqueza, que vence quando consegue abandonar-se nas mãos misericordiosas de Deus.”
Toda a vida do homem, sublinhou o Santo Padre, “é como esta longa noite de luta e de oração, de consumar no desejo e na petição de uma bênção de Deus que não pode ser arrancada ou conseguida somente com as nossas forças, mas que deve ser recebida com humildade d'Ele”.
“Aquele que se deixa abençoar por Deus, abandona-se n'Ele, deixa-se transformar por Ele, torna o mundo abençoado. Que o Senhor nos ajude a combater a boa batalha da fé e a pedir, na nossa oração, a sua bênção, para que nos renove na espera de ver seu rosto”, concluiu.
Fonte: Zenit.
Resgatar chama da fé que ainda brilha na Europa
Diante do crescente secularismo, o Conselho Pontifício para a Nova Evangelização foi instituído no ano passado para propiciar “um impulso missionário capaz de promover uma nova evangelização”, segundo indica o Motu próprio Ubicumque et Semper, publicado em 12 de outubro de 2010.
O primeiro presidente deste dicastério, Dom Rino Fisichella, assegurou que, com este novo organismo da Santa Sé, busca-se enfrentar o “subjetivismo da nossa época”, que se fecha “em um individualismo privado de responsabilidades públicas e sociais”.
O arcebispo colombiano Dom Octavio Ruiz Arenas, quem desempenha a função de vice-presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, foi nomeado, em 14 de maio, como primeiro secretário do novo dicastério.
Nesta entrevista com ZENIT, da capital uruguaia, onde se realizou a 33ª Assembleia Ordinária do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Dom Ruiz falou da sua nova missão na Santa Sé.
Como o senhor recebe esta nova nomeação do Santo Padre?
Dom Octavio Ruiz: Recebo esta nomeação do Santo Padre com humildade e gratidão. Humildade porque se trata de uma grande responsabilidade, na qual deverei aprender muito, orar intensamente, estudar e refletir, para tentar cumprir da melhor maneira este serviço eclesial. Com gratidão, porque é pela bondade do Santo Padre e pela estima que ele tem por mim, já que fui durante mais de 11 anos um dos seus colaboradores na Congregação para a Doutrina da Fé, que agora me chama para ser secretário deste novo dicastério da Santa Sé, que está tão profundamente arraigado no seu coração.
Como foi a sua experiência no episcopado colombiano e depois como vice-presidente da Comissão para a América Latina?
Dom Octavio Ruiz: Minha experiência como bispo auxiliar de Bogotá, e depois como arcebispo de Villavicencio, foi muito enriquecedora na minha vivência pastoral, já que em ambos os lugares tive a oportunidade de trabalhar intensamente na elaboração dos respectivos planos de pastoral, dentro precisamente da preocupação de colocar em marcha o convite de João Paulo II à nova evangelização. Minha experiência como vice-presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina durante 4 anos me permitiu ter um contato direto e fraterno com as diretivas do CELAM, com as conferências episcopais e com muitas organizações eclesiais latino-americanas, que, de uma maneira ou de outra, estão interessadas em levar a cabo esta tarefa evangelizadora. Igualmente, tive a oportunidade não somente de visitar grande parte dos países latino-americanos e do Caribe, mas pude acompanhar muito de perto os processos que as conferências episcopais foram iniciando para a “missão continental”.
Este dicastério se centra na evangelização da Europa, segundo disse o Papa. Por que o senhor acha que nomearam um colombiano como secretário?
Dom Octavio Ruiz: O Papa Bento XVI tem um grande interesse pelo continente europeu, que, como sabemos, foi invadido pelo secularismo, esquecendo e deixando de lado suas raízes cristãs. A Igreja tem de se dedicar com decisão e entusiasmo a resgatar a chama que ainda brilha nesses países. É preciso levar em consideração, além disso, que o próprio Papa expressou que, ainda que a nova evangelização se encaminhe principalmente, neste momento, à Europa, a América Latina também está chamada a realizar esta nova evangelização, pelos problemas que está enfrentando, pela influência de novas correntes culturais, pelo enfraquecimento da vida cristã em nossos países e pelo avanço de muitos grupos religiosos não-católicos que estão recrutando os nossos fiéis.
Pois bem, quando o Papa João Paulo II começou a falar da nova evangelização, ele lançou um apelo à América Latina, apelo que não deixou de fazer ao longo do seu pontificado, em muitas circunstâncias, em suas viagens, em seus diálogos durante as visitas ad limina. Neste sentido, a nomeação de um bispo latino-americano não deve estranhar, já que se trata de uma região enorme do mundo, na qual se encontra quase a metade dos católicos e que, durante quase 30 anos, vem refletindo e fazendo o esforço de realizar a nova evangelização.
No entanto, na América Latina também cresce este processo de secularismo...
Dom Octavio Ruiz: Sem dúvida, a América Latina também vive isso, mas, ao mesmo tempo, sofre as consequências de um mundo globalizado. As influências externas, os avanços tecnológicos da mídia, o fluxo migratório e muitas outras circunstâncias não eximem nosso Continente de ser afetado pelo secularismo e pela perda da fé. A isso se acrescenta a indiferença religiosa e o avanço do agnosticismo.
Como fazer que esta nova evangelização seja mais eficaz e coerente?
Dom Octavio Ruiz: A nova evangelização tem de seguir o que dizia o Beato João Paulo II: novo ardor, novos métodos, novas expressões. Trata-se de anunciar o Evangelho de sempre, o único, isto é, a pessoa de Jesus Cristo, com toda a clareza e integridade de que nos falava Paulo VI na Evangelii nuntiandi. Temos, então, de buscar a maneira de conhecer a cultura particular de cada povo no qual se fará a evangelização, para encontrar as expressões adequadas, que, sem trair a mensagem, cheguem ao ouvido das pessoas. Os métodos são de grande importância, pois é preciso encontrar a forma de chegar aos que estão afastados, mas com tal ardor, convicção e testemunho pessoal, que atraia a mensagem de um Deus vivo, próximo e cheio de amor, que quer dar sentido à nossa existência. Mas não podemos nos limitar a simples estratégias ou técnicas, porque não podemos esquecer que o grande evangelizador é o Espírito Santo, razão pela qual precisamos de muita oração e de um grande convencimento, bem como da alegria de ter encontrado pessoalmente Jesus Cristo, dentro desta grande comunidade que é a Igreja.
No ano que vem se realizará um sínodo dedicado à nova evangelização. O que o senhor espera desta transcendente reunião?
Dom Octavio Ruiz: No próximo sínodo, convocado por Bento XVI para outubro de 2012, teremos a oportunidade de escutar os delegados de toda a Igreja. Lá poderemos conhecer as grandes inquietudes do mundo atual e dos diversos continentes, suas preocupações, suas esperanças. Ao mesmo tempo, poderemos traduzir em conhecimentos os esforços que já estão sendo realizados para levar a cabo a nova evangelização. Os resultados que saírem de lá – e a posterior exortação apostólica que o Santo Padre nos dará – constituirão a bússola do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
Fonte: Zenit - (Carmen Elena Villa)
O primeiro presidente deste dicastério, Dom Rino Fisichella, assegurou que, com este novo organismo da Santa Sé, busca-se enfrentar o “subjetivismo da nossa época”, que se fecha “em um individualismo privado de responsabilidades públicas e sociais”.
O arcebispo colombiano Dom Octavio Ruiz Arenas, quem desempenha a função de vice-presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, foi nomeado, em 14 de maio, como primeiro secretário do novo dicastério.
Nesta entrevista com ZENIT, da capital uruguaia, onde se realizou a 33ª Assembleia Ordinária do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Dom Ruiz falou da sua nova missão na Santa Sé.
Como o senhor recebe esta nova nomeação do Santo Padre?
Dom Octavio Ruiz: Recebo esta nomeação do Santo Padre com humildade e gratidão. Humildade porque se trata de uma grande responsabilidade, na qual deverei aprender muito, orar intensamente, estudar e refletir, para tentar cumprir da melhor maneira este serviço eclesial. Com gratidão, porque é pela bondade do Santo Padre e pela estima que ele tem por mim, já que fui durante mais de 11 anos um dos seus colaboradores na Congregação para a Doutrina da Fé, que agora me chama para ser secretário deste novo dicastério da Santa Sé, que está tão profundamente arraigado no seu coração.
Como foi a sua experiência no episcopado colombiano e depois como vice-presidente da Comissão para a América Latina?
Dom Octavio Ruiz: Minha experiência como bispo auxiliar de Bogotá, e depois como arcebispo de Villavicencio, foi muito enriquecedora na minha vivência pastoral, já que em ambos os lugares tive a oportunidade de trabalhar intensamente na elaboração dos respectivos planos de pastoral, dentro precisamente da preocupação de colocar em marcha o convite de João Paulo II à nova evangelização. Minha experiência como vice-presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina durante 4 anos me permitiu ter um contato direto e fraterno com as diretivas do CELAM, com as conferências episcopais e com muitas organizações eclesiais latino-americanas, que, de uma maneira ou de outra, estão interessadas em levar a cabo esta tarefa evangelizadora. Igualmente, tive a oportunidade não somente de visitar grande parte dos países latino-americanos e do Caribe, mas pude acompanhar muito de perto os processos que as conferências episcopais foram iniciando para a “missão continental”.
Este dicastério se centra na evangelização da Europa, segundo disse o Papa. Por que o senhor acha que nomearam um colombiano como secretário?
Dom Octavio Ruiz: O Papa Bento XVI tem um grande interesse pelo continente europeu, que, como sabemos, foi invadido pelo secularismo, esquecendo e deixando de lado suas raízes cristãs. A Igreja tem de se dedicar com decisão e entusiasmo a resgatar a chama que ainda brilha nesses países. É preciso levar em consideração, além disso, que o próprio Papa expressou que, ainda que a nova evangelização se encaminhe principalmente, neste momento, à Europa, a América Latina também está chamada a realizar esta nova evangelização, pelos problemas que está enfrentando, pela influência de novas correntes culturais, pelo enfraquecimento da vida cristã em nossos países e pelo avanço de muitos grupos religiosos não-católicos que estão recrutando os nossos fiéis.
Pois bem, quando o Papa João Paulo II começou a falar da nova evangelização, ele lançou um apelo à América Latina, apelo que não deixou de fazer ao longo do seu pontificado, em muitas circunstâncias, em suas viagens, em seus diálogos durante as visitas ad limina. Neste sentido, a nomeação de um bispo latino-americano não deve estranhar, já que se trata de uma região enorme do mundo, na qual se encontra quase a metade dos católicos e que, durante quase 30 anos, vem refletindo e fazendo o esforço de realizar a nova evangelização.
No entanto, na América Latina também cresce este processo de secularismo...
Dom Octavio Ruiz: Sem dúvida, a América Latina também vive isso, mas, ao mesmo tempo, sofre as consequências de um mundo globalizado. As influências externas, os avanços tecnológicos da mídia, o fluxo migratório e muitas outras circunstâncias não eximem nosso Continente de ser afetado pelo secularismo e pela perda da fé. A isso se acrescenta a indiferença religiosa e o avanço do agnosticismo.
Como fazer que esta nova evangelização seja mais eficaz e coerente?
Dom Octavio Ruiz: A nova evangelização tem de seguir o que dizia o Beato João Paulo II: novo ardor, novos métodos, novas expressões. Trata-se de anunciar o Evangelho de sempre, o único, isto é, a pessoa de Jesus Cristo, com toda a clareza e integridade de que nos falava Paulo VI na Evangelii nuntiandi. Temos, então, de buscar a maneira de conhecer a cultura particular de cada povo no qual se fará a evangelização, para encontrar as expressões adequadas, que, sem trair a mensagem, cheguem ao ouvido das pessoas. Os métodos são de grande importância, pois é preciso encontrar a forma de chegar aos que estão afastados, mas com tal ardor, convicção e testemunho pessoal, que atraia a mensagem de um Deus vivo, próximo e cheio de amor, que quer dar sentido à nossa existência. Mas não podemos nos limitar a simples estratégias ou técnicas, porque não podemos esquecer que o grande evangelizador é o Espírito Santo, razão pela qual precisamos de muita oração e de um grande convencimento, bem como da alegria de ter encontrado pessoalmente Jesus Cristo, dentro desta grande comunidade que é a Igreja.
No ano que vem se realizará um sínodo dedicado à nova evangelização. O que o senhor espera desta transcendente reunião?
Dom Octavio Ruiz: No próximo sínodo, convocado por Bento XVI para outubro de 2012, teremos a oportunidade de escutar os delegados de toda a Igreja. Lá poderemos conhecer as grandes inquietudes do mundo atual e dos diversos continentes, suas preocupações, suas esperanças. Ao mesmo tempo, poderemos traduzir em conhecimentos os esforços que já estão sendo realizados para levar a cabo a nova evangelização. Os resultados que saírem de lá – e a posterior exortação apostólica que o Santo Padre nos dará – constituirão a bússola do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
Fonte: Zenit - (Carmen Elena Villa)
Cardeal Maradiaga é reeleito presidente da Cáritas
O cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga foi eleito presidente da Cáritas Internacional para um segundo mandato de quatro anos, com 75% dos votos.
Na assembleia geral da confederação de organizações caritativas, que está sendo realizada em Roma desde o dia 22 de maio e que terminará no dia 27, os 300 representantes dos organismos membros também elegeram como tesoureiroJürg Krummenacher, tesoureiro interino há um ano.
No dia 26 de maio, deverão eleger o novo secretário-geral da Cáritas Internacional.
O cardeal Maradiaga, de 68 anos e arcebispo de Tegucigalpa, dirigiu o discurso de abertura à assembleia, no domingo passado. Nele, destacou o “diálogo construtivo com a Santa Sé sobre a dupla natureza, jurídica e teológica, da Cáritas Internacional”, que está se levando a cabo.
Em 2004, a Cáritas recebeu o status de “entidade jurídica pública”, com o qual, segundo o purpurado, “a Cáritas Internacional é um instrumento do Santo Padre”.
A função da Cáritas como organização da Igreja chamou a atenção no começo deste ano, quando o Vaticano denegou a Lesley-Anne Knight a possibilidade de ser reeleita como secretária-geral para um novo mandato.
O cardeal Maradiaga mencionou as tensões derivadas desta decisão. Disse que a situação causou queixas, mas acrescentou que “o que ela conseguiu deve continuar; precisamos, mais do que nunca, de um secretariado forte e um líder forte”.
“O diálogo com a Santa Sé sobre o nosso futuro comum e a nossa maneira de ser Igreja também deve continuar”, acrescentou.
O cardeal também indicou que uma maior ênfase na identidade católica não implica em proselitismo.
Citando a encíclica Deus caritas est, disse: “O trabalho verdadeiramente caritativo como tal é convincente por si mesmo e, quando se realiza de pessoa a pessoa, não precisa de outra legitimação, como diz claramente Bento XVI”.
“Os que praticam a caridade em nome da Igreja nunca devem buscar impor a fé da Igreja aos outros – afirmou. Percebem que um amor puro e generoso é o melhor testemunho do Deus em quem cremos e que nos impulsiona a amar.”
“Um cristão sabe quando é o momento de falar de Deus e quando é melhor não dizer nada e deixar que só o amor fale – acrescentou. Sabe que Deus é amor e que a presença de Deus se sente desde o momento em que o único que fazemos é amar.”
O cardeal explicou que o Vaticano convidou a aumentar o número de bispos da Cáritas que assistem à assembleia, para que participem do encontro mais de 50 prelados.
Também confirmou que o Conselho Pontifício Cor Unun está preparando um documento para enfatizar a responsabilidade dos bispos em suas Cáritas locais ou nacionais.
O purpurado disse que desde fevereiro se realiza um “amplo diálogo” entre o secretário de Estado e a Cáritas Internacional sobre os estatutos à luz da natureza jurídica dual como confederatio sui generis e entidade pública jurídica da Igreja. Disse que os estatutos não estão prontos para votação porque algumas questões ainda estão sendo debatidas.
Explicou que o próximo comitê executivo terá a tarefa de estabelecer as diretrizes “à luz e no espírito das nossas deliberações e no já produtivo diálogo com a Santa Sé”.
O cardeal disse que o próximo comitê executivo e o Santo Padre poderão aprovar os estatutos e as regras ad experimentum na próxima assembleia geral, em 2015.
O presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, cardeal Robert Sarah, destacou, em diálogo com ZENIT no último mês de fevereiro, que Lesley-Ann Knight “fez muito para tornar a confederação mais eficaz e mais profissional”.
E acrescentou: “Hoje, a Cáritas Internacional enfrenta desafios internos que incluem a revisão dos estatutos. Estes desafios se referem também à colaboração interna, à identidade católica da confederação, à cooperação com a Santa Sé, a uma maior participação dos diversos continentes e a uma compreensão mais justa da autonomia de cada membro da confederação".
Fonte: Zenit.
Na assembleia geral da confederação de organizações caritativas, que está sendo realizada em Roma desde o dia 22 de maio e que terminará no dia 27, os 300 representantes dos organismos membros também elegeram como tesoureiroJürg Krummenacher, tesoureiro interino há um ano.
No dia 26 de maio, deverão eleger o novo secretário-geral da Cáritas Internacional.
O cardeal Maradiaga, de 68 anos e arcebispo de Tegucigalpa, dirigiu o discurso de abertura à assembleia, no domingo passado. Nele, destacou o “diálogo construtivo com a Santa Sé sobre a dupla natureza, jurídica e teológica, da Cáritas Internacional”, que está se levando a cabo.
Em 2004, a Cáritas recebeu o status de “entidade jurídica pública”, com o qual, segundo o purpurado, “a Cáritas Internacional é um instrumento do Santo Padre”.
A função da Cáritas como organização da Igreja chamou a atenção no começo deste ano, quando o Vaticano denegou a Lesley-Anne Knight a possibilidade de ser reeleita como secretária-geral para um novo mandato.
O cardeal Maradiaga mencionou as tensões derivadas desta decisão. Disse que a situação causou queixas, mas acrescentou que “o que ela conseguiu deve continuar; precisamos, mais do que nunca, de um secretariado forte e um líder forte”.
“O diálogo com a Santa Sé sobre o nosso futuro comum e a nossa maneira de ser Igreja também deve continuar”, acrescentou.
O cardeal também indicou que uma maior ênfase na identidade católica não implica em proselitismo.
Citando a encíclica Deus caritas est, disse: “O trabalho verdadeiramente caritativo como tal é convincente por si mesmo e, quando se realiza de pessoa a pessoa, não precisa de outra legitimação, como diz claramente Bento XVI”.
“Os que praticam a caridade em nome da Igreja nunca devem buscar impor a fé da Igreja aos outros – afirmou. Percebem que um amor puro e generoso é o melhor testemunho do Deus em quem cremos e que nos impulsiona a amar.”
“Um cristão sabe quando é o momento de falar de Deus e quando é melhor não dizer nada e deixar que só o amor fale – acrescentou. Sabe que Deus é amor e que a presença de Deus se sente desde o momento em que o único que fazemos é amar.”
O cardeal explicou que o Vaticano convidou a aumentar o número de bispos da Cáritas que assistem à assembleia, para que participem do encontro mais de 50 prelados.
Também confirmou que o Conselho Pontifício Cor Unun está preparando um documento para enfatizar a responsabilidade dos bispos em suas Cáritas locais ou nacionais.
O purpurado disse que desde fevereiro se realiza um “amplo diálogo” entre o secretário de Estado e a Cáritas Internacional sobre os estatutos à luz da natureza jurídica dual como confederatio sui generis e entidade pública jurídica da Igreja. Disse que os estatutos não estão prontos para votação porque algumas questões ainda estão sendo debatidas.
Explicou que o próximo comitê executivo terá a tarefa de estabelecer as diretrizes “à luz e no espírito das nossas deliberações e no já produtivo diálogo com a Santa Sé”.
O cardeal disse que o próximo comitê executivo e o Santo Padre poderão aprovar os estatutos e as regras ad experimentum na próxima assembleia geral, em 2015.
O presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, cardeal Robert Sarah, destacou, em diálogo com ZENIT no último mês de fevereiro, que Lesley-Ann Knight “fez muito para tornar a confederação mais eficaz e mais profissional”.
E acrescentou: “Hoje, a Cáritas Internacional enfrenta desafios internos que incluem a revisão dos estatutos. Estes desafios se referem também à colaboração interna, à identidade católica da confederação, à cooperação com a Santa Sé, a uma maior participação dos diversos continentes e a uma compreensão mais justa da autonomia de cada membro da confederação".
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Guardando as chaves dos tesouros da Igreja
As tarefas diárias do padre agostiniano Pavol Benedik o põem em contato com alguns dos mais preciosos tesouros da Igreja: a Capela Sistina faz parte da sua rotina diária, bem como os ricos ornamentos e os cálices de pedras preciosas usados em homenagem a Nosso Senhor, ao longo da história.
O sacerdote esloveno é o sacristão papal desde 2006, tarefa que o coloca em contato frequente com os tesouros vivos da Igreja, como o Sucessor de Pedro e outros homens eclesiásticos importantes.
ZENIT falou com o Pe. Benedik sobre o seu trabalho.
Padre, o senhor trabalha em um lugar muito importante: é sacristão do Santo Padre. Além disso, é um sacerdote agostiniano. Por que foi sua ordem monástica a encarregada deste interessante e nobre serviço?
Padre Benedik: Mais ou menos desde o século XIII e XIV, as grandes ordens monásticas realizaram tarefas especiais para a Santa Sé. Durante muito tempo, os dominicanos foram os teólogos papais, os capuchinhos foram pregadores e ao redor do ano 1400 até quase 1600, os agostinianos trabalharam na sacristia. Parte do nosso serviço no passado consistiu em manter a biblioteca do Santo Padre. Mais tarde, as administrações da biblioteca e da sacristia se dividiram e nossa ordem ficou com a da sacristia. Então, é uma longa tradição religiosa para nós. Cuidamos dos elementos sagrados, dos que pertencem ao Santo Padre e também das capelas papais do Vaticano.
Até 1992, a pessoa que ocupava o meu cargo era sempre um bispo. Depois começou a ser um dos nossos irmãos. Pessoalmente, realizo este serviço desde 2006. Esta é a nossa tarefa, em cooperação com o mestre papal de cerimônias, o arcebispo Piero Marini.
Estamos sentados em seu escritório, ao lado da Capela Sistina. Ao nosso redor há armários de madeira. O que há dentro deles? Estão aqui as coisas do Papa atual?
Padre Benedik: Há muitas coisas, algumas delas antigas. Muitos objetos, no entanto, desapareceram com Napoleão Bonaparte, já que ele pegou e destruiu muitos tesouros: tiaras, cálices etc. Ele sabia que, depois da guerra, tinha de devolvê-los, devido aos acordos militares internacionais. Então, fundiu muitos cálices e outros objetos de grande valor histórico. Das quatro tiaras que ele roubou, nenhuma se salvou. A única coisa que pôde ser recuperada foi a esmeralda da tiara de Júlio II, que Napoleão colocou em uma tiara nova e a entregou a Pio VII. Temos também cálices do século XIV. Muitas das coisas que existem são dos tempos do Papa Leão XIII e Pio IX. Há vários ornamentos pontifícios.
Quando o senhor vê o Santo Padre? Como são seus encontros pessoais com ele?
Padre Benedik: Nós nos encontramos nas Missas públicas, na liturgia. Preparamos tudo aquilo de que ele precisa: as vestimentas, os ornamentos, tudo. Antes de começar a Santa Missa, ele permanece em silêncio, em oração, sem dizer nem uma palavra. Não fala porque não há necessidade disso.
Ele o avisa antes, para que o senhor prepare o que é preciso para a Missa?
Padre Benedik: Preparamos tudo em cooperação com o arcebispo Marini. Nunca tivemos nenhum problema, ainda que algumas vezes o arcebispo tenha dito que lhe haviam chamado ao terceiro andar (onde mora o Santo Padre) para fazer-lhe alguma consulta.
Bento XVI também celebra Missas privadas. Onde se levam a cabo e em que idioma?
Padre Benedik: As Missas privadas são celebradas sempre nos apartamentos papais, em sua capela. Ele celebra toda manhã, com seus secretários e com as irmãs da comunidade Memores Domini.
Também existem as chamadas Missas semipúblicas, nas quais há mais gente presente, mas a capela não é muito grande. Por razões de capacidade, usa-se a capela Redemptoris Mater ou a capela Paulina. A celebração é normalmente em latim e as leituras são feitas em italiano.
O Papa usa vestimentas e ornamentos que seus predecessores usaram? Ele recebe presentes desse tipo ou objetos para usar nas liturgias?
Padre Benedik: Naturalmente, ele usa objetos que foram usados pelos seus predecessores. Por exemplo, em 1º de janeiro, ele usou as vestimentas litúrgicas de Paulo VI. Também usou objetos dos séculos XVIII e XIX. Não é algo incomum.
Justamente depois da sua eleição, ele usou todas as coisas de João Paulo II, porque não tinha as de sua propriedade. Tinha apenas sua mitra de cardeal, e trocou a insígnia cardinalícia pela papal.
Se você me pergunta pela possibilidade de presentear o Papa com vestimentas, é claro que se pode; aliás, isso é muito importante. Também é possível dar outros presentes, dependendo de quem quer realizar a doação. Estes presentes são sinais de respeito. Muitos dos objetos que estão sob o nosso cuidado foram doados: cálices e outros objetos doados aos Papas Pio IX e Leão XIII. Normalmente são doações.
Como é o procedimento quando alguém quer dar um presente ao Papa? Aonde deve ir?
Padre Benedik: Se alguém quer fazer isso, deve escrever à prefeitura da Casa Pontifícia ou ao Ofício de Celebrações Litúrgicas. O presente se dá durante as audiências. Basta notificar previamente.
Bento XVI tem alguma pessoa ou empresa que confecciona suas vestes litúrgicas e sapatos?
Padre Benedik: Não, não existe apenas uma. Não acho que seria apropriado apoiar um monopólio. Se alguém nos doa alguma coisa, é outra questão, mas não quando nós encomendamos. Não vejo razão para que haja uma só empresa. O preço também conta. Escolhemos as melhores opções.
Do que o senhor mais gosta no seu trabalho? Poderia nos contar alguma experiência interessante?
Padre Benedik: É difícil escolher só uma coisa. Estou contente, pois o trabalho que realizo me satisfaz muito. Ele me oferece uma satisfação espiritual. Nunca pensei que chegaria até aqui. Meu superior geral me enviou para cá e me perguntou se eu gostaria; eu concordei (risos).
Também estou em contato com o Santo Padre. Ele é muito humilde e atento. Ele nunca fez uma petição especial. Veste-se de humildade e silêncio, e também isso constitui uma experiência espiritual intensa.
Além disso, conheço pessoas com grandes capacidades espirituais. Nesta manhã, por exemplo, escutei uma pregação do Pe. Raniero Cantalamessa (o pregador da Casa Pontifícia).
Em seu trabalho, o senhor passa regularmente pela Capela Sistina. Ela é agora, para o senhor, um lugar normal?
Padre Benedik: Às vezes é muito difícil atravessar a Capela, por estar lotada de gente. Mas com frequência me acontece de encontrar coisas novas lá, ou que as pessoas me perguntem certas coisas. Às vezes a atravesso, mas não sou um turista lá. Não posso porque não tenho tempo, devido ao trabalho. Gosto de ir quando ela está fechada ao público. Observar, meditar, pensar sobre as coisas requer silêncio. Nos livros se pode encontrar muitas informações sobre ela, mas para mim, ela é também uma catequese.
Tive uma oportunidade única em agosto do ano passado. Estavam limpando as paredes da Capela: o trabalho começava à tarde e terminava à noite. Tive a oportunidade de ver as pinturas muito de perto, subindo a um andaime. Por exemplo, “O juízo final”. De longe é diferente. Esta foi uma experiência belíssima para mim.
O senhor carrega muitas chaves. Quais são insubstituíveis? Que tesouros o senhor tem ao seu alcance?
Padre Benedik: Há duas muito importantes. Uma é a a da sacristia na qual estão as coisas do Papa. E a segunda, mais importante, é a do tesouro papal, onde se guardam vestimentas antigas, cálices e custódias preciosas. Há, por exemplo, um cálice de 1854, da proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Ao seu lado, há um cálice de cristal que o Papa Paulo VI trouxe ao tesouro. Também há um cálice de lata de sardinha, que foi usado pelo cardeal tcheco Josef Beran durante suas Missas na prisão.
O senhor diria que esta lata de sardinha é o objeto mais curioso da coleção que o senhor administra?
Padre Benedik: É interessante, por estar ao lado do cálice de 1854, que está decorado com diamantes e ouro; inicialmente, parece ser um cálice comum, com uma lata de sardinha. Mas ambos são muito importantes para a Igreja.
Fonte: Zenit.
O sacerdote esloveno é o sacristão papal desde 2006, tarefa que o coloca em contato frequente com os tesouros vivos da Igreja, como o Sucessor de Pedro e outros homens eclesiásticos importantes.
ZENIT falou com o Pe. Benedik sobre o seu trabalho.
Padre, o senhor trabalha em um lugar muito importante: é sacristão do Santo Padre. Além disso, é um sacerdote agostiniano. Por que foi sua ordem monástica a encarregada deste interessante e nobre serviço?
Padre Benedik: Mais ou menos desde o século XIII e XIV, as grandes ordens monásticas realizaram tarefas especiais para a Santa Sé. Durante muito tempo, os dominicanos foram os teólogos papais, os capuchinhos foram pregadores e ao redor do ano 1400 até quase 1600, os agostinianos trabalharam na sacristia. Parte do nosso serviço no passado consistiu em manter a biblioteca do Santo Padre. Mais tarde, as administrações da biblioteca e da sacristia se dividiram e nossa ordem ficou com a da sacristia. Então, é uma longa tradição religiosa para nós. Cuidamos dos elementos sagrados, dos que pertencem ao Santo Padre e também das capelas papais do Vaticano.
Até 1992, a pessoa que ocupava o meu cargo era sempre um bispo. Depois começou a ser um dos nossos irmãos. Pessoalmente, realizo este serviço desde 2006. Esta é a nossa tarefa, em cooperação com o mestre papal de cerimônias, o arcebispo Piero Marini.
Estamos sentados em seu escritório, ao lado da Capela Sistina. Ao nosso redor há armários de madeira. O que há dentro deles? Estão aqui as coisas do Papa atual?
Padre Benedik: Há muitas coisas, algumas delas antigas. Muitos objetos, no entanto, desapareceram com Napoleão Bonaparte, já que ele pegou e destruiu muitos tesouros: tiaras, cálices etc. Ele sabia que, depois da guerra, tinha de devolvê-los, devido aos acordos militares internacionais. Então, fundiu muitos cálices e outros objetos de grande valor histórico. Das quatro tiaras que ele roubou, nenhuma se salvou. A única coisa que pôde ser recuperada foi a esmeralda da tiara de Júlio II, que Napoleão colocou em uma tiara nova e a entregou a Pio VII. Temos também cálices do século XIV. Muitas das coisas que existem são dos tempos do Papa Leão XIII e Pio IX. Há vários ornamentos pontifícios.
Quando o senhor vê o Santo Padre? Como são seus encontros pessoais com ele?
Padre Benedik: Nós nos encontramos nas Missas públicas, na liturgia. Preparamos tudo aquilo de que ele precisa: as vestimentas, os ornamentos, tudo. Antes de começar a Santa Missa, ele permanece em silêncio, em oração, sem dizer nem uma palavra. Não fala porque não há necessidade disso.
Ele o avisa antes, para que o senhor prepare o que é preciso para a Missa?
Padre Benedik: Preparamos tudo em cooperação com o arcebispo Marini. Nunca tivemos nenhum problema, ainda que algumas vezes o arcebispo tenha dito que lhe haviam chamado ao terceiro andar (onde mora o Santo Padre) para fazer-lhe alguma consulta.
Bento XVI também celebra Missas privadas. Onde se levam a cabo e em que idioma?
Padre Benedik: As Missas privadas são celebradas sempre nos apartamentos papais, em sua capela. Ele celebra toda manhã, com seus secretários e com as irmãs da comunidade Memores Domini.
Também existem as chamadas Missas semipúblicas, nas quais há mais gente presente, mas a capela não é muito grande. Por razões de capacidade, usa-se a capela Redemptoris Mater ou a capela Paulina. A celebração é normalmente em latim e as leituras são feitas em italiano.
O Papa usa vestimentas e ornamentos que seus predecessores usaram? Ele recebe presentes desse tipo ou objetos para usar nas liturgias?
Padre Benedik: Naturalmente, ele usa objetos que foram usados pelos seus predecessores. Por exemplo, em 1º de janeiro, ele usou as vestimentas litúrgicas de Paulo VI. Também usou objetos dos séculos XVIII e XIX. Não é algo incomum.
Justamente depois da sua eleição, ele usou todas as coisas de João Paulo II, porque não tinha as de sua propriedade. Tinha apenas sua mitra de cardeal, e trocou a insígnia cardinalícia pela papal.
Se você me pergunta pela possibilidade de presentear o Papa com vestimentas, é claro que se pode; aliás, isso é muito importante. Também é possível dar outros presentes, dependendo de quem quer realizar a doação. Estes presentes são sinais de respeito. Muitos dos objetos que estão sob o nosso cuidado foram doados: cálices e outros objetos doados aos Papas Pio IX e Leão XIII. Normalmente são doações.
Como é o procedimento quando alguém quer dar um presente ao Papa? Aonde deve ir?
Padre Benedik: Se alguém quer fazer isso, deve escrever à prefeitura da Casa Pontifícia ou ao Ofício de Celebrações Litúrgicas. O presente se dá durante as audiências. Basta notificar previamente.
Bento XVI tem alguma pessoa ou empresa que confecciona suas vestes litúrgicas e sapatos?
Padre Benedik: Não, não existe apenas uma. Não acho que seria apropriado apoiar um monopólio. Se alguém nos doa alguma coisa, é outra questão, mas não quando nós encomendamos. Não vejo razão para que haja uma só empresa. O preço também conta. Escolhemos as melhores opções.
Do que o senhor mais gosta no seu trabalho? Poderia nos contar alguma experiência interessante?
Padre Benedik: É difícil escolher só uma coisa. Estou contente, pois o trabalho que realizo me satisfaz muito. Ele me oferece uma satisfação espiritual. Nunca pensei que chegaria até aqui. Meu superior geral me enviou para cá e me perguntou se eu gostaria; eu concordei (risos).
Também estou em contato com o Santo Padre. Ele é muito humilde e atento. Ele nunca fez uma petição especial. Veste-se de humildade e silêncio, e também isso constitui uma experiência espiritual intensa.
Além disso, conheço pessoas com grandes capacidades espirituais. Nesta manhã, por exemplo, escutei uma pregação do Pe. Raniero Cantalamessa (o pregador da Casa Pontifícia).
Em seu trabalho, o senhor passa regularmente pela Capela Sistina. Ela é agora, para o senhor, um lugar normal?
Padre Benedik: Às vezes é muito difícil atravessar a Capela, por estar lotada de gente. Mas com frequência me acontece de encontrar coisas novas lá, ou que as pessoas me perguntem certas coisas. Às vezes a atravesso, mas não sou um turista lá. Não posso porque não tenho tempo, devido ao trabalho. Gosto de ir quando ela está fechada ao público. Observar, meditar, pensar sobre as coisas requer silêncio. Nos livros se pode encontrar muitas informações sobre ela, mas para mim, ela é também uma catequese.
Tive uma oportunidade única em agosto do ano passado. Estavam limpando as paredes da Capela: o trabalho começava à tarde e terminava à noite. Tive a oportunidade de ver as pinturas muito de perto, subindo a um andaime. Por exemplo, “O juízo final”. De longe é diferente. Esta foi uma experiência belíssima para mim.
O senhor carrega muitas chaves. Quais são insubstituíveis? Que tesouros o senhor tem ao seu alcance?
Padre Benedik: Há duas muito importantes. Uma é a a da sacristia na qual estão as coisas do Papa. E a segunda, mais importante, é a do tesouro papal, onde se guardam vestimentas antigas, cálices e custódias preciosas. Há, por exemplo, um cálice de 1854, da proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Ao seu lado, há um cálice de cristal que o Papa Paulo VI trouxe ao tesouro. Também há um cálice de lata de sardinha, que foi usado pelo cardeal tcheco Josef Beran durante suas Missas na prisão.
O senhor diria que esta lata de sardinha é o objeto mais curioso da coleção que o senhor administra?
Padre Benedik: É interessante, por estar ao lado do cálice de 1854, que está decorado com diamantes e ouro; inicialmente, parece ser um cálice comum, com uma lata de sardinha. Mas ambos são muito importantes para a Igreja.
Fonte: Zenit.
Cardeal De Paolis: “Em Fátima renasce a esperança”
O presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, cardeal Velasio de Paolis, afirmou nesse domingo que a exclusão de Deus do horizonte humano colocará em risco de colapso a humanidade.
O cardeal falou no contexto da peregrinação da Família Scalabriniana a Fátima (Portugal), onde ele presidiu o rosário, a procissão e a eucaristia dominical.
Segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, Dom Velasio esteve acompanhado por um grupo de 300 peregrinos que com ele celebravam os 40 anos de missão dos Scalabrinianos em Portugal.
“O homem deixado às suas próprias forças fica refém da sua solidão e dos seus medos”, disse.
“O mundo deixado à exclusiva possibilidade humana conhecerá rapidamente o perigo e entrará em risco de colapso.”
Segundo o cardeal, para escapar desse risco, os fiéis podem se apegar a Nossa Senhora, que “tem para com a humanidade um amor maternal que a impele a tomar conta de nós”.
“Fátima tornou-se lugar da sua presença privilegiada, com a qual manifesta ao mundo o seu amor de mãe, reaviva em cada um de nós a fé e a esperança, que nos abrem de modo cada vez mais novo o amor para com Deus e com os pobres”, disse.
“Em Fátima – prosseguiu Dom Velasio – todos somos melhores e mais humanos. Em Fátima renasce a esperança e o vale de lágrimas que tantas vezes é a nossa vida conhece uma nova Primavera. Em Fátima renasce a alegria e a paz.”
“Nossa Senhora de Fátima repete-nos sempre as palavras de Jesus, que sempre nos indica a estrada para superar os nossos receios e medos”.
O purpurado reconheceu: “também nós, como os discípulos de Jesus, temos os nossos medos e perturbações, dos quais a crise econômica e social, que atravessa Portugal de modo particular e a Europa de modo geral, é um sinal”.
Apesar disso, algumas palavras “ressoam hoje de modo muito especial”: “Não se perturbe o vosso coração”. Palavras que “chegam-nos através de Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, que quis fazer-se presente neste lugar, para dissipar, em nome do seu filho, todos os nossos medos”, disse.
Fonte: Zenit.
O cardeal falou no contexto da peregrinação da Família Scalabriniana a Fátima (Portugal), onde ele presidiu o rosário, a procissão e a eucaristia dominical.
Segundo informa a Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, Dom Velasio esteve acompanhado por um grupo de 300 peregrinos que com ele celebravam os 40 anos de missão dos Scalabrinianos em Portugal.
“O homem deixado às suas próprias forças fica refém da sua solidão e dos seus medos”, disse.
“O mundo deixado à exclusiva possibilidade humana conhecerá rapidamente o perigo e entrará em risco de colapso.”
Segundo o cardeal, para escapar desse risco, os fiéis podem se apegar a Nossa Senhora, que “tem para com a humanidade um amor maternal que a impele a tomar conta de nós”.
“Fátima tornou-se lugar da sua presença privilegiada, com a qual manifesta ao mundo o seu amor de mãe, reaviva em cada um de nós a fé e a esperança, que nos abrem de modo cada vez mais novo o amor para com Deus e com os pobres”, disse.
“Em Fátima – prosseguiu Dom Velasio – todos somos melhores e mais humanos. Em Fátima renasce a esperança e o vale de lágrimas que tantas vezes é a nossa vida conhece uma nova Primavera. Em Fátima renasce a alegria e a paz.”
“Nossa Senhora de Fátima repete-nos sempre as palavras de Jesus, que sempre nos indica a estrada para superar os nossos receios e medos”.
O purpurado reconheceu: “também nós, como os discípulos de Jesus, temos os nossos medos e perturbações, dos quais a crise econômica e social, que atravessa Portugal de modo particular e a Europa de modo geral, é um sinal”.
Apesar disso, algumas palavras “ressoam hoje de modo muito especial”: “Não se perturbe o vosso coração”. Palavras que “chegam-nos através de Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, que quis fazer-se presente neste lugar, para dissipar, em nome do seu filho, todos os nossos medos”, disse.
Fonte: Zenit.
Cardeal de São Paulo: “Jovens, vamos a Madrid?”
Num momento em que se aproxima a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – Madrid, 16 a 21 de agosto –, o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, reforça aos jovens o convite a participar deste grande evento, que reunirá jovens de todas as partes do mundo.
Do Brasil, mais de 10 mil jovens já estão inscritos, além de 60 bispos e centenas de sacerdotes.
Em artigo da edição desta semana do jornal O São Paulo, Dom Odilo fala sobre o tema escolhido por Bento XVI para a JMJ de Madrid: “Arraigados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf Cl 2,7).
“O tema faz referência a uma passagem da Carta de São Paulo aos Colossenses, na qual o apóstolo, depois de falar das suas lutas e fadigas, como missionário do Evangelho, encoraja a comunidade, que recebe a carta, a ficar firme naquilo que aprendeu do Evangelho.”
‘Todos sejam encorajados, unidos no amor, para alcançar a riqueza do pleno entendimento e o conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento’, cita o arcebispo. E Paulo exorta que ninguém se deixe levar ‘por discursos enganadores’.
Segundo o arcebispo, a advertência de Paulo aos Colossenses tinha um motivo: “naquela comunidade cristã tinham se infiltrado falsos ‘pregadores’ e ‘mestres’, que apresentavam teorias esotéricas e da mitologia e cosmologia grega sobre diversas divindades e forças cósmicas a governar a vida dos homens...”
“Pretendiam também apresentar novas ‘revelações’ e novos ‘conhecimentos’ sobre Deus, ainda não manifestados... E os cristãos começavam a vacilar na fé.”
A toda hora – afirma Dom Odilo –, “esses ‘mestres’ aparecem também em nossos dias e levam consigo pouco firmes na fé. Ainda há poucos dias, fora do Brasil, alguém anunciava o dia e a hora exata do ‘fim do mundo’... Errou de novo! Já o próprio Jesus ensinou que ‘ninguém sabe o dia e a hora, mas somente Deus’; e advertiu contra os enganadores e falsos profetas. A lição ainda não foi aprendida!”
“O texto de São Paulo continua e pede que os cristãos, ‘tendo acolhido Cristo, continuem caminhando com ele’. De fato, não basta ter tido um encontro fugaz com ele e, depois, ir atrás de outros mestres, ou continuar pela vida afora como se Cristo nada significasse”, afirma o cardeal.
“‘Continuem caminhando com ele’, exorta Paulo, indicando que a vida cristã se expressa como ‘discipulado’, com Cristo, e nós em caminho, atrás dele.”
De acordo com o cardeal, São Paulo usa ainda outras expressões semelhantes para dizer a mesma coisa: Viver ‘com’ Cristo, ‘por’ Cristo, ‘em’ Cristo.
“Tudo isso coloca em evidência mais uma vez que a fé cristã, antes de ser adesão a um ensino e doutrina, é adesão firme a uma pessoa: a Jesus Cristo, Filho de Deus.”
O texto proposto pelo Papa para a JMJ toma como referência “estas indicações muito expressivas de São Paulo”: ‘Continuai enraizados nele, edificados sobre ele, firmes na fé, tal qual vos foi ensinada, transbordando em ação de graças. Que ninguém vos faça prisioneiros de teorias e conversas sem fundamento’ (Cl 2,7-8).
“Quantos se deixam desviar da fé cristã, com tanta facilidade, ‘por qualquer vento de doutrina’, como folhas levadas pelo vento, planta sem raiz, casa construída sobre a areia...”
Segundo Dom Odilo Scherer, a “feliz escolha do tema da Jornada vai proporcionar uma reflexão importante para jovens e não-jovens sobre a nossa ligação e relação constante com Cristo (‘enraizados’ nele)”.
Também “sobre o fundamento da nossa fé e vida cristã (‘edificados’ sobre ele); e sobre a necessária firmeza na fé, para não vacilar diante das mil dificuldades do caminho (‘firmes na fé, como vos foi ensinada’)”.
Fonte: Zenit.
Do Brasil, mais de 10 mil jovens já estão inscritos, além de 60 bispos e centenas de sacerdotes.
Em artigo da edição desta semana do jornal O São Paulo, Dom Odilo fala sobre o tema escolhido por Bento XVI para a JMJ de Madrid: “Arraigados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf Cl 2,7).
“O tema faz referência a uma passagem da Carta de São Paulo aos Colossenses, na qual o apóstolo, depois de falar das suas lutas e fadigas, como missionário do Evangelho, encoraja a comunidade, que recebe a carta, a ficar firme naquilo que aprendeu do Evangelho.”
‘Todos sejam encorajados, unidos no amor, para alcançar a riqueza do pleno entendimento e o conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento’, cita o arcebispo. E Paulo exorta que ninguém se deixe levar ‘por discursos enganadores’.
Segundo o arcebispo, a advertência de Paulo aos Colossenses tinha um motivo: “naquela comunidade cristã tinham se infiltrado falsos ‘pregadores’ e ‘mestres’, que apresentavam teorias esotéricas e da mitologia e cosmologia grega sobre diversas divindades e forças cósmicas a governar a vida dos homens...”
“Pretendiam também apresentar novas ‘revelações’ e novos ‘conhecimentos’ sobre Deus, ainda não manifestados... E os cristãos começavam a vacilar na fé.”
A toda hora – afirma Dom Odilo –, “esses ‘mestres’ aparecem também em nossos dias e levam consigo pouco firmes na fé. Ainda há poucos dias, fora do Brasil, alguém anunciava o dia e a hora exata do ‘fim do mundo’... Errou de novo! Já o próprio Jesus ensinou que ‘ninguém sabe o dia e a hora, mas somente Deus’; e advertiu contra os enganadores e falsos profetas. A lição ainda não foi aprendida!”
“O texto de São Paulo continua e pede que os cristãos, ‘tendo acolhido Cristo, continuem caminhando com ele’. De fato, não basta ter tido um encontro fugaz com ele e, depois, ir atrás de outros mestres, ou continuar pela vida afora como se Cristo nada significasse”, afirma o cardeal.
“‘Continuem caminhando com ele’, exorta Paulo, indicando que a vida cristã se expressa como ‘discipulado’, com Cristo, e nós em caminho, atrás dele.”
De acordo com o cardeal, São Paulo usa ainda outras expressões semelhantes para dizer a mesma coisa: Viver ‘com’ Cristo, ‘por’ Cristo, ‘em’ Cristo.
“Tudo isso coloca em evidência mais uma vez que a fé cristã, antes de ser adesão a um ensino e doutrina, é adesão firme a uma pessoa: a Jesus Cristo, Filho de Deus.”
O texto proposto pelo Papa para a JMJ toma como referência “estas indicações muito expressivas de São Paulo”: ‘Continuai enraizados nele, edificados sobre ele, firmes na fé, tal qual vos foi ensinada, transbordando em ação de graças. Que ninguém vos faça prisioneiros de teorias e conversas sem fundamento’ (Cl 2,7-8).
“Quantos se deixam desviar da fé cristã, com tanta facilidade, ‘por qualquer vento de doutrina’, como folhas levadas pelo vento, planta sem raiz, casa construída sobre a areia...”
Segundo Dom Odilo Scherer, a “feliz escolha do tema da Jornada vai proporcionar uma reflexão importante para jovens e não-jovens sobre a nossa ligação e relação constante com Cristo (‘enraizados’ nele)”.
Também “sobre o fundamento da nossa fé e vida cristã (‘edificados’ sobre ele); e sobre a necessária firmeza na fé, para não vacilar diante das mil dificuldades do caminho (‘firmes na fé, como vos foi ensinada’)”.
Fonte: Zenit.
Santa Sé: ajudar os países mais pobres
Para que os países mais pobres do mundo - tecnicamente Países Menos Desenvolvidos (LDC) - possam progredir rumo ao desenvolvimento, devem ser ajudados com um espírito de solidariedade e gratidão pela comunidade internacional.
Esta foi a reflexão de Dom Silvano Maria Tomasi, chefe da delegação da Santa Sé, por ocasião da 4ª Conferência da ONU sobre LDC, realizada em Istambul (Turquia), de 9 a 13 de maio.
Os LDC, explicou o prelado à assembleia, “continuam enfrentando desafios imensos enquanto buscam os recursos e o caminho rumo ao desenvolvimento para seus cidadãos”.
“Não existe uma fórmula simples para conseguir isso, mas a promessa de solidariedade pode ser o fundamento para um compromisso renovado por parte dos que enfrentam este desafio há décadas e uma indicação para os agentes novos neste âmbito”, observou.
Neste contexto, expressou a esperança da Santa Sé em um novo Programa de Ação para estes países para a próxima década e observou que “o futuro bem-estar dos países subdesenvolvidos depende em grande medida do espírito de gratuidade que nos leva a realizar esforços comuns”.
Desenvolvimento integral
Dom Tomasi centrou sua intervenção em três temas, o primeiro dos quais foi “os fundamentos do desenvolvimento humano integral”.
Afirmou que, quando se quer obter resultados duradouros, são fundamentais “o respeito pela dignidade humana; a proteção dos direitos humanos; o cuidado da criação; a participação em comunidade, subsidiariedade e solidariedade”, junto a “um plano de desenvolvimento integral com a educação, a exploração dos recursos naturais, a agricultura, a indústria, o comércio, os serviços financeiros, as infraestruturas e a tecnologia”.
“É imperativo que estes pilares sirvam como guia em nossos esforços por promover e apoiar uma aproximação do desenvolvimento que seja integral e autenticamente humano”, declarou o prelado.
O segundo tema foi o tipo de crescimento necessário para um “desenvolvimento humano integral”.
Frequentemente, indicou, “o uso de medidas quantificáveis e de critérios econômicos para medir realidades como o produto interno bruto ou o estreito horizonte do crescimento das bolsas não consegue captar o que significa ser humanos, não leva em consideração a dimensão transcendente da pessoa nem, portanto, o que é necessário para o desenvolvimento de toda a pessoa”.
O crescimento que promove o autêntico desenvolvimento é, no entanto, “aquele que inclui os pilares já mencionados antes e que deve ser avaliado em função de como promove o desenvolvimento sustentável e as comunidades, cria empregos, alivia a pobreza das pessoas e cuida do meio ambiente”.
“Um modelo de crescimento que compreenda estes três objetivos construirá um ciclo econômico e comercial interno sustentável, respeitoso do meio ambiente e capaz de promover o desenvolvimento”, acrescentou.
De modo especial para os LDC, o prelado apontou a necessidade de “um setor agrícola vivo e a criação de postos de trabalho em diversos setores, capazes de empregar um grande número de pessoas que entram no mercado de trabalho”.
“Qualquer modelo de crescimento que se adote – acrescentou – deve, portanto, reconhecer e reforçar o papel central da agricultura na atividade econômica, reduzindo a desnutrição nas áreas rurais e aumentando a produção per capita, com o fim de promover a independência alimentar local, regional ou nacional.”
O terceiro ponto de sua intervenção foi o papel do Estado de promover este desenvolvimento integral, em um campo no qual existe uma “pluralidade de atores”, como a empresa e a sociedade civil, que “podem oferecer perspectivas e modos de trabalhar diferentes, proporcionando, dessa forma, contribuições únicas para o desenvolvimento necessário nos países subdesenvolvidos”.
No entanto, como se viu na crise financeira de 2008, “o mercado não contém em si mesmo os ingredientes para a correção automática dos erros e teria levado ao colapso do sistema financeiro e econômico se os Estados não houvessem agido”.
“Dado que, em última instância, a correção dos caprichos do mercado acontece em detrimento das populações, os Estados têm o dever de intervir preventivamente para evitar estes sofrimentos.”
“Trabalhando juntos de maneira coordenada e cooperativa, as instituições e os agentes de todos os setores podem e devem sustentar os esforços de todos os países subdesenvolvidos para que alcancem seus objetivos como membros de uma única família humana”, concluiu Dom Tomasi.
Fonte: Zenit - (Roberta Sciamplicotti)
Esta foi a reflexão de Dom Silvano Maria Tomasi, chefe da delegação da Santa Sé, por ocasião da 4ª Conferência da ONU sobre LDC, realizada em Istambul (Turquia), de 9 a 13 de maio.
Os LDC, explicou o prelado à assembleia, “continuam enfrentando desafios imensos enquanto buscam os recursos e o caminho rumo ao desenvolvimento para seus cidadãos”.
“Não existe uma fórmula simples para conseguir isso, mas a promessa de solidariedade pode ser o fundamento para um compromisso renovado por parte dos que enfrentam este desafio há décadas e uma indicação para os agentes novos neste âmbito”, observou.
Neste contexto, expressou a esperança da Santa Sé em um novo Programa de Ação para estes países para a próxima década e observou que “o futuro bem-estar dos países subdesenvolvidos depende em grande medida do espírito de gratuidade que nos leva a realizar esforços comuns”.
Desenvolvimento integral
Dom Tomasi centrou sua intervenção em três temas, o primeiro dos quais foi “os fundamentos do desenvolvimento humano integral”.
Afirmou que, quando se quer obter resultados duradouros, são fundamentais “o respeito pela dignidade humana; a proteção dos direitos humanos; o cuidado da criação; a participação em comunidade, subsidiariedade e solidariedade”, junto a “um plano de desenvolvimento integral com a educação, a exploração dos recursos naturais, a agricultura, a indústria, o comércio, os serviços financeiros, as infraestruturas e a tecnologia”.
“É imperativo que estes pilares sirvam como guia em nossos esforços por promover e apoiar uma aproximação do desenvolvimento que seja integral e autenticamente humano”, declarou o prelado.
O segundo tema foi o tipo de crescimento necessário para um “desenvolvimento humano integral”.
Frequentemente, indicou, “o uso de medidas quantificáveis e de critérios econômicos para medir realidades como o produto interno bruto ou o estreito horizonte do crescimento das bolsas não consegue captar o que significa ser humanos, não leva em consideração a dimensão transcendente da pessoa nem, portanto, o que é necessário para o desenvolvimento de toda a pessoa”.
O crescimento que promove o autêntico desenvolvimento é, no entanto, “aquele que inclui os pilares já mencionados antes e que deve ser avaliado em função de como promove o desenvolvimento sustentável e as comunidades, cria empregos, alivia a pobreza das pessoas e cuida do meio ambiente”.
“Um modelo de crescimento que compreenda estes três objetivos construirá um ciclo econômico e comercial interno sustentável, respeitoso do meio ambiente e capaz de promover o desenvolvimento”, acrescentou.
De modo especial para os LDC, o prelado apontou a necessidade de “um setor agrícola vivo e a criação de postos de trabalho em diversos setores, capazes de empregar um grande número de pessoas que entram no mercado de trabalho”.
“Qualquer modelo de crescimento que se adote – acrescentou – deve, portanto, reconhecer e reforçar o papel central da agricultura na atividade econômica, reduzindo a desnutrição nas áreas rurais e aumentando a produção per capita, com o fim de promover a independência alimentar local, regional ou nacional.”
O terceiro ponto de sua intervenção foi o papel do Estado de promover este desenvolvimento integral, em um campo no qual existe uma “pluralidade de atores”, como a empresa e a sociedade civil, que “podem oferecer perspectivas e modos de trabalhar diferentes, proporcionando, dessa forma, contribuições únicas para o desenvolvimento necessário nos países subdesenvolvidos”.
No entanto, como se viu na crise financeira de 2008, “o mercado não contém em si mesmo os ingredientes para a correção automática dos erros e teria levado ao colapso do sistema financeiro e econômico se os Estados não houvessem agido”.
“Dado que, em última instância, a correção dos caprichos do mercado acontece em detrimento das populações, os Estados têm o dever de intervir preventivamente para evitar estes sofrimentos.”
“Trabalhando juntos de maneira coordenada e cooperativa, as instituições e os agentes de todos os setores podem e devem sustentar os esforços de todos os países subdesenvolvidos para que alcancem seus objetivos como membros de uma única família humana”, concluiu Dom Tomasi.
Fonte: Zenit - (Roberta Sciamplicotti)
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