Intervenção do arcebispo Celestino Migliore na ONU
Por Roberta Sciamplicotti
Certos preconceitos contra a África “devem ser eliminados de uma vez por todas”, declarou o arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas.
O prelado interveio nesta quarta-feira em Nova York, na 64ª Sessão da Assembleia Geral do organismo sobre “Novas colaborações econômicas para o desenvolvimento da África: progresso na implantação e apoio internacional”.
“Quando se fala da África, seja no âmbito jornalístico, acadêmico ou político, fala-se também de extrema pobreza, golpes de Estado, corrupção e conflitos regionais”, constatou, e quando se fala positivamente do continente, “é sempre de seu futuro, como se atualmente não tivesse nada a oferecer”.
A realidade, assinalou Dom Migliore, é que a África, “também em seus momentos mais difíceis”, soube “proporcionar à comunidade internacional exemplos e valores dignos de admiração, e hoje pode oferecer também sinais da realização de muitas de suas esperanças”.
Sinais de êxito
Neste sentido, o prelado citou vários casos nos quais o continente demonstrou “sua grande capacidade para administrar os processos de transição à independência ou de reconstrução posterior a situações de conflito”.
Também convidou a considerar “a presença de tantos funcionários válidos das Nações Unidas e das agências da ONU através dos quais a África mostra ao mundo a capacidade e os talentos de sua população na gestão do setor multilateral”, assim como “a crescente contribuição dos filhos e filhas da África à vida científica, acadêmica e intelectual dos países desenvolvidos”.
Alguns países africanos conseguiram também grandes progressos no setor agrícola, obtendo resultados “considerados até este momento impossíveis”.
E ainda mais importante, acrescentou, é o fato de que muitos Estados tenham conseguido dar “passos destacados no setor da educação elementar e da melhora da situação da mulher”.
Objetivos para o futuro
O observador permanente reconheceu também que, apesar destes êxitos, a maior parte da população do continente vive em condições de “extrema pobreza”, e que o objetivo de reduzir a indigência à metade em 2015 está “além do alcance da maioria dos países africanos”.
Por isso, destacou, a África precisa “de uma solidariedade efetiva” para erradicar o inaceitável flagelo da pobreza e colocar à disposição dos demais países o verdadeiro potencial africano”.
Junto a isso, é útil “um forte reforço de seu apoio econômico de base, consistente na ajuda ao desenvolvimento e nas subvenções oficiais”.
Do ponto de vista financeiro, são necessários programas de financiamento no longo prazo para “superar a dívida externa dos países pobres, muito endividados”, sem esquecer que as condições comerciais internacionais devem “adaptar-se às necessidades e aos desafios econômicos”.
Apoio à agricultura
Recordando que, no contexto da crise atual, os países desenvolvidos “não devem reduzir as ajudas ao desenvolvimento”, mas “aumentar seu investimento”, o prelado destacou que a África precisa também de apoio a seus programas agrícolas.
Ao enfrentar o drama da insegurança alimentar, de fato, devem-se considerar “os sistemas estruturais” e, por exemplo, facilitar as exportações que permitam aos agricultores africanos sobreviver.
O longo declive dos investimentos para que se alimentem a si mesmos e seus vizinhos só provocará uma contínua e inútil perda de vidas humanas por uma inadequada segurança alimentar, e crescentes conflitos pelos recursos naturais”.
Diversificação econômica e integração política
Para ajudar o continente africano a melhorar sua própria situação, o arcebispo também propôs um apoio à diversificação da economia.
Com este objetivo, referiu-se à recente institucionalização do G20 como a “um forte ponto de referência para administrar a economia mundial”.
A participação dos países emergentes ou em vias de desenvolvimento “permite agora administrar melhor a crise”, e “as economias que conseguem com êxito, em maior ou menor medida, diversificar as próprias estruturas industriais e agrícolas emergentes, são as que influirão na política e na economia mundial”, disse.
Dom Migliore concluiu sua intervenção destacando a importância das iniciativas regionais e subregionais de cooperação econômica, comercial e cultural, de gestão de conflitos, de manutenção da paz e de reconstrução, que devem ser “promovidas e reforçadas”.
A economia integrada do momento atual não faz supérflua a função dos Estados – disse. Compromete, ao contrário, os governos a uma maior colaboração mútua”.
E concluiu: “a articulação da autoridade política no âmbito local, nacional e internacional é uma das melhores maneiras para dar uma direção ao processo de globalização econômica”.
O prelado interveio nesta quarta-feira em Nova York, na 64ª Sessão da Assembleia Geral do organismo sobre “Novas colaborações econômicas para o desenvolvimento da África: progresso na implantação e apoio internacional”.
“Quando se fala da África, seja no âmbito jornalístico, acadêmico ou político, fala-se também de extrema pobreza, golpes de Estado, corrupção e conflitos regionais”, constatou, e quando se fala positivamente do continente, “é sempre de seu futuro, como se atualmente não tivesse nada a oferecer”.
A realidade, assinalou Dom Migliore, é que a África, “também em seus momentos mais difíceis”, soube “proporcionar à comunidade internacional exemplos e valores dignos de admiração, e hoje pode oferecer também sinais da realização de muitas de suas esperanças”.
Sinais de êxito
Neste sentido, o prelado citou vários casos nos quais o continente demonstrou “sua grande capacidade para administrar os processos de transição à independência ou de reconstrução posterior a situações de conflito”.
Também convidou a considerar “a presença de tantos funcionários válidos das Nações Unidas e das agências da ONU através dos quais a África mostra ao mundo a capacidade e os talentos de sua população na gestão do setor multilateral”, assim como “a crescente contribuição dos filhos e filhas da África à vida científica, acadêmica e intelectual dos países desenvolvidos”.
Alguns países africanos conseguiram também grandes progressos no setor agrícola, obtendo resultados “considerados até este momento impossíveis”.
E ainda mais importante, acrescentou, é o fato de que muitos Estados tenham conseguido dar “passos destacados no setor da educação elementar e da melhora da situação da mulher”.
Objetivos para o futuro
O observador permanente reconheceu também que, apesar destes êxitos, a maior parte da população do continente vive em condições de “extrema pobreza”, e que o objetivo de reduzir a indigência à metade em 2015 está “além do alcance da maioria dos países africanos”.
Por isso, destacou, a África precisa “de uma solidariedade efetiva” para erradicar o inaceitável flagelo da pobreza e colocar à disposição dos demais países o verdadeiro potencial africano”.
Junto a isso, é útil “um forte reforço de seu apoio econômico de base, consistente na ajuda ao desenvolvimento e nas subvenções oficiais”.
Do ponto de vista financeiro, são necessários programas de financiamento no longo prazo para “superar a dívida externa dos países pobres, muito endividados”, sem esquecer que as condições comerciais internacionais devem “adaptar-se às necessidades e aos desafios econômicos”.
Apoio à agricultura
Recordando que, no contexto da crise atual, os países desenvolvidos “não devem reduzir as ajudas ao desenvolvimento”, mas “aumentar seu investimento”, o prelado destacou que a África precisa também de apoio a seus programas agrícolas.
Ao enfrentar o drama da insegurança alimentar, de fato, devem-se considerar “os sistemas estruturais” e, por exemplo, facilitar as exportações que permitam aos agricultores africanos sobreviver.
O longo declive dos investimentos para que se alimentem a si mesmos e seus vizinhos só provocará uma contínua e inútil perda de vidas humanas por uma inadequada segurança alimentar, e crescentes conflitos pelos recursos naturais”.
Diversificação econômica e integração política
Para ajudar o continente africano a melhorar sua própria situação, o arcebispo também propôs um apoio à diversificação da economia.
Com este objetivo, referiu-se à recente institucionalização do G20 como a “um forte ponto de referência para administrar a economia mundial”.
A participação dos países emergentes ou em vias de desenvolvimento “permite agora administrar melhor a crise”, e “as economias que conseguem com êxito, em maior ou menor medida, diversificar as próprias estruturas industriais e agrícolas emergentes, são as que influirão na política e na economia mundial”, disse.
Dom Migliore concluiu sua intervenção destacando a importância das iniciativas regionais e subregionais de cooperação econômica, comercial e cultural, de gestão de conflitos, de manutenção da paz e de reconstrução, que devem ser “promovidas e reforçadas”.
A economia integrada do momento atual não faz supérflua a função dos Estados – disse. Compromete, ao contrário, os governos a uma maior colaboração mútua”.
E concluiu: “a articulação da autoridade política no âmbito local, nacional e internacional é uma das melhores maneiras para dar uma direção ao processo de globalização econômica”.
Fonte: Zenit.
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