A violência chega também à região de Nínive
Os cristãos iraquianos estão abandonando a única região na qual se consideravam seguros, sua antiga pátria nas planícies de Nínive.
Segundo os informes do clero do norte do país, nos últimos meses começou uma migração lenta mas constante desde os povos as cidades próximas a Nínive, onde os cristãos estiveram presentes desde os primeiros séculos do cristianismo.
Tudo isto sucede, adverte a associação caritativa internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), após as ameaças sobre outro ataque à Igreja que aconteceria após as eleições do próximo mês de janeiro.
O sacerdote iraquiano Bashar Warda afirma que os cristãos na região de Nínive estão começando a sentir-se ameaçados pela falta de segurança que afeta tantos fiéis em muitas outras partes do Iraque.
Segundo Warda, ainda que seja difícil apresentar estimativas precisas, os povos completamente cristãos da região de Nínive perdem entre 30 e 40 fiéis ao mês, às vezes inclusive mais.
Estes números são ainda mais preocupantes se se tem em conta que os povoados quase totalmente cristãos são o lugar onde os fiéis haviam se refugiado por sentirem-se ameaçados em outras regiões do país. Após a onda de propaganda e de ataques anticristãos em Mosul no ano passado, de fato, muitos se haviam transferido à região de Nínive.
Bashar Warda, reitor do Seminário maior de St Peter ad Ankawa, fora de Erbil, a capital provincial do norte kurdo do Iraque, observa que se espera um aumento da migração de Nínive depois de que uma famosa doutora foi raptada em sua própria casa em Bartala, uma das cidades mais importantes da região.
Mahasin Bashir, ginecologista, foi libertada no domingo passado em Baashiqa, a cerca de 10 km de Bartala. O rapto, segundo o padre Warda, "teve fortes repercussões" na área, que recentemente não havia sofrido sequestros, explosões e outros incidentes.
Uma escalada da violência após as eleições de 2010 poderia ter consequências catastróficas para a sobrevivência da Igreja e levaria ainda a mais fiéis a abandonar o país, adverte o sacerdote.
Segundo as últimas estimativas, os cristãos iraquianos, que em 1987 eram 1,4 milhão, seriam atualmente menos de 400 mil.
Fonte: Zenit.
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