Agradeceu a intervenção do patriarca ortodoxo da Etiópia no Sínodo
Frente às tragédias que atingem o continente africano, é necessário que todos os cristãos se esforcem por dar "um testemunho comum da esperança transmitida pelo Evangelho".
Este é o convite que Bento XVI fez ontem, tomando a palavra após a intervenção do Patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia, Sua Santidade Abuna Paulos, no Sínodo dos Bispos.
"A sua presença - afirmou o Santo Padre - é um eloquente testemunho da antiguidade e das ricas tradições da Igreja na África. Desde os tempos apostólicos, entre as várias pessoas ansiosas por escutar a mensagem de salvação estavam também pessoas vindas da Etiópia."
"A fidelidade do seu povo ao Evangelho - acrescentou - continua a ser evidente não só na sua obediência à sua lei de amor, mas também, como nos lembrou, na perseverança em meio às perseguições e ao supremo sacrifício do martírio em nome de Cristo."
Pouco antes, o patriarca ortodoxo havia tomado a palavra para falar dos sofrimentos padecidos pelos cristãos na África, particularmente pelos fiéis da sua igreja, submetidos "a uma dura perseguição durante a ditadura comunista, com muitos novos mártires".
"Eu mesmo, quando bispo, passei longos anos na cadeia antes de ser exilado - comentou. Quando me tornei patriarca, após o fim do comunismo, havia muito que reconstruir. Este tem sido nosso trabalho, através da ajuda de Deus, da oração de nossos monges e da generosidade dos fiéis."
Entre os maiores problemas que atingem a África, o patriarca indicou "a falta de acesso à educação" dos jovens.
Com relação à luta contra a difusão do HIV, sublinhou a obrigação moral de "encorajar todas as experiências que nos mostram como curar e resistir ao mal, a dar esperança para a sinergia criadora e oferecer à África os mesmos tratamentos que a Europa recebe".
"A África foi pessimamente colonizada e seus recursos foram explorados. As nações ricas que exploram os recursos da África só se lembram da África quando precisam de algo dela. Elas não ajudam o continente em sua luta pelo desenvolvimento total."
O patriarca fez referência à "enorme dívida global" que pesa sobre a África e que "nem esta geração nem a futura poderão pagar".
Pediu também aos líderes religiosos africanos que levantem sua voz em defesa das crianças, frequentemente recrutadas pelas forças do exército, para que "esse comportamento pare de uma vez".
Além disso, prosseguiu, ainda que a África tenha declarado "a sua liberdade do colonialismo há muito tempo, depende muito das nações ricas".
"A enorme dívida, a exploração de seus recursos naturais por muitos, a prática da agricultura tradicional e a insatisfatória introdução de sistemas modernos de agricultura, a dependência de seu povo da chuva que causa um impacto negativo na garantia da segurança alimentar, a migração e a vazão das mentes de seu povo afetam enormemente o continente", acrescentou.
Por isso, sublinhou que os cristãos devem ser "mensageiros de mudanças para trazer a justiça, a paz, a reconciliação e o desenvolvimento".
Contudo, precisou, "os líderes religiosos africanos não só têm de estar preocupados com esses trabalhos sociais, mas também responder às grandes necessidades espirituais das mulheres e dos homens da África".
"A sociedade - concluiu - precisa de ensinamentos de seus pais religiosos em uma oferta de ajudá-los a resolver seus problemas em unidade e a livrá-los de serem alvos de um problema".
A isso, o Papa Bento XVI respondeu que "a proclamação do Evangelho não pode ser separada do compromisso de construir uma sociedade segundo a vontade de Deus, que respeite as bênçãos da sua criação e proteja a dignidade e a inocência de todas as suas crianças".
"Em Cristo, nós sabemos que a reconciliação é possível, que a justiça pode prevalecer e que a paz poder durar! Esta é a mensagem de esperança que nós somos chamados a proclamar - acrescentou. Esta é a promessa que os povos da África há muito esperam ver cumprida em nossos dias."
"Oremos, então, para que as nossas Igrejas possam estar mais próximas da unidade que é dom do Espírito Santo, e para que sejam testemunhas da esperança trazida pelo Evangelho."
"Continuemos trabalhando pelo desenvolvimento integral de todos os povos da África, fortalecendo as famílias, que são a base da sociedade africana, instruindo os jovens, que são o futuro da África, e contribuindo para a formação de sociedades que se distingam pela honestidade, integridade e solidariedade."
"Que as nossas deliberações durante estas semanas possam ajudar os seguidores de Cristo em todo o continente a serem exemplos convincentes de retidão, misericórdia e paz, e luz que guia o caminho das futuras gerações", concluiu o Papa.
Este é o convite que Bento XVI fez ontem, tomando a palavra após a intervenção do Patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia, Sua Santidade Abuna Paulos, no Sínodo dos Bispos.
"A sua presença - afirmou o Santo Padre - é um eloquente testemunho da antiguidade e das ricas tradições da Igreja na África. Desde os tempos apostólicos, entre as várias pessoas ansiosas por escutar a mensagem de salvação estavam também pessoas vindas da Etiópia."
"A fidelidade do seu povo ao Evangelho - acrescentou - continua a ser evidente não só na sua obediência à sua lei de amor, mas também, como nos lembrou, na perseverança em meio às perseguições e ao supremo sacrifício do martírio em nome de Cristo."
Pouco antes, o patriarca ortodoxo havia tomado a palavra para falar dos sofrimentos padecidos pelos cristãos na África, particularmente pelos fiéis da sua igreja, submetidos "a uma dura perseguição durante a ditadura comunista, com muitos novos mártires".
"Eu mesmo, quando bispo, passei longos anos na cadeia antes de ser exilado - comentou. Quando me tornei patriarca, após o fim do comunismo, havia muito que reconstruir. Este tem sido nosso trabalho, através da ajuda de Deus, da oração de nossos monges e da generosidade dos fiéis."
Entre os maiores problemas que atingem a África, o patriarca indicou "a falta de acesso à educação" dos jovens.
Com relação à luta contra a difusão do HIV, sublinhou a obrigação moral de "encorajar todas as experiências que nos mostram como curar e resistir ao mal, a dar esperança para a sinergia criadora e oferecer à África os mesmos tratamentos que a Europa recebe".
"A África foi pessimamente colonizada e seus recursos foram explorados. As nações ricas que exploram os recursos da África só se lembram da África quando precisam de algo dela. Elas não ajudam o continente em sua luta pelo desenvolvimento total."
O patriarca fez referência à "enorme dívida global" que pesa sobre a África e que "nem esta geração nem a futura poderão pagar".
Pediu também aos líderes religiosos africanos que levantem sua voz em defesa das crianças, frequentemente recrutadas pelas forças do exército, para que "esse comportamento pare de uma vez".
Além disso, prosseguiu, ainda que a África tenha declarado "a sua liberdade do colonialismo há muito tempo, depende muito das nações ricas".
"A enorme dívida, a exploração de seus recursos naturais por muitos, a prática da agricultura tradicional e a insatisfatória introdução de sistemas modernos de agricultura, a dependência de seu povo da chuva que causa um impacto negativo na garantia da segurança alimentar, a migração e a vazão das mentes de seu povo afetam enormemente o continente", acrescentou.
Por isso, sublinhou que os cristãos devem ser "mensageiros de mudanças para trazer a justiça, a paz, a reconciliação e o desenvolvimento".
Contudo, precisou, "os líderes religiosos africanos não só têm de estar preocupados com esses trabalhos sociais, mas também responder às grandes necessidades espirituais das mulheres e dos homens da África".
"A sociedade - concluiu - precisa de ensinamentos de seus pais religiosos em uma oferta de ajudá-los a resolver seus problemas em unidade e a livrá-los de serem alvos de um problema".
A isso, o Papa Bento XVI respondeu que "a proclamação do Evangelho não pode ser separada do compromisso de construir uma sociedade segundo a vontade de Deus, que respeite as bênçãos da sua criação e proteja a dignidade e a inocência de todas as suas crianças".
"Em Cristo, nós sabemos que a reconciliação é possível, que a justiça pode prevalecer e que a paz poder durar! Esta é a mensagem de esperança que nós somos chamados a proclamar - acrescentou. Esta é a promessa que os povos da África há muito esperam ver cumprida em nossos dias."
"Oremos, então, para que as nossas Igrejas possam estar mais próximas da unidade que é dom do Espírito Santo, e para que sejam testemunhas da esperança trazida pelo Evangelho."
"Continuemos trabalhando pelo desenvolvimento integral de todos os povos da África, fortalecendo as famílias, que são a base da sociedade africana, instruindo os jovens, que são o futuro da África, e contribuindo para a formação de sociedades que se distingam pela honestidade, integridade e solidariedade."
"Que as nossas deliberações durante estas semanas possam ajudar os seguidores de Cristo em todo o continente a serem exemplos convincentes de retidão, misericórdia e paz, e luz que guia o caminho das futuras gerações", concluiu o Papa.
Fonte: Zenit.
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