Academia Católica da Baviera outorga à Comunidade de Taizé o prêmio de Ecumenismo
Por Michaela Koller
O irmão Alois Loser, prior da Comunidade de Taizé, agradeceu nesta quinta-feira em Munique os esforços do Papa Bento XVI e seu valor para promover a reconciliação com os tradicionalistas.
Em declarações à agência ZENIT, o prior afirmou que "esta é uma iniciativa importante, ainda que alguns episódios foram desagradáveis".
O irmão Alois se encontrava na capital da Baviera para recolher o prêmio ecumênico de 2009 na Academia Católica da Baviera como representante de sua comunidade.
Expressou a especial satisfação de sua comunidade pelo diálogo católico-ortodoxo, que havia iniciado com a reunião da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja católica e as Igrejas ortodoxas em Pafos, (Chipre), e que supõe "um passo além".
Entre a Comunidade de Taizé e várias Igrejas ortodoxas existe há tempos um intenso intercâmbio. Além das visitas de Taizé aos respectivos patriarcas, tanto o anterior patriarca ortodoxo russo Alexis II como seu sucessor, Kirill I, visitaram Taizé. "Temos boas relações. O patriarca Kirill já esteve duas vezes conosco", revela o irmão Alois.
Muitos jovens das Igrejas ortodoxas, como a da Sérvia, Romênia, Ucrânia e Rússia, viajam a Taizé. O Irmão Alois e seus irmãos os exortam a que regressem para suas igrejas, onde foram batizados. "Taizé não pode ser ponto de referência de sua fé. Devem ser as igrejas locais", disse o prior.
O anterior patriarca de Moscou, Alexis, conhecia e apreciava esta atitude dos irmãos de Taizé. Ao mesmo tempo, se mostrou agradecido pela confiança que o Papa Bento XVI pôs na comunidade, e que em uma audiência a havia alentado em seus compromissos ecumênicos. Este é um compromisso ecumênico do Papa, que se refere à própria comunidade.
O irmão Alois, em suas palavras de agradecimento, destacou também ante a persistente separação das Igrejas: "O que nos une é muito mais importante do que o que nos divide. Os cristãos não devem seguir perdendo energias nas guerras pequenas, que às vezes inclusive sucedem dentro das próprias Igrejas".
"Enquanto os cristãos viverem separados a mensagem do Evangelho não poderá ser compreendida", advertiu. A reconciliação é "o coração do Evangelho". Pediu que se organizem de maneira regular noites de oração interconfessionais para os jovens, "nos lugares importantes", tais como as fronteiras, as prisões, as regiões urbanas em crise.
O prêmio está dotado com a doação de um total de 10 mil euros da Fundação "Wilhelm und Antonia Gierlichs Stiftung". O ganhador anterior foi o presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper.
A Academia Católica da Baviera explicou, ao anunciar o prêmio ecumênico 2009, que Taizé "é um modelo, enquanto que nele vão unidas a abertura ecumênica com a abertura agradecida pela tradição da própria fé, precisamente ante o II Congresso Nacional Ecumênico em 2010 em Munique".
O dinheiro do prêmio será utilizado, segundo o prior da Comunidade de Taizé, na impressão de um milhão de Bíblias, que serão distribuídas na República Popular da China.
A Comunidade de Taizé nasceu em Borgonha, em 17 de abril de 1949, fundada pelo teólogo reformado Roger Schutz. Os inícios da comunidade, contudo, se remontam aos dias da Segunda Guerra Mundial.
Na atualidade está formada por cerca de 100 irmãos de várias confissões de mais de 20 nações. Eles trabalham e oram, não só em Taizé. Em solidariedade com as pessoas que vivem na pobreza, contam com uma pequena comunidade de irmãos na África, Ásia e América Latina.
Desde 1978, celebra-se durante vários dias a reunião anual europeia. Este ano, os irmãos se reunirão em Poznan (Polônia), de 29 de dezembro de 2009 até 2 de janeiro de 2010. A intervalos regulares também as reuniões acontecem fora da Europa.
A Comunidade de Taizé é conhecida em todo o mundo não só por seus objetivos ecumênicos, mas também por suas orações e cânticos, que foram traduzidos a muitos idiomas.
Fonte: Zenit.
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