Carta da assembleia aos bispos dos países afetados
Os participantes do Sínodo da África enviaram uma carta para expressar sua dor pela violência que nestes dias flagelou a região africana dos Grandes Lagos, expulsando milhares de pessoas de sua terra.
Em nome da assembleia sinodal, seus presidentes delegados e o secretário-geral enviaram uma carta de solidariedade aos presidentes das conferências episcopais do Sudão, Uganda, Chade, Congo e República Centro-Africana.
Os padres sinodais explicam que nestes dias de assembleias, souberam que nas dioceses situadas na região dos Grandes Lagos "perduram ações bélicas que produzem destruição, violência e morte entre a população inocente".
"Para salvar a própria vida, milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas próprias casas e refugiar-se nos países limítrofes, em condições de extrema precariedade", afirma a missiva.
"Não faltam, além disso, fenômenos preocupantes de crianças-soldado, órfãos, mutilados de guerra e pessoas com graves problemas de saúde física e psíquica", acrescentam os padres sinodais.
"Frente a esta dramática situação, os participantes do sínodo, reunidos sob a presidência do Santo Padre Bento XVI, expressamos a mais viva comunhão fraterna aos bispos das dioceses envolvidas em tais inumanos sofrimentos, padecidos pela população inocente."
"Ao mesmo tempo, dirigimo-nos a todas as partes envolvidas, para implorar-lhes que, o mais rápido possível, a linguagem das armas seja substituída pela do diálogo e das negociações", acrescenta o documento.
"Com o diálogo, no respeito recíproco e na paz, todos os problemas podem ser resolvidos. A guerra, no entanto, faz que tudo seja mais difícil e, em particular, procura transformar os irmãos em inimigos a serem eliminados", afirmam.
"Fortificados pelo Espírito Santo, Espírito do Senhor Jesus ressuscitado, nós, os padres sinodais, confirmamos o valor sacro de cada vida humana. O mandamento ‘não matarás' não faz parte somente do Decálogo, revelação de Deus recolhida na Bíblia, mas da lei inscrita no coração de cada homem que vem a este mundo."
"Não é lícito matar inocentes por qualquer motivo social, político, étnico ou religioso. O sangue dos inocentes grita a vingança frente a Deus que, cedo ou tarde, deverá julgar também aqueles que mancharam suas mãos com o sangue dos pobres, que são os privilegiados de Deus", acrescenta a missiva.
O sínodo, reunido em Roma para refletir sobre a reconciliação, a justiça e a paz, implora, "com a intercessão de todos os santos nascidos na África, o dom da paz para que se possa instaurar a justiça nos lugares em que ela foi gravemente ultrajada, e os corações se abram à graça da reconciliação com Deus e com o próximo, não somente na região dos Grandes Lagos, mas em toda a África".
Fonte: Zenit.
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