A figura dos irmãos leigos “deve ser valorizada na Igreja”, declarou o cardeal Rodè, que destacou também “a absoluta necessidade da oração” e da “formação litúrgica”.
A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica está preparando dois novos documentos sobre estes temas, anunciou hoje seu prefeito à Rádio Vaticano.
O cardeal Rodè explicou que um dos documentos trata sobre os irmãos leigos e sua publicação está prevista para o próximo outono boreal; o outro fala da oração e da formação litúrgica dos religiosos e religiosas.
“Ultimamente, temos refletido sobre a figura do irmão leigo nas congregações religiosas de irmãos e nas congregações mistas de sacerdotes e irmãos”, indicou no Dia Mundial da Vida Consagrada, celebrado ontem.
“Constatamos que, nas últimas décadas, o número de irmãos leigos diminuiu muito”, disse.
“E isso afeta igualmente as congregações mistas de sacerdotes e de irmãos: o número de irmãos diminuiu muito mais que o de sacerdotes. Existe um problema e é preciso fazer alguma coisa.”
O chamado a ser irmão leigo
O cardeal Rodè destacou a ausência de documentos sobre esta vocação. “Pensamos que uma das razões desta diminuição de vocações de irmãos leigos é justamente certa falta de atenção, por parte da Igreja, a esta figura de cristão consagrado, de irmão leigo”, disse.
“Queremos fazer um documento dedicado especificamente a esta figura do irmão leigo, que é uma figura autônoma, uma figura que tem sentido em si mesma, que tem uma identidade própria”, afirmou.
O cardeal Rodè destacou a especificidade deste chamado de Deus: “Um irmão leigo não é – como se pensa frequentemente e como as pessoas acham – alguém que não pôde ou não quis, por algum motivo, ser sacerdote”.
“Trata-se de uma vocação que tem uma lógica em si mesma, que tem uma missão particular na Igreja – acrescentou – e a história demonstra isso.”
A importância da oração
Com relação ao outro documento, sobre a importância da oração, o cardeal indicou que “alguns dizem que os religiosos e religiosas de hoje rezam muito pouco” e destacou que “hoje, em um mundo tão agitado, a oração se torna, sem dúvida, mais difícil”.
“Devemos acentuar a absoluta necessidade da oração na vida espiritual de um consagrado e de uma consagrada”, acrescentou.
Colaborar com o dicastério encarregado da liturgia
O prelado explicou que o prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antonio Cañizares, sugeriu-lhe elaborar um documento “interdicasterial”.
Uma primeira parte estaria confiada ao dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; e uma segunda, ao Dicastério para o Culto Divino, sobre a formação litúrgica de religiosos e religiosas.
O cardeal Rodè considerou isso “de uma grande importância, porque, por um lado, há certa ignorância, certa falta de conhecimento e de formação litúrgica dos jovens religiosos e religiosas”.
“Por outro lado – continuou –, também existem fantasias litúrgicas que nem sempre são de bom gosto e que não correspondem ao desejo e à vontade da Igreja e ao próprio espírito da liturgia.”
Fonte: Zenit.
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