O Conselho dos Líderes das Igrejas Cristãs do Iraque, um órgão recentemente criado e que congrega 14 igrejas cristãs no país, expressou sua dor pela recente escalada de violência contra os cristãos de Mosul, pedindo por uma mobilização da Igreja em nível mundial.
Na semana passada foram assassinados 5 cristãos na cidade de Mosul. A última vítima foi um cristão ortodoxo de 57 anos, que havia sido sequestrado na semana anterior na região de Al-Habda e foi encontrado morto em 20 de fevereiro.
O secretário geral do conselho, Dom Avak Asadourian, arcebispo da Igreja Ortodoxa Armênia, declarou à agência Fides: “condenamos os conflitos e atos de violência contra as comunidades cristãs do Iraque, especialmente os que se abatem contra os fiéis de Mosul”.
“Neste momento de sofrimento – continuou – pedimos com veemência ao governo que cumpra seu dever de manter a paz e de garantir a segurança de todos os cidadãos do Iraque.
Pedimos a todas as igrejas do mundo e a todos os homens de boa vontade que ergam suas vozes”, e que “lancem mão de todos os meios pacíficos e diplomáticos para nos ajudar”.
O arcebispo lembrou ainda que “os cristãos do Oriente Médio, cuja presença é milenar, deram uma notável contribuição à cultura e ao progresso da região”, como “expressões da caridade, do testemunho cristão e da paixão humana”.
Nos últimos dias, bispos de Mosul enviaram uma carta ao governador local contendo um apelo emocionado. O texto estava assinado por Dom Gregorios Saliba, arcebispo sírio-ortodoxo, Dom Basile Georges Casmoussa, arcebispo sírio-católico de Mosul e por Dom Emile Nona, arcebispo caldeu-católico.
“Discutimos com ele e com o chefe de polícia a situção dos cristãos no país, em particular em Mosul” – explicou Dom Basile Georges Casmoussa à Rádio Vaticano. “Estamos determinados a identificar a responsabilidade das autoridades de garantir a segurança de todos os cidadãos, particularmente dos cristãos. Fomos recebidos com disponibilidade”.
“Na noite passada, um programa da televisão local abordou o problema. O governador pronunciou-se publicamente sobre a questão, e sabemos que também no governo central se discute a situação dos cristãos”, continuou o arcebispo.
Falando sobre o clima de medo e incerteza que paira sobre o Iraque, Dom Shlemon Warduni, vigário patriarcal caldeu de Bagdá, declarou: “nós fazemos nosso melhor em defesa do Iraque. Estamos prontos para cumprir com nossos deveres, e por isso pedimos que nossos direitos sejam respeitados. Pedimos apenas por proteção”.
A duas semanas das eleições, que serão realizadas em 7 de março, Dom Shlemon Warduni disse desejar que “todos possam participar (das eleições), porque este é um direito e um dever para todos os que desejam participar da construção de nosso país”.
Pedindo ainda que a religião não seja instrumentalizada com fins políticos, o vigário disse que “o bem do Iraque” deve ser priorizado frente a disputas partidárias, étnicas ou ideológicas: “Pedimos que a questão dos cristãos não seja politizada, porque estamos ao lado de todos os que buscam o bem do Iraque”.
“Estamos prontos para fazer o que for necessário para isto. Pedimos aos que nos agridem que voltem seu olhar aos céus e que temam a Deus, porque o Senhor não deseja que ninguém tire a vida de ninguém. A vida vem de Deus e a Ele retorna; que possamos ser um país em que se viva em paz e segurança”.
Fonte: Zenit.
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