A pessoa consagrada é uma “ponte rumo a Deus, para todos aqueles que a encontram”, declarou hoje Bento XVI, na Basílica de São Pedro.
“Além das superficiais avaliações de funcionalidade, a vida consagrada é importante por causa de seu ser sinal de gratuidade e de amor”, afirmou.
Na festa da Apresentação do Senhor, o Papa celebrou o 14º Dia Mundial da Vida Consagrada de forma diferente em relação aos últimos anos, presidindo a celebração das Vésperas ao invés de encontrar os participantes após a tradicional Missa, presidida pelo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cardeal Franc Rodè.
Em sua homilia, o pontífice recordou o texto bíblico do dia (Lc 2, 22-40), sublinhando que, na apresentação de Jesus no templo, “é Deus que apresenta seu Filho Unigênito aos homens, mediante as palavras do velho Simeão e da profetiza Ana”.
No Oriente, recordou, esta festa se chamada Hypapante, festa do encontro: “De fato, Simeão e Ana, que encontram Jesus no Templo e reconhecem Nele o Messias tão esperado, representam a humanidade que encontra o seu Senhor na Igreja”.
A festa se estendeu depois também ao Ocidente, desenvolvendo sobretudo o símbolo da luz e a procissão das velas, que deu origem ao termo “Candelária”.
“Este sinal visível significa que a Igreja encontra na fé Aquele que é a ‘luz dos homens’ e o acolhe com toda a sua fé para levar esta luz ao mundo”, comentou.
Cristo mediador
Desde 1997, João Paulo II quis que na festa litúrgica da Apresentação fosse celebrada em toda a Igreja um dia especial da vida consagrada.
“A oblação do Filho de Deus – simbolizada pela sua apresentação no Templo – é modelo para todo homem e mulher que consagra sua vida ao Senhor”, constatou.
O Papa sublinhou que este dia tem um triplo objetivo: “Sobretudo louvar e agradecer ao Senhor pelo dom da vida consagrada; em segundo lugar, promover o conhecimento e a estima pela vida consagrada por parte de todo o povo de Deus; enfim, convidar os que dedicaram plenamente a própria vida à causa do Evangelho a celebrar as maravilhas que o Senhor realizou neles”.
É somente a partir da “profissão de fé em Jesus Cristo, o único e definitivo Mediador, que na Igreja tem sentido uma vida consagrada, uma vida consagrada a Deus mediante Cristo”.
“Tem sentido somente se Ele é realmente mediador entre Deus e nós; caso contrário se trataria somente de uma forma de sublimação ou de evasão. Se Cristo não fosse verdadeiramente Deus, e não fosse, ao mesmo tempo, plenamente homem, não respeitaria o fundamento da vida cristã enquanto tal, mas, de forma particular, não respeitaria o fundamento de toda consagração cristã do homem e da mulher.”
As pessoas consagradas, além disso, “mantêm viva a experiência do perdão de Deus, porque têm a consciência de serem pessoas salvas, de serem grandes quando se consideram pequenas, de se sentirem renovadas e envolvidas pela santidade de Deus quando reconhecem o próprio pecado”.
“Experimentam a graça, a misericórdia e o perdão de Deus não somente para si, mas também pelos irmãos, sendo chamadas a levar no coração e na oração as angústias e as expectativas dos homens, sobretudo daqueles que estão longe de Deus.”
Em uma sociedade que corre o risco de ser “sufocada pela espiral do efêmero e pelo útil”, concluiu o pontífice, a vida consagrada é um importante “sinal de gratuidade e de amor”, testemunhando “a superabundância do amor que impulsiona a perder a própria vida, como resposta à superabundância de amor do Senhor, que por primeiro perdeu a sua vida por nós”.
Fonte: Zenit.
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