Irmã Maria Helena Arns, das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, em diálogo
Em primeiro lugar a irmã – entre as mais velhas de Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, que perdeu a vida no terremoto de Haiti – Ir. Maria Helena Arns se expressou sobre o luto pela irmã falecida e sua veneração no Brasil.
Enquanto Zilda era mãe de família que gerou seis filhos, a Irmã Maria Helena pertence à “Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora”, como também duas outras de suas irmãs de sangue.
Seu irmão Franciscano, Frei João Crisóstomo, faleceu em 2002, um outro Franciscano é o Arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Paulo Evaristo Arns. Com isso, dos 13 irmãos, cinco se consagraram a Deus. Irmã Maria Helena mora no lugar de nascimento de sua irmã Zilda, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, que ainda tem marcas fortes dos imigrantes alemães. O diálogo foi feito com Michaela Koller.
–ZENIT: Soubemos pela Irmã Rosangela Maria Altoé, a secretária internacional da Pastoral da Criança, que sua irmã Zilda Arns Neumann fora atingida mortalmente na Igreja Sacre Coeur de Turgeau em Porto Príncipe pelos destroços do teto da igreja.
–Irmã Maria Helena Arns: Depois da conferência para 150 pessoas, que na maioria já tinham se retirado da igreja, lugar da conferência, um sacerdote queria saber ainda mais sobre a Pastoral da Criança. Ele e mais 15 sacerdotes ficaram conversando, quando aconteceu o terremoto, e 15 deles perderam sua vida com a Zilda.
–ZENIT: Quais foram as suas reações imediatas e as da Pastoral da Criança quando a terrível notícia da morte foi confirmada?
–Irmã Maria Helena Arns: Foi um imenso choque não só para nossa família, mas para todo o Brasil. É muito difícil falar sobre este acontecimento... Em todas as Paróquias foi celebrada a Eucaristia, mesmo na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. A maioria das coordenadoras da Pastoral da Criança conhecia Zilda pessoalmente ou pela televisão, nesses 27 anos. Os meios de comunicação, televisão, rádio, jornais, revistas, telefone, internet, em toda parte, era registrado o desfecho da Zilda. Numerosas pessoas deram um testemunho sobre a sua vida e missão, entre eles, Dom Angélico S. Bernardino (bispo emérito de Blumenau) sobre o título “Quem recebeu Zilda no Céu”, e Dom Walmor de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, que escreveu um artigo muito lindo “Zilda Arns - pela Fé”.
–ZENIT: Como a Pastoral vai continuar agora?
–Irmã Maria Helena Arns: Há três anos Zilda entregou a coordenação nacional à Irmã Vera Lucia Altoé e assumiu a coordenação internacional da Pastoral da Criança, que já se estendeu para 20 países, na América Latina, Ásia e África. Zilda também fundou a Pastoral da Pessoa Idosa em área nacional.
–ZENIT: Como está a expansão atual da Pastoral da Criança?
–Irmã Maria Helena Arns: A Pastoral da Criança já está atuando em todas as 272 Dioceses do Brasil, em 7.000 paróquias, 42.000 comunidades, com um “exército” de 260.000 voluntários, 92% mulheres, que acompanham 1.985.347 crianças pobres, 108.342 gestantes, de 1.553.717 famílias. No início a desnutrição das crianças era mais de 50% no Brasil, agora está em 3,1%. A mortalidade infantil, em 1983 era 82,8 entre 1000 crianças nascidas vivas. Hoje está em 13, nas comunidades pobres, acompanhadas pela Pastoral da Criança. Os dados são da última conferência da Zilda no Haiti.
–ZENTI: Como estão os esforços para fazer a Zilda Arns Neumann candidata para o prêmio Nobel da Paz, post mortem?
–Irmã Maria Helena Arns? O governador do Paraná, Roberto Requião, no seu discurso durante o velório, pediu ao Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava presente, que se empenhasse para que seja concedido a Zilda o Prêmio Nobel da Paz. Lula deu resposta positiva.
–ZENIT: Já devem ter surgindo vozes, também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sobre a possibilidade de abrir o processo de Beatificação...
–Irmã Maria Helena Arns: Foi um Bispo que se exteriorizou aos meios de comunicação sobre isso. A CNBB toma grandes decisões nunca fora da Assembleia Geral da CNBB, com todos os Bispos. Mesmo muitos leigos e religiosos falando sobre isso, seria cedo para julgar. A “Revista Veja” a considerou “Uma santa na vida e uma mártir na morte”. Nós sabemos que a Igreja age devagar e com muito cuidado no caso de Beatificação e Canonização, e isso com tempo.
–ZENIT: No entanto, já aparecem venerações leigas, dando o nome de Zilda a inaugurações.
–Irmã Maria Helena Arns: Sim, um parque em São Paulo foi inaugurado com o nome Parque Zilda Arns. Recebeu este nome no dia do enterro da Zilda. Ele fica no Bairro Jardim Grimaldi, perto da Avenida Sapopemba.
–ZENIT: Nós agradecemos e lhe queremos expressar novamente nossa condolência.
–Irmã Maria Helena Arns: Muito obrigada pela sua condolência pelo falecimento de minha querida irmã Zilda. O Espírito Santo queira lhe inspirar sempre como o fez para o grande Apóstolo São Paulo. Depois de 2.000 anos ainda lemos suas cartas com muito fervor. É questão de salvar o nosso Planeta e o Povo de Deus; por um mundo melhor. Tenho certeza que Zilda colaborou para isso e ainda o fará.
Enquanto Zilda era mãe de família que gerou seis filhos, a Irmã Maria Helena pertence à “Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora”, como também duas outras de suas irmãs de sangue.
Seu irmão Franciscano, Frei João Crisóstomo, faleceu em 2002, um outro Franciscano é o Arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Paulo Evaristo Arns. Com isso, dos 13 irmãos, cinco se consagraram a Deus. Irmã Maria Helena mora no lugar de nascimento de sua irmã Zilda, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, que ainda tem marcas fortes dos imigrantes alemães. O diálogo foi feito com Michaela Koller.
–ZENIT: Soubemos pela Irmã Rosangela Maria Altoé, a secretária internacional da Pastoral da Criança, que sua irmã Zilda Arns Neumann fora atingida mortalmente na Igreja Sacre Coeur de Turgeau em Porto Príncipe pelos destroços do teto da igreja.
–Irmã Maria Helena Arns: Depois da conferência para 150 pessoas, que na maioria já tinham se retirado da igreja, lugar da conferência, um sacerdote queria saber ainda mais sobre a Pastoral da Criança. Ele e mais 15 sacerdotes ficaram conversando, quando aconteceu o terremoto, e 15 deles perderam sua vida com a Zilda.
–ZENIT: Quais foram as suas reações imediatas e as da Pastoral da Criança quando a terrível notícia da morte foi confirmada?
–Irmã Maria Helena Arns: Foi um imenso choque não só para nossa família, mas para todo o Brasil. É muito difícil falar sobre este acontecimento... Em todas as Paróquias foi celebrada a Eucaristia, mesmo na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. A maioria das coordenadoras da Pastoral da Criança conhecia Zilda pessoalmente ou pela televisão, nesses 27 anos. Os meios de comunicação, televisão, rádio, jornais, revistas, telefone, internet, em toda parte, era registrado o desfecho da Zilda. Numerosas pessoas deram um testemunho sobre a sua vida e missão, entre eles, Dom Angélico S. Bernardino (bispo emérito de Blumenau) sobre o título “Quem recebeu Zilda no Céu”, e Dom Walmor de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, que escreveu um artigo muito lindo “Zilda Arns - pela Fé”.
–ZENIT: Como a Pastoral vai continuar agora?
–Irmã Maria Helena Arns: Há três anos Zilda entregou a coordenação nacional à Irmã Vera Lucia Altoé e assumiu a coordenação internacional da Pastoral da Criança, que já se estendeu para 20 países, na América Latina, Ásia e África. Zilda também fundou a Pastoral da Pessoa Idosa em área nacional.
–ZENIT: Como está a expansão atual da Pastoral da Criança?
–Irmã Maria Helena Arns: A Pastoral da Criança já está atuando em todas as 272 Dioceses do Brasil, em 7.000 paróquias, 42.000 comunidades, com um “exército” de 260.000 voluntários, 92% mulheres, que acompanham 1.985.347 crianças pobres, 108.342 gestantes, de 1.553.717 famílias. No início a desnutrição das crianças era mais de 50% no Brasil, agora está em 3,1%. A mortalidade infantil, em 1983 era 82,8 entre 1000 crianças nascidas vivas. Hoje está em 13, nas comunidades pobres, acompanhadas pela Pastoral da Criança. Os dados são da última conferência da Zilda no Haiti.
–ZENTI: Como estão os esforços para fazer a Zilda Arns Neumann candidata para o prêmio Nobel da Paz, post mortem?
–Irmã Maria Helena Arns? O governador do Paraná, Roberto Requião, no seu discurso durante o velório, pediu ao Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava presente, que se empenhasse para que seja concedido a Zilda o Prêmio Nobel da Paz. Lula deu resposta positiva.
–ZENIT: Já devem ter surgindo vozes, também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sobre a possibilidade de abrir o processo de Beatificação...
–Irmã Maria Helena Arns: Foi um Bispo que se exteriorizou aos meios de comunicação sobre isso. A CNBB toma grandes decisões nunca fora da Assembleia Geral da CNBB, com todos os Bispos. Mesmo muitos leigos e religiosos falando sobre isso, seria cedo para julgar. A “Revista Veja” a considerou “Uma santa na vida e uma mártir na morte”. Nós sabemos que a Igreja age devagar e com muito cuidado no caso de Beatificação e Canonização, e isso com tempo.
–ZENIT: No entanto, já aparecem venerações leigas, dando o nome de Zilda a inaugurações.
–Irmã Maria Helena Arns: Sim, um parque em São Paulo foi inaugurado com o nome Parque Zilda Arns. Recebeu este nome no dia do enterro da Zilda. Ele fica no Bairro Jardim Grimaldi, perto da Avenida Sapopemba.
–ZENIT: Nós agradecemos e lhe queremos expressar novamente nossa condolência.
–Irmã Maria Helena Arns: Muito obrigada pela sua condolência pelo falecimento de minha querida irmã Zilda. O Espírito Santo queira lhe inspirar sempre como o fez para o grande Apóstolo São Paulo. Depois de 2.000 anos ainda lemos suas cartas com muito fervor. É questão de salvar o nosso Planeta e o Povo de Deus; por um mundo melhor. Tenho certeza que Zilda colaborou para isso e ainda o fará.
Fonte: Zenit.
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