Uma declaração comum sobre a fé compartilhada por cristãos das diferentes confissões poderia converter-se na síntese de 40 anos de ecumenismo, anunciou a Santa Sé.
Assim explicou o comunicado emitido nesse sábado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após ter convocado em Roma um simpósio de 8 a 10 de fevereiro com a participação de teólogos católicos, luteranos, reformados, anglicanos e metodistas.
O encontro foi convocado pelo cardeal Walter Kasper, presidente desse dicastério vaticano, que desde 1999 trabalha nesse departamento que funde suas raízes no secretariado criado por João XXIII em 1960.
Entre as propostas concretas surgidas do evento – revela o comunicado vaticano –, destaca-se “redigir uma Declaração Comum sobre o que alcançamos juntos ecumenicamente. Esta declaração poderia tomar a forma de uma afirmação comum de nossa fé batismal, um comentário ao Credo apostólico e ao Pai Nosso”.
De fato, “o objetivo do simpósio não era só constatar os muitos elementos de convergência alcançados em 40 anos de diálogo oficial, mas também encontrar a maneira de comunicar estes importantes resultados aos membros das diferentes comunidades cristãs para que possam expressar mais plenamente em sua vida de fé o progresso realizado para a unidade”.
Neste encontro sem precedentes, celebrado em Roma, sublinha o Conselho Pontifício, “apresentou-se a nova e prometedora atitude, segundo a qual o diálogo ecumênico é considerado um intercâmbio de dons. Falou-se honestamente também dos limites da diversidade e do papel da hierarquia das verdades”.
“O simpósio também analisou o futuro para discernir qual terá de ser a configuração do diálogo ecumênico. Refletiu-se amplamente sobre os passos que se terão de empreender para alcançar o objetivo ecumênico, que continua sendo a comunhão plena e visível”.
O cardeal Kasper lançou a seguinte consideração: “que significa a comunhão no sentido teológico? Não significa comunidade no sentido horizontal, mas communio sanctorum [comunhão dos santos, ndt.], que poderíamos definir como participação vertical no que é ‘santo’, nas ‘coisas santas’, quer dizer, o Espírito de Cristo presente em sua Palavra e nos sacramentos administrados pelos ministros, propriamente ordenados”.
As sugestões surgidas deste encontro serão retomadas na assembleia plenária do Conselho Pontifício, prevista para o mês de novembro de 2010.
Os participantes, conclui a nota vaticana, “declararam que a capacidade para organizar encontros deste tipo é uma característica própria de Roma, sublinhando desde modo o amplo serviço que o ministério petrino pode oferecer ao ecumenismo”.
Fonte: Zenit.
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