O amor não é somente a essência de Deus, mas também o sentido da história, explicou Bento XVI neste domingo.
Em seu encontro semanal com os peregrinos, por ocasião da oração mariana do Ângelus, ele refletiu sobre o “Hino à caridade”, do apóstolo Paulo (1 Cor 12,31-13,13), qualificado pelo Papa como “uma das páginas mais belas do Novo Testamento e de toda a Bíblia”.
O “caminho” da perfeição, esclareceu o pontífice em seu comentário, “não consiste em ter qualidades excepcionais: falar idiomas novos, conhecer todos os mistérios, ter uma fé prodigiosa ou realizar gestos heroicos”.
“Consiste, pelo contrário, na caridade (ágape), isto é, no amor autêntico, que Deus nos revelou em Jesus Cristo”, assegurou, dirigindo-se aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
De fato, insistiu, citando o Apóstolo dos Povos, “a caridade é o dom maior, que dá valor a todos os demais e, no entanto, ‘não é vaidosa, não se ensoberbece’; mais ainda: ela ‘se regozija com a verdade’ e com o bem do outro”.
“A pessoa que ama verdadeiramente ‘não é interesseira’, ‘não se encoleriza, não guarda rancor’; ‘suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo’. No final, quando nos encontremos face a face com Deus, todos os demais dons desaparecerão – acrescentou o Bispo de Roma; o único que permanecerá para sempre é a caridade, pois Deus é amor e nós seremos semelhantes a Ele, em comunhão perfeita com Ele.”
Segundo esclareceu Bento XVI, falando da janela dos seus aposentos, “enquanto estamos neste mundo, a caridade é o distintivo do cristão. É a síntese de toda a sua vida: do que crê e do que faz”.
Por este motivo, explicou que quis dedicar o primeiro grande documento do seu pontificado, a encíclica Deus caritas est, ao tema do amor.
“O amor é a essência do próprio Deus, é o sentido da criação e da história, é a luz que dá bondade e beleza à existência de cada homem”, assegurou, recolhendo ideias centrais da encíclica.
Ao mesmo tempo, acrescentou, “o amor é, por assim dizer, o “estilo” de Deus e do crente, é o comportamento de quem, respondendo ao amor de Deus, concebe sua própria vida como dom de si mesmo a Deus e ao próximo”.
Cristo, indicou, “é o Amor encarnado. Este Amor foi revelado a nós plenamente em Cristo crucificado”.
Por último, explicou que a vida dos santos, com sua grande variedade de temperamentos, tem um denominador comum: “é um hino à caridade, um canto vivo ao amor de Deus”.
Como hoje, 31 de janeiro, a Igreja recorda São João Bosco, fundador da Família Salesiana e padroeiro dos jovens, o pontífice concluiu invocando sua intercessão “para que os sacerdotes sejam sempre educadores e pais dos jovens; e para que, experimentando esta caridade pastoral, muitos jovens acolham o chamado a dar a vida por Cristo e pelo Evangelho”.
Fonte: Zenit.
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