quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Paróquias precisam adotar nova atitude e preocupação, diz cardeal

As paróquias “precisam fazer, como pede a Igreja, uma decidida ‘conversão pastoral e missionária’ de suas pessoas, organizações e estruturas pastorais”, afirma o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer.

A arquidiocese de São Paulo divulga estes dias entre os fiéis a Carta Pastoral “Paróquia, torna-te o que tu és”, assinada por Dom Odilo e entregue ao clero no dia 15 de fevereiro. Ela trata do destaque pastoral para 2011 na arquidiocese.

“Queremos perguntar-nos sobre como está a nossa paróquia e o que pode ser feito para que ela seja uma verdadeira comunidade de discípulos missionários de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”, afirma Dom Odilo, em artigo veiculado no jornal O São Paulo.

“A paróquia é, na expressão local e concreta, aquilo que a Igreja é no seu todo. Na paróquia, a Igreja manifesta, de maneira próxima e perceptível, a sua vida e sua missão.”

“Ela é uma comunidade organizada de batizados, de bens espirituais, simbólicos e materiais, de organizações e iniciativas, que fazem a Igreja acontecer num determinado espaço e contexto”, explica o arcebispo.

Se a paróquia vai bem – prossegue o cardeal Scherer –, “a Igreja ali também vai bem; e se a paróquia vai mal, ali a Igreja vai mal. A Igreja poderia ficar reduzida a uma série de estruturas, instituições e organizações, sem chegar às pessoas concretas se as paróquias não vivessem bem sua identidade e sua missão, como comunidades vivas e dinâmicas”.

Dom Odilo considera que a renovação da paróquia “é essencial para que nossa arquidiocese”. Primeiramente, propõe-se “uma profunda tomada de consciência daquilo que dá sentido à existência da paróquia e o que ela é chamada a ser. Se for vista com os olhos da fé eclesial, a paróquia é uma realidade bonita, abençoada e preciosa”.

Hoje – assinala o arcebispo – “precisamos fazer alguns passos para ir além da preocupação com a conservação daquilo que somos e temos”.

As paróquias “precisam fazer, como pede a Igreja, uma decidida ‘conversão pastoral e missionária’”. “É necessário adotar uma nova atitude e preocupação, que traduza um claro objetivo missionário”.

Bem mais que uma realidade jurídica e burocrática, apenas – afirma Dom Odilo –, a paróquia “é o rosto mais visível e concreto do Mistério da Igreja, ‘sacramento da salvação’ no mundo; é uma comunidade de fiéis congregados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, vivendo a fé, a esperança e a caridade”.

“Ela está unida em torno de Cristo, presente sacramentalmente na Eucaristia e nos demais sacramentos, na Palavra de Deus proclamada e acolhida com fé, nos pobres, doentes, sofredores e toda pessoa servida com amor, em nome de Cristo.”

A assembleia eucarística “é a expressão mais visível da Igreja, reunida ainda hoje em torno de Jesus Cristo Salvador, Senhor e Pastor da Igreja, representado pelo ministro ordenado, que está no meio dela e à sua frente para servi-la e conduzi-la na caridade”.

Na paróquia – afirma o cardeal –, “a Igreja inteira se expressa e realiza a missão recebida de Cristo: anunciar e acolher a Palavra de Deus; testemunhar a vida nova recebida no Batismo, buscando a santidade; viver a caridade pastoral, a exemplo e em nome de Jesus, Bom Pastor”.

A paróquia “é a ‘comunidade missionária dos discípulos de Cristo’ no meio do mundo. É comunidade de pequenas comunidades, famílias, pessoas, grupos, organizações e instituições, que testemunham a variedade, a riqueza e a beleza dos dons de Deus e estão a serviço da missão recebida de Cristo”.

A paróquia – destaca Dom Odilo – “é a Igreja ‘na base’, célula viva do Corpo de Cristo, onde a maioria dos batizados tem a possibilidade de fazer uma experiência concreta do encontro com Cristo e da comunhão eclesial”.


Fonte: Zenit.

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