Diante de quadros de corrupção e desonestidade, deve-se recuperar e promover o sentido da moralidade como valor base, considera o arcebispo de Belo Horizonte.
“A sociedade está povoada de notícias que comprovam o quanto a corrupção e a desonestidade estão corroendo relações, provocando prejuízos irreversíveis na vida de cidadãos e de famílias, com sérios comprometimentos sociopolíticos”, afirma Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em artigo difundido à imprensa nesta sexta-feira.
Segundo o arcebispo, “as providências que governos, instituições e outras instâncias da sociedade precisam e devem tomar diante de fatos graves no tecido social e cultural não podem retardar mais a consideração da moralidade como ouro na história de todos”.
“Esse cenário com suas violências, desmandos, corrupções, tráficos e outras condutas imorais, é origem de tudo o que esgarça o tecido moral da cidadania. Valor que é a base para vencer seduções e ter força para permanecer do lado do bem, com gosto pela justiça e fecundo espírito de solidariedade.”
Dom Walmor considera que “é imprescindível redobrar a atenção quanto à moralidade que baliza a vida de cada indivíduo e regula suas relações”.
“É urgente e necessário avaliar o quanto o relativismo tem emoldurado critérios na emissão de juízos, na formatação de discernimentos, trazendo direções equivocadas e prejudiciais nas escolhas, tanto no âmbito privado quanto no exercício da profissão, da política e de outras ocupações na sociedade.”
Dom Walmor assinala que a decomposição das relações familiares “configura o paradigma da perda da moralidade, considerando a família com seu insubstituível papel de formadora de consciência”.
O arcebispo cita ainda o âmbito dos meios de comunicação, que tantas vezes “estão a serviço de programas que atentam contra a dignidade humana”.
“Não se pode simplesmente ajuizar que os cidadãos são livres para escolher o que é de baixo nível moral. É melhor não produzi-los. Então, é preciso combatê-los, investindo na formação da consciência moral, com uma consistência tal que se rejeite com lealdade, os fascínios da celebridade fugaz, o gosto mórbido pelo dinheiro e pelo poder, e substituí-los pelo apreço ao bem, à verdade; criar o gosto pela transparência e pelo que é honesto.”
“As culturas, as sociedades não podem prescindir de investimentos, abordagens e compreensões da consciência na sua insubstituível e específica função de discernimento e juízo moral. É urgente superar considerações de que tratar e investir na moralidade é um viés antigo, e até superado”, afirma.
Segundo Dom Walmor, “a liberdade e a autonomia que caracterizam a sociedade contemporânea não podem prescindir do exercício dos valores morais sob pena de continuarmos a fabricar o precioso tempo do terceiro milênio como um tempo de abominação da desolação”.
Fonte: Zenit
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