A notícia é desta semana e foi publicada pelo Banco Mundial: “por causa do aumento de preços dos alimentos verificado no último semestre, os novos pobres são 44 milhões de pessoas, ou seja pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Mais de um bilhão de pessoas vive com menos de 1 dólar e 25 centavos por dia. Somente para entender melhor, tivemos aumento nos preços do açúcar, óleo e milho. O arroz não teve aumento. O Banco Mundial classificou a alta como ameaçadora para milhões de pessoas em todo o mundo, já que, em muitos países, as pessoas gastam mais da metade de seus salários com comida.
Essa notícia deveria causar indignação nas pessoas de boa vontade, deveria mexer com as consciências: de fato somente nos últimos dias 44 milhões de pessoas passaram fome, ou melhor, passaram mais fome. Todos esperavam e esperam uma sensível redução da pobreza no mundo com os objetivos do milênio propostos pela ONU, mas vemos que isso não está se traduzindo em fatos.
A pobreza aumentou, principalmente nos países em desenvolvimento ou abaixo desta linha, o chamado quarto mundo cujos povos inexistem para muitos países chamados de primeiro mundo. Sob qualquer ponto de vista analisarmos é inaceitável a existência de seres humanos nestas condições de miséria. É nossa obrigação e dever como irmãos, como cristãos, proporcionarmos a eles condições adequadas para poderem construir a sua dignidade. O não cumprimento deste esforço é um crime que a humanidade comete contra si mesma.
Os novos dados confirmam que o mundo encontra dificuldade em atingir a meta de reduzir pela metade o número de pobres até 2015. Mas evidencia ainda outra questão: a pobreza é maior do que se pensava, por isso precisamos redobrar nossos esforços, principalmente naquelas áreas onde a renda não permite milhões de pessoas sair da pobreza, como é o caso da África, onde a pobreza continua afetando 50% da população. Na África, o consumo médio de um pobre não chega a 70 centavos de dólar por dia.
Todos estes dados nos levam a pensar mais uma vez que os caminhos que os países tomam em suas economias pode criar a cada dia mais pobreza. A crise econômica atual que atinge indistintamente todas as nações do planeta deve levar governos e pessoas que incidem na economia mundial a compreenderem que para viver é necessário repartir. O homem deve voltar a ser sujeito e não objeto num mundo que ignora a fome do outro, pensando na continuidade de um egocentrismo existencial a despeito dos outros, fruto evidente da cultura capitalista de consumo.
Diante da pobreza, devemos nos perguntar se não é o momento de mudarmos de estilo de vida e pararmos de pensar só em nós, enquanto milhões lutam por um simples prato de comida.
Fonte: Rádio Vaticano
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