Neste domingo, Bento XVI convidou a viver a fé em Deus seguindo um estilo de vida desapegado dos bens terrenos e respeitoso da criação.
Este foi o conselho do Santo Padre aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para rezar a oração do Ângelus, ao meio-dia.
Falando da janela dos seus aposentos, desejou "que todos possam aprender a viver seguindo um estilo simples e sóbrio na vida cotidiana e no respeito pela criação, que Deus confiou à nossa guarda".
O Pontífice comentou duas passagens da Bíblia que, segundo confessou, o impressionam particularmente. A primeira é a frase de Isaías em que Deus, em palavras do profeta, pergunta: "Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti!". E a passagem de São Mateus, na qual Jesus convida "à confiança na Providência do Pai celestial, que alimenta os pássaros do céu, veste os lírios do campo e conhece todas as nossas necessidades".
"Diante da situação de muitas pessoas, próximas ou distantes, que vivem na pobreza, estas palavras de Jesus podem parecer irrealistas, ou melhor, evasivas", reconheceu o Papa.
"Na verdade, o Senhor quer dar a entender claramente que não se pode servir a dois senhores: Deus e a riqueza. Quem crê em Deus, Pai cheio de amor por seus filhos, coloca em primeiro lugar a busca do seu Reino, da sua vontade. É o oposto do fatalismo ou do ingênuo irenismo", afirmou.
Segundo Bento XVI, "a fé na Providência, de fato, não exime da luta por uma vida digna, mas sim liberta da preocupação com as coisas e do medo do amanhã".
Está claro, reconheceu o Bispo de Roma, que esta verdade é vivida de maneiras diferentes, segundo as diversas vocações: "um frade franciscano pode segui-lo de maneira mais radical, enquanto um pai de família deverá considerar seus deveres para com sua esposa e filhos. Mas em todos os casos, o cristão se distingue pela sua confiança absoluta no Pai celestial, como Jesus".
"Jesus nos demonstrou o que significa viver com os pés firmemente plantados na terra, atentos às situações concretas do próximo, e, ao mesmo tempo, tendo o coração no céu, imerso na misericórdia de Deus", concluiu.
Fonte: Zenit.
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