Combater a praga do turismo sexual e trabalhar pela recuperação física e psicológica das vítimas é um dos objetivos da Pastoral do Turismo, setor que está adquirindo uma importância cada vez maior.
Assim recorda Dom Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, no texto da intervenção sobre o tema “Em honra de São Bento. O turismo hoje e sua pastoral”, preparado para um encontro em Núrsia, no dia 20 de março.
Segundo o prelado, um elemento determinante do fenômeno do turismo sexual é “a pobreza, seguida da carência de educação e de oportunidades de trabalho”; e sublinha também “a falta de consideração com relação às mulheres e a falta de conscientização da sua parte”.
O drama do turismo sexual, declara, ampliou-se com o tempo, por causa “da urbanização, das migrações, da difusão de mentalidades materialistas, da deterioração dos sistemas sociais tradicionais, da perda de dignidade da sexualidade, do consumismo e da cobiça”.
Diante disso, observa o prelado, é necessário “enfrentar o problema a partir da nossa fé, que nos revela a raiz do pecado que cresce no coração do homem, que precisa absolutamente da graça de Cristo para purificar-se e converter-se”.
“Devemos dirigir, portanto, uma atenção pastoral mais determinada aos turistas, nos países de origem, para conhecer os motivos que os conduzem a estes comportamentos, para fazê-los compreender a gravidade do delito que cometem, para tentar convencê-los, com todos os meios à nossa disposição, a renunciar às suas intenções e mudar seu comportamento.”
Da mesma forma, as autoridades governamentais “devem compreender que é de interesse do país não consentir com a prática de semelhante turismo, que não é ‘sustentável’ e que desacredita a nação”.
Turismo como recurso
Como recorda Bento XVI, em sua encíclica social Caritas in veritate, se os aspectos econômicos forem associados aos culturais, especialmente ao educativo, o fenômeno do turismo internacional “poderá constituir um notável fator de desenvolvimento econômico e de crescimento cultural”.
A experiência de São Bento se insere bem neste contexto, segundo Dom Marchetto, já que, junto aos seus discípulos, foi, “nas raízes da Europa, um fator de cultura, de educação, de unidade”.
Quando bem gestionado, o turismo “pode ter validez econômica significativa para promover o desenvolvimento e combater a pobreza, sobretudo gerando empregos para uma população ampla e diversificada, e conservando seu trabalho artesanal local”.
Para que isso aconteça, é preciso aplicar “princípios éticos” às atividades econômicas e turísticas.
A propósito disso, o prelado sublinha três tipos de turismo: o turismo sustentável, que “vela para que o desenvolvimento econômico da atividade turística respeite as condições e inclusive os limites ditados pelo ambiente que o cerca”; o turismo social, que “combate as discriminações entre as pessoas, promovendo a igualdade e facilitando a participação das camadas menos favorecidas no lazer, nas viagens e férias”; e o turismo solidário, que “oferece pacotes de férias destinados a projetos de desenvolvimento (...), sugerindo gestos concretos de participação fraterna na caridade”.
Dom Marchetto recorda, portanto, a importância da Pastoral do Turismo, que expressa “o compromisso eclesial constante de fazer sentir cada vez mais a presença maternal da Igreja no importante âmbito do turismo”.
Corresponde aos governos e também à Igreja – “com sua presença vigilante e caridosa” – “fazer que os direitos das pessoas antecedam sempre o lucro e que seja acessível a todos desfrutar dos bens da natureza, da cultura e da arte”.
Para os cristãos, além de um momento de lazer, o turismo deve ser, de fato, um “tempo de admiração e de reconhecimento da obra de Deus, criador de todas as coisas, na história da salvação”.
Fonte: Zenit.
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