Sem voluntariado, “o bem comum e a sociedade não podem durar muito”, disse Bento XVI neste sábado, ao receber, na Sala Paulo VI, funcionários e voluntários da Proteção Civil Italiana.
Este grupo estava formado por cerca de 7 mil pessoas, acompanhadas pelo chefe do departamento, Guido Bertolaso, e pelo subsecretário na presidência do conselho, Gianni Letta.
Na audiência, realizada exatamente 11 meses após o terremoto que, em 6 de abril de 2009, devastou Abruzzo, o Papa quis agradecer o compromisso de tantos “bons samaritanos” que se dedicaram às vítimas desta tragédia.
Também recordou, à luz da sua encíclica Deus caritas est, que “o amor sempre será necessário, também na sociedade mais justa”.
Bento XVI indicou que “o amor ao próximo não pode ser delegado” e que “o Estado e a política, ainda com seu necessário cuidado pelo bem-estar, não podem substituí-lo”.
“Não existe nenhum ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor – continuou. Quem quiser se desentender do amor, estará se dispondo a desentender-se da pessoa enquanto pessoa; sempre haverá sofrimento que precisa de consolo e ajuda.”
A seguir, o pontífice quis destacar a assistência garantida pela Proteção Civil, que na Itália conta com cerca de 3 mil associações, com 1,3 milhão de voluntários disponíveis.
“Os voluntários – recordou o Papa – não são ‘recursos provisórios’ na rede social, e sim pessoas que realmente contribuem para delinear o rosto humano e cristão da sociedade.”
“Sem o voluntariado, o bem comum e a sociedade não podem durar muito tempo, uma vez que o progresso e a dignidade de ambos dependem em grande medida das pessoas que fazem mais que o seu estrito dever”, destacou.
“Além de protetores do território, sede, cada vez mais, ícones viventes do bom samaritano, prestando atenção ao próximo, recordando a dignidade da pessoa e suscitando esperança”, aconselhou.
“Vossa missão – concluiu – não consiste unicamente na gestão das emergências, mas em uma contribuição pontual e meritória para a realização do bem comum”, que “representa sempre o horizonte da convivência humana também e, sobretudo, nos momentos das grandes provas”.
Em sua saudação ao pontífice, o chefe da Proteção Civil, Berolaso, comentou que, em um período no qual “se confundem as responsabilidades de alguns com o trabalho e o mérito de muitíssimos”, a Proteção Civil continua sendo um “imenso valor de competência e paixão”.
Neste serviço nacional, continuou, existe “um verdadeiro patrimônio operativo, mas sobretudo ético, um valor precioso que hoje reivindico com orgulho, feito de mulheres e homens que juntos escolheram estar sempre dispostos a servir o próximo”.
No final da audiência, o Papa recebeu como presente a jaqueta azul da Proteção Civil, que vestiu imediatamente, suscitando o aplauso dos milhares de voluntários presentes na Sala Paulo VI.
Fonte: Zenit.
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