quarta-feira, 31 de março de 2010

China: padres são presos por organizar acampamento de jovens



O padre Liu Maochun, 36 anos, foi detido no último dia 19 de março pelas autoridades de Fu’an, cidade da província costeira de Fujian, na China, acusado de ter participado em um campo de estudantes católicos organizado sem autorização.
Sua detenção aconteceu um dia após a libertação – depois de quinze dias de detenção – do padre John Baptist Luo Wen, que foi preso pelo mesmo motivo no dia 3 de março, informou a Englises d’Asie (EDA), agência de Missões Exteriores de Paris.
Os dois sacerdotes formam parte de um grupo de sete padres da ala “clandestina” da diocese de Mindong, que organizou um acampamento para estudantes católicos do dia 28 de janeiro até 6 de fevereiro.
O acampamento, realizado sem a permissão requerida pelas autoridades, foi interrompido pela polícia no dia 4 de fevereiro. Porém um mês depois, a polícia convocou os sete sacerdotes para notificá-los com uma multa de 500 yuans (53 euros) para cada um, e uma ordem de detenção por alterar a ordem pública, para quatro deles.
O primeiro a ser detido foi o padre Luo Wen. Depois foi a vez do padre Liu Maochun, que foi privado de liberdade durante 15 dias, segundo o imposto pela lei para os casos de não cumprimento de uma lei dirigida a manter a ordem pública.
O padre Luo ofereceu para a agência Ucanews os detalhes de sua detenção: preso no Centro de Detenção de Fu’an, foi colocado em uma cela de 40 metros quadrados, junto a 21 pessoas, detidas principalmente por casos relacionados com o consumo e tráfico de drogas e com o jogo ilegal.
A maior parte deles dividia uma grande cama de concreto e os demais dormiam no chão. A única possibilidade de tomar banho era em um ponto com água fria no pátio. “Não tomei banho durante toda minha detenção porque fazia frio e chovia”, declarou o sacerdote.
Ele acrescentou que foi privado do direito de receber visitas concedidas aos demais detidos: uma média duas visitas semanais.
Depois do padre Luo, foi detido o padre Liu. Pela lógica, os outros dois sacerdotes que receberam uma ordem de detenção, os padres Guo Xijin e Miu Yong, deveriam ser convocados pela polícia e serem detidos.


Fonte: Zenit.

Paquistão: primeiro canal católico de TV do país inicia transmissões

“Good News”, o primeiro canal católico de televisão via satélite do Paquistão, mantido pela arquidiocese de Karachi, iniciou transmissões regulares em 23 de março, dia em que se celebra o Dia do Paquistão em todo o país.
Participaram da cerimônia de inauguração, além de sacerdotes, irmãs e seminaristas, diversas personalidades da mídia paquistanesa, da política, além de representantes da sociedade civil. Para a ocasião, “Good News" organizou uma maratona de transmissões.
O arcebispo local, Dom Evaristo Pinto, parabenizou o diretor do canal, padre Arthur Charles, pelo “pela pequena mas enérgica equipe”, que possibilitou “este notável acontecimento”. “Bem sei do duro trabalho que empreenderam para que este pudesse ser um canal diferente de todos os outros”, reconheceu.
“Não podemos ignorar os veículos de comunicação” – declarou o prelado. “Nesta era da mídia, o Senhor nos concedeu esta oportunidade de levar sua mensagem a todos”.
“Desejamos levar amor, harmonia e fraternidade. Sim! Temos Boas Novas. Levamos a mensagem de Jesus Cristo nosso Senhor, que é para todos, e queremos divulgá-la para que as pessoas aprendam a viver em harmonia”, acrescentou.
O canal pode ser assistido no Paquistão via cabo o por satélite. O sinal de satélite cobre uma vasta área, atingindo regiões da Ásia, África, Oceania e Europa.
"Good News" se concentra no público e pretende oferecer uma programação de alta qualidade. Para isso, conta com uma equipe de jornalistas e especialistas em comunicação. Espera-se que venha a transformar gradualmente a cena informativa no Paquistão.
“Nossa programação inclui a transmissão da Missa cotidiana, da oração do Santo Rosário, documentários sobre a vida dos santos, além de notícias gerais, atualidades, programas educativos, música e entretenimento, explicou o padre Charles.
"'Good News’ não pretende ser apenas mais um canal de TV. Queremos fazer a diferença, oferecendo ao país uma programação de primeira qualidade”, continuou.
"Good News TV dará ênfase nos valores, transmitindo um conteúdo que não se encontra em outros canais televisivos”.
“Há muitos aspectos que merecem ser mencionados, mas talvez o mais importante é que o canal ajudará a reforçar a fé de nossa população, divulgando os verdadeiros ensinamentos da Igreja católica”, concluiu o padre Charles.

Fonte: Zenit.

Dom Tomasi critica cultura ocidental que ridiculariza religião

Atualmente, no Ocidente, são muitos os que concebem a religião como algo antiquado e a ridicularizam, uma atitude que leva ao preconceito.
Assim indicou o representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e instituições internacionais em Genebra, Dom Silvano Tomasi, em uma entrevista realizada no dia 24 de março pela Rádio Vaticano.
No Ocidente, “a religião é vista como algo antiquado que impede o desenvolvimento e o progresso científico”, afirmou.
“Ainda existem muitos funcionários – inclusive na União Europeia –, grupos e correntes de pensamento que veem na religião um obstáculo para a modernidade”, acrescentou.
“Esta atitude incita depois ao preconceito com relação à população crente – denunciou. Penso que uma cultura pública ocidental que ridiculariza a religião não presta um bom serviço, e sim cria problemas para o seu futuro.”
Na entrevista, o prelado quis reafirmar “o direito da pessoa à liberdade religiosa” e lamentou que os cristãos sejam hoje “os mais discriminados”.
Referiu-se à defesa da liberdade religiosa e recordou que “a comunidade internacional deve assumir uma responsabilidade, tratando destas questões de maneira sistemática”.
Também recordou a importância dos meios de comunicação e da educação, evitando, por exemplo, os manuais ou textos escolares “que apoiam as posições fundamentalistas ou incitam ao ódio às demais religiões”.

Fonte: Zenit.

O sacerdote na celebração do tríduo pascal

Neste Semana Santa, Nicola Box, professor de Liturgia Oriental e consultor de diversos dicastérios da Santa Sé, propõe uma substanciosa meditação litúrgica sobre os principais momentos e símbolos das celebrações próprias do tríduo pascal. As reflexões de Bux representam uma ajuda válida - oferecida tanto a sacerdotes como aos demais fiéis, em particular aos cooperadores da pastoral litúrgica - para nos aproximar dos mistérios divinos que estão sendo celebrados nesta semana, com espírito de fé contemplativa e de oração de adoração, e não de mero pragmatismo organizativo. Aproveitamos a ocasião para desejar aos nossos leitores uma Santa Páscoa, repleta de frutos de alegria interior e de conversão (Mauro Gagliardi).* * *
A Carta aos Hebreus é o único texto do Novo Testamento que atribui ao nosso Senhor Jesus Cristo os títulos de “Sacerdote”, “Sumo Sacerdote” e “Mediador da Nova Aliança”, graças à oferenda do sacrifício do seu corpo, antecipado na Ceia mística da Quinta-Feira Santa, consumado sobre a cruz e apresentado ao Pai com a ressurreição e a ascensão ao céu (cf. Hb 9,11-15). Este texto é meditado na Liturgia das Horas da quinta semana da Quaresma – ou da Paixão, como no calendário litúrgico da forma extraordinária do Rito Romano – e na Semana Santa.
Nós, sacerdotes católicos, devemos sempre contemplar Cristo e ter os mesmos sentimentos d’Ele; esta ascese acontece com a conversão permanente. Como se realiza a conversão em nós, sacerdotes? No rito da ordenação nos é pedido o ensino da fé católica, não das nossas ideias; “celebrar com devoção dos mistérios de Cristo – isto é, a liturgia e os sacramentos – segundo a tradição da Igreja”, e não segundo o nosso gosto; sobretudo, “estar cada vez mais unidos a Cristo Sumo Sacerdote, que, como vítima pura, ofereceu-se ao Pai por nós”, isto é, conformar nossa vida segundo o mistério da Cruz.
A Santa Igreja honra o sacerdote e o sacerdote deve honrar a Igreja com a santidade da sua vida – este foi o propósito de Santo Afonso Maria de Ligório no dia da sua ordenação –, com o zelo, com o trabalho e com o decoro. Ele oferece Jesus Cristo ao Pai Eterno e por isso deve estar revestido das virtudes de Jesus Cristo, para preparar-se para o encontro com o Santo dos Santos. Que importante é a preparação interior e exterior para a sagrada liturgia, para a Santa Missa! Trata-se de glorificar o Sumo e Eterno Sacerdote, Jesus Cristo.
Pois bem, tudo isso se realiza em grau máximo na Semana Santa, a Grande e Santa Semana, como dizem os orientais. Vejamos alguns dos seus principais atos, com base no cerimonial dos bispos.
1. Com a Missa in Cena Domini, da Quinta-Feira Santa, o sacerdote entra nos principais mistérios – a instituição da Santíssima Eucaristia e do sacerdócio ministerial –, assim como do mandamento do amor fraterno, representado pelo lavatório dos pés, gesto que a liturgia copta realiza ordinariamente cada domingo. Nada melhor para expressá-lo que o canto do Ubi caritas. Após a comunhão, o sacerdote, usando o véu umeral, sobre ao altar, faz a genuflexão e, ajudado pelo diácono, segura a píxide com as mãos cobertas pelo véu umeral. É o símbolo da necessidade de mãos e corações puros para aproximar-se dos mistérios divinos e tocar o Senhor!
2. Na Sexta-Feira Santa in Passione Domini, o sacerdote é convidado a subir ao Calvário. Às três da tarde, às vezes um pouco mais tarde, acontece a celebração da Paixão do Senhor, em três momentos: a Palavra, a Cruz e a Comunhão. Dirige-se em procissão e em silêncio ao altar. Depois de ter reverenciado o altar, que representa Cristo na austera nudez do Calvário, ele se prostra em terra: é a proskýnesis, como no dia da ordenação. Assim, expressa a convicção do seu nada diante da Majestade divina, e o arrependimento por ter se atrevido a medir-se, por meio do pecado, com o Onipotente. Como o Filho que se anulou, o sacerdote reconhece seu nada e assim tem início sua mediação sacerdotal entre Deus e o povo, que culmina na oração universal solene.
Depois se faz a ostensão e a adoração da Santa Cruz: o sacerdote se dirige ao altar com os diáconos e lá, em pé, ele a recebe e a descobre em três momentos sucessivos – ou a mostra já descoberta – e convida os fiéis à adoração, em cada momento, com as palavras: Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Em sua descarnada solenidade, aqui, no coração do ano litúrgico, a tradição resistiu tenazmente mais que em outros momentos do ano.
O sacerdote, após ter depositado a casula, se possível descalço, aproxima-se primeiramente da Cruz, ajoelha-se diante dela e a beija. A teologia católica não teme em dar aqui à palavra “adoração” seu verdadeiro significado. A verdadeira Cruz, banhada com o sangue do Redentor, torna-se, por assim dizer, uma só coisa com Cristo e recebe a adoração. Por isso, prostrando-nos diante do lenho sagrado, nós nos dirigimos ao Senhor: “Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz redimistes o mundo”.
3. A Páscoa do Reino de Deus se realizou em Jesus: oferecida e consumida a Ceia, “na noite em que ia ser entregue”; imolada sobre o Calvário na Sexta-Feira Santa, quando “houve escuridão sobre toda a terra”, mais uma vez à noite recebe a consagração da aprovação divina, na ressurreição de Cristo Senhor: por João, sabemos que Maria Madalena se aproximou do sepulcro “bem de madrugada”; portanto, aconteceu nas últimas horas da noite após o sábado pascal.
No Novus Ordo, o sacerdote, desde o início da Vigília, está vestido de branco, como para a Missa. Ele abençoa a fogo e acende o círio pascal com o novo fogo, se procede, após ter aplicado, como na liturgia antiga, uma cruz. Depois grava sobre o lado vertical da cruz a letra grega alfa e, abaixo, a letra omega; entre os braços da cruz, faz a incisão de quatro algarismos para indicar o ano em curso, dizendo: Cristo ontem e hoje. Depois, feita a incisão da cruz e dos demais sinais, pode aplicar no círio cinco grãos de incenso, dizendo: Por suas santas chagas. Depois, cantando o Lumen Christi, guia a procissão rumo à igreja. O sacerdote está à cabeça do povo dos fiéis aqui na terra, para poder guiá-lo ao céu.
É o sacerdote que entoa solenemente Eis a luz de Cristo!. Ele o canta três vezes, elevando gradualmente o tom da voz: o povo, depois de cada vez, repete-o no mesmo tom. Na liturgia batismal, o sacerdote, estando de pé diante da fonte, abençoa a água, cantando a oração: Ó Deus, por meio dos sinais sacramentais; enquanto invoca: Desça, Pai, sobre esta água, pode introduzir nela o círio pascal, uma ou três vezes.
O significado é profundo: o sacerdote é o órgão fecundador do seio eclesial, simbolizado pela fonte batismal. Verdadeiramente, na pessoa de Cristo Cabeça, ele gera filhos que, como pai, fortifica com o crisma e nutre com a Eucaristia. Também em razão destas funções maritais com relação à Igreja esposa, o sacerdote não pode senão ser homem. Todo o sentido místico da Páscoa se manifesta na identidade sacerdotal, chegando à plenitude, o plếroma, como diz o Oriente. Com ele, a iniciação sacramental chega ao cume e a vida cristã se torna o centro.
Portanto, o sacerdote, que subiu com Jesus à cruz na Sexta-Feira Santa e desceu ao sepulcro no Sábado Santo, no Domingo de Páscoa pode afirmar realmente com a sequência: “Sabemos que Cristo verdadeiramente ressuscitou dentre os mortos”.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 30 de março de 2010

EUA: padre negro rumo aos altares



Depois de ter nascido na escravatura e vivido seu ministério pastoral ofuscado pelo racismo, o primeiro sacerdote americano de ascendência africana pode-se converter em um dos santos canonizados pela Igreja.
O cardeal Francis George, arcebispo de Chicago, anunciou no início deste mês que acaba de introduzir a causa de canonização do padre Augustine (também chamado de Augustus) Tolton.
“Precisamos de orações e ajuda, especialmente para ser uma Igreja mais unida”, afirma o cardeal George no Catholic New World, o jornal da arquidiocese. “Em segundo lugar, seu exemplo de dedicação sacerdotal, seu conhecimento e pregação são grandes exemplos para nossos seminaristas e sacerdotes, e também podem inspirar os leigos”.
Sofrendo com Jesus
Augustine Tolton (1854-1897) tinha 9 anos quando sua mãe fugiu da escravidão com ele e seus dois irmãos. A família foi para Quincy, Illinois, onde ele foi finalmente inscrito na St. Peter’s Catholic School. Foi ali onde começou sentir que Deus o chamava a ser sacerdote.
Contudo, foi rejeitado por todos os seminários dos Estados unidos, e foi finalmente enviado para Roma para seus estudos. Pensava em ir como missionário para a África. Foi ordenado na basílica de São João de Latrão em 1886. Um dia antes de sua ordenação, foi-lhe dito que seria enviado de volta para os Estados Unidos.
O padre Tolton sabia o sacrifício que isso envolvia, mas uniu seus sofrimentos ao de Jesus. Voltou para Quincy, mas o racismo impediu seu ministério. Ele pediu transferência para Chicago, que foi acolhida em 1889.
O padre Tolton começou seu ministério na comunidade de católicos negros de Chicago, e logo precisava de sua própria igreja. Ele a abriu uma loja em 1891, que mais tarde ficou conhecida como Santa Mônica.
Durante esse tempo, padre Tolton se correspondeu com a futura Santa Katharine Drexel (canonizada por João Paulo II em 1 de outubro de 2000), e sua comunidade proporcionou apoio financeiro para a nova paróquia.
O padre Tolton trabalhou exaustivamente em sua paróquia, e morreu por insolação aos 43 anos, enquanto voltava de um retiro sacerdotal.
Coletando dados
O bispo auxiliar de Chicago, Dom Joseph Perry, está organizando a causa de canonização do padre Tolton. Ainda que a causa seja considerada antiga, pois não restam testemunhas vivas, ele crê que os documentos são suficientes para um primeiro exame por parte de Roma.
“O padre Tolton trabalhou valentemente nessa cidade e em Quincy, e sempre permaneceu como um sacerdote e um católico fiel e obediente”, disse o bispo. “Ele não abandonou. Manteve-se fiel”.
“Seu testemunho silencioso é um desafio para nossos preconceitos e estreiteza de critério, que nos mantêm isolados da variedade no Reino de Deus.”


Fonte: Zenit.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Os missionários servem aos pobres com alegria



O fundador de uma nova ordem monástica internacional dedicada a servir aos mais pobres dos pobres afirma que esta vocação é uma fonte de alegria para muitas pessoas.
Com início em 1981, pelo padre Richard Ho Lung, os Missionários dos Pobres somam atualmente 550 religiosos, irmãos e sacerdotes, que trabalham na Jamaica (onde a ordem foi fundada e mantém sua casa geral), Índia, Filipinas, Uganda, Quênia e Estados Unidos.
O padre Ho Lung, que originalmente se educou e foi ordenado no seio jesuíta, sentiu um chamado diferente quando se aventurou nos barracos que cercavam a paróquia da qual era pastor na Jamaica. Naquele momento, decidiu se dedicar exclusivamente a construir uma família e uma comunidade entre os pobres e desfavorecidos, através de uma nova ordem religiosa.
Nesta entrevista ao programa de televisão “Deus chora na Terra”, de Catholic Radio and Television Network (CRTN), em cooperação com Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o sacerdote fala sobre seu chamado a servir os pobres, a alegria que experimenta dentro de sua ordem e as esperanças para o futuro.
–Como foi este chamado; foi uma decisão fácil?
–Padre Ho Lung: Houve um incidente em que 155 mulheres e senhoras anciãs morreram queimadas em um edifício pertencente ao governo da Jamaica. Isso revolveu minha consciência. Foi uma tragédia terrível. Depois daquilo, enquanto ensinava na Universidade das Índias Ocidentais, na Jamaica, precipitei-me em oração, e na figura de Cristo, trabalhando (...) com as pessoas mais pobres e as mais esquecidas que chamavam a minha consciência. Comecei a me fazer perguntas. Era o Senhor quem as fazia: “Vais ser de verdade um autêntico cristão ou não? Vais ser um autêntico sacerdote ou não?”
–Essas perguntas devem ter sido um processo difícil?
–Padre Ho Lung: Sim, é como Jacó lutando com os anjos. E, obviamente, venceu o Senhor. Fui uma época de muita exigência espiritual e (ainda assim também) a melhor das épocas. Em ocasiões eu lutava com o Senhor e lhe perguntava: “como pode ser tão contraditório?” Em primeiro lugar, chamar-me a trabalhar com os mais pobres e nas mais difíceis situações, onde parece que não tenho nada que fazer com meu intelecto. Mas me dei conta de que muitas da formas de enfrentar os problemas dos mais pobres requeria, de fato, cada parte do que eu havia aprendido e, assim, os jesuítas foram verdadeiramente uma preparação para minha vocação (como fundador) dos Missionários dos Pobres.
–Sempre teve um coração para os pobres? O que atua no interior? Em que momento disse de verdade: isto é o que sinto chamado a fazer?
–Padre Ho Lung: Creio que meu pai, que é chinês e veio do Extremo Oriente, ao se casar com minha mãe, implantou em nós uma grande atenção pelas necessidades dos pobres. Não deixava de repetir: “lembrem-se de que vocês são pobres; recordem que eu sou pobre e lembrem-se das pessoas mais pobres”. Ele nos fazia ter em mente que as pessoas da Jamaica, ainda que fossem pobres, eram as melhores pessoas, e sem os pobres que vinham ao nosso lar e ao pequeno comércio de alimentação que tínhamos, não estaríamos vivos.
Por isso, dizia: “agradeçam sempre, e haja o que houver na vida, nunca esqueçam dos pobres, onde quer que estejam”. Aquilo foi o início, inclusive antes de que me tornasse católico.
–O senhor escolheu como lema: “serviço alegre na Cruz com Cristo”. Por que elegeu este lema para os Missionários dos Pobres?
–Padre Ho Lung: Uma vez que a comunidade começou, notei um fenômeno estranho. Os irmãos, a cada dia, trabalhariam com as pessoas mais pobres, fazendo os trabalhos mais simples, lavar as pessoas, cozinhar, fazer a barba, cortar o cabelo, e também limpeza. E eles voltavam todos os dias, cheios de alegria, ainda que pudéssemos nos encontrar com pessoas que morriam de Aids, gente com enfermidades psíquicas, ou leprosos. Pensei que isso era muito misterioso. Mesmo sabendo que trabalhar com os pobres é levantar a cruz de Cristo. E no entanto eles estavam tão felizes ao fim do dia que adotamos o lema: “serviço alegre na Cruz com Cristo”.
–Qual é sua maior alegria neste trabalho?
–Padre Ho Lung: Saber que somos um com Cristo, mente e coração, e saber também que vivemos dos sacramentos, e da Palavra de Deus. Esse sentido da proximidade e intimidade com Deus é grande. Quando olho estas jovens e belas vocações e vejo sua enorme alegria e entusiasmo, franqueza e felicidade, em gente jovem inclusive até o momento da morte; estão preparados para entregar suas vidas; nada pode me satisfazer tanto como isso.
–Qual o maior sofrimento?
–Padre Ho Lung: Nosso maior sofrimento foi quando dois de nossos irmãos foram assassinados. Foram mortos em Kingston, precisamente no coração do gueto e à noite, de forma misteriosa. Para mim a para a comunidade foi uma tristeza amarga.
–Que lições tirou destes assassinatos?
–Padre Ho Lung: Em primeiro lugar, a morte dos irmãos demonstrou o enorme compromisso que os jovens têm. Ninguém se foi. De fato, nossa comunidade cresceu, e verdadeiramente muito, desde a morte de nossos irmãos. E o verdadeiro significado da cruz de Cristo. Tudo se fez muito profundo nos corações e nas mentes dos irmãos. Eles tiveram de passar por um grande discernimento e compreensão de que isso é sério. O que implica tanto sua vida como possivelmente sua morte, mas conseguimos seguir ao lado das pessoas.
O impacto na ilha – que não é católica – foi enorme, em cada uma de suas esquinas. Houve um sentido muito profundo da tragédia que é a vida no gueto na Jamaica.
–Quais são seus planos e esperanças?
–Padre Ho Lung: Há pressões pela legalização do aborto na Jamaica, o que é uma grande ofensa ao Senhor. Atravessando os guetos, os irmãos encontraram bolsas de plástico com dois bebês que tinham sido assassinados. Os irmão vieram a mim e disseram: “padre, sabemos o que o senhor sempre nos ensinou sobre o problema do aborto, que é o mais cruel e mais terrível dos crimes. É necessário que iniciemos um lar para mães não casadas, mulheres que abortariam, outro lar para crianças, como uma opção para as mulheres que de outra forma matariam seus filhos”. E após a oração, decidimos, como comunidade, que abriríamos um lar.
Muitas das mulheres não estão casadas, obviamente, e todo dia elas podem deixar seus bebês conosco. Podem ir trabalhar em vez de perder seus trabalhos. Depois buscam seus filhos e retornam a casa. Mas também queríamos ter missa, uma evangelização no mesmo edifício, aos sábados e domingos, de modo que as pessoas pudessem se aproximar de Cristo e da Igreja.
Também gostaríamos de ter uma clínica pré-natal para que as mulheres que estivessem pensando em abortar viessem a nós e pudessem ter cuidados que as convencessem a não proceder ao abortamento. Perguntaríamos a elas se gostariam de usar nosso centro de cuidado durante o dia, ou se desejariam deixar os bebês para que fossem adotados. Nós daríamos uma solução.
* * *
Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann, para “Deus chora na Terra”, um programa semanal produzido por Catholic Radio and Television Network (CRTN), em parceria com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.

Primeira missão dos cristãos no Egito: testemunho de vida



A Igreja católica copta no Egito, unida a Roma, conta com cerca de 200 mil fiéis, e é presidida por Sua Beatitude Antonios Naguib, patriarca da Alexandria dos coptas.
O patriarca de 75 anos, que tem sua sede sede no Cairo, ocupa o cargo desde 2006.
Em entrevista a ZENIT, evoca a situação do diálogo com o Islã, o sínodo especial para o Oriente Médio e o fenômeno do fanatismo.–No final de fevereiro, uma delegação do Conselho Pontíficio para o Diálogo Inter-religioso fez uma visita ao Cairo. Foi recebida pelo xeque Muhammad Sayyid Tantawi, falecido logo depois. Qual a situação do diálogo inter-religioso no Egito?
–Patriarca Antonios Naguib: Nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2010, a comissão do Conselho Pontíficio para o Diálogo Inter-religioso veio ao Cairo para se reunir com a Comissão da El-Azhar. Esses encontros acontecem periodicamente, um ano em Roma e um ano no Cairo.
Esta é a estrutura oficial do diálogo inter-religioso entre o Vaticano e o Islã do Egito.
Outras autoridades locais pretendem reforçar os vínculos entre os muçulmanos e os cristãos no país. Os líderes das comunidades religiosas são visitados reciprocamente nas grandes festas.
Nós sentimos, contudo, a necessidade de intensificar essas relações, e sobretudo, de multiplicar a base, ou seja, as pessoas comuns. Essa é a única forma de estender a aceitação e a fraternidade dos outros, e de se opor ao fanatismo e ao extremismo.–Comentando sobre os acontecimentos em Nag Hammadi na festa de Natal dos coptas, um muçulmano disse que os assassinos não eram muçulmanos, ainda que eles se autodenominem como tal. Os muçulmanos moderados condenaram esse crime. Mas qual é a percepção dos coptas? Consideram esse incidente isolado ou temem um clima cada vez mais hostil?
–Patriarca Antonios Naguib: Alegro-me de ouvir essa avaliação por parte de um muçulmano. É verdade que os muçulmanos moderados conderanam o crime. Existem muitos escritores muçulmanos que escrevem artigos objetivos muito bons.
Eles pediram para atacar as verdadeiras causas do fanatismo e do extremismo, sobretudo educativas, culturais e religiosas.
No que diz respeito aos coptas, esse crime foi um duro golpe que feriu seu sentido de pertença e de fraternidade no país.
–Fala-se da construção de uma nova igreja no centro do Cairo. Existe obstáculos para a construção dela?
–Patriarca Antonios Naguib: Não há nenhuma lei que proíba a construção de uma igreja. Mas há procedimentos e requisitos. As respostas às demandas de construção levam muito tempo.
Existe um projeto de lei unificado para a construção de lugares de oração. Foi apresentado no Parlamento e será estudado.–O senhor vai participar do Sínodo Especial para o Oriente Médio? Se sim, qual será sua mensagem no Sínodo?
–Patriarca Antonios Naguib: Todos os bispos do Oriente Médio participarão no Sínodo Especial para o Oriente Médio. O enfoque é: testemunho e comunhão.
Nossa primeira missão em nossos países será realizada pelo testemunho de vida, entre nós e com nossos irmãos e irmãs muçulmanos e judeus.
E para que nosso testemunho seja autêntico e crível, deve fluir de uma vida de comunhão, em cada igreja católica. Também devemos encontrar as maneiras de viver e reforçar essa comunhão com as demais Igrejas cristãs, e com nossos irmãos muçulmanos e judeus.–O número de mulheres que usam véu aumentou muito nesses últimos vinte anos. Esse é um sinal de evolução social na qual devemos ver o estabelecimento de um sistema integrado? O que o senhor acredita que são as causas dessa evolução?
–Patriarca Antonios Naguib: Sua observação é exata. Atualmente há muito poucos muçulmanos que não usam véu. O niqab (véu que cobre todo o rosto exceto os olhos, n.d.r) também é bastante visível.
Creio que essa evolução é o resultado da influência do Islã wahabita no país. O fenômeno teve início com a permanência dos trabalhadores egípcios em países do Golfo, e se espalhou rapidamente, de forma reforçada e generalizada. Foi convertido em um fenômeno social, que se impõe também nas famílias mais moderadas e abertas. Mas o feito indica também um aumento de fanatismo.–Em que situação se encontram os meios de comunicação cristãos na língua árabe? Há também filmes cristãos?
–Patriarca Antonios Naguib: No Egito, os meios de comunicação cristãos em árabe são diversos. Há algumas revistas e jornais pertencentes às diversas Igrejas.
O Líbano era o único país do Oriente Médio que tinha emissoras de rádio cristãs. Télé Lumière também lançou um canal de TV, Noursat, que está se desenvolvendo cada vez mais.
Atualmente há vários canais de TV em árabe. A Igreja ortodoxa copta no Egito possui três. Esta Igreja realizou uma série de filmes religiosos que tem um grande êxito entre os cristãos coptas.


Fonte: Zenit.

Apelo do Papa pela paz em Jerusalém



“A paz é um dom que Deus confia à responsabilidade humana”, afirmou Bento XVI, ao lançar um apelo pela paz em Jerusalém.
O Papa expressou neste domingo sua preocupação pela paz na Terra Santa, em sua homilia na Missa de Ramos, que recorda a entrada de Cristo em Jerusalém, e antes de rezar o Ângelus.
“Nosso pensamento e nosso coração se dirigem de maneira especial a Jerusalém, onde se realizou o mistério pascal”, disse, antes de recitar a oração mariana.
“Estou profundamente entristecido pelos recentes conflitos e pelas tensões verificadas mais uma vez nessa cidade, que é pátria espiritual dos cristãos, judeus e muçulmanos, profecia e promessa da reconciliação universal que Deus deseja para toda a família humana”, afirmou.
“A paz é um dom que Deus confia à responsabilidade humana, para que o cultive através do diálogo e do respeito dos direitos de todos, da reconciliação e do perdão”, prosseguiu.
E convidou a orar “para que os responsáveis pelo destino de Jerusalém empreendam com valentia o caminho da paz e o sigam com perseverança”.
Durante sua homilia, sob o sol da Praça de São Pedro, o Papa se referiu à sua peregrinação do ano passado à Terra Santa e destacou três significados.
Em primeiro lugar, que “a fé em Jesus não é uma invenção lendária”. Depois, que, ao peregrinar à Terra Santa, vamos “como mensageiros de paz, com a oração pela paz, com o convite a todos para que façam naquele lugar, que carrega em seu nome a palavra ‘paz’, todo possível para que se torne realmente um lugar de paz”.
E apontou também um terceiro aspecto, relacionado à vocação dos cristãos da Terra Santa a promover a paz.
Neste sentido, indicou: “Esta peregrinação é, ao mesmo tempo, um estímulo para os cristãos a permanecerem no país das suas origens e a comprometer-se intensamente nele pela paz”.
Dessa maneira, o Papa orou para que Jerusalém seja um lugar de paz, enquanto aumenta a tensão na Terra Santa.
O governo de Israel decidiu continuar realizando assentamentos judaicos em Jerusalém Leste, os palestinos declararam um “Dia da Ira” e os enfrentamentos das últimas semanas provocaram alguns feridos.
Israel mobilizou mais de 2.500 policiais antidistúrbios e foram fechadas algumas passagens entre Jerusalém e a Cisjordânia.


Fonte: Zenit.

Papa renova convite que os jovens receberam na primeira JMJ

No 25º aniversário da instituição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Bento XVI renovou o convite a dar testemunho de Cristo, que os jovens receberam de João Paulo II no Domingo de Ramos de 1985.
Esta foi a mensagem do Pontífice hoje, dirigindo-se aos jovens antes da oração mariana do Ângelus, no final da solene celebração litúrgica do Domingo de Ramos, realizada na Praça de São Pedro.
“Há 25 anos, meu amado predecessor convidou os jovens a professarem sua fé em Cristo, que ‘tomou sobre si mesmo a causa do homem’”, recordou, citando a homilia que João Paulo II pronunciou no dia 31 de março de 1985.
“Hoje, eu renovo este convite à nova geração, a dar testemunho com a força suave e luminosa da verdade, para que não falte aos homens e mulheres do terceiro milênio o modelo mais autêntico: Jesus Cristo”, afirmou.
E acrescentou: “Confio este mandato particularmente aos 300 delegados do Fórum Internacional de Jovens”, realizado em Rocca di Papa desde a quarta-feira até hoje.
Referindo-se às JMJ, Bento XVI destacou que, desde 1985 – que as Nações Unidas haviam declarado como “Ano da Juventude” –, o Domingo de Ramos “adquiriu esta característica”.
Característica, continuou, “que a cada dois ou três anos se manifesta também em grandes encontros mundiais, traçando uma espécie de peregrinação juvenil em todo o planeta, no seguimento de Jesus”.
“Queridos amigos: não temais quando o seguimento de Cristo comportar incompreensões e ofensas.”
E exortou: “Servi-o nas pessoas mais frágeis e desfavorecidas, especialmente vossos coetâneos em dificuldades”.
“Com este propósito, desejo assegurar também uma especial oração no Dia Mundial de Sensibilização para o Autismo, promovido pela ONU, no próximo dia 2 de abril”, afirmou.

Fonte: Zenit.

Jornadas e juventudes

Apresentamos artigo de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), intitulado "Jornadas e Juventudes".

Neste Domingo de Ramos, 28 de março, abertura da Semana Maior, a Semana Santa, em cada Diocese do mundo, celebraremos a 25ª Jornada Mundial da Juventude. Neste dia, às 15 horas, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Boa Viagem, se congregarão caravanas de jovens da Arquidiocese de Belo Horizonte para esta Jornada de fortalecimento da comunidade das juventudes. Uma oportunidade singular para renovar a comunhão com o coração de Cristo, o Bom Mestre, Senhor e Salvador, fecundando a participação missionária nas veias da Arquidiocese de Belo Horizonte. Um momento que será compartilhado pela Igreja por meio de cada Diocese do mundo, com seus bispos e pastores, e especialmente com o coração do Santo Padre Bento XVI, que também congregará milhares de jovens na Praça de São Pedro no Vaticano, em Roma.
Foi lá que o Papa João Paulo II começou este caminho, em 22 de abril de1984, ao celebrar o Jubileu dos Jovens. Já no ano seguinte, na Praça de São Pedro, o Papa promoveu um encontro mundial de jovens por ocasião do Ano Internacional da Juventude, escrevendo aos jovens uma Carta Apostólica. Em 20 de dezembro de 1985, ele anuncia a instituição das Jornadas Mundiais da Juventude. No dia 23 de março de 1986, em nível diocesano, foi celebrada a 1ª Jornada Mundial da Juventude. São transcorridos 25 anos deste caminho evangelizador de cuidado especial com a juventude. Aqui, esta atenção com os jovens tem referências significativas como a 3ª Conferência Geral dos Bispos da América Latina, 1979 em Puebla, México. Entre os compromissos ali assumidos está a opção preferencial pelos jovens. O coração missionário da Igreja Latinoamericana, naquele evento de suma importância pastoral, decidiu “apresentar aos jovens o Cristo vivo, como único Salvador, para que, evangelizados, evangelizem e contribuam, como em resposta de amor a Cristo, para a libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunhão e participação”.
A Igreja Católica vê na juventude uma enorme força renovadora – seu próprio símbolo. Nestes últimos 30 anos, este caminho missionário tem se fortalecido em meio a uma avalanche de mudanças que desafiam e apontam a necessidade de redobrar esforços. Requer também maior ardor missionário, reafirmando a confiança na juventude, investindo em sua formação, de modo a garantir seu lugar na vida da Igreja, além de acompanhar os seus passos nos enormes desafios da sociedade contemporânea. Referência significativa também é a publicação do Documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Nº 85, Evangelização da Juventude: perspectivas e desafios pastorais, em 2007, o ano da 5ª Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe, quando se renovou a opção preferencial pelos jovens. Esse caminho missionário tem se tornado fecundo na Igreja Católica, presente na sociedade brasileira com seus 50 milhões de jovens. Desde 1985, a Igreja vem celebrando o Dia Nacional da Juventude, recordando a força evangelizadora da Campanha da Fraternidade de 1982, Juventude e Fraternidade, abrindo um caminho novo de investimentos na evangelização de jovens.
Na rede de ricas iniciativas pastorais e missionárias deste imenso Brasil, a Arquidiocese de Belo Horizonte tem avançado significativamente com a criação de seu Secretariado Arquidiocesano da Juventude. Um trabalho de envolvimento e articulação das juventudes na rede de comunidades, considerando as suas diversidades e espiritualidades, com uma organização amadurecida. Nestes últimos cinco anos, temos realizado eventos eclesiais de grande significação, como a Peregrinação Marial ao Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, o Dia Nacional da Juventude, a Jornada Mundial da Juventude. São momentos privilegiados de compromisso evangelizador e missionário. É o coração da juventude mineira fecundado pela presença amorosa de Cristo, Mestre, Senhor e Salvador.
Nesta 25ª Jornada Mundial, deste Domingo de Ramos, a juventude mineira faz da sua voz o eco das vozes das juventudes de toda a Igreja do Brasil. É o vivo desejo e alegria de poder realizar aqui, em Belo Horizonte, em 2014, a Jornada Mundial da Juventude. É um sonho que vive no coração católico mineiro e ancora-se neste trabalho missionário que amadurece e se consolida. Os jovens de BH e de Minas, em sintonia com o coração de todos os jovens do Brasil, estão dizendo: um sonho, eis nosso desejo!

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

domingo, 28 de março de 2010

DOMINGO DE RAMOS

“Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” Lucas 19, 29-40
* Como seria impossível fazer jus ao Evangelho da Paixão em uma reflexão tão curta, refletiremos sobre o Evangelho da procissão.
Quase não há comunidade católica no Brasil que não comemore hoje, com muita alegria , a entrada de Jesus em Jerusalém. São organizadas procissões, o povo abana ramos, se celebram encenações do evento. Pessoas que dificilmente pisam em uma igreja nos domingos comuns, hoje fazem questão de não perder a procissão. Porém, para não reduzirmos a comemoração a mero folclore, é importante estudar o que significava este evento para Jesus, e para o evangelista.
Dificulta o nosso entendimento da passagem a nossa pouca familiaridade com o Antigo Testamento. Cumpre relembrar um trecho do profeta Zacarias: “Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho duma jumenta... Anunciará a paz a todas as nações, e o seu domínio irá de mar a mar, do rio Eufrates até os confins da terra” (Zc 9, 9-10). Esse era um trecho muito importante na espiritualidade do grupo conhecido como “os pobres de Javé”, que esperavam a chegada do Messias libertador. Nesse grupo encontravam-se Maria e José, e os discípulos de Jesus. Foi dentro desta espiritualidade que Jesus foi criado. Zacarias traçava as características do messias - seria um rei, “justo e pobre”, não de guerra, mas de paz! Viria estabelecer uma sociedade diferente da sociedade opressora do tempo de Zacarias (e de Jesus, e de nós) - onde os poderosos e violentos oprimiam os pobres e pacíficos! Seria uma sociedade onde, entre outros elementos, a economia estaria a serviço da vida! Um rei jamais entraria numa cidade montado em um jumento - o animal do pobre camponês, mas num cavalo branco de raça! Jesus, fazendo a sua entrada assim, faz uma releitura de Zacarias, e se identificou com o rei pobre, da paz, da esperança dos pobres e oprimidos!
Por isso, muitas vezes perdemos totalmente o sentido da entrada de Jesus em Jerusalém. Celebramos o evento como se fosse a entrada de um Governante dos nossos tempos - com pompa, imponência, e demonstração de poder e força. O contrário do que Jesus fez! Chamamos o evento da “entrada triunfal de Jesus” - e realmente foi, mas como triunfo de Deus, que se encarnou entre nós como o Servo Sofredor! Nada mais longe do sentido original desse evento do que manifestações de poderio e pompa, mesmo - ou especialmente - quando feitas em nome da Igreja e do Evangelho de Jesus! O texto convida a todos nós a revermos as nossas atitudes. Seguimos Jesus - mas, será que é o Jesus real, o Jesus de Nazaré, o Jesus rei dos pobres e humildes, o Jesus cumpridor da profecia de Zacarias? Ou inventamos um outro Jesus - poderoso nos moldes da nossa sociedade, com força, poder e prestígio, conforme o mundo entende esses termos? Essa semana foi o ponto culminante de toda a vida e missão de Jesus - das suas opções concretas em favor dos oprimidos, do seu desafio à religião oficial que escondia o verdadeiro rosto de Deus, das consequências políticas e econômicas da sua proposta de uma sociedade justa e igualitária, manifestação concreta da chegada do Reino de Deus. Tudo isso levou os poderosos, romanos e judeus, a tramarem a sua morte. É importante lembrar que a paixão e morte de Jesus foram consequência da sua vida - é impossível entender o que significa a Semana Santa sem ligá-la com o resto da vida de Jesus e com a sua proposta para a sociedade e para os seus seguidores. Jesus não morreu - foi morto porque incomodava, como continua a incomodar ainda hoje os que continuam com o sistema opressor que é a expressão do anti-Reino, mesmo quando disfarçado com discurso religioso, como se fazia no Templo.
Nos adverte um canto usado nas celebrações de hoje: “Eles queriam um grande rei, que fosse forte, dominador. E por isso não creram n’Ele e mataram o salvador!” Realmente acreditamos no rei dos pobres e oprimidos, ou só fazemos um folclore no Dia de Ramos, bonito, mas totalmente desvinculado da mensagem verídica e profunda do profeta Zacarias e do evangelho de hoje?

Fonte: Tomas Hughes, SVD.

sexta-feira, 26 de março de 2010

CNBB recorda Dom Oscar Romero



Os 30 anos do assassinato de Dom Oscar Romero, antigo arcebispo de San Salvador, foram celebrados com uma missa na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), nessa quarta-feira.
Segundo informa a CNBB, a celebração foi solicitada pela embaixadora de El Salvador no Brasil, Rina del Socorro Angulo Rojas, e aconteceu na capela da sede da conferência episcopal, em Brasília.
O bispo de São Felix do Araguaia (Mato Grosso), Dom Leonardo Ulrich Steiner, presidiu à celebração, junto ao secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa.
A embaixadora de El Salvador disse que Dom Romero é modelo para o povo salvadorenho e que ele transcendeu as fronteiras de seu país. “Sua mensagem transcendeu as fronteiras; é uma mensagem universal a favor dos pobres. Ele provou isso com seu martírio”, disse.
Dom Dimas Lara, também destacou a ação de Dom Oscar Romero. “Dom Oscar Romero derramou seu sangue como consequência de sua coerência na busca da justiça. Sua morte foi um sermão muito mais eloquente do que tantas homilias que ele pronunciou. Ela coroa e sela o compromisso de Dom Romero no seguimento de Jesus até a cruz”, disse.
Segundo o secretário geral da CNBB, chama a atenção em Dom Oscar Romero a sua opção pela não violência. “Dom Romero se colocou na defesa da justiça, mas se recusou a usar a violência até mesmo contra os próprios algozes”.
No dia 24 de março de 1980, Dom Oscar Romero foi assassinado na Capela do Hospital da Divina Providência, em San Salvador, enquanto celebrava a eucaristia.
Em 2009, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, reconheceu a responsabilidade do Estado salvadorenho no crime de Dom Romero.


Fonte: Zenit.

França: mais de três mil batismos de adultos na Páscoa

Na França, mais de três mil adultos receberão o batismo na Igreja Católica nesta Páscoa, anunciou a conferência episcopal.
Com o feriado pascal (vigília do sábado dia 3 de abril e o dia de Páscoa, domingo 4 de abril), quase três mil adultos (2.903) receberão o que a Igreja chama de “os sacramentos da iniciação cristã” (batismo, comunhão e confirmação), começando pelo batismo.
Esse número está em constante crescimento há mais de dez anos (20% de aumento desde o início do terceiro milênio). Desde o ano 2001, mais de 25.000 adultos foram batizados.
O website da Igreja Católica na França publicou as estatísticas e também informações sobre o processo de preparação dos catecúmenos para o batismo.
O portal também oferece informações sobre o sentido dos sacramentos da iniciação cristã.
Uma página desse mesmo portal é dedicada ao Serviço nacional de catequeses e do catecumenato.

Fonte: Zenit.

Escandinávia: o esplendor de uma Igreja minoritária

Uma Conferência Episcopal para as cinco nações da Escandinávia, região na qual o número de católicos aumenta, graças às migrações oriundas da Polônia, da Letônia e de países da América Latina, África e Oriente Médio.
Os bispos escandinavos encontram-se em Roma em visita ad limina apostolorum. Aos microfones de Rádio Vaticano, seu presidente, Dom Anders Arborelius, bispo de Estocolmo (Suécia), ilustrou a realidade atual das dioceses desta região do norte da Europa, de grandes extensões territoriais, mas com pequeno número de fiéis.
As 12 dioceses reunidas contam com cerca de 300 mil fiéis. Na Dinamarca, os católicos representam 0,7% da população, na Finlândia 0,2%, na Islândia 2,6%, na Noruega 1,3% e na Suécia 2%.
“Em uma pequena paróquia podem-se encontrar fiéis de mais 50 nacionalidades diferentes”, declarou o prelado. “Naturalmente, isso nos impõe um desafio constante: o de ajudar estes fiéis a crescerem na unidade”.
Necessidade de evangelização
Com base nos dados disponibilizados pela Conferência Episcopal Escandinava, nos cinco países há 167 sacerdotes, 28 diáconos permanentes, 11 religiosos e 560 religiosas.
Por isso, o papel dos leigos torna-se ainda mais significativo: “são muito importantes, e em vários âmbitos são muito ativos”, indicou Dom Arborelius.
“A maior parte dos catequistas são leigos”, acrescentou, assinalando sua obra de evangelização e dizendo que graças a eles “a Igreja e a fé podem ser melhor conhecidas e aceitas por parte dos não católicos”.
Os leigos, observa o prelado, são importantes também em outras atividades, como por exemplo “na liturgia e nas obras sociais das paróquias”.
Dom Arborelius referiu-se ainda à situação vocacional: “sendo a imigração característica de nossos países, não contamos com vocações autóctones em número suficiente para atender os que chegam a nós”, lamentou.
“De qualquer forma, todos os anos ordenamos alguns sacerdotes, e o número de vocações nos monastérios de vida contemplativa é bastante bom”. “Por outro lado, nas instituições religiosas femininas de vida ativa registra-se um número muito baixo de vocações”.
O presidente da Conferência Episcopal da Escandinávia falou também dos desafios que a comunidade cristã enfrenta no que diz respeito ao diálogo inter-religioso: “Por exemplo, o momento em que Igreja luterana da Suécia reconheceu os matrimônios homossexuais foi trágico para o ecumenismo em nosso país”. “Mas é preciso continuar a buscar territórios comuns para o diálogo”.
A respeito das relações com a Igreja ortodoxa e com as Igrejas orientais, Dom Arborelius disse que “há numerosos sinais positivos” neste âmbito ecumênico, “mas devemos estar conscientes de que de fatos existem muitas dificuldades novas, principalmente com relação a questões éticas”.
Com a comunidade judaica, por outro lado, “as relações são ótimas”, especialmente na Suécia, “onde católicos e judeus viveram a mesma história como minorias e luta pela igualdade de direitos”.
A família, santuário da vida
Neste ano, a Conferência Episcopal deve enfrentar um grande desafio: organizar o Congresso Nórdico das Famílias Católicas, que será realizado entre os dias 14 e 16 de maio em Jönköping, na Suécia.
“Para nós, a família é sempre o elemento mais importante de nossa sociedade”, disse o prelado ao falar da debilitação da família na sociedade moderna. “Acreditamos que colocar a família em primeiro lugar seja também um trabalho de evangelização”, continuou.
“Esperamos que este congresso auxilie nossos fiéis a tomarem consciência do valor da concepção cristã de família e do Sacramento do matrimônio, em uma sociedade tão marcada por ideologias individualistas”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Lobby laicista contra Papa: grande boato do “New York Times”

Se existe um jornal que me vem à mente quando se fala de lobbies laicistas e anticatólicos, este é o New York Times. No dia 25 de março de 2010, o jornal de Nova York confirmou esta vocação sua com um incrível boato relativo a Bento XVI e ao cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
Segundo o jornal, em 1996, os cardeais Ratzinger e Bertone teriam ocultado o caso – indicado à Congregação para a Doutrina da Fé pela arquidiocese de Milwaukee – relativo a um padre pedófilo, Lawrence Murphy. Incrivelmente – após anos de esclarecimentos e depois que o documento foi publicado e comentado amplamente em meio mundo, desvelando as falsificações e erros de tradução dos lobbies laicistas –, o New York Times ainda acusa a instrução Crimen sollicitationis, de 1962 (na verdade, 2ª edição de um texto de 1922) de ter agido para impedir que o caso Murphy fosse levado à atenção das autoridades civis.
Os fatos são um pouco diferentes. Por volta de 1975, Murphy foi acusado de abusos particularmente graves e desagradáveis em um colégio para menores surdos. O caso foi imediatamente denunciado às autoridades civis, que não encontraram provas suficientes para proceder contra Murphy. A Igreja, nesta questão mais severa que o Estado, continuou com persistência indagando sobre Murphy e, dado que suspeitava que ele fosse culpado, limitou de diversas formas seu exercício do ministério, apesar de que a denúncia contra ele tinha sido arquivada pela magistratura correspondente.
Vinte anos depois dos fatos, em 1995 – em um clima de fortes polêmicas sobre os casos dos “padres pedófilos” –, a arquidiocese de Milwaukee considerou oportuno indicar o caso à Congregação para a Doutrina da Fé. A indicação era relativa a violações da disciplina da confissão, matéria de competência da Congregação, e não tinha nada a ver com a investigação civil, que havia sido levada a cabo e que havia sido concluída 20 anos antes. Também é preciso observar que, nos 20 anos precedentes a 1995, não houve nenhum fato novo nem novas acusações feitas a Murphy. Os fatos sobre os quais se discutia eram ainda aqueles de 1975.
A arquidiocese indicou também a Roma que Murphy estava moribundo. A Congregação para a Doutrina da Fé certamente não publicou documentos e declarações 20 anos depois dos fatos, mas recomendou que se continuasse limitando as atividades pastorais de Murphy e que lhe fosse pedido que admitisse publicamente sua responsabilidade. Quatro meses depois da intervenção romana, Murphy faleceu.
Este novo exemplo de jornalismo lixo confirma como funcionam os “pânicos morais”. Para desonrar a pessoa do Santo Padre, desenterra-se um episódio de 35 anos atrás, conhecido e discutido pela imprensa local já na década de 70, cuja gestão – enquanto era da sua competência e 25 anos depois dos fatos – por parte da Congregação para a Doutrina da Fé foi canônica e impecável, e muito mais severa que a das autoridades estatais americanas.
De quantas destas ‘descobertas’ ainda temos necessidade para perceber que o ataque contra o Papa não tem nada a ver com a defesa das vítimas dos casos de pedofilia – certamente graves, inaceitáveis e criminais, como Bento XVI recordou com tanta severidade –, mas que tenta desacreditar um pontífice e uma Igreja que incomodam os lobbies pela sua eficaz ação de defesa da vida e da família?

Fonte: Zenit.

Cardeal Antonelli: “Todos os ‘não’ da Igreja são função de um grande ‘Sim’”

Os “vetos” impostos pela Igreja são sempre função de um bem maior, advertiu o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, ao discorrer no X Fórum Internacional dos Jovens nesta quinta-feira, ocasião da solenidade da Anunciação.
O evento, que ocorre de 24 a 28 de março, em Rocca di Papa, tem como tema “Aprender a amar”, e conta com a participação de delegados de 90 países dos cinco continentes.
Em sua homilia, o cardeal lembrou que, embora a cultura moderna reduza o amor “à emoção sexual e sentimental, desprovida de um projeto”, exaltando “a dimensão lúdica da relação sexual e empobrecendo sua dimensão relacional e negando aquela procriadora”, “segundo o projeto de Deus, a sexualidade está integrada ao amor verdadeiro, isto é, no empenho pelo bem das pessoas, da sociedade e da Igreja”.
“A Igreja não deprime a sexualidade, mas sim a exalta. Não a torna amarga com seus preceitos e proibições, mas a liberta da tirania do instinto, a preserva da degradação do vício, purifica-a e guarda do pecado, para que assim possa expressar todo seu significado e beleza”.
“Há normas morais, mas é preciso compreender seu significado e valor” – assinalou. “Os vetos servem para canalizar as energias em direção a um bem maior.” “Todos os ‘não’ são função de um grande ‘Sim’”.
“Na medida em que se percebe o significado e o valor das normas morais, cresce também a energia para observá-las, especialmente se acompanhadas de oração, da confissão e da Eucaristia”, “que alimentam nossa relação com o Senhor Jesus Cristo, aquele que nos comunica a graça do Espírito Santo”.
Aquele que “está intimamente convencido de ser amado pelo Senhor”, sublinhou o cardeal, “tem também o desejo de retribuir este amor, e se empenha sempre mais em cumprir a vontade de Deus”.
“Se, por vezes, não o consegue, reconhece humildemente sua condição de pecador e confia a si mesmo à misericórdia divina. Faz o bem que é capaz de fazer, e reza para compreender melhor o valor das normas morais e para ter força para realizar aquele bem do qual ainda não é capaz”.
Deste modo, “caminha na direção certa, e gradativamente seu amor se purifica, tornando-se cada vez mais belo e verdadeiro”.
A família, escola de amor e evangelização
Os homens, lembrou o cardeal Antonelli, “foram feitos não para a solidão, mas para a realização com os outros”.
“Fomos criados à imagem e semelhança do Deus uno e trino. Assim como as pessoas divinas vivem em perfeita comunhão de amor entre elas, também nós podemos ser felizes se nos comunicamos com os outros e com Deus no amor”.
O exemplo de amor por excelência, acrescentou, é aquele entre o homem e a mulher, porque “a relação de casal, quando autêntica, é imagem primordial e participação na vida divina”, constituindo “o modelo emblemático para sair do isolamento e entrar em comunhão com os demais”.
Em uma família autêntica, observou o purpurado, “o amor de desejo e o amor de doação fundem-se espontaneamente”.
“Todos consideram as outras pessoas como um recurso e uma vantagem para seu próprio bem; mas devemos, acima de tudo, considerá-las como um bem em si, como pessoas insubstituíveis, sem preço e com valor absoluto. Se há uma atenção preferencial, esta é pelos mais fracos: as crianças, os doentes, os deficientes, os idosos”.
“A família, instituição do dom e da comunhão, introduz até mesmo nos mercados um componente de gratuidade e solidariedade que lhe é necessário”.
O cardeal Antonelli destacou então que “não basta ser uma família socialmente respeitável; não basta nem mesmo ser uma família que frequenta a missa, se em seu dia-a-dia continua a pensar e agir de maneira secularizada”.
De fato, é preciso “manter uma relação viva e pessoal com o Senhor Jesus: orar, ouvir sua palavra”, para assim viver plenamente “a Eucaristia, a conversão permanente, a edificação recíproca, a abertura para o diálogo, o serviço ao próximo, o perdão recíproco, a fé encarnada nas relações e atividades cotidianas”.
Deste modo, “a família se torna sujeito de evangelização desde seu interior, em seu ambiente, na paróquia, na sociedade”.
O purpurado finalmente concluiu sua conferência convidando a imitar Maria, que “respondeu com seu amor, gratidão comovida e pronta obediência ao amor de Deus: Magnificat e Fiat”.
“Deus amou primeiro também a nós: nos criou, nos faz viver, nos doa as coisas e pessoas que constituem o nosso mundo; e doou-se a si mesmo em Jesus Cristo, que nos chama para a vida eterna”.
“Na medida em que nos convencemos de que somos amados, dispomos da alegria e da energia espiritual para obedecer às suas ordens”.

Fonte: Zenit.

Bento XVI convida cristãos a serem “irmãos universais”

“Em uma sociedade multiétnica que cada vez más experimenta formas de solidão e indiferença preocupantes, os cristãos devem aprender a oferecer sinais de esperança e a serem irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e, sem falsas ilusões ou medos inúteis, empenhar-se em fazer do planeta a casa de todos os povos.”
É o que afirma Bento XVI em sua mensagem para o 84º Dia Mundial das Missões, que este ano se celebrará no domingo 24 de outubro, sobre o tema “A construção da comunhão eclesial é a chave da missão”.
O Pai – explica o Papa – “nos chama a ser filhos amados em seu Filho, o Amado, e a nos reconhecermos todos irmãos n’Ele, Dom de Salvação para a humanidade dividida pela discórdia e pelo pecado, e Revelador do verdadeiro rosto de Deus”.
“Os homens de nosso tempo, talvez nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não só que ‘falem’ de Jesus, mas que ‘façam ver’ Jesus, que façam resplandecer o Rosto do Redentor em todo canto da terra, ante as gerações do novo milênio e, especialmente, ante os jovens de cada continente, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”.
Os jovens “devem perceber que os cristãos levam a palavra de Cristo porque Ele é a Verdade, porque encontraram n’Ele o sentido, a verdade para sua vida”.
Estas considerações, recorda o Papa, “remetem ao mandato missionário que todos os batizados e a Igreja inteira receberam, mas que não pode se realizar de maneira crível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral”.
A consciência do chamado a anunciar o Evangelho “estimula não só cada um dos fiéis, mas todas as comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a se abrir cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de toda pessoa, de todo povo, cultura, raça, nacionalidade, em toda latitude”.
Esta consciência se alimenta “através da obra de sacerdotes Fidei Donum, de consagrados, de catequistas, de leigos missionários, em uma busca constante de promover a comunhão eclesial, de modo que também o fenômeno da ‘interculturalidade’ possa se integrar no modelo de unidade, em que o Evangelho seja fermento de liberdade e de progresso, fonte de fraternidade, de humildade e de paz”.
Para Bento XVI, só partindo do encontro com o Amor de Deus “podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho crível, dando razão da esperança que está em nós”.
“Não podemos guardar para nós o amor que celebramos no Sacramento. Este exige por sua natureza que seja comunicado a todos. O que o mundo necessita é do amor de Deus, encontrar Cristo e crer n’Ele”, recordou o Papa, citando a Sacramentum Caritatis.
Com motivo do próximo Dia Mundial das Missões, o Papa convida todos a se sentirem “protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho”.
“O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade para nossas Igrejas, e sua cooperação é o testemunho singular de unidade, de fraternidade e de solidariedade, que faz críveis anunciadores do Amor que salva.” Concretamente, animou, “apesar das dificuldades econômicas, ao compromisso da ajuda fraterna e o apoio concreto das Igreja jovens”.
“Este gesto de amor e de participação, que o precioso serviço das Obras Missionárias Pontifícias, às quais vai minha gratidão, procederá a distribuir, sustentará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais distantes terras de missão e animará as jovens comunidades eclesiais”, concluiu.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Agradecimento

Quero agradecer de coração aos seguidores do meu Blog e pedir que enviem sugestões. Abraços e que Deus os abençoe!

A Anunciação à Maria: «A Encarnação do Filho de Deus»


Texto bíblico: Lucas 1, 26-38



[...] «Hoje chegou a alegria de todos, que absolve a primitiva condenação. Hoje chegou Aquele que está em todas as partes, para encher de júbilo todas as coisas» (André de Creta, Homilia 111. Exortação da Homilia sobre a Anunciação)«Este é o dia da boa nova, dia da alegria, é a festa da Virgem; o mundo dos homens se toca com o mundo divino; Adão se renova e Eva se livra da primitiva aflição; o Tabernáculo de nossa natureza humana se converte em Templo de Deus, graças à divinização de nossa condição por Ele assumida.
Oh mistério! O modo do advento de Deus nos é desconhecido, o modo da concepção fica inexpressável. O anjo se faz ministro do milagre; o seio da Virgem recebe um Filho; o Espírito Santo é enviado; do alto o Pai expressa seu beneplácito, a união se realiza por vontade comum; n'Ele e por meio d'Ele fomos salvos; unimos nosso canto ao de Gabriel e cantamos à Virgem: "Ave cheia de graça, através de Ti chegou a salvação, o Cristo nosso Deus; tomou nossa natureza e nos levou para Ele. Roga pela salvação de nossas almas».
(Doxasticon - Hino da véspera da Festa).
«Hoje se inicia nossa salvação e a manifestação do eterno Mistério: o Filho de Deus se fez filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.A ti, Maria, como a general invencível,meus cantos de vitória!A ti, que me livraste de meus males,ofereço meus cantos de reconhecimento.Pois que tens uma força invencível,livra-me de toda espécie de perigos,a fim de que te aclame: Ave, Virgem e esposa!»
(Dos Hinos da Festa: Apolitikion e Kontakion).
Na Anunciação é onde «se realizou o mistério que ultrapassa todos os limites da razão humana, a Encarnação de Deus»


(Monge Gregório).

Papa a jovens: descobrir vocação ao amor

O Papa convidou os jovens a descobrirem sua própria vocação, que é sempre “ao amor”, ainda que se expresse de forma concreta em estados de vida diferentes.
Em sua mensagem aos participantes do 10º Fórum Internacional dos Jovens, que está sendo realizado na localidade italiana de Rocca di Papa, sobre o tema “Aprender a amar”, o Papa afirma que o amor “é central na fé e na vida cristã”.
Na mensagem, divulgada hoje, o Pontífice afirma que, “pelo fato de que Deus é amor e o homem é à sua imagem e semelhança, compreendemos a identidade profunda da pessoa, sua vocação ao amor”.
“O homem foi feito para amar; sua vida se realiza plenamente só quando vive no amor”, sublinhou.
Neste sentido, instou os jovens a “descobrirem sua vocação ao amor, como pessoas e como batizados. Esta é a chave de toda a existência”.
Esta vocação “assume diferentes formas, segundo os estados de vida”. Uma delas é o sacerdócio: “Chamados por Deus para entregar-se inteiramente a Ele, com coração íntegro, as pessoas consagradas no celibato são um sinal eloquente do amor de Deus para o mundo e da vocação a amar a Deus acima de tudo”.
Outra é o matrimônio, do qual o Papa convidou a “descobrir sua grandeza e beleza”. “A relação entre o homem e a mulher reflete o amor divino de maneira completamente especial; por isso, o vínculo conjugal assume uma dignidade imensa”.
“Em um contexto cultural em que muitas pessoas consideram o casamento como um contrato temporal que pode ser rompido, é de vital importância compreender que o verdadeiro amor é fiel, dom de si definitivo”, sublinhou.
Esta fidelidade não é impossível, pois “Cristo consagra o amor dos esposos cristãos e se compromete com eles”; assim, a fidelidade “é o caminho para entrar em uma caridade cada vez maior. Dessa forma, na vida cotidiana de casal e de família, os esposos aprendem a amar como Cristo ama”.
Bento XVI concluiu sua mensagem marcando um encontro com os jovens, na Praça de São Pedro, onde se levará a cabo a solene celebração do Domingo de Ramos e da 25ª Jornada Mundial da Juventude.
“Este ano, o tema de reflexão é ‘Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?’. A esta pergunta, apresentada por um jovem rico, Jesus responde com um olhar de amor e um convite à entrega total de si, por amor a Deus. Que este encontro possa contribuir para a resposta generosa de cada um ao chamado e aos dons do Senhor!”, acrescentou.

Fonte: Zenit.

A vocação de custodiar um milagre eucarístico

O sacerdote franciscano Paolo Spring tem desde 1997 uma missão que está plenamente relacionada com sua vocação: cuidar do milagre eucarístico que se encontra na basílica de São Francisco na cidade de Siena, localizada na região da Toscana, ao norte da Itália.
Semanalmente, recebe dezenas de grupos de peregrinos, desde crianças que se preparam para a primeira comunhão, até estrangeiros que aproveitam sua viagem para visitar essa cidade cheia de arte, história e espiritualidade, para ver um dos milagres eucarísticos mais impressionantes, o milagre das 223 hóstias consagradas há 280 anos que até agora estão intactas em uma das capelas laterais da basílica.
Ao acolher os fiéis, o padre lhes conta a história do milagre em inglês ou italiano, e ele mesmo, ao narrá-la, maravilha-se diante desse feito, como se fosse a primeira vez que escuta a história.
“Eles vêm de todo o mundo, onde há católicos. Vêm para ver o milagre. Quando chegam, cantam, comovem-se e choram de alegria”, disse o sacerdote, em conversa com ZENIT.
Uma alegria que contagia e renova até mesmo o sacerdote, mas ele conhece a história há muito tempo. Ainda recorda a primeira vez que viu estas hóstias: “No final dos anos 70, em uma peregrinação, quando vim aqui e conheci o milagre, pensei: deve permanecer bem protegido, deve ser divulgado, devemos trabalhar para quem vem até aqui entender, e ir embora com esse milagre em seu coração”.
Milagre diário
Foi em 1730. Em 14 de agosto, véspera da festa da assunção da Virgem Maria, em todas as igrejas de Siena, os sacerdotes consagraram hóstias adicionais para quem quisesse receber o Corpo de Cristo no dia seguinte.
À noite, todos os sacerdotes de Siena se reuniram na catedral principal dessa cidade para fazer uma vigília e deixaram suas respectivas igrejas sozinhas. Alguns ladrões aproveitaram e entraram na basílica de São Francisco para roubar o copo de ouro com as hóstias consagradas.
Na manhã seguinte se deram conta de que as hóstias não estavam e, no meio da rua, um paroquiano encontrou a parte de cima do copo. Confirmou assim que o corpo de Cristo havia sido roubado. Os habitantes de Siena começaram a rezar para que aparecessem as hóstias.
Três dias depois, enquanto um homem estava orando na igreja de Santa Maria em Provenzano, muito próximo da Basílica de São Francisco, notou que havia algo de cor branca dentro de uma caixa destinada para doação dos pobres. Imediatamente informaram ao arcebispo e chegaram para ver do que se tratava.
Abriram a caixa, eram as 351 hóstias consagradas - o mesmo número de hóstias que foram roubadas. “Esses três dias foram como os dias entre a Crucificação e a Ressurreição”, disse o padre Spring. Estavam cheias de poeira e teia de aranha. Os sacerdotes as limparam cuidadosamente.
Então houve um dia de adoração e reparação. Milhares de fiéis foram até a basílica para agradecer a descoberta. Essas não foram distribuídas, ao que parece, porque os franciscanos queriam que os peregrinos as adorassem até o momento em que se deteriorassem (porque ao se deteriorar, desaparece a presença real de Cristo).
Mas as hóstias permaneciam intactas e com um odor muito agradável. As pessoas começaram a considerá-las milagrosas e cada vez iam mais peregrinos para orar diante delas. Algumas poucas foram distribuídas em ocasiões especiais.
Hoje, 280 anos depois, permanecem 223 hóstias que apresentam o mesmo estado que tinham no dia em que foram consagradas. “Em diversas etapas foram examinadas e fisicamente conservam todas as características de uma hóstia recém-feita”, explica o padre Paolo.
Em 1914, foi feito um exame mais rigoroso desse milagre, por disposição do Papa São Pio X. “As Sagradas Partículas resultaram em perfeito estado de consistência, lúcidas, brancas, perfumadas e intactas”, disse padre Spring.
Também foi concluído nesse exame que as hóstias roubadas foram preparadas sem precauções científicas e guardadas em condições normais, e em circunstâncias normais a deterioração deveria ter sido rápida.
Em 14 de setembro de 1980, o Papa João Paulo II viajou a Siena para celebrar os 250 anos desse Milagre Eucarístico. Ao ir, disse: “é a Presença”. Também foram orar diante dessas hóstias santas, personagens como São João Bosco e o beato Papa João XXIII.
Para o padre Spring, o Milagre Eucarístico de Siena “representa uma prova do amor de Deus para nós e a presença para nos sustentarmos contra as dúvidas e dificuldades, o milagre com o qual Deus Pai está ajudando a Igreja a não ter medo, para viver a presença de seu fundador enviado pelo Pai para fazer sua vontade”.
“Aqui existem duas coisas milagrosas”, diz o padre Spring, apontando as hóstias consagradas há quase três séculos. “O tempo não existe, se deteve”. E o sacerdote explica o segundo milagre: “os corpos compostos e as substâncias orgânicas estão sujeitos a murchar”. É um milagre vivo, contínuo, não sabemos até quando o Senhor o permitirá”, conclui o sacerdote.

Fonte: Zenit.

Vinte mil pais de família se reunirão no México

No próximo domingo, 28 de março, será realizado em San Vicente Chicoloapan o maior encontro de pais de família do ano, que deve contar com a participação de cerca de 20 mil pessoas.
O evento, promovido pelos Missionários Servidores da Palavra, e que terá lugar no Centro Nacional de Reconciliação, se iniciará às 9 da manhã com a chegada do núncio apostólico Dom Christopher Pierre, informou a ZENIT Modesto Lule, membro dos Missionários.
O Dr. Ricardo Castañón Gómez, proveniente de La Paz (Bolívia), dará também uma conferência sobre o tema "A primavera do Pai". Dará também seu testemunho o missionário francês Hanns Myhulots. Está prevista ainda uma apresentação do cantor católico mexicano Rafa Salomón. O encontro será encerrado às 17 horas com a Oração Eucarística e a bênção dos ramos.
O encontro tem como objetivo “difundir os valores do Evangelho entre as famílias de todo o México”, assinalou o padre Lule.
O superior geral do instituto, padre Luis Butera Vullo MSP, disse; “É urgente resgatar o papel da família enquanto imagem e semelhança de Deus”, especialmente no Distrito Federal, “onde recentemente foi aprovado o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo”.
“A família não é uma instituição cultural associada a uma época qualquer, uma alternativa dentre outras. Não é um capricho de algum legislador, nem uma imposição ideológica do passado. A família é uma instituição que nasce da natureza íntima do homem, que não é exclusiva daqueles que crêem, mas sim uma realidade tangível, uma vez que cria laços naturais e espirituais que ninguém pode negar”, acrescentou.
Por esta razão, e unindo nossos esforços às ações já implementadas pela Igreja em defesa da instituição familiar, desejamos dar nossa contribuição mediante a realização deste evento dedicado aos esposos e à relação entre pais e filhos. Porque estamos convencidos de que a solução dos problemas que hoje desafiam o homem e a sociedade passa pela família”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Bento XVI abençoa imagem de Nossa Senhora doada ao Chile

Bento XVI abençoou hoje, após a audiência geral no Vaticano, a imagem de Nossa Senhora do Carmo, doada ao Chile pelo bicentenário do país e que o percorrerá começando pelas regiões afetadas pelo terremoto.
A bênção da imagem foi qualificada pelo próprio Papa, em sua saudação em espanhol aos peregrinos após a catequese de hoje, como “sinal de afeto aos filhos desse país, que celebra seu bicentenário”.
A Virgem Missionária “os acompanhará nestes momentos de dificuldade após o recente terremoto sofrido”, afirmou.
Diante de milhares de peregrinos, Bento XVI dirigiu uma saudação especial “ao cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa e ao presidente da Conferência Episcopal do Chile, Dom Alejandro Goić Karmelić, com a delegação vinda para receber uma imagem de Nossa Senhora do Carmo”.
Junto à imagem da Virgem Missionária, o Papa abençoou também os exemplares oficiais do Evangelio de Chile, que acompanhará Maria em sua peregrinação pelo país para levar também a Palavra de Cristo.
Nesta obra participaram mais de 9 mil chilenos, que escreveram o Evangelho de próprio punho, como presente da Igreja à nação em seu bicentenário.
O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano, fará a entrega oficial da imagem à Igreja no Chile, em uma missa concelebrada por todos os bispos do país. Ele chegará ao país nos primeiros dias de abril, como hóspede oficial do governo, por ocasião do bicentenário, segundo informou a Rádio Vaticano.
O itinerário de Nossa Senhora do Carmo e do Evangelio de Chile foi modificado depois do terremoto e do maremoto de fevereiro passado, priorizando as regiões mais afetadas pelos desastres, que provocaram mais de 700 vítimas e incalculáveis danos materiais.
Por outro lado, na sexta-feira, 26 de março, será realizada uma Missa na capital italiana, para orar pelas pessoas falecidas na catástrofe, pelos danificados e pela reconstrução espiritual e material do Chile. A Eucaristia será celebrada na Basílica de Santa Maria a Maior.
A celebração será presidida pelo cardeal Angelo Sodano e concelebrada pelo cardeal Giovanni Batista Re, pelo cardeal Errázuriz e por Dom Goic, junto a outros representantes da Cúria Romana.
Também estará presente o embaixador do Chile na Santa Sé, Pablo Cabrera, que agradeceu a doação mariana do Papa ao povo chileno.

Fonte: Zenit.

Franciscano entre as dezenas de cristãos expulsos do Marrocos

Um religioso franciscano de nacionalidade egípcia encontra-se entre as dezenas de cristãos expulsos do Marrocos neste mês de março.
O bispado de Tânger, diocese da qual foi expulso, pediu explicações dos motivos dessas expulsões às autoridades marroquinas. Entretanto, não recebeu nenhuma resposta, explicou seu bispo, Dom Santiago Agrelo, também franciscano.
O religioso foi detido pela polícia no domingo dia 7 de março. Depois de passar um tempo em uma delegacia, foi conduzido até um avião, que o devolveu ao Egito. Estava a quase dois anos no Marrocos.
O jovem havia feito sua profissão religiosa, mas ainda não tinha concluído o período de formação dos candidatos à vida religiosa.
Sua detenção ocorreu durante a reunião que a União Europeia e o Marrocos celebraram recentemente na cidade espanhola de Granada.
“Creio que, nessa diocese de Tânger, nunca ninguém foi expulso por motivos religiosos”, declarou Dom Agrelo, que no momento das detenções estava na Espanha.
O bispo acredita que nessa diocese tenha entre 2.000 a 2.500 católicos, entre seus mais de quatro milhões de habitantes.
Reconhece que não é possível ter um censo dessa comunidade de extrangeiros - somente os muçulmanos podem ser marroquinos -, que está caracterizada pela mobilidade.
A detenção do jovem católico soma-se à de dezenas de cristãos que foram expulsos do Marrocos neste mês de março no marco da “luta que as autoridades marroquinas fazem contra as tentativas de propagação da crença evangélica, destinada a agitar a fé dos muçulmanos”, segundo a agência oficial Maghreb Árabe Press.
Presença histórica
A presença franciscana no país se remonta no ano de 1219, quando foram martirizados em Marrakech os primeiros franciscanos. Durante a Idade Média, permaneceram, com períodos de ausência, atendendo a pequenas comunidades cristãs e comerciantes europeus.
A partir de 1630, quando o beato Juan de Prado fundou novamente a missão, os franciscanos se dedicaram a ajudar os cristãos cativos, acompanharam-nos compartilhando sua vida e cativeiro, fortalecendo-os na fé e também redimindo-os com as esmolas que conseguiam na Espanha.
Em 1861, o padre José Lerchundi foi destinado às missões de Marrocos e, depois de um período de crise, realizou a terceira fundação.
Atendiam cada vez mais comunidades cristãs, criaram escolas, fundaram hospitais e se dedicaram à modernização do país.
O religioso católico expulso neste mês no Marrocos era um dos oito franciscanos da diocese, que, junto aos franciscanos que vivem em outras cidades, são reconhecidos no país por sua bondade e serviço.
“O amor nos torna livres”
“Aqui trabalhamos com os pobres como cristãos; todo o mundo nos tem identificado como cristãos, conhecem nosso trabalho – declarou Dom Agrelo. Acredito que a respeitam muito e esse é o nosso modo de evangelizar”.
Na opinião do bispo de Tânger, “as palavras 'fortes' não servem de nada, nem aqui nem em lugar algum; o que adianta é a caridade, o amor... com liberdade, “nos fazem livres, fortes e cristãos”.
“Eu desejo que todas as pessoas tenham liberdade de consciência e liberdade religiosa, e penso que se os governos podem caminhar nessa direção, essa é uma questão política de grande importância, mas que compete ao governo, não a mim”, afirmou.
“Eu não sou um governo; aqui nem sequer sou cidadão, sim um extrangeiro que é acolhido pela hospitalidade de outro país e, desde o momento em que passo a fronteira do Marrocos, aceito as leis marroquinas”, continuou.
Também destacou o compromisso e o trabalho da Igreja Católica “com os pobres”. “O pão é mais importante que outras coisas – disse,e não se trata somente do nosso, que compartilhamos, mas também dos necessitados.
Respeito às leis
Em Rabat, o arcebispo católico Dom Vicent Landel e o pastor evangélico Jean Luc Blanc emitiram um comunicado diante das notícias dos últimos meses sobre a expulsão dos cristãos extrangeiros de diversas nacionalidades “diante da acusação do proselitismo ou de outros motivos que ignoramos”.
Semelhante a um comunicado que publicaram há quase um ano, após a expulsão de quatro evangélicas espanholas e uma alemã, os dois representantes destacaram seu respeito às leis do país.
“Sempre foi possível exercer nossa responsabilidade, em virtude da liberdade de culto reconhecida aos extrangeiros cristãos”, afirma o comunicado, do último 10 de março.
Explicaram: “nossa responsabilidade é ajudar nossos irmãos cristãos a se encontrar com seus irmãos muçulmanos, aprender a conhecê-los, respeitá-los e amá-los, sem nenhum desejo de proselitismo”.
“Nosso único objetivo é participar na construção de um Marrocos onde os muçulmanos, judeus e os cristãos estejam alegres em compartilhar sua responsabilidade para construir um país onde possa se viver a justiça, paz e reconciliação”, acrescentou.
Católicos em Marrocos
A minoria católica que vive em Marrocos tem reconhecida liberdade de culto, mas não a de consciência e religião, de modo que catequizar ou acolher na comunidade cristã um muçulmano é violação da lei.
A diferença do Marrocos em relação a outros países muçulmanos é que a Igreja Católica goza de um estatuto especial concedido pelo “Dahir Royal” do Rey Hassan II, em 1983, segundo a agência Fides.
Esse estatuto permite exercer pública e livremente suas próprias atividades, em particular as relativas ao culto, magistério, jurisdição interna, beneficência e a educação religiosa de seus membros.
Marrocos é uma monarquia constitucional, democrática e social de tipo teocrática. O Rey Mohammed VI tem o título de Emir dos Crentes no sentido de “defensor do Islã” e tem o poder civil e religioso, contra as mesquitas e a educação dos “Ulemás”.
A presença da Igreja é ativa nas escolas católicas e nos hospitais da Igreja, ainda que também existam religiosas que trabalham nos hospitais do Estado. Não existe uma estrutura no âmbito nacional do episcopado católico. A Conferência Episcopal Regional do Norte da África (CERNA), que agrupa Argélia, Tunísia, Líbia e Marrocos, atua como uma Conferência Nacional.
A CERNA, que tem sua sede na Argélia, depende da Congregação para os Bispos, enquanto que as duas dioceses de Marrocos, Tânger e Rabat, e a Prefeitura Apostólica do Saara Ocidental, dependem da Congregação para a Evangelização dos Povos.
A hierarquia está formada por dois arcebispos, o de Tânger, o franciscano espanhol Santiago Agrelo Martínez, e o de Rabat, o betharramita francês Vicent Landel.
Os católicos em Marrocos dão testemunho do catolicismo da Igreja que une as pessoas respeitando sua identidade cultural.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 24 de março de 2010

30 Anos sem Dom Oscar Romero


Antipapas e perigos do magistério paralelo

A tentativa da imprensa de envolver Bento XVI na questão da pedofilia é só o mais recente dos sinais de aversão que muitos nutrem com relação ao Papa. É necessário perguntar-se como este Pontífice, apesar de sua mansidão evangélica e da sua honradez, da clareza das suas palavras unida à profundidade do seu pensamento e dos seus ensinamentos, suscita em alguns lugares sentimentos de antipatia e formas de anticlericalismo que pareciam superadas. E – isso é preciso dizer – suscita ainda mais assombro e inclusive dor quando aqueles que não seguem o Papa e denunciam seus supostos erros são homens de Igreja, sejam teólogos, sacerdotes ou leigos.
As inusitadas e claramente forçadas acusações do teólogo Hans Küng contra a pessoa de Joseph Ratzinger, teólogo, bispo, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e agora Pontífice, por ter causado, segundo ele, a pedofilia de alguns eclesiásticos mediante sua teologia e seu magistério sobre o celibato nos entristecem profundamente. Nunca havia acontecido que a Igreja fosse atacada dessa maneira. Às perseguições contra muitos cristãos, crucificados em sentido literal em muitas partes do mundo, às múltiplas tentativas de desarraigar o cristianismo nas sociedades antes cristãs, com uma violência devastadora no âmbito legislativo, educativo e dos costumes, que não pode encontrar explicações no bom senso, acrescenta-se há tempos uma ferocidade contra este Papa, cuja grandeza providencial está diante dos olhos de todos.
Estes ataques, tristemente, são ecoados por aqueles que não escutam o Papa, também eclesiásticos, professores de teologia nos seminários, sacerdotes e leigos. Os que não acusam abertamente o Pontífice, mas silenciam seus ensinamentos, não leem os documentos do magistério, escrevem e falam sustentando exatamente o contrário do que ele diz, dão vida a iniciativas pastorais e culturais, por exemplo, no campo da bioética ou do diálogo ecumênico, em aberta divergência com relação ao que ele prega. O fenômeno é muito grave, já que está muito difundido.
Bento XVI ofereceu ensinamentos sobre o Vaticano II que muitíssimos católicos rebatem abertamente, promovendo formas de magistério paralelo sistemático, guiados por muitos “antipapas”; ele ofereceu ensinamentos sobre os “valores não-negociáveis”, que muitíssimos católicos minimizam ou reinterpretam, e isso acontece também por parte de teólogos e comentaristas da fama hospedados na imprensa católica, além da leiga; ele ofereceu ensinamentos sobre a primazia da fé apostólica na leitura sapiencial dos acontecimentos e muitíssimos continuam falando da primazia da situação, da práxis, dos dados das ciências humanas; ele ofereceu ensinamentos sobre a consciência e sobre a ditadura do relativismo, mas muitíssimos antepõem a democracia ou a Constituição ao Evangelho. Para muitos, Dominus Iesus, a nota sobre os católicos na política, de 2002, o discurso de Ratisbona, de 2006, e a Caritas in veritate são como se nunca houvessem existido.
A situação é grave, porque esta brecha entre os fiéis que escutam o Papa e aqueles que não o escutam se difunde por todos os lados, até nos seminários diocesanos e nos institutos de ciências religiosas, e incentiva duas pastorais muito diferentes, que já quase não se entendem, como se fossem expressão de duas Igrejas diversas, e provocam insegurança e extravio em muitos fiéis.
Neste momento muito difícil, nosso observatório sente o dever de expressar sua filial proximidade de Bento XVI. Oramos por ele e permaneceremos fiéis em seu seguimento.
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Dom Giampaolo Crepaldi é arcebispo de Trieste e presidente do Observatório Internacional Cardeal Van Thuân.

Jovem do Movimento dos Focolares será beatificada em setembro

Chiara Badano, uma jovem italiana que morreu há 20 anos e foi membro do Movimento dos Focolares, será beatificada no dia 25 de setembro, às 16h.
Este foi o anúncio da diocese de Acqui, situada na região de Piemonte, ao norte da Itália, através de Dom Pier Giorgio Micchiardi.
A cerimônia será realizada no santuário Divino Amore de Roma. Será presidida por Dom Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Bento XVI.
Depois, às 20h30, na Sala Paulo VI, os jovens do Movimento dos Focolares comemorarão a beatificação de Badano. No domingo, dia 26 de setembro, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, será celebrada uma Missa de ação de graças, presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano.
Deus é Amor
Esperada durante 11 anos pelos seus pais, Chiara nasceu em Sassello, ao norte da Itália, em 29 de outubro de 1971. Desde muito pequena, mostrou um profundo amor a Deus.
Aos nove anos, tomou conhecimento do Movimento dos Focolares, ao participar com seus pais, em Roma, da Family Fest, um encontro mundial organizado por esta realidade eclesial que teria futuramente um impacto decisivo para os três membros da família.
A jovem era extremamente ativa no Movimento Gen (Geração Nova), dos Focolares, onde descobriu que Deus é Amor.
Ela gostava de esportes, dança e canto. Aos 16 anos, decidiu consagrar-se a Deus.
A prova
Ela tinha 17 anos quando sentiu uma forte dor nas costas durante uma partida de tênis. Logo nos primeiros exames, os médicos se deram conta que se tratava de câncer nos ossos.
Com o passar do tempo, as hospitalizações tornaram-se mais frequentes e os tratamentos, cada vez mais dolorosos. Depois de cada “surpresa” dolorosa, Chiara repetia: “Por ti, Jesus. Se Tu queres, eu também quero!”.
Depois, uma das provas mais duras chegaria: Chiara não conseguia mais movimentar as pernas. Uma dolorosa operação não ajudou em nada. A dor era imensa. Disse a uma de suas amigas: “Se eu tivesse de escolher entre caminhar ou ir ao Paraíso, não teria dúvida, escolheria o Paraíso. Agora, somente isso me interessa”.
Chiara “Luz”
Sua íntima relação com Chiara Lubich, fundadora dos Focolares (falecida em março de 2008), que a chamava de “Luz” (Chiara Luce), foi-se tornando cada vez mais intensa.
Quando, no verão de 1990, os médicos decidiram interromper os tratamentos, devido à incurável doença, no dia 19 de julho, a jovem informou Chiara Lubich com as seguintes palavras: “A medicina depôs as armas. Ao interromper os tratamentos, as dores na coluna aumentaram, quase não consigo me mexer. Sinto-me tão pequena e o caminho que devo percorrer é tão duro... Frequentemente tenho a impressão de que sou sufocada pela dor. É o esposo que sai ao meu encontro, não é mesmo? Sim, eu também repito com você: ‘Se Tu queres, eu também quero’... Com você, tenho certeza de que junto a Ele conquistaremos o mundo!”.
Chiara Lubich lhe respondeu: “Não tenha medo, Chiara, de dizer-lhe ‘sim’, repetidamente. Ele lhe dará forças, tenha certeza disso. Eu também rezo por isso e sempre estou com você. Deus a ama intensamente e quer penetrar na intimidade da sua alma, fazer que você experimente gotas do céu. ‘Chiara Luz’ é o nome que pensei para você. Gosta? É a luz do Ideal que conquista o mundo”.
Chiara faleceu no dia 7 de outubro de 1990. Ela havia preparado tudo: os cânticos do seu funeral, as flores, o penteado, o vestido – branco, de casamento. As últimas palavras que dirigiu à sua mãe foram: “Seja feliz, eu sou!”. Cerca de 2 mil pessoas participaram do funeral.
Quando seu pai perguntou-lhe se ela queria doar as córneas dos olhos, respondeu com um sorriso de aprovação.
A causa da beatificação foi aberta em 1990 e o milagre reconhecido deu-se na cidade italiana de Trieste. O decreto sobre este milagre foi promulgado no último dia 19 de dezembro, pela Congregação para as Causas dos Santos.
Trata-se da cura imprevista de um menino afetado por uma grave forma de meningite fulminante. Os médicos haviam lhe dado 48 horas de vida.
O bispo de Acqui garantiu que o testemunho de Chiara Badano “é significativo, em particular para os jovens. A santidade é necessária também hoje. (...) É preciso ajudar os jovens a encontrarem uma orientação, um objetivo, a superarem as inseguranças e a solidão, os enigmas frente aos fracassos, à dor, à morte e a todas as inquietudes”.
“É surpreendente – acrescentou Dom Micchiardi – este testemunho de fé, de fortaleza por parte de uma jovem de hoje. Ele comove e determina muitas pessoas a mudarem de vida”, concluiu.

Fonte: Zenit.

Papa presidirá Missa no 5º aniversário de falecimento de João Paulo II



No dia 29 de março, às 18h, Bento XVI presidirá, na Basílica Vaticana, a Santa Missa pelo 5º aniversário de falecimento de João Paulo II, como anunciou Dom Guido Marini, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias.
Na verdade, Karol Wojtyla faleceu em 2 de abril de 2005, mas este ano a data coincide com a Sexta-Feira Santa, motivo pelo qual a Missa de sufrágio do Sumo Pontífice foi antecipada para a Segunda-Feira Santa.
Durante a oração dos fiéis desta Celebração Eucarística, está previsto que se eleve, em polonês, a seguinte súplica: “Pelo venerável Papa João Paulo II, que serviu a Igreja até o limite das suas forças, para que, do céu, interceda para infundir a esperança que se realiza plenamente participando da glória da ressurreição”.
Também se rezará em alemão por Bento XVI, “para que continue, seguindo os passos de Pedro, desempenhando seu ministério com perseverante mansidão e firmeza, para confirmar os irmãos”.
Em espanhol se rezará depois “pelos que estão reunidos para recordar o Papa João Paulo II, para que saibam amar e servir a Igreja como ele a amou e serviu, dando testemunho da fé em Deus e oferecendo seu amor a todos”.


Fonte: Zenit.

Bangladesh: 500 fanáticos islâmicos atacam igreja católica

Uma multidão de 500 fanáticos muçulmanos atacou a igreja de Cristo Salvador, no povoado de Boldipukur, a cerca de 300 quilômetros de Daca, capital de Bangladesh.
O ataque ocorreu no sábado passado, 20 de março, e deixou vários feridos - cinco deles em estado grave. Segundo fontes locais, a motivação real seria uma disputa pelo terreno pertencente à paróquia.
Padre Leo Desai, pároco da igreja, explicou a AsiaNews que alguns muçulmanos da região tentam há anos tomar posse do terreno. Recentemente, porém, uma decisão judicial estabeleceu de modo de definitivo que “o terreno é de propriedade dos católicos”. O terreno havia sido temporariamente cedido pela diocese a duas instituições de ensino.
“Em 19 de março, uma multidão de muçulmanos se reuniu após as orações de sexta-feira e iniciou uma manifestação de protesto contra os cristãos. No dia seguinte iniciaram-se as violências”, contou padre Leo.
Os cinco feridos em estado grave foram levados ao hospital, mas posteriormente, optou-se por transferi-los para casas particulares, onde pudessem contar com melhor segurança.
Padre Leo denunciou “o silêncio” da polícia, que se limitou a assistir às agressões “sem intervir”.
“Não se trata de um conflito entre cristãos e muçulmanos, mas de uma disputa por seus terrenos”, declarou, enfatizando que “questão religiosa é apenas um pretexto” para acirrar os ânimos.
“Defenderemos os cristãos, caso sejam atacados novamente”, afirmou Mohammed Altaf Hossain, chefe da polícia local, que garantiu estar fazendo “todo o possível” para prender os 17 muçulmanos acusados de planejar e fomentar os ataques, e que até o momento seguem foragidos.
A comunidade cristã de Boldipukur conta com cerca de 3.600 fiéis católicos, cuja maioria pertence a pequenos grupos tribais.

Fonte: Zenit.

Pena de morte em declínio

Há um movimento cada vez maior de rejeição da pena de morte, segundo os participantes em um recente congresso. Do dia 24 a 26 de fevereiro, os opositores da pena de morte se reuniram no Congresso Mundial contra a Pena de Morte, em Genebra, Suíça.
“Há uma nova tendência contrária à pena de morte que é algo novo para o mundo”, disse à agência Reuters Mário Marazziti, porta-voz da Comunidade de Sant'Egídio, em uma reportagem publicada no dia da abertura do encontro.
Segundo Reuters, Marazziti declarou que 56 países continuam executando pessoas, enquanto 141 países não utilizam a pena de morte, incluindo os 93 que aboliram essa prática formalmente.
A Comunidade de Sant'Egídio tem uma página na web dedicada a promover a abolição da pena de morte. Nela é possível encontrar algumas reportagens de Marazziti sobre o congresso.
Em 25 de fevereiro, durante o congresso, foram apresentados alguns detalhes sobre a extensão da pena de morte.
Mais de mil ativistas e especialistas assistiram a reunião e escutaram que, segundo a Anistia Internacional, 2.390 pessoas foram executadas em 2008.
Os países que mais executaram em 2008 foram: China (1.718), Irã (346), Arábia Saudita (102), Estados Unidos (37), Paquistão (36), Iraque (34), Vietnã (19), Afeganistão (17), Coreia do Norte (15) e Japão (15).
Pode parecer muito, observou, mas houve um notável progresso na redução do número de países que utilizam a pena de morte. Nos anos 70, somente 23 países aderiram à abolição da pena de morte, seja removendo de Códigos Penais ou deixando de praticá-la, observou Marazziti.
Seja como for, agora temos cerca de 140 países sem pena de morte, apontou. O número exato é difícil de dizer, admitiu, posto que algumas organizações suspeitam que houve algumas execuções feitas em segredo por um ou dois países.
Reconciliação
Entre os recentes triunfos contra a pena de morte, Marazziti descartava os casos de Camboja, Ruanda e Burundi, “três países que sofreram os três maiores genocídios da história contemporânea, contudo sentem que só sem a pena de morte se pode começar um processo de reconciliação nas sociedades. Caso contrário, a vingança e a sede de vingança nunca acabarão”.
A abolição da pena de morte nesses países é “um passo muito simbólico e significativo que pode ser uma resposta para os países que dizem: “temos um índice de violência alto, precisamos da pena de morte”, comenta Marazziti.
Durante o congresso foi proposta uma iniciativa para obter uma moratória efetiva do uso da pena de morte para 2015. Isso foi proposto como uma tentativa de alcançar a total abolição.
2015 coincidirá com o prazo aprovado no ano 2000 pelos países membros das Nações Unidas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que estabelecem metas para reduzir a fome, pobreza, doença e melhorar a educação e a saúde.
No dia 26 de fevereiro, Marazziti publicou uma síntese das intervenções feitas em Genebra. A pena de morte não é um meio eficaz contra a criminalidade, argumentou, porque depende de uma legitimação da cultura da morte. Também afirmou que, muitas vezes a aplicação da pena de morte se distorce pela discriminação social, racial e étnica. Acrescentou ainda que os erros do sistema judicial criam novas vítimas.
Danificar a justiça
Marazziti comentou que a pena de morte não traz consigo resultados satisfatórios para as famílias afetadas pelo criminoso. A justiça que surge está cega por um sentimento de vingança danificado. Descreveu a pena de morte como “um instrumento de justiça enraizado em um estado infantil e primitivo da humanidade, baseado mais no instinto”.
Marazziti observou ainda que muitos participantes do congresso fizeram referência à necessidade de alcançar uma mudança na opinião pública dos países que praticam a pena de morte com frequência. Para alcançá-la, precisam buscar mais aliados, e também novas formas de comunicar a mensagem dos abolicionistas.
Muitas vezes, nos países em que se utiliza a pena de morte, falta debater o tema, advertiu Marazziti. Da mesma forma, há ignorância sobre temas relacionados com o crime e a utilização da pena capital.
Grande parte da atenção da mídia para a prática da pena de morte se concentra sobre o que acontece nos Estados Unidos. Lá também está em declínio, segundo um estudo publicado no final de 2009 por uma organização chamada Death Penalty Information Center.
O estudo observava que as sentenças de morte estiveram em constante diminuição em 2009. De fato, em 2009, foi registrado o menor número de penas de morte desde que foi reintroduzida no ano de 1976.
O ponto auge nas sentenças de pena capital foi alcançado em 1994, com o número de 328. Para 2009, esse valor caiu drasticamente, para 106, o sétimo ano consecutivo de diminuição. Também é importante salientar o declínio no número de sentenças da pena capital, especialmente no Texas e Virgínia, os dois Estados onde mais se fazem execuções, comentava o estudo.
Declínio nos Estados Unidos
Durante os anos 90, o Texas somou uma média de 34 sentenças de morte ao ano e Virgínia, 6. Em 2009, o Texas teve 9 sentenças de morte e Virgínia, 1.
No total, em 2009, onze Estados consideraram propostas legislativas para abolir a pena de morte. O Novo México se converteu no décimo quinto Estado a por fim na pena de morte, quando o governador Bill Richardson firmou a lei em março. O legislativo de Connecticut votou a favor da abolição da pena, mas o governador vetou a lei. A legislação para acabar com a pena capital tem sido aprovada em uma das Câmaras de Colorado e Montana, e em breve será votada em Maryland, segundo o relatório.
Um fator contra a pena capital é o custo, posto que os Estados enfrentam graves déficits orçamentários. “Altos custos sem benefícios tangíveis são citados com frequência nos debates legislativos sobre a pena de morte”, observava o estudo.
Ainda que as sentenças tenham diminuido, o número de execuções subiu em 2009, em comparação com ano anterior. Segundo o relatório, isso é em parte devido à moratória de fato, durante quatro meses de 2008, enquanto a Suprema Corte discutiu a questão da legalidade das injeções letais.
Como resultado, em 2009 houve 52 execuções. O número foi 45% menor que o de uma década atrás. Somente 11 dos 35 Estados com pena de morte executaram em 2009. No sul dos Estados Unidos, foi onde mais houve execuções, 87%, e a metade delas no Texas.
O relatório comentava também que nove homens que haviam sido condenados foram exonerados e conseguiram a liberdade em 2009, o segundo número mais alto de exonerações desde que foi reintroduzida a pena de morte.
Justiça e misericórdia
Pouco antes do congresso de Genebra, chegaram boas notícias do principal país em número de execuções do mundo, a China. A mais alta corte da China, Supremo Tribunal Popular, ordenou os tribunais a utilizar a política da “justiça temperada com misericórdia”, relatou em 10 de fevereiro Associated Press.
As novas diretrizes exigem dos tribunais que limitem o uso da pena de morte para um pequeno número de casos extremamente graves.
No entanto, ainda há batalhas, como demostram as recentes notícias da Coreia do Sul. Segundo uma reportagem de 25 de fevereiro de UCA News, o Tribunal Constitucional do país decidiu que a pena de morte é legalmente válida.
Cinco dos noves juízes da Corte Constitucional apoiaram a pena de morte, enquanto que outros quatro disseram que era inconstitucional.
Dom Boniface Choi Ki-san, presidente do comitê Justiça e Paz da Conferência Episcopal Coreana, declarou a Uca News que espera que o governo não utilize a sentença para retomar as execuções. Não há nenhuma no país durante mais de 12 anos.
“Atualmente, a Coreia do Sul está catalogada como um país abolicionista na prática”, afirma o bispo. “O governo não deveria retomar as execuções com a sentença do tribunal”. Ainda que a campanha contra a pena de morte tenha alcançado um êxito considerável, a batalha ainda não terminou.

Fonte: Zenit.